A DESMORALIZAÇÃO DOS PITBULLS DA GRANDE MÍDIA
ALBERTO CANTALICE
O subproduto dos pitbulls do conservadorismo teve seu ápice nos xingamentos torpes e vergonhosos à presidenta Dilma na abertura da copa, na Arena Corinthians. Verdadeiro gol contra
Três vezes derrotados nos pleitos presidenciais, por Lula e Dilma e o PT, os setores elitistas albergados na grande mídia ao se verem na iminência do quarto revés eleitoral foram ao desespero.
Diurtunamente lançam vitupérios, achincalhes e deboches contra os avanços do país visando desgastar o governo federal e a imagem do Brasil no exterior. Inimigos que são das políticas sociais, políticas essas que visam efetivamente uma maior integração entre todos os brasileiros pregam seu fim.
Profetas do apocalipse político eles são contra as cotas sociais e raciais; as reservas de vagas para negros nos serviços públicos; as demarcações de terras indígenas; o Bolsa Família, o Prouni e tudo o mais.
Divulgadores de uma democracia sem povo apontaram suas armas agora contra o decreto da presidência da república que amplia a interlocução e a participação da população nos conselhos para melhor direcionamento das políticas públicas.
Personificados em Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, Lobão, Gentili, Marcelo Madureira entre outros menos votados, suas pregações nas páginas dos veículos conservadores estimulam setores reacionários e exclusivistas da sociedade brasileira a maldizer os pobres e sua presença cada vez maior, nos aeroportos, nos shoppings e nos restaurantes. Seus paroxismos odientos revelaram-se com maior clarividência na Copa do Mundo.
Os arautos do caos, prevendo e militando insistentemente pelo fracasso do mundial – tendo inclusive como ponta de lança a revista Veja, previsto que os estádios só ficariam prontos depois de 2022, assistem hoje desolados e bufando a extraordinária mobilização popular e o entusiasmo do povo brasileiro pela realização da denominada acertadamente de a Copa das Copas.
O subproduto dos pitbulls do conservadorismo teve seu ápice nos xingamentos torpes e vergonhosos à presidenta Dilma na abertura da copa, na Arena Corinthians. Verdadeiro gol contra, o repúdio imediato de amplas parcelas dos brasileiros e brasileiras ao deprimente espetáculo dos vips, demonstram que a imensa maioria da população abominam essa prática.
Desnudam-se os propagadores do ódio. A hora é de renovar as esperanças e acreditar no Brasil!
REINALDO DÁ PITI E AMEAÇA PROCESSAR CANTALICE
Em artigo publicado no 247, Alberto Cantalice classificou o blogueiro Reinaldo Azevedo como um dos propagadores do ódio na sociedade brasileira, o que, praticamente, já não se discute mais; em resposta, Azevedo anunciou que irá processá-lo e insinuou até que sua integridade física estaria ameaçada, uma vez que Cantalice pertenceria ao partido de Celso Daniel; é mole?
17 DE JUNHO DE 2014 ÀS 09:08
247 - Um artigo publicado ontem por Alberto Cantalice (leia aqui "A desmoralização dos pitbulls da mídia"), vice-presidente do PT, no 247, provocou uma reação exacerbada de Reinaldo Azevedo, blogueiro neoconservador de Veja.com.
No texto, Cantalice inclui Azevedo numa relação de jornalistas que fomentariam o ódio como instrumento de sua luta política. Para um blogueiro como Azevedo, que cunhou o termo "petralha", esse tipo de crítica deveria ser encarado com naturalidade.
No entanto, o blogueiro deu um verdadeiro piti, um chilique. Publicou um longo texto em que anuncia que irá processar Cantalice e diz até que sua integridade física, a partir de agora, estaria ameaçada, uma vez que o autor da crítica faria parte do "partido de Celso Daniel". Eis abaixo:
DECIDI MANTER ESTE POST ANO ALTO DA PÁGINA. COMENTEM COM MODERAÇÃO E SERENIDADE, TUDO AQUILO QUE ESTE SENHOR QUE APARECE AÍ ABAIXO NÃO TEM. SOMOS DE OUTRA NATUREZA.
