REAJUSTE DÁ MAIOR PODER DE COMPRA DESDE 1979
Dieese afirma que valor de R$ 724 do salário mínimo, válido a partir de janeiro, injetará R$ 28,4 bilhões na economia e garantirá retomada do rendimento que trabalhador tinha em 1983, com ganho de 72,35% em uma década
27 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 07:08
por Redação Rede Brasil Atual
São Paulo – O novo valor do salário mínimo, R$ 724, garantirá ao trabalhador o maior poder de compra desde 1979. A quantidade de 2,23 cestas básicas que podem ser compradas com o salário reajustado é a melhor já registrada pelo Dieese, que emitiu hoje (26) nota técnica calculando o impacto da valorização na economia brasileira.
São Paulo – O novo valor do salário mínimo, R$ 724, garantirá ao trabalhador o maior poder de compra desde 1979. A quantidade de 2,23 cestas básicas que podem ser compradas com o salário reajustado é a melhor já registrada pelo Dieese, que emitiu hoje (26) nota técnica calculando o impacto da valorização na economia brasileira.
O aumento de R$ 46 garante uma média melhor que o recorde anterior, de 2012, quando o mínimo conseguia comprar 2,13 cestas básicas, é mais que o dobro da média registrada em 1995, de 1,02, e representa um avanço de 61% no poder de compra desde 2003. Apesar da constante elevação nos últimos anos, só em 2014 os trabalhadores vão recuperar o poder de compra que tinham em 1983. Entre 1984 e 2002, segundo o Dieese, houve uma oscilação que resultou em perda na força de consumo.
Em linhas gerais, o levantamento reafirma a conclusão de anos anteriores: a política de valorização do mínimo, firmada pelo governo Lula (PT) em 2005 a pedido das centrais sindicais, tem assegurado um avanço significativo em termos de aumento da renda média do trabalhador brasileiro. Desde então o reajuste se dá pela soma do crescimento de dois anos antes com a inflação do ano anterior ao reajuste – fórmula garantida pelo governo até 2023. O mínimo de R$ 724 em 2014 é fruto de um reajuste de 6,78%, resultado variação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, 1,03%, e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor de 2013, estimado em 5,54%.
Em 2002, fim do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o mínimo valia R$ 200. De lá para cá houve um aumento real de 72,35%, frente a um reajuste nominal de 262% (sem descontar a inflação). O ano de maior aumento real foi 2006, justamente o primeiro após a nova política de valorização do mínimo, com avanço de 13,04%. Desta vez, o reajuste será bem menos significativo, 1,18%, segundo resultado mais baixo em governos do PT – superado por 2011, quando o ganho foi de 0,37%.
Em termos de impacto global, o mínimo será reajustado para 48 milhões de pessoas. A maior fatia, 21,4 milhões, é formada por beneficiários da Previdência Social, que sofrerá um impacto de R$ 22,8 bilhões. Em seguida vêm os empregados, 14,3 milhões, e os trabalhadores por conta própria, 8 milhões.
Com isso, entrarão na economia ao longo do ano R$ 28,4 bilhões. Se o governo perde de um lado, com o aumento dos investimentos previdenciários, por outro pode ganhar R$ 13,9 bilhões com o incremento da arrecadação tributária garantida pelo aumento do consumo.
CORTE NA CONTA DE LUZ FOI DESTAQUE EM 2013
Em janeiro de 2013, começou a vigorar a redução média de 20% das tarifas de energia elétrica, por determinação da presidente Dilma; em evento recente, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o governo vai continuar buscando a modicidade tarifária e a manutenção da redução dos 20% nas tarifas
26 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 21:57
Sabrina Craide e Pedro Peduzzi
Repórteres da Agência Brasil
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Em janeiro de 2013, começou a vigorar a redução média de 20% das tarifas de energia elétrica, por determinação do governo federal. Inicialmente, o governo tinha anunciado que as perdas das distribuidoras com a redução das tarifas seriam cobertas com repasses da Hidrelétrica de Itaipu, mas depois foi anunciado que seriam transferidos recursos da União para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), usada para compensar a redução das tarifas.
