ALIADOS MONTAM PALANQUE "DILMARCONI" EM GOIÁS
Líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes quer reunir seu partido, PP, PR e PV para reeditar a estratégia de 2010, quando apoiou o PSDB em Goiás e o PT no plano nacional; método que burla a verticalização das campanhas é comum no País; em Minas, houve os movimentos "Lulécio" (Lula e Aécio) em 2006 e o "Dilmasia" (Dilma e Anastasia) em 2010, com ampla aceitação do eleitor; em 2002, prosperou em Goiás o Movimento Luma (PCdoB e PSB), que pedia votos para Lula e Marconi, situação absolutamente impensável nos dias atuais
25 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 10:54
Goiás247- O deputado federal Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara, articula em Goiás a formação do palanque "Dilmarconi" para as eleições em 2014. Sua ambição é reunir, além da sigla que comanda em Goiás, PP, PR e PV em um comitê de apoio às eventuais candidaturas à reeleição do tucano Marconi Perillo em nível regional e da presidente Dilma Rousseff no plano nacional. A informação circula nesta quarta-feira (25) na coluna Giro, do jornalista Jarbas Rodrigues Jr., no jornal O Popular, de Goiânia (aqui, para assinantes).
Se vingar, essa não será a primeira vez que palanques duplos subverterão a verticalização das campanhas em Goiás e no Brasil. O próprio PTB já adotou a estratégia nas eleições de 2010 no Estado, quando pediu votos para Dilma e Perillo, indiferente ao apoio da então candidata e de Lula ao nome do peemedebista Iris Rezende, que acabou derrotado pelo tucano no segundo turno.
O que hoje seria completamente improvável aconteceu nas eleições de 2002, ano em que prosperou o Movimento Luma, em apoio a Lula lá e Marconi em Goiás. Perillo não tentou abordar a iniciativa; ao contrário, a estimulou discretamente, para aproveitar a popularidade que levou o ex-metalúrgico ao Palácio do Planalto.
O Movimento Luma era formado por integrantes do PSB e do PCdoB que participavam do governo do tucano no Estado. Desde 2005, porém, o ex-presidente petista e o peesedebista goiano são inimigos figadais depois que Perillo declarou ao jornal O Estado de S. Paulo que havia alertado Lula sobre a existência do chamado mensalão.
Do outro lado, também em 2002, um grupo de peemedebistas de Goiás montou palanque para o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). O então candidato a governador do partido, o ex-senador Maguito Vilela, pedia votos para Lula.
Movimentos semelhantes já prosperaram em outros estados e com grande aceitação por parte do eleitorado. Em 2010, em Minas Gerais, o movimento denominado "Dilmasia", que pregava voto em Dilma e no hoje governador Antonio Anastasia, chegou a obter projeções eleitorais de 46%, segundo pesquisa Datafolha.
Em 2006, houve ocorreu o movimento "Lulécio", que congregava apoiadores das reeleições de Lula à Presidência e de Aécio Neves ao Palácio da Liberdade.
http://www.brasil247.com/pt/247/goias247/125035/Aliados-montam-palanque-Dilmarconi-em-Goi%C3%A1s.htm
EMPREGO: O TEMA CENTRAL NA DISPUTA DE 2014
As taxas de desemprego se mantiveram em níveis historicamente baixos, mas isso se deve em parte à menor busca por trabalho; vigor do mercado será ponto crucial nas eleições do próximo ano
25 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 12:08
Por Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual
São Paulo – O emprego se manteve em 2013, apesar das expectativas contrárias, ou da torcida, de analistas. Houve mesmo quem propusesse um pequeno aumento do desemprego para ajudar no combate à inflação, ou quem escrevesse que, apesar de tantos acontecimentos negativos, as empresas "ainda" não tinham demitido. Posições ideológicas ou desvios semânticos à parte, o mercado de trabalho efetivamente perdeu ritmo, embora continue abrindo vagas. Mas não se pode desconsiderar o fato de que, em boa medida, a redução dos índices de desemprego se deva à menor busca por trabalho, o que reduz a pressão no mercado e ajudar a empurrar as taxas para baixo.