*
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Os petistas, saibam os senhores, pedem a cabeça de jornalistas para seus respectivos patrões. O partido tem nas mãos instrumentos para fazê-lo: anúncios da administração direta e propaganda de estatais. Alguns cedem, outros não! Denunciei aqui a fala de um certo José Trajano na ESPN e AFIRMEI QUE ELE NÃO ESTAVA PENSANDO APENAS POR SUA CABEÇA. DEIXEI CLARO QUE ELE VOCALIZAVA PALAVRAS DE ORDEM DO PT. Muitos não acreditaram. Pois é…
A opinião do sr. Trajano sobre mim e sobre os demais que ele atacou (Augusto Nunes, Diogo Mainardi e Demétrio Magnoli) pode ser moralmente criminosa, mas não vai além disto: dolo moral. Ele tem o direito de achar a respeito dos meus textos o que bem entender. E eu tenho o direito de responder. Se ele se sente bem com o seu oficialismo de contestação, aí é problema dele.
É diferente, no entanto, quando um político acusa jornalistas de cometer um crime. Aí a coisa pega. O sr. Alberto Cantalice, vice-presidente do PT e “coordenador das Redes Sociais do partido” escreveu um artigo no site do PT em que se pode ler esta pérola.
Observem que os quatro da lista de Trajano estão também na de Cantalice, que vem ampliada. Não sei o que farão os outros. Sei o que eu farei. Estou anunciando aqui que vou processá-lo. E a razão é claríssima. Ele está me acusando se estimular a que outros “maldigam os pobres” e os discriminem em ambientes públicos. Se eu faço isso, então eu sou um criminoso. Violo um artigo da Constituição e da Lei 7.716, alterada pela Lei 9.459. Vale dizer: transgrido a Carta Magna do meu país e cometo um crime previsto em lei. ENTÃO O SR. CANTALICE VAI TER DE PROVAR O QUE DIZ. ELE VAI TER DE DIZER EM QUE ARTIGO E EM QUE MOMENTO EU PREGUEI A DISCRIMINAÇÃO CONTRA OS POBRES.
Para esclarecer a questão constitucional e legal. Estabelece o Inciso XLI da Constituição:
“XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”.
“XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”.
Define a Lei 7.716, depois de alterada pela 9.459:
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Pena: reclusão de um a três anos e multa.(Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Pena: reclusão de um a três anos e multa.(Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Como sabem os advogados, a discriminação por condição econômica tem sido considerada pelos juízes da mesma natureza das categorias acima previstas. Assim, o sr. Cantalice acusa esse grupo de jornalistas de cometer crimes que rendem até três anos de prisão. Vai ter de provar. Se não provar, incorre no crime de calúnia e difamação.
Atenção! Este senhor é o “coordenador da redes sociais DO partido”, entenderam? Não é que ele seja o coordenador do partido para as redes sociais. Não!!! Levadas as palavras ao pé da letra, os petistas julgam já ter privatizado as redes sociais. Não deixa de ser verdade.
O sr. Cantalice vai mais longe, Ele descobriu que esse grupo de jornalistas — e vejam quanto poder ele nos confere — é responsável pela vaia que Dilma levou nos estádios. Também ele recorre à metáfora canina para nos designar. Leiam:
Muito bem! Vocês sabem o que isso significa: quando o maior partido político do país, que tem, de fato, milhares de seguidores — alguns deles podem estar dispostos ao tudo ou nada — nomeia um grupo restrito de jornalistas como propagador do ódio, acusando-o, adicionalmente, de responsável por vaiais e xingamentos de que foi alvo a presidente Dilma, isso corresponde, me parece, a um convite a uma ação direta.
Não é segredo para ninguém que certo tipo de militância não precisa de palavras explícitas para agir. O sr. Cantalice está pondo em risco a segurança de profissionais da imprensa. Talvez queira isto mesmo: calar a divergência por intermédio da intimidação e do terror. Que este post sirva de alerta à Polícia Federal e ao Ministério Público. Evidentemente, nenhum de nós deve esperar a solidariedade e o protesto de entidades de defesa da categoria. Sabem por quê? Porque os respectivos comandos da maioria delas pensam a mesma coisa. Também elas acham que deveríamos ser proibidos de escrever o que escrevemos, de falar o que falamos, de pensar o que pensamos. IMAGINEM O QUE ACONTECERIA SE UM GRUPO OU UMA ENTIDADE CONSIDERADOS DE DIREITA TORNASSE PÚBLICA UMA LISTA DE DESAFETOS. O MUNDO VIRIA ABAIXO. O PT repete a tática da ditadura militar e resolveu espalhar no mural da rede os nomes e as fotografias dos “Procurados”.
