APERTO DE MÃO HISTÓRICO SOB A BÊNÇÃO DE MANDELA
Depois de 51 anos de embargo comercial e relações cortadas, presidentes dos Estados Unidos e de Cuba se encontram e apertam as mãos pela primeira vez; simbolismo do gesto, durante as cerimônias fúnebres de Nelson Mandela, significa a compreensão entre contrários; lutador e pacificador, líder sul-africano foi grande admirador da revolução cubana sem nutrir ódio pelos americanos; novo momento na relação entre os dois países pode ter sido iniciado no cumprimento entre Barack Obama e Raúl Castro
10 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 13:49
247 - Após mais de meio século de relações cortadas e embargo comercial, iniciado em 1962, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cumprimentou nesta terça-feira o presidente de Cuba, Raúl Castro, durante cerimônia em homenagem ao pacificador Nelson Mandela, no estádio Soccer City, em Johanesburgo, África do Sul.
Desde então, os dois chefes de Estado só tinham se encontrado na Assembleia-Geral da ONU, onde não têm o hábito de se cumprimentar. O simbolismo do gesto, presenciado pela presidente Dilma Rousseff, significa a compreensão entre contrários. O lutador e líder sul-africano foi grande admirador da revolução cubana, sem nutrir ódio pelos norte-americanos.
O novo momento na relação entre os dois países pode ter sido iniciado no cumprimento entre Barack Obama e Raúl Castro e sob a bênção de Nelson Mandela. Hoje, Obama, primeiro presidente negro dos EUA, foi ovacionado pelos sul-africanos ao se levantar para discursar, assim como Raúl Castro, cujo irmão, Fidel, foi grande amigo de Mandela.
No início dos anos 1970, Cuba, sob o comando de Fidel Castro, enviou soldados e tanques para apoiar o exército de Angola na luta contra rebeldes. A revolução angolana venceu e, da prisão, Mandela escreveu carta registrando que, a partir daquele momento, a luta na África do Sul havia obtido as condições para ser vitoriosa.
Leia abaixo reportagem da Reuters:
Obama e Raúl Castro trocam aperto de mãos no funeral de Mandela
Por Stella Mapenzauswa e David Dolan
JOHANESBURGO, 10 Dez (Reuters) - Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, trocaram um aperto de mãos nesta terça-feira durante a cerimônia póstuma em homenagem ao líder sul-africano Nelson Mandela, deixando de lado por alguns instantes um conflito que dura mais de meio século.
Seguindo o legado de conciliação deixado por Mandela, Raúl sorriu ao receber o cumprimento de Obama a caminho do palanque, onde o presidente norte-americano fez um inflamado discurso homenageando o primeiro presidente negro da África do Sul, que morreu na quinta-feira, aos 95 anos.
Dançando e cantando, dezenas de milhares de pessoas suportaram uma chuva torrencial de várias horas no estádio Soccer City, em Johanesburgo, enquanto cerca de 90 dignitários mundiais lotavam o palanque.
A multidão vibrou quando Obama assumiu seu assento, num forte contraste com a vaia destinada ao presidente sul-africano, Jacob Zuma, um líder marcado por escândalos, cuja fraqueza ficou ainda mais visível nesta semana de comparações com Mandela.
O polêmico líder do vizinho Zimbábue, Robert Mugabe, também foi muito aplaudido.
A presidente Dilma Rousseff, um dos seis chefes de Estado escolhidos para discursar na cerimônia, disse que a luta de Mandela pela liberdade e justiça transcendeu as fronteiras da África do Sul e inspirou a luta no Brasil e na América do Sul.
Em sua fala, Obama recriminou líderes que se apressaram em demonstrar solidariedade com a luta de Mandela contra a opressão e a injustiça, ao mesmo tempo em que não permitiam liberdades nos seus próprios países.
"Há muitos de nós que abraçamos alegremente o legado de reconciliação racial deixado por Madiba (nome de Mandela por seu clã), mas resistem apaixonadamente até mesmo a reformas modestas que desafiassem a pobreza crônica e a crescente desigualdade", afirmou.
