247 - Depois da decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, que impediu a criação de uma CPI para investigar escândalos de corrupção na Petrobras, mas também no metrô de São Paulo e no porto de Suape, o Congresso Nacional reagiu e está pronto para dar início aos trabalhos de duas comissões. Uma investigará negócios da Petrobras e terá como alvo maior o PT. Outra, focada no escândalo Alstom-Siemens, irá mirar governos tucanos em São Paulo.
A estratégia contou com a participação decisiva do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que adiou a abertura da CPI da Petrobras até que estivesse tudo pronto para a instalação também da CPI do Metrô. Liderados pelo PT, os governistas conseguiram apoio de 191 deputados e 32 senadores para a CPMI do Metrô, quando eram necessárias 171 e 27 assinaturas.
A criação dessas duas CPIs foi defendida pelo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). "Já que a oposição que fazer palanque político para discutir possíveis desvios de recursos públicos, por que não discutir os desvios que aconteceram ou possivelmente tenham acontecido no Metrô de São Paulo?", questionou.
Entre os tucanos, apenas o presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG) assinou a proposta de CPI, como havia prometido. "A base aliada tem toda legitimidade para fazê-lo. Lamento até que venha com enorme atraso. Se essas denúncias que estão aí há anos circulando incomodassem realmente o PT, já poderia ter feito isso", afirmou.
A CPI da Petrobras também promete dar muito trabalho à presidente Dilma Rousseff. Um dos integrantes da comissão mista será o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Nosso discurso não será nem de explodir nem defender o governo, mas de investigar", afirmou.