O desemprego caiu. É um fato. Vem caindo sistematicamente, de maneira quase ininterrupta, há dez anos, o que mostra reversão de um processo corrente nos anos 1990 e 2000, de redução de empregos, especialmente os formais. Mas o ritmo de abertura de vagas também se reduziu. É outro fato. Entre fatos e versões, o desempenho do mercado de trabalho em 2014 se apresentará como um tema central do debate eleitoral. Até aqui, prevalece a expectativa de que será um ano sem anormalidades, ou seja, sem grandes variações para baixo ou para cima.
Em novembro, último dado disponível, a população economicamente ativa (PEA) diminuiu 1% nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, em relação a igual mês de 2012: são 247 mil pessoas a menos. Isso fez com que, mesmo com 170 mil vagas eliminadas nesse período, o número de desempregados caísse em 77 mil (-6,4%).
Apenas de outubro para novembro foram 139 mil desocupados a menos nas seis regiões. Mas o gerente da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo, observa: "Essa queda não ocorreu em função do aumento da população ocupada, foi em função do aumento da inatividade." Ele acredita que o quadro ficará mais claro com a divulgação dos resultados finais de 2013, mas apresenta hipóteses. Pode haver casos em que a pessoa já foi contratada para começar a trabalhar e não precisou mais buscar emprego. "Ou, em função de aumento do rendimento familiar, as pessoas estão tendo menos necessidade de procurar trabalho."
Os dados da pesquisa da Fundação Seade e do Dieese, embora tenham metodologia diferente da do IBGE, mostram tendência semelhante. A taxa de desemprego segue em níveis baixos, mas a dinâmica se dá principalmente pela menor busca por emprego. A PEA praticamente não variou em 12 meses, até novembro: 0,2% corresponde a um acréscimo de 34 mil pessoas, em um universo de 19 milhões de ocupados. Mas a informação positiva é de que, mesmo de forma mais tímida, a ocupação cresce continuamente há sete meses. Em relação a novembro de 2012, são 125 mil empregos a mais.
Nos dois casos, as taxas médias anuais deverão ser menores que as de 2012. A média de janeiro a novembro, pelo IBGE, mostra 5,5%, pouco abaixo de igual período do ano passado (5,6%). Em novembro, chegou a 4,6%, menor nível histórico.
"Tem uma menor pressão da PEA, menos jovens e menos mulheres pressionando no mercado de trabalho", observa o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. Ele lembra que ainda há muita criação de empregos com salários menores e menor duração, com alta rotatividade, principalmente nos serviços e no comércio, que são os que mais abrem vagas, já que a indústria ainda enfrenta problemas. "Estamos no limite do que a gente pode chamar de uma certa estabilidade no emprego."
Para o coordenador de análise da Fundação Seade, Alexandre Loloian, este foi um ano "típico" para o mercado de trabalho, com algum crescimento do desemprego nos primeiros meses e recuperação no segundo semestre. "Tivemos um início de ano horroroso, muito ruim, e depois houve uma recuperação, nada espetacular", comenta. Mas ele também critica as "previsões exageradamente pessimistas" de alguns comentaristas. E destaca o "crescimento constante" do emprego com carteira assinada, ainda que em ritmo menor. Em 12 meses, até novembro, a região metropolitana de São Paulo abriu 160 mil vagas formais, segundo a pesquisa Dieese/Seade. Nesse período, caiu principalmente o emprego de autônomos e empregados domésticos.
Pela mesma pesquisa, os empregados com carteira assinada em São Paulo somavam 3,165 milhões dez anos atrás. Agora, são 5,312 milhões, um crescimento de 68%. Os sem carteira foram de 1,074 milhão para 889 mil, queda de 17%. E essa mesma base comparação não deixa dúvida quanto à melhoria do mercado de trabalho: o total de dezembro passou de 1,976 milhão para 1,024 milhão, redução de 48%, enquanto o número de ocupados aumentou 24%, para 9,874 milhões (1,9 milhão a mais). Segundo o IBGE, hoje os empregados com carteira são maioria (50,6%) entre os ocupados.