Bando de fascistas!O petismo é a mais perfeita definição do que muitos chamam nos EUA de “fascismo de esquerda”. Qualquer pessoa que tenha lido o que escrevemos ou ouvido o que falamos sabe que pensamos coisas distintas sobre um monte de assuntos. Nunca nem mesmo conversei com Guilherme Fiúza, por exemplo. Duvido que Arnaldo Jabor queira papo comigo.
Com isso, estou deixando claro que não formamos um grupo. Pode ser que os petistas estejam acostumados a conversar com quadrilheiros disfarçados de jornalistas. Não é o caso.
Eu, sim, acuso o governo do seu partido, sr. Cantalice, de financiar com dinheiro público páginas na Internet e blogs cujo propósito é difamar a imprensa independente, as lideranças da oposição e membros do Poder Judiciário que não fazem as vontades do PT. E o senhor certamente não vai contestar porque é autodemonstrável.
O PT começou a sua trajetória no poder hostilizando a imprensa que não se limitava a prestar assessoria ao partido. Depois, passou a financiar o subjornalismo “livre como um táxi”. Aí tentou (e tenta ainda) criar mecanismos de censura. Agora, já chega ao ponto de estimular, ainda que de modo oblíquo, a agressão aos profissionais que não rezam segundo a sua cartilha. A esmagadora maioria da categoria vai silenciar — até porque alguns fazem esse mesmo trabalho em suas respectivas colunas, não é mesmo? Ok. Hoje, somos nós. Amanhã, chegará a vez de vocês. É simples assim. E é sempre assim.
Vaias
Eu sou responsável pelas vaias? Eu não! Quem estimulou as manifestações de rua em junho foi o PT. Eu sempre as critiquei. Ademais, sabem o que motiva vaia em estádio, meu senhor? Eu conto: roubalheira, safadeza, associação com o PCC.
Eu sou responsável pelas vaias? Eu não! Quem estimulou as manifestações de rua em junho foi o PT. Eu sempre as critiquei. Ademais, sabem o que motiva vaia em estádio, meu senhor? Eu conto: roubalheira, safadeza, associação com o PCC.
Sem contar que quero encontrar cara a cara com esse sujeito num tribunal. Quero perguntar quais são as suas credenciais e sua origem para falar em nome do povo. Quero opor as minhas às suas. Quero lhe dizer que o governo que ele representa financiou, por exemplo, a ação de sem-terra e índios que resultou em policiais feridos em Brasília. Quero lhe dizer que seus aliados deram suporte a coisas como a “Mídia Ninja” na esperança de que os alvos seriam os adversários. O tiro saiu pela culatra, a despeito das intenções da turma.
O sr. Cantalice quer saber onde estão os responsáveis pela hostilidade a Dilma nos estádios? Comece por se olhar no espelho. O PT estimula a desordem. O PT estimula o desrespeito às leis. O PT estimula o desrespeito a qualquer hierarquia. O PT estimula o desrespeito até mesmo à organização familiar. O partido esperava escapar do clima que ele próprio criou?
De resto, se as hostilidades a Dilma foram um “gol contra” dos que não gostam dela e se a maioria “abominam” (sic) aquele comportamento, o sr. Cantalice deveria estar contente, não é mesmo? O PT está empenhado em fazer do limão uma limonada. Ao isolar o grupo dos “jornalistas do mal”, ameaça, na prática, todos os outros. É como se dissesse: “Comportem-se, ou vocês vão entrar na lista negra”. E, claro!, muita gente vai se comportar e ainda achar pouco!
É claro que fico preocupado quando lembro que o sr. Cantalice pertence ao partido de Celso Daniel. Terei, é certo, de tomar as devidas providências para a minha segurança. E acho que os outros devem fazer a mesma coisa.
MAGNOLI ADERE À HISTERIA E TAMBÉM DÁ PITI CONTRA TEXTO DE CANTALICE
Colunista Demétrio Magnoli (dir.) interpreta o texto de Alberto Cantalice (esq.), vice-presidente do PT, sobre colunistas que disseminam o ódio na política, como um pedido para que fosse degolado; "Cortem-lhes a cabeça! A palavra de ordem emana do partido que forma o núcleo do governo", diz Magnoli; onda de chiliques, que começou com Reinaldo Azevedo, visa apenas tentar carimbar em Cantalice a pecha de perseguidor da chamada "imprensa livre"
19 DE JUNHO DE 2014 ÀS 07:23
247 - No dia 16 de junho, o vice-presidente do PT Alberto Cantalice publicou um texto no 247 sobre "a desmoralização dos pitbulls da mídia". Nele, nomeava alguns colunistas da mídia familiar, como Reinaldo Azevedo, Demétrio Magnoli e Arnaldo Jabor, que atuam como "cheerleaders" do conservadorismo na sociedade brasileira. Uma crítica natural, de natureza política e absolutamente inofensiva (leia aqui).
