ARTHUR QUER GARANTIA PARA SE "REAPAIXONAR" PELO PSDB
“Eu preciso que o PSDB me dê garantias de que eu posso pensar em me reapaixonar"; a declaração do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), deixa claro a sua insatisfação dentro da legenda, provocada em grande parte pela defesa feita pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em torno das alterações no ICMS e que teriam impacto direto sobre a Zona Franca de Manaus; sobre 2014, Virgílio diz que a presidente Dilma é a favorita e que falta “clareza” a Eduardo Campos (PSB) e ao também tucano Aécio Neves
10 DE MAIO DE 2013 ÀS 12:54
AM247 – Como se não bastassem as divergências dentro do PSDB entre o pré-candidato a presidente, senador Aécio Neves (MG), e o ex-governador de São Paulo José Serra, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, voltou a ameaçar pode deixar o partido. “Eu preciso que o PSDB me dê garantias de que eu posso pensar em me reapaixonar por ele”, declarou. Demonstrando o sue descontentamento na sigla tucana, o gestor atacou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que, segundo ele, “não deve ir lá (a Manaus) nem para visitar hotel de selva”. Virgílio tem um encontro hoje (10) com a presidente a presidente Dilma Rousseff (PT) para discutir parcerias entre os Governos federal e Municipal e a unificação do ICMS. Para o tucano, a petista é a favorita para as eleições do próximo ano e falta “clareza” ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e ao senador Aécio Neves.
Em meio aos ataques da oposição ao Governo Dilma por conta do baixo crescimento econômico em 2012 (apenas 0,9%) e da inflação, acima do teto da meta, o prefeito de Manaus afirmou que essa crise “não foi ainda percebida pela população”. “Não houve queda na renda das pessoas. E os empregos, embora não sejam de boa qualidade, continuam sendo gerados. Tudo isso “favorece quem está no poder”, afirmou ao blog do jornalista Josias de Souza.
Para o prefeito, falta “clareza” em relação aos discursos de Campos e de Aécio. “Eduardo está numa transição para a oposição”, observou o gestor. Sobre o senador mineiro, Virgílio disse que ele “começa a explicitar um antagonismo com o governo”. O tucano deu a entender que Aécio precisa ter mais iniciativa e ser mais propositivo, assim como acham alguns integrantes dentro do PSDB. Segundo Virgílio, o senador não pode fazer uma simples “oposição de frases”.
A ex-ministra de Meio Ambiente Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, que está recolhendo assinaturas para a criação da legenda, poderá estar entre os presidenciáveis no próximo ano. A ex-PV ficou em terceiro lugar nas eleições 2010 com quase 20 milhões de votos, o que não era esperado. “A Marina, que afasta muito voto por ser como é, tem os votos que tem por ser como é. Os votos que ela tem não bastam para ganhar a Presidência da República. Mas os votos que ela tem sabem exatamente por que estão votando nela”, acrescentou Arthur Virgílio.
Já no caso do PSDB, o prefeito afirmou que a legenda necessita de renovação. “O PSDB precisa se repensar”, avaliou o tucano. De acordo com o gestor, a sigla tucana tem que mostrar que é competitiva.
Outro fator que também desagrada o prefeito dentro do PSDB é postura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, com relação ao projeto de unificação gradual de 4% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Enquanto os estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e o Espírito Santo cobram um alíquota de 12%, os do Sul e Sudeste cobram 7%. Ou seja, a unificação prejudicaria as unidades federativas das regiões menos desenvolvidas.
Mas, de acordo com a matéria, será mantida a alíquota de 12% para a Zona Franca de Manaus (ZFM), que recebe incentivos do governo por se tratar de um importante polo industrial na Região Norte. Virgílio demonstrou a sua insatisfação dentro da legenda: “Se o PSDB assume a cara do Alckmin, é óbvio que não tem espaço para nós dois. E como ele é o poderosíssimo governador de São Paulo, é muito provável que o incomodado a se mudar tenha que ser eu”, complementou. Ao blog Josias de Souza, o prefeito disparou contra Alckmin: “Creio que o Alckmin não deve ir lá nem para visitar hotel de selva. Teria que botar óculos escuros, um chapéu, bigode… Porque não seria uma pessoa bem-vinda no Estado. A gente deve dizer a verdade”, disse.
Virgílio aproveitou, ainda, para cutucar o ex-presidente Lula (PT). Na avaliação do gestor, enquanto Dilma o tratou com elegância na campanha para prefeito de Manaus no ano passado (a petista apoiou a candidata do PC do B, senadora Vanessa Grazziontin), o “cacique” do PT se “excedeu” e percebeu que “pode muito, mas não pode tudo”.
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