"Há muitos líderes mundiais que declaram solidariedade à luta de Madiba pela liberdade, mas não toleram a dissidência da seu próprio povo", acrescentou Obama, que, assim como Mandela, também é o primeiro negro a governar seu país.
As relações entre Cuba e os Estados Unidos estão congeladas desde logo depois da Revolução de 1959, liderada por Fidel Castro, irmão de Raúl. Há mais de meio século Washington mantém um bloqueio econômico ao regime comunista de Havana.
(Reportagem adicional de Steve Holland)
http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/123544/Aperto-de-m%C3%A3o-hist%C3%B3rico-sob-a-b%C3%AAn%C3%A7%C3%A3o-de-Mandela.htm
Depois de 51 anos de embargo comercial e relações cortadas, presidentes dos Estados Unidos e de Cuba se encontram e apertam as mãos pela primeira vez; simbolismo do gesto, durante as cerimônias fúnebres de Nelson Mandela, significa a compreensão entre contrários; lutador e pacificador, líder sul-africano foi grande admirador da revolução cubana sem nutrir ódio pelos americanos; novo momento na relação entre os dois países pode ter sido iniciado no cumprimento entre Barack Obama e Raúl Castro
10 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 13:49
247 - Após mais de meio século de relações cortadas e embargo comercial, iniciado em 1962, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cumprimentou nesta terça-feira o presidente de Cuba, Raúl Castro, durante cerimônia em homenagem ao pacificador Nelson Mandela, no estádio Soccer City, em Johanesburgo, África do Sul.
Desde então, os dois chefes de Estado só tinham se encontrado na Assembleia-Geral da ONU, onde não têm o hábito de se cumprimentar. O simbolismo do gesto, presenciado pela presidente Dilma Rousseff, significa a compreensão entre contrários. O lutador e líder sul-africano foi grande admirador da revolução cubana, sem nutrir ódio pelos norte-americanos.
O novo momento na relação entre os dois países pode ter sido iniciado no cumprimento entre Barack Obama e Raúl Castro e sob a bênção de Nelson Mandela. Hoje, Obama, primeiro presidente negro dos EUA, foi ovacionado pelos sul-africanos ao se levantar para discursar, assim como Raúl Castro, cujo irmão, Fidel, foi grande amigo de Mandela.
No início dos anos 1970, Cuba, sob o comando de Fidel Castro, enviou soldados e tanques para apoiar o exército de Angola na luta contra rebeldes. A revolução angolana venceu e, da prisão, Mandela escreveu carta registrando que, a partir daquele momento, a luta na África do Sul havia obtido as condições para ser vitoriosa.
Leia abaixo reportagem da Reuters:
Obama e Raúl Castro trocam aperto de mãos no funeral de Mandela
Por Stella Mapenzauswa e David Dolan
Por Stella Mapenzauswa e David Dolan
JOHANESBURGO, 10 Dez (Reuters) - Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, trocaram um aperto de mãos nesta terça-feira durante a cerimônia póstuma em homenagem ao líder sul-africano Nelson Mandela, deixando de lado por alguns instantes um conflito que dura mais de meio século.
Seguindo o legado de conciliação deixado por Mandela, Raúl sorriu ao receber o cumprimento de Obama a caminho do palanque, onde o presidente norte-americano fez um inflamado discurso homenageando o primeiro presidente negro da África do Sul, que morreu na quinta-feira, aos 95 anos.
Dançando e cantando, dezenas de milhares de pessoas suportaram uma chuva torrencial de várias horas no estádio Soccer City, em Johanesburgo, enquanto cerca de 90 dignitários mundiais lotavam o palanque.
A multidão vibrou quando Obama assumiu seu assento, num forte contraste com a vaia destinada ao presidente sul-africano, Jacob Zuma, um líder marcado por escândalos, cuja fraqueza ficou ainda mais visível nesta semana de comparações com Mandela.
O polêmico líder do vizinho Zimbábue, Robert Mugabe, também foi muito aplaudido.
A presidente Dilma Rousseff, um dos seis chefes de Estado escolhidos para discursar na cerimônia, disse que a luta de Mandela pela liberdade e justiça transcendeu as fronteiras da África do Sul e inspirou a luta no Brasil e na América do Sul.