No entanto, o texto tem sido usado como pretexto para uma onda calculada e organizada de histeria desses mesmos colunistas. O primeiro a se manifestar foi Reinaldo Azevedo, chamado de pitbull pela própria ex-ombudsman da Folha, Suzana Singer, que ameaçou processar Cantalice, insinuando que sua integridade física estaria ameaçada (leia aqui).
Agora, é Demétrio Magnoli quem interpreta o texto de Cantalice como um pedido para que sua cabeça seja cortada, quando ele apenas disse que o colunista foi desmoralizado pelos fatos. Leia abaixo o texto de Magnoli:
A lista do PT
Demétrio Magnoli
Lula só pensa naquilo. Diante das vaias (normais no ambiente dos estádios) e dos xingamentos (deploráveis em qualquer ambiente) a Dilma Rousseff na abertura da Copa, o presidente de facto construiu uma narrativa política balizada pela disputa eleitoral. A “elite branca” e a “mídia”, explicou, difundem “o ódio” contra a presidente-candidata. Os conteúdos dessa narrativa têm o potencial de provocar ferimentos profundos numa convivência democrática que se esgarça desde a campanha de ataques sistemáticos ao STF deflagrada pelo PT.
O partido que ocupa o governo decidiu, oficialmente, produzir uma lista de “inimigos da pátria”. É um passo típico de tiranos – e uma confissão de aversão pelo debate público inerente às democracias. Está lá, no site do PT, com a data de 16 de junho (). O artigo assinado por Alberto Cantalice, vice-presidente do partido, acusa “os setores elitistas albergados na grande mídia” de “desgastar o governo federal e a imagem do Brasil no exterior” e enumera nove “inimigos da pátria” – entre os quais este colunista. Nas escassas 335 palavras da acusação, o representante do PT não cita frase alguma dos acusados: a intenção não é provar um argumento, mas difundir uma palavra de ordem. Cortem-lhes as cabeças!, conclama o texto hidrófobo. O que fariam os Cantalices sem as limitações impostas pelas instituições da democracia?
O artigo do PT é uma peça digna de caluniadores que se querem inimputáveis. Ali, entre outras mentiras, está escrito que os nove malditos “estimulam setores reacionários e exclusivistas a maldizer os pobres e sua presença cada vez maior nos aeroportos, nos shoppings e nos restaurantes”. Não há, claro, uma única prova textual do crime de incitação ao ódio social. Sem qualquer sutileza, Cantalice convida seus seguidores a caçar os “inimigos da pátria” nas ruas. Comporta-se como um miliciano (ainda) sem milícia.
Os nove malditos quase nada têm em comum. Politicamente, mais discordam que concordam entre si. A lista do PT orienta-se apenas por um critério: a identificação de vozes públicas (mais ou menos) notórias de críticos do governo federal. O alvo óbvio é a imprensa independente, na moldura de uma campanha de reeleição comandada pelo ex-ministro Franklin Martins, o arauto-mor do “controle social da mídia”. A personificação dos “inimigos da pátria” é um truque circunstancial: os nomes podem sempre variar, aos sabor das conveniências. O truque já foi testado uma vez, na campanha contra o STF, que personificou na figura de Joaquim Barbosa o ataque à independência do Poder Judiciário. Eles gostariam de governar um outro país – sem leis, sem juízes e sem o direito à divergência.
Cortem-lhes a cabeça! A palavra de ordem emana do partido que forma o núcleo do governo. Ela está dirigida, imediatamente, aos veículos de comunicação que publicam artigos ou difundem comentários dos “inimigos da pátria”. A mensagem direta é esta: “Nós temos as chaves da publicidade da administração direta e das empresas estatais; cassem a palavra dos nove malditos”. A mensagem indireta tem maior amplitude: no cenário de uma campanha eleitoral tingida de perigos, trata-se de intimidar os jornais, os jornalistas e os analistas políticos: “Vocês podem ser os próximos”, sussurra o persuasivo porta-voz do presidente de facto.