O governo, entretanto, ainda não definiu se o Tesouro continuará transferindo recursos para a CDE nos próximos anos. Em evento recente, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o governo vai continuar buscando a modicidade tarifária e a manutenção da redução dos 20% nas tarifas. Ele não respondeu diretamente sobre aportes do Tesouro na CDE.
“O modelo energético brasileiro contempla princípio da modicidade tarifária. Estamos sempre perseguindo esse vetor. A modicidade tarifária é um deles, mais importante. Houve a redução de 20% em média, que foi permanente, se mantém e se manterá”, garantiu.
O governo também adiou para 2015 o início da implantação do sistema das bandeiras tarifárias, que vai alertar os consumidores quando o preço da energia fica mais caro, por causa do uso de termelétricas. Atualmente, esse custo é repassado uma vez por ano, quando é calculado o reajuste anual das distribuidoras. Questionado se o governo pensa em ajudar as distribuidoras, Lobão disse que a questão ainda não está definida. “Se for necessário, sim. Em cada momento, vamos tomar as decisões”, disse.
Para a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), em 2014 o Tesouro Nacional terá de fazer aporte similar ao feito em 2013, de R$ 9,6 bilhões, para evitar que o consumidor arque com um reajuste até 13 pontos percentuais acima do que será autorizado para 2014. O reajuste anual da tarifa tem como base o índice de inflação (cerca de 6%, em 2013), os custos operacionais do serviço e a compra de energia vinculada a contratos já existentes.
Segundo a entidade, o cenário de impacto financeiro para 2014, influenciado pelos resultados do leilão do tipo A-1 feito no último dia 17 de dezembro, e pela não implementação do sistema de bandeiras tarifárias, pode causar efeitos no plano de investimentos das distribuidoras de energia, podendo comprometer o cumprimento no prazo, das obrigações contratuais do setor.
No leilão de geração A-1 (quando a energia contratada deve ser entregue a partir de um ano da assinatura do contrato) foram contratados 2.571 megawatts (MW) médios, cobrindo apenas 40% das necessidades das distribuidoras, o que pode exigir a compra de energia no mercado livre, a preços mais altos. Além disso, o sistema de bandeiras tarifárias permitiria repasses imediatos para o consumidor, dos aumentos do custo de energia para as empresas.
Para o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, os principais desafios no setor elétrico estão relacionados a projetos de transmissão e a pendências relacionadas ao processo da renovação das concessões, iniciado no ano passado. “Há valores de indenização de ativos pendentes e faltam regras para autorizar e remunerar investimentos feitos pelas empresas em melhorias e modernizações de instalações, ações que são fundamentais para manter a qualidade no fornecimento de energia elétrica”, disse o dirigente.
Em agosto de 2013, o governo enfrentou um grande blecaute, que atingiu quase toda a Região Nordeste. Depois de análise de técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi informado que o desabastecimento foi ocasionado por uma queimada que resultou no desligamento automático de duas linhas de transmissão que interligam os sistemas Sudeste/Centro-Oeste com o Nordeste. Segundo a Aneel, a vegetação no local estava com porte inadequado, o que caracterizou falta de limpeza da faixa.
Depois do blecaute, o governo decidiu acionar as termelétricas a carvão, gás e óleo no Nordeste para garantir a segurança elétrica na região. A Aneel também determinou que todas as concessionárias de transmissão de energia façam a limpeza de vegetação da área onde estão as linhas de transmissão, para evitar queimadas de grandes proporções, como a que provocou um blecaute na Região Nordeste.
http://www.brasil247.com/pt/247/economia/125145/Corte-na-conta-de-luz-foi-destaque-em-2013.htm