Os números oficiais do mercado formal, fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), também demonstram mais vitalidade nos dez últimos anos. De 1992 a 1999, o saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) só foi positivo em 1993 e 1994. De 1995 a 2002, o país só criou 800 mil vagas com carteira assinada. De 2003 a 2010, 11 milhões.
(continue lendo na Rede Brasil Atual)
TARSO VÊ LUTA IDEOLÓGICA ACIRRADA EM 2014
Em entrevista à Carta Maior, governador do Rio Grande do Sul comemora crescimento do Estado e critica gestão passada: “ o Governo esteve nas mãos do mais puro PSDB - que se elegeu num lance de sorte e com um apoio galopante da maioria da mídia - mas também porque tem um polo ideológico mais histórico, originário da ditadura militar, a velha Arena representada pelo PP”
25 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 10:02
247 – Em entrevista a Marco Aurélio Weissheimer, da Carta Maior, governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, faz um balanço de três anos de governo e responde às críticas da oposição. Leia um trecho:
Porto Alegre - Em entrevista à Carta Maior, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, faz um balanço de três anos de governo e responde críticas de partidos de oposição. Tarso prevê um debate programático e ideológico em 2014 e avalia que luta política e luta ideológica estão plenamente fundidas no Estado que foi governado recentemente pelo PSDB mais puro (com Yeda Crusius) com apoio de um “polo ideológico mais histórico, originário da ditadura militar, a velha Arena representada pelo PP”. Respondendo às críticas de que o atual governo estaria “gastando demais”, o governador afirma:
“Nosso programa parte do pressuposto que é possível fazer o Estado sair da crise, qualificar os seus serviços, combater a pobreza extrema, com crescimento que gere empregos e não com encolhimento que gera pobreza e desemprego. Ele se opõe a este olhar simplista e medíocre, representada especialmente pelo Governo Yeda, cuja síntese foi a visão meramente contábil do "déficit zero", que, aliás, é uma invenção midiática”.
E enfatiza os atuais números da economia do Estado, cujo desempenho foi superior à média nacional em 2013. O Produto Interno Bruto gaúcho deverá fechar 2013 em torno de 6%, mais que o dobro do índice nacional. No segundo trimestre, enquanto a média brasileira apontou um crescimento de 3,3%, a economia gaúcha cresceu mais de 15%. O acumulado no primeiro semestre chegou a 8,9%, de acordo com a Fundação de Economia e Estatística (FEE), índice superior aos 2,6% registrado para o conjunto de regiões do Brasil. O valor exportado do ano alcançou a cifra de US$ 17,5 bilhões, um aumento de 28,6%, o terceiro Estado em exportação. A safra gaúcha bateu recordes este ano e a indústria cresceu 6,1%, o maior crescimento segundo pesquisa do IBGE, enquanto a média brasileira situa-se em 1,6%.
Na entrevista, Tarso também fala sobre as eleições de 2014 e diz que a sua candidatura à reeleição ainda não está definida. “Estamos criando as condições externas e internas para declarar, ou não, a minha candidatura. Penso que não serei o candidato mais indicado, por exemplo, se o nosso partido, nacionalmente, decidir que a Presidenta deverá ter aqui dois palanques”, afirma.
Carta Maior: O Rio Grande do Sul apresenta o maior índice de crescimento do país este ano. No entanto, partidos de oposição como o PP e o PSDB criticam a orientação do atual do governo dizendo, entre outras coisas, que está gastando demais? Qual a sua resposta a essas críticas?
Tarso Genro: Talvez o nosso Estado seja aquele em que a luta política e a luta ideológica estejam mais plenamente fundidas, não somente porque recentemente o Governo esteve nas mãos do mais "puro" PSDB - que se elegeu num lance de sorte e com um apoio galopante da maioria da mídia - mas também porque tem um polo ideológico mais histórico, originário da ditadura militar, a velha Arena representada pelo PP, que aqui sempre fez opções à direita e não ao centro, como eventualmente ocorre em outras unidades da Federação.