Em sua fala, Obama recriminou líderes que se apressaram em demonstrar solidariedade com a luta de Mandela contra a opressão e a injustiça, ao mesmo tempo em que não permitiam liberdades nos seus próprios países.
"Há muitos de nós que abraçamos alegremente o legado de reconciliação racial deixado por Madiba (nome de Mandela por seu clã), mas resistem apaixonadamente até mesmo a reformas modestas que desafiassem a pobreza crônica e a crescente desigualdade", afirmou.
"Há muitos líderes mundiais que declaram solidariedade à luta de Madiba pela liberdade, mas não toleram a dissidência da seu próprio povo", acrescentou Obama, que, assim como Mandela, também é o primeiro negro a governar seu país.
As relações entre Cuba e os Estados Unidos estão congeladas desde logo depois da Revolução de 1959, liderada por Fidel Castro, irmão de Raúl. Há mais de meio século Washington mantém um bloqueio econômico ao regime comunista de Havana.
(Reportagem adicional de Steve Holland)
http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/123544/Aperto-de-m%C3%A3o-hist%C3%B3rico-sob-a-b%C3%AAn%C3%A7%C3%A3o-de-Mandela.htm
DILMA: “MANDELA É MODELO PARA TODOS OS POVOS”
Ao discursar em cerimônia a Nelson Mandela, presidente Dilma Rousseff ressalta que o ex-presidente da África do Sul "deixou lições não só para seu querido continente africano, mas para todos aqueles que buscam a liberdade, a justiça e a paz no mundo"; muito aplaudida, a chefe de Estado disse que Mandela "inspirou a luta no Brasil e na América do Sul" e que "nós, nação brasileira, que trazemos com orgulho sangue africano em nossas veias, choramos e celebramos o exemplo desse grande líder, que faz parte do panteão da humanidade"
10 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 10:19
247 – Líder da luta contra o apartheid, Nelson Mandela foi hoje lembrado pela presidente Dilma Rousseff como um exemplo e referência a ser seguido por todos os povos. "Trago aqui o sentimento de profundo pesar do governo e do povo brasileiro e, tenho certeza, de toda a América do Sul pela morte desse grande líder, Nelson Mandela", começou Dilma, muito aplaudida na cerimônia de homenagem ao ex-presidente sul-africano no estádio Soccer City, em Johanesburgo.
"O combate de Mandela e do povo sul-africano transformou-se em um paradigma não só para este continente, mas para todos os povos que lutam pela justiça, liberdade e igualdade", continuou Dilma Rousseff, que levou condolências à viúva de Nelson Mandela, Graça Machel, e ao povo da África do Sul. Segundo ela, Mandela "teve seus olhos postos no futuro de seu país, de seu povo e de toda a África", ao mesmo tempo em que "inspirou a luta no Brasil e na América do Sul".
"Madiba, como carinhosamente vocês o chamavam, constitui exemplo e referência para todos nós, pela histórica paciência com que suportou o cárcere e o sofrimento, pela lúcida firmeza e determinação que revelou em seu combate vitorioso, pelo profundo compromisso com a justiça e pela paz, sobretudo por sua superioridade moral e ética", declarou a presidente. "Ele soube fazer da busca da verdade e do perdão os pilares da reconciliação nacional e da reconciliação da África do Sul. Devemos reverenciar essa manifestação suprema", acrescentou.
Emocionada, Dilma finalizou seu discurso ressaltando que Nelson Mandela "deixou lições não só para seu querido continente africano, mas para todos aqueles que buscam a liberdade, a justiça e a paz no mundo". E que "nós, nação brasileira, que trazemos com orgulho sangue africano em nossas veias, choramos e celebramos o exemplo desse grande líder que faz parte do panteão da humanidade". A presidente foi à cerimônia acompanhada de quatro ex-presidentes, Lula, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney.
Leia abaixo reportagem da Reuters sobre a cerimônia no estádio Soccer City:
Líderes se reúnem e milhares de sul-africanos cantam em despedida de Mandela
Por Stella Mapenzauswa e David Dolan
JOHANESBURGO, 10 Dez (Reuters) - Líderes do mundo todo, do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao cubano Raúl Castro, juntaram-se a milhares de sul-africanos para homenagear Nelson Mandela nesta terça-feira em uma cerimônia que vai celebrar o dom do ex-presidente de unir inimigos divididos política e racialmente.
