CARVALHO: HÁ "DIRIGISMO" DA MÍDIA CONTRA DIRCEU
Ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, critica a imprensa por sempre tratar as notícias negativas contra o PT com mais ênfase do que as que falam do PSDB; "o famoso cartel que ocorre em São Paulo, porque que o enfoque tá sendo muito mais contra os acusadores? É muito impressionante esse tipo de foco, quando, na verdade o montante de prejuízo público no caso de São Paulo é infinitamente maior para o povo, para o público brasileiro, do que saber se esse hotel tem sede ou não tem no Panamá, se vai pagar tanto, se não vai pagar tanto", disse
6 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 21:31
247 - "O que me impressiona muito é um certo dirigismo que há em certo tipo de reportagem em detrimento de outros temas muito importantes. Por exemplo, o famoso cartel que ocorre em São Paulo, porque que o enfoque tá sendo muito mais contra os acusadores? É muito impressionante esse tipo de foco, quando, na verdade o montante de prejuízo público no caso de São Paulo é infinitamente maior para o povo, para o público brasileiro, do que saber se esse hotel tem sede ou não tem no Panamá, se vai pagar tanto, se não vai pagar tanto".
A declaração é do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, dada nesta sexta-feira (6), sobre o que ele considera como uma falha da mídia ao sempre tratar as notícias negativas contra o PT com mais ênfase do que as que falam do PSDB. Segundo ele, o caso de cartel no metrô de São Paulo e o suposto pagamento de propina envolvendo a empresa Siemens e autoridades do governo de São Paulo é muito mais grave do que o fato de o petista José Dirceu, condenado na Ação Penal 470, ter sido convidado para trabalhar em um hotel de Brasília por R$ 20 mil mensais e esse hotel estar em nome de um laranja no Panamá.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/123248/Carvalho-h%C3%A1-dirigismo-da-m%C3%ADdia-contra-Dirceu.htm
GENOINO AO STF: "LAUDO MÉDICO CAUSA PERPLEXIDADE"
Defesa do ex-deputado federal José Genoino (PT), condenado na Ação Penal 470, enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal criticando o laudo médico que não vê necessidade de prisão domiciliar para o político; "incongruente, para dizer o mínimo, apontar uma série de restrições físicas, inclusive de caráter perene, e concluir, de maneira simplista, e repita-se, sem ao menos uma visita ao presídio, que o paciente pode aguentar as agruras do cárcere, sem comprometimento de sua delicada situação de saúde, sem risco real e efetivo a sua integridade física e a sua própria vida", diz
6 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 20:38
247 - A defesa do ex-deputado federal José Genoino (PT) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (6) um parecer em que rebate o laudo feito pela junta de médicos da Universidade de Brasília (UnB), que não viu necessidade dele cumprir a pena em regime domiciliar. "Causou perplexidade os médicos não considerarem "imprescindível a permanência domiciliar fixa de Genoino", afirma o documento da defesa do petista condenado na Ação Penal 470.
O advogado Luiz Fernando Pacheco, que representa o petista, classifica a conclusão do laudo, realizado a pedido do STF, de "temerária", uma vez que os peritos não visitaram as instalações carcerárias onde Genoino cumpria pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
"Incongruente, para dizer o mínimo, apontar uma série de restrições físicas, inclusive de caráter perene, e concluir, de maneira simplista, e repita-se, sem ao menos uma visita ao presídio, que o paciente pode aguentar as agruras do cárcere, sem comprometimento de sua delicada situação de saúde, sem risco real e efetivo a sua integridade física e a sua própria vida", diz no documento.
O parecer da junta médica servirá de base para o presidente do STF e relator da ação, ministro Joaquim Barbosa, tomar sua decisão sobre como se dará a aplicação da pena contra Genoino - se e regime domiciliar ou na prisão. A defesa argumenta ainda que a perícia médica foi realizada três dias após Genoino estar internado e com a "saúde um pouco mais controlada e estabilizada". E ressalta a "prudente, ponderada e sobretudo justa" manifestação do procurador-geral da República pela permanência de Genoino por mais 90 dias em regime domiciliar para ser reavaliado ao final desse prazo.
O advogado classifica a situação carcerária do país de "medieval" e observa que "desgraçadamente (...) presos seriamente enfermos morrem sem ter reconhecido seu direito" de prisão domiciliar. E acrescenta que isso acontece por conta da falta de estrutura das Varas de Execução, que o defensor classifica de "verdadeira máquina de moer carne".
Abaixo matéria da Agência Brasil:
Defesa de Genoino diz que laudo médico “é incongruente”
André Richter
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A defesa do ex-deputado José Genoino disse hoje (6) que é incongruente o laudo médico que concluiu que ele não é portador de cardiopatia grave. A manifestação foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido do presidente da Corte, Joaquim Barbosa.