Desta união de partidos e setores de classes, articula-se, ora ganhando para seu campo outros partidos tradicionais, um bloco com apoio majoritário dos grandes empresários locais e cujo centro programático parte sempre do seguinte: as finanças públicas estão em ruína porque o Estado tem funcionários demais, os incentivos fiscais devem predominantemente atrair grandes montadoras para "puxar" o desenvolvimento, o salário mínimo regional faz o Estado "perder competitividade", os agentes públicos em geral são incompetentes, o mal do "corporativismo" é que sempre impediu o Estado de decolar e o que nós precisamos é de mais incentivos fiscais, menos impostos, mais obras de infraestrutura e mais privatizações.
Como se funde, no concreto, a política e a ideologia? De uma parte, reduzindo as funções públicas do Estado para mostrar, a partir daí, que ele é uma máquina lenta que só atrapalha os bons empresários e, de outra, criticando os gastos públicos de natureza social e os que são destinados a recuperar aquelas funções públicas, que eles desbaratam quando estão no Governo.
Carta Maior: Em que aspectos fundamentais sua visão de governo difere da oposição?
Tarso Genro: O nosso programa de governo só foi possível ser implementado com apoio do Governo Federal. Ele se opõe a este olhar simplista e medíocre, representada especialmente pelo Governo Yeda, cuja síntese foi a visão meramente contábil do "déficit zero", que, aliás, é uma invenção midiática. Nosso programa parte do pressuposto que é possível fazer o Estado sair da crise, qualificar os seus serviços, combater a pobreza extrema, com crescimento que gere empregos e não com encolhimento que gera pobreza e desemprego. Para tanto, é preciso atrair investimentos públicos e privados que energizem a base produtiva local, que se acoplem nela - por exemplo ajustando as encomendas dos seus insumos para dentro do Estado - e saindo do sufoco financeiro pela reestruturação da dívida pública, o que já está em curso.
Carta Maior: Em que aspectos fundamentais sua visão de governo difere da oposição?
Tarso Genro: O nosso programa de governo só foi possível ser implementado com apoio do Governo Federal. Ele se opõe a este olhar simplista e medíocre, representada especialmente pelo Governo Yeda, cuja síntese foi a visão meramente contábil do "déficit zero", que, aliás, é uma invenção midiática. Nosso programa parte do pressuposto que é possível fazer o Estado sair da crise, qualificar os seus serviços, combater a pobreza extrema, com crescimento que gere empregos e não com encolhimento que gera pobreza e desemprego. Para tanto, é preciso atrair investimentos públicos e privados que energizem a base produtiva local, que se acoplem nela - por exemplo ajustando as encomendas dos seus insumos para dentro do Estado - e saindo do sufoco financeiro pela reestruturação da dívida pública, o que já está em curso.
É preciso, neste novo contexto político e econômico, não sucatear, mas ampliar os direitos sociais: melhorar os salários dos servidores, ampliar o quadro de funcionários de acordo com as reais necessidades da prestação de serviços e utilizar as agências financeiras do Estado para incentivar a produção de baixo para cima, ou seja, desde a agricultura familiar, até as médias e pequenas empresas locais, que aqui no Rio Grande do Sul compõem uma vasta rede com centenas de cooperativas de grande importância na história econômica e produtiva do Estado.
Sair da crise crescendo, não caindo na armadilha funesta do neoliberalismo, que reza ser um dever penalizar os mais pobres, para melhorar a vida de todos num dia inatingível. As grandes empresas pautam, hoje, seus investimentos mais pelo ambiente social e político das regiões, do que exclusivamente por incentivos unilaterais que elas sabem que nem são bem recebidos pelas comunidades em que elas se instalam.
Sair da crise crescendo, não caindo na armadilha funesta do neoliberalismo, que reza ser um dever penalizar os mais pobres, para melhorar a vida de todos num dia inatingível. As grandes empresas pautam, hoje, seus investimentos mais pelo ambiente social e político das regiões, do que exclusivamente por incentivos unilaterais que elas sabem que nem são bem recebidos pelas comunidades em que elas se instalam.
Leia a entrevista na íntegra aqui.
http://www.brasil247.com/pt/247/rs247/125036/Tarso-v%C3%AA-luta-ideol%C3%B3gica-acirrada-em-2014.htm