Obama e o ex-presidente norte-americano George W. Bush, acompanhados das mulheres, desembarcaram na base aérea de Waterkloof, em Pretória, ao mesmo tempo em que sul-africanos dançavam sob chuva a caminho do estádio Soccer City, em Johanesburgo, onde será realizada a homenagem.
A presidente Dilma Rousseff, que viajou para a África do Sul ao lado dos ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, será uma das líderes a discursar no funeral, segundo a Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
Obama e Castro, cujos países são inimigos há mais de meio século, também estão entre os oradores do evento, que acontecerá no estádio onde Mandela, 23 anos atrás, foi exaltado por apoiadores após ser solto de uma prisão do apartheid.
Coincidindo com o Dia dos Direitos Humanos da ONU, o estádio com capacidade para 95 mil pessoas receberá o evento principal do funeral de Mandela, que morreu na quinta-feira, aos 95 anos.
Desde a morte de Mandela, Johanesburgo tem visto um clima nublado e chuvoso incomum para a época --um sinal, segundo as tradições africanas, da passagem de uma pessoa querida que está sendo recebida na vida após a morte por seus antepassados.
(Reportagem adicional de Steve Holland)
Ao discursar em cerimônia a Nelson Mandela, presidente Dilma Rousseff ressalta que o ex-presidente da África do Sul "deixou lições não só para seu querido continente africano, mas para todos aqueles que buscam a liberdade, a justiça e a paz no mundo"; muito aplaudida, a chefe de Estado disse que Mandela "inspirou a luta no Brasil e na América do Sul" e que "nós, nação brasileira, que trazemos com orgulho sangue africano em nossas veias, choramos e celebramos o exemplo desse grande líder, que faz parte do panteão da humanidade"
10 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 10:19
247 – Líder da luta contra o apartheid, Nelson Mandela foi hoje lembrado pela presidente Dilma Rousseff como um exemplo e referência a ser seguido por todos os povos. "Trago aqui o sentimento de profundo pesar do governo e do povo brasileiro e, tenho certeza, de toda a América do Sul pela morte desse grande líder, Nelson Mandela", começou Dilma, muito aplaudida na cerimônia de homenagem ao ex-presidente sul-africano no estádio Soccer City, em Johanesburgo.
"O combate de Mandela e do povo sul-africano transformou-se em um paradigma não só para este continente, mas para todos os povos que lutam pela justiça, liberdade e igualdade", continuou Dilma Rousseff, que levou condolências à viúva de Nelson Mandela, Graça Machel, e ao povo da África do Sul. Segundo ela, Mandela "teve seus olhos postos no futuro de seu país, de seu povo e de toda a África", ao mesmo tempo em que "inspirou a luta no Brasil e na América do Sul".
"Madiba, como carinhosamente vocês o chamavam, constitui exemplo e referência para todos nós, pela histórica paciência com que suportou o cárcere e o sofrimento, pela lúcida firmeza e determinação que revelou em seu combate vitorioso, pelo profundo compromisso com a justiça e pela paz, sobretudo por sua superioridade moral e ética", declarou a presidente. "Ele soube fazer da busca da verdade e do perdão os pilares da reconciliação nacional e da reconciliação da África do Sul. Devemos reverenciar essa manifestação suprema", acrescentou.
Emocionada, Dilma finalizou seu discurso ressaltando que Nelson Mandela "deixou lições não só para seu querido continente africano, mas para todos aqueles que buscam a liberdade, a justiça e a paz no mundo". E que "nós, nação brasileira, que trazemos com orgulho sangue africano em nossas veias, choramos e celebramos o exemplo desse grande líder que faz parte do panteão da humanidade". A presidente foi à cerimônia acompanhada de quatro ex-presidentes, Lula, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney.