Com base no documento, Barbosa vai decidir se Genoino, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, permanecerá em prisão domiciliar temporária ou voltará para o Presídio da Papuda, na capital federal.
Na petição, a defesa reforçou o pedido para que Genoino cumpra prisão domiciliar e considerou ‘temerária” a conclusão dos médicos, por entender que os profissionais não visitaram as instalações da Papuda, onde ele estava preso antes de conseguir a prisão domiciliar temporária.
“[É] incongruente, para dizer o mínimo, apontar uma série de restrições físicas, uma série de cuidados especiais, um sem número de salvaguardas, inclusive de caráter perene, e, concluir,de maneira simplista e, repita-se, sem ao menos uma visita ao presídio, que o paciente pode aguardar as agruras do cárcere, sem comprometimento de sua delicada situação de saúde, sem risco real e efetivo a sua integridade física e a sua própria vida", disse a defesa de Genoino.
No laudo de oito páginas enviado ao STF, a junta médica descreve os problemas de saúde de Genoino e afirma que não é necessário tratamento domiciliar. Os médicos afirmam que ele deve receber acompanhamento médico periódico. De acordo com o laudo, o ex-deputado está com “condição patológica tratada e resolvida."
No documento, os peritos informam que Genoino é portador de hipertensão “leve e moderada”, que é controlada por medicação. Os médicos recomendam dieta hipossódica e prática de atividade física moderada, mas concluem que não é imprescindível a “permanência domiciliar fixa do paciente”.
EM ENTREVISTA, ADVOGADO REITERA INOCÊNCIA DE DIRCEU
O advogado paulista José Luis de Oliveira Lima, defensor do ex-ministro chefe ad Casa Civil, José Dirceu (PT), na Ação Penal 470 – conhecida como “Mensalão” – participou de uma entrevista no programa “Ponto a Ponto”, que vai ao ar no próximo sábado, pela Band. No programa, Lima, reitera a inocência de Dirceu e afirma que não existem provas da compra de votos de parlamentares e que não existem impedimentos legais para que seu cliente aceitasse a oferta de trabalho feita por um hotel de Brasília
6 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 18:25
247 - O advogado paulista José Luis de Oliveira Lima, defensor do ex-ministro José Dirceu (PT) na Ação Penal 470 – conhecida como “Mensalão” – participou de uma entrevista no programa “Ponto a Ponto”, que vai ao ar no próximo sábado (7), às 23h (horário de Brasília), pela Band. No programa, que possui o tema “Democracia no Brasil”, os apresentadores Mônica Bergamo e Antônio Lavareda conversaram com o advogado acerca de suas impressões sobre o julgamento da Ação Penal 470, mais conhecido como escândalo do mensalão, considerado o caso político mais famoso da história brasileira. Lima, reiterou a inocência de Dirceu e afirma que não existem provas da compra de votos de parlamentares e que não existem impedimentos legais para que seu cliente aceitasse a oferta de trabalho feita por um hotel de Brasília.
Durante a entrevista, o advogado reafirmou a inocência de Dirceu, afirmando a inexistência de provas acerca da acusação de compra de votos parlamentares. “Jamais existiu essa alegada compra de voto dos parlamentares. Não há prova, elemento ou circunstância que incrimine o ex-ministro”, afirmou Oliveira, acrescentando que o Ministério Público (MP) não comprovou as acusações levantadas simplesmente devido à falta de veracidade nas alegações.
O advogado também alegou que a defesa dos acusados seguiu a constituição até o fim, ao contrário do MP, “que se apoiou em provas extrajudiciais, em sessões tumultuadas de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), em artigos de colunistas respeitados e em músicas de Chico Buarque”.
Oliveira também argumentou que a proposta de emprego aceita por Dirceu no Hotel St. Peter, em Brasília, é cabível dentro da lei. “Não existe qualquer impedimento legal para que ele tenha esse emprego ou qualquer outro”, afirmou o advogado. “O problema é que todas as decisões da Justiça que envolvem Dirceu me deixam com extrema cautela, quando não pessimista. Mas isso não quer dizer que ele não tenha esse direito”, reforçou o entrevistado.
O ex-ministro chefe da Casa Civil havia recebido oferta de emprego para trabalhar no hotel no posto de gerente administrativo, com um salário de R$ 20 mil . Entretanto, após reportagens exibidas durante o “Jornal Nacional”, da Rede Globo, contendo denúncias contra o estabelecimento, Dirceu preferiu declinar da proposta, alegando estar sendo vítima de um “linchamento midiático” e assegurando que o caso não envolvia as mais de 400 pessoas que trabalham no local.