Leia abaixo reportagem da Reuters sobre a cerimônia no estádio Soccer City:
Líderes se reúnem e milhares de sul-africanos cantam em despedida de Mandela
Por Stella Mapenzauswa e David Dolan
Por Stella Mapenzauswa e David Dolan
JOHANESBURGO, 10 Dez (Reuters) - Líderes do mundo todo, do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao cubano Raúl Castro, juntaram-se a milhares de sul-africanos para homenagear Nelson Mandela nesta terça-feira em uma cerimônia que vai celebrar o dom do ex-presidente de unir inimigos divididos política e racialmente.
Obama e o ex-presidente norte-americano George W. Bush, acompanhados das mulheres, desembarcaram na base aérea de Waterkloof, em Pretória, ao mesmo tempo em que sul-africanos dançavam sob chuva a caminho do estádio Soccer City, em Johanesburgo, onde será realizada a homenagem.
A presidente Dilma Rousseff, que viajou para a África do Sul ao lado dos ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, será uma das líderes a discursar no funeral, segundo a Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
Obama e Castro, cujos países são inimigos há mais de meio século, também estão entre os oradores do evento, que acontecerá no estádio onde Mandela, 23 anos atrás, foi exaltado por apoiadores após ser solto de uma prisão do apartheid.
Coincidindo com o Dia dos Direitos Humanos da ONU, o estádio com capacidade para 95 mil pessoas receberá o evento principal do funeral de Mandela, que morreu na quinta-feira, aos 95 anos.
Desde a morte de Mandela, Johanesburgo tem visto um clima nublado e chuvoso incomum para a época --um sinal, segundo as tradições africanas, da passagem de uma pessoa querida que está sendo recebida na vida após a morte por seus antepassados.
(Reportagem adicional de Steve Holland)
OBAMA EXALTA MANDELA COMO "UM GIGANTE DA JUSTIÇA"
Presidente dos Estados Unidos manda recado, durante discurso em Johanesburgo em homenagem a Nelson Mandela, aos muitos líderes do mundo que alegaram solidariedade com a luta do ex-presidente sul-africano pela liberdade, "mas não toleram a dissidência de seu próprio povo"; "Embora eu me sinta sempre abaixo do exemplo de Mandela, ele me faz querer ser um homem melhor", disse Barack Obama
10 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 10:41
247, com Reuters - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exaltou Nelson Mandela como "um gigante da justiça" nesta terça-feira, e disse que muitos líderes do mundo alegaram solidariedade com a luta do ex-presidente sul-africano pela liberdade, "mas não toleram a dissidência de seu próprio povo".
Em discurso na cerimônia de homenagem a Mandela em um estádio de Johanesburgo, Obama fez a declaração diante de vários líderes, incluindo o vice-presidente chinês, Li Yuanchao, o presidente cubano, Raúl Castro, e o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe.
"Embora eu me sinta sempre abaixo do exemplo de Mandela, ele me faz querer ser um homem melhor", discursou ainda Barack Obama. "Deixemo-nos buscar por sua força, sua grandeza de espírito, em algum lugar dentro de nós. E quanto a noite estiver escura, quando a injustiça pese sobre nossos corações, pensemos em Madiba", acrescentou o presidente americano.
Mandela, um dos maiores pacificadores do mundo, morreu na quinta-feira, aos 95 anos.
(Reportagem de Ed Cropley e Pascal Fletcher)
Presidente dos Estados Unidos manda recado, durante discurso em Johanesburgo em homenagem a Nelson Mandela, aos muitos líderes do mundo que alegaram solidariedade com a luta do ex-presidente sul-africano pela liberdade, "mas não toleram a dissidência de seu próprio povo"; "Embora eu me sinta sempre abaixo do exemplo de Mandela, ele me faz querer ser um homem melhor", disse Barack Obama
10 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 10:41
247, com Reuters - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exaltou Nelson Mandela como "um gigante da justiça" nesta terça-feira, e disse que muitos líderes do mundo alegaram solidariedade com a luta do ex-presidente sul-africano pela liberdade, "mas não toleram a dissidência de seu próprio povo".
Em discurso na cerimônia de homenagem a Mandela em um estádio de Johanesburgo, Obama fez a declaração diante de vários líderes, incluindo o vice-presidente chinês, Li Yuanchao, o presidente cubano, Raúl Castro, e o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe.
"Embora eu me sinta sempre abaixo do exemplo de Mandela, ele me faz querer ser um homem melhor", discursou ainda Barack Obama. "Deixemo-nos buscar por sua força, sua grandeza de espírito, em algum lugar dentro de nós. E quanto a noite estiver escura, quando a injustiça pese sobre nossos corações, pensemos em Madiba", acrescentou o presidente americano.
Mandela, um dos maiores pacificadores do mundo, morreu na quinta-feira, aos 95 anos.
(Reportagem de Ed Cropley e Pascal Fletcher)
BAN KI-MOON DIZ QUE MANDELA LIDEROU PELO EXEMPLO
"Mandela liderava dando exemplo. Ele odiava o ódio. E tinha um coração maior do que este estádio", discursou o secretário-geral da ONU em cerimônia no Soccer City, em Johanesburgo
10 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 14:38
Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse hoje (10) na cerimônia de tributo a Nelson Mandela em Joanesburgo, na África do Sul, que o ex-presidente liderava pelo exemplo. Ban Ki-moon, ao lado dos presidentes do Brasil, Dilma Rousseff e dos Estados Unidos, Barack Obama foi um dos primeiros a discursar em homenagem a Mandela.
"Mandela liderava dando exemplo. Ele odiava o ódio. E tinha um coração maior do que este estádio", disse o secretário-geral.
Para ele o "pai da nação arco-íris" foi um dos grandes exemplos da história que lutou pela justiça e por um mundo melhor. "A ONU esteve sempre ao lado de Mandela na luta contra o apartheid", observou Ban Ki-moon.
A presidenta Dilma Rousseff ao discursar na cerimônia em homenagem a Nelson Mandela, disse que ele foi a maior personalidade do século 20. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acrescentou que Mandela foi um "gigante da história".
Espera-se que o evento de hoje seja um dos maiores da história em relação ao número de chefes de Estado e de Governo presentes. De acordo com o governo sul-africano foi confirmada a presença de 90 representantes.
"Mandela liderava dando exemplo. Ele odiava o ódio. E tinha um coração maior do que este estádio", discursou o secretário-geral da ONU em cerimônia no Soccer City, em Johanesburgo
10 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 14:38
Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse hoje (10) na cerimônia de tributo a Nelson Mandela em Joanesburgo, na África do Sul, que o ex-presidente liderava pelo exemplo. Ban Ki-moon, ao lado dos presidentes do Brasil, Dilma Rousseff e dos Estados Unidos, Barack Obama foi um dos primeiros a discursar em homenagem a Mandela.
"Mandela liderava dando exemplo. Ele odiava o ódio. E tinha um coração maior do que este estádio", disse o secretário-geral.
Para ele o "pai da nação arco-íris" foi um dos grandes exemplos da história que lutou pela justiça e por um mundo melhor. "A ONU esteve sempre ao lado de Mandela na luta contra o apartheid", observou Ban Ki-moon.
A presidenta Dilma Rousseff ao discursar na cerimônia em homenagem a Nelson Mandela, disse que ele foi a maior personalidade do século 20. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acrescentou que Mandela foi um "gigante da história".
Espera-se que o evento de hoje seja um dos maiores da história em relação ao número de chefes de Estado e de Governo presentes. De acordo com o governo sul-africano foi confirmada a presença de 90 representantes.
SERIA LULA O NOSSO MANDELA?
LULA MIRANDA
Assim como Mandela na África do Sul, guardadas as devidas proporções e especificidades próprias a cada nação, Lula foi responsável pelo começo do fim do apartheid sócio-econômico que imperava no Brasil
Tenho consciência plena de que tem gente que é chegada num exagero e diz que "Lula é Deus". Outros, dentre estes até alguns intelectuais notáveis e respeitáveis, falam em um suposto "lulismo". Discordo de ambas as formulações, mas é forçoso reconhecer, preconceitos de classe e paixões partidárias à parte, a importância histórica de Lula para o Brasil e a sua relevância, respeitabilidade e reconhecimento no cenário internacional – onde suplantou até o "príncipe dos sociólogos" do nosso paroquial mundo acadêmico, Fernando Henrique Cardoso. Mas seria Lula comparável a Nelson Mandela?