Dirceu foi acusado de ser o chefe de um “núcleo político” que pagaria propinas a parlamentares, para que estes votassem favoravelmente em projetos criados pela base do governo. O caso foi amplamente divulgado pelos em veículos de comunicação de massa e recebeu o nome de “mensalão”, ganhando grande apelo popular a partir da disseminação das denúncias realizada pela mídia em detrimento de outros escândalos, como o denominado “Trensalão Tucano”.
MANDELA, NO BRASIL, HOJE ESTARIA PRESO
O maior líder moral do século XX foi também um político pragmático, que nunca se desviou de seus fins
Da vida de Nelson Mandela muito se sabe sobre dois períodos marcantes de sua trajetória: os 27 anos de prisão na Robben Island, onde ficou confinado num cárcere de quatro metros quadrados, entre 1964 e 1990, e o governo marcado pela conciliação com os brancos, entre 1994 e 1999. Menos conhecida, no entanto, é a sua atividade política anterior à eleição histórica, que levou o primeiro negro ao poder na África do Sul.
Entre a prisão e o poder, Mandela foi também um líder político pragmático, que jamais se desviou de seus fins. E que buscou os meios necessários para atingi-los. Um dos principais aliados (leia-se doador de recursos) foi o príncipe Bandar, da Árabia Saudita. Outro, o ex-ditador líbio Muamar Kadafi. Graças a eles, Mandela teve condições de organizar seu partido, o Congresso Nacional Africano, e, assim, chegar ao comando de sua nação, onde a maioria do povo era segregada e oprimida de forma infame pelos colonizadores ingleses.
Entre a prisão e o poder, Mandela foi também um líder político pragmático, que jamais se desviou de seus fins. E que buscou os meios necessários para atingi-los. Um dos principais aliados (leia-se doador de recursos) foi o príncipe Bandar, da Árabia Saudita. Outro, o ex-ditador líbio Muamar Kadafi. Graças a eles, Mandela teve condições de organizar seu partido, o Congresso Nacional Africano, e, assim, chegar ao comando de sua nação, onde a maioria do povo era segregada e oprimida de forma infame pelos colonizadores ingleses.
Em 1964, antes de ser condenado à prisão perpétua por “terrorismo”, Mandela falou sobre seu sonho. “Durante a minha vida, dediquei-me a esta luta do povo africano. Lutei contra a dominação branca, lutei contra a dominação negra. Acalentei o sonho de uma sociedade livre e democrática na qual as pessoas vivam juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal para o qual espero viver e realizar. Mas, se for preciso, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer.” Quando deixou a prisão, amparado pela multidão que o aguardava, “Madiba” se viu compelido pela história a liderar toda uma nação.
No Brasil, o único líder político que, guardadas as proporções, pode ser comparado a Nelson Mandela é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim como o sul-africano combateu o apartheid racial, Lula se dedicou a enfrentar o chamado apartheid social. Mas também de modo conciliador. Foi capaz de liderar um processo inédito de distribuição de renda e de inclusão na história do País, sem gerar rupturas com a elite. O bolo foi repartido e os ricos se tornaram ainda mais ricos.
No entanto, os pragmáticos que lutaram para que o primeiro trabalhador chegasse à presidência de uma nação continental como o Brasil hoje estão encarcerados e se veem como presos políticos. Do lado de fora da Papuda, na elite ressentida, há os que sonham até com a eventual prisão de Lula, pois ele, na visão dos adversários, seria o verdadeiro “chefe da quadrilha”. Em nota oficial, o algoz do PT, Joaquim Barbosa, disse que Mandela “dá esperança a todas as vítimas de injustiça em qualquer parte do mundo”. Aos que se sentem injustiçados por ele, resta o consolo de “Madiba”: “Podem nos tirar tudo, menos nossa alma e nosso coração”.
No Brasil, o único líder político que, guardadas as proporções, pode ser comparado a Nelson Mandela é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim como o sul-africano combateu o apartheid racial, Lula se dedicou a enfrentar o chamado apartheid social. Mas também de modo conciliador. Foi capaz de liderar um processo inédito de distribuição de renda e de inclusão na história do País, sem gerar rupturas com a elite. O bolo foi repartido e os ricos se tornaram ainda mais ricos.
No entanto, os pragmáticos que lutaram para que o primeiro trabalhador chegasse à presidência de uma nação continental como o Brasil hoje estão encarcerados e se veem como presos políticos. Do lado de fora da Papuda, na elite ressentida, há os que sonham até com a eventual prisão de Lula, pois ele, na visão dos adversários, seria o verdadeiro “chefe da quadrilha”. Em nota oficial, o algoz do PT, Joaquim Barbosa, disse que Mandela “dá esperança a todas as vítimas de injustiça em qualquer parte do mundo”. Aos que se sentem injustiçados por ele, resta o consolo de “Madiba”: “Podem nos tirar tudo, menos nossa alma e nosso coração”.