Concordo, ao menos em parte, com a avaliação de alguns esquerdistas mais radicais de que Lula serviu como uma espécie de "pelego" que diminuiu, suavizou o atrito entre as classes dominantes e as classes desfavorecidas no país. A eleição de Lula, em verdade, sejamos honestos, e foi providencial que tenha se dado naquele momento e dessa maneira, impediu uma convulsão social e a ruína do país, depois de um final de governo catastrófico dos tucanos – esse episódio já está escrito nas páginas da história e é fato irrefutável.
Lula, líder político que possui um carisma singularíssimo, a exemplo de Mandela, surgiu então como uma espécie de fiador, de "fiel da balança", promovendo na prática, talvez de modo um tanto "precário", "improvisado" ou "inesperado", o tão sonhado "pacto social". O povo brasileiro depositou em um de seus iguais, não na sua elite governante, a crença de que a esperança poderia vencer o medo. E de fato venceu.
Lula, o líder operário que se tornara presidente da República, conseguiu tal "proeza", jamais alcançada, de unir a nação numa mesma caminhada, na esteira da força da sua credibilidade e de seu incomensurável carisma, com o suporte providencial/essencial do partido dos trabalhadores (já, a essa altura, espalhando fortes raízes na sociedade), de alguns outros partidos de esquerda (como o PCdoB), dos sindicatos, dos movimentos sociais, de setores mais progressistas da Igreja Católica, de uma militância fervorosa e, sobretudo, de uma nova onda revolucionária de comunicação alternativa chamada "blogosfera".
Assim como Mandela na África do Sul, guardadas as devidas proporções e especificidades próprias a cada nação, Luiz Inácio Lula da Silva foi responsável pelo começo do fim do apartheid sócio-econômico que imperava no Brasil. Por aqui, além da discriminação contra os negros, ora velada ora ostensiva, sempre houve a segregação entre ricos e pobres – esta sim, ostensiva e infame, e, por incrível que pareça, tida como "natural".
Os pobres no Brasil, antes de Lula, dificilmente conseguiam cursar uma faculdade, viajar de avião, comprar carro "zero km" e até mesmo simples eletrodomésticos e aparelhos eletroeletrônicos, ou frequentar restaurantes e se hospedar em hotéis em que só os membros das classes médias e altas frequentavam.
É certo que para além da ignorância, inveja e/ou ignomínia de alguns poucos, Lula também, tal qual o inesquecível "Madiba" pelo povo africano, é amado e celebrado pelo povo brasileiro. Deve ser sim também criticado [pois não é "Deus"], mas deve ser, sobretudo, respeitado como um grande líder que é, cuja liderança e valor extrapolam os limites territoriais do nosso país e da América Latina.
E é bom que continue assim. E que saibamos preservar e valorizar esse "nosso" patrimônio – pois, caro a tudo que é humano, já nem é somente nosso, em verdade já pertence à humanidade.
E que Lula prossiga, ainda por muitos anos, prestando relevantes serviços ao Brasil e ao mundo, no combate das desigualdades sociais e da fome.
Até mesmo, que fique o registro para os mais "radicais" e, por mais paradoxal que possa parecer, para os mais conservadores ou reacionários, para a paz e tranquilidade de nossas elites. Pois assim estas poderão prosseguir cedendo alguns poucos dos seus reluzentes anéis para que não percam os dedos.
O meu temor, confesso-lhes, deve-se ao fato de que nem mesmo esses singelos anéis parte da nossa elite inescrupulosa quer ceder. Talvez ainda não tenha se dado conta de que pode de fato vir a perder os dedos.
Como, aliás, por estranha ironia e numa metáfora de gosto duvidoso, deveria lhes ensinar, não apenas a mão espalmada, mas toda a trajetória, do ex-torneiro mecânico, migrante nordestino, que finalmente ajudou a colocar esse país no rumo certo.
Rumo este que alguns tentam, todo o tempo, e de todas as maneiras, desviar.
Afinal, Lula é ou não o nosso Mandela?