No auge de sua popularidade, Lula foi apupado nos Jogos Pan-Americanos de 2007. Dilma foi vaiada na Copa das Confederações. As vaias na abertura da Copa do Mundo estavam escritas nas estrelas, mesmo se o governo não experimentasse elevados índices de rejeição. O governo sabia que viriam, tanto que operou (desastrosamente) para esconder a presidente-candidata dos olhos do público. Mas, na acusação desvairada de Cantalice, os nove malditos figuram como causa original da hostilidade da plateia do Itaquerão contra Dilma! O ditador egípcio Hosni Mubarak atribuiu a revolução popular que o destronou a “potências estrangeiras”. Vladimir Putin disse que o dedo de Washington mobilizou 1 milhão de ucranianos para derrubar o governo cleptocrático de Viktor Yanukovich. O PT bate o recorde universal do ridículo quando culpa nove comentaristas pela recepção hostil a Dilma.
Quanto aos xingamentos, o exemplo nasce em casa. Lula qualificou o então presidente José Sarney como “ladrão” e, dias atrás, disse que FHC “comprou” a reeleição (uma acusação que, nos oito anos do Planalto, jamais levou à Justiça). O que gritaria o presidente de facto no anonimato da multidão de um estádio?
Na TV Estadão, critiquei o candidato presidencial José Serra por pregar, na hora da proclamação do triunfo eleitoral de Dilma Rousseff, a “resistência” na “trincheira democrática”. A presidente eleita, disse na ocasião, é a presidente de todos os brasileiros – inclusive dos que nela não votaram. Dois anos mais tarde, escrevi uma coluna intitulada “O PT não é uma quadrilha” para enfatizar que “o PT é a representação partidária de uma parcela significativa dos cidadãos brasileiros” e fazer o seguinte alerta às oposições: “Na democracia, não se acusa um dos principais partidos políticos do país de ser uma quadrilha”. A diferença crucial que me separa dos Cantalices do PT não se encontra em nossas opiniões sobre cotas raciais, “conselhos participativos” ou Copa do Mundo. Nós divergimos, essencialmente, sobre o valor da liberdade política e da convivência democrática.
Se, de fato, como sugere o texto acusatório do PT, o que mais importa é a “imagem do país no exterior”, o “inimigo da pátria” chama-se Cantalice. Nem mesmo os black blocs, as violências policiais ou a corrupção sistemática são piores para a imagem de uma democracia que uma “lista negra” semioficial de críticos do governo.
Demétrio Magnoli é sociólogo.
AUTOR DA "BARRIGA" DO ANO: "PENSEI QUE ERA O SCOLARI"
Jornalista Mario Sergio Conti, que dirigiu Veja e hoje é colunista de Folha e Globo, além de apresentador de um programa da Globonews, tenta se explicar sobre a maior barriga jornalística dos últimos tempos, quando publicou uma entrevista de um sósia de Luiz Felipe Scolari, como se ele fosse o treinador; "Pensei que era realmente o Scolari, achei todas as respostas dele sensatas", disse; o sósia Vladimir Palomo, que faz imitações e participa até do Zorra Total, disse que o jornalista deveria saber diferenciar uma brincadeira do que é sério; "Você acha que o Felipão ia ficar andando sozinho em dia de Copa?", questiona; Conti teve sorte; foi perdoado por Folha e Globo que devem mantê-lo como colunista; atitude bem diferente da que o próprio Conti teria se um de seus repórteres fizesse algo parecido
20 DE JUNHO DE 2014 ÀS 07:18
247 - Um dos jornalistas mais poderosos do Brasil, durante a década de 90, quando dirigiu a revista Veja, Mario Sergio Conti, atualmente apresentador de um programa na Globonews e colunista dos jornais Folha de S. Paulo e Globo, virou piada dentro e fora do País (leia mais aqui). O motivo: Conti publicou uma falsa entrevista com um sósia de Felipão, chamado Vladimir Palomo, como se ele fosse o treinador, nos sites da Folha e do Globo.
Conti saiu da Editora Abril logo depois de publicar o livro Notícias do Planalto, sobre a relação entre jornalistas e o governo Collor. Nele, insinuou que dois profissionais da casa – José Roberto Guzzo, que hoje faz parte do conselho editorial, e Augusto Nunes, atualmente colunista de Veja – teriam ligações promíscuas com suas fontes, envolvendo vantagens pessoais. Com o livro, sua presença na Abril se tornou insustentável.
Depois disso, Conti passou por vários lugares, inclusive pela bancada do Roda Viva, na TV Cultura, até chegar aos atuais postos na Folha, no Globo e na Globonews. Os dois primeiros empregadores – os jornais das famílias Frias e Marinho – perdoaram seu erro. Certamente, uma atitude distinta da que Conti tomaria caso um de seus repórteres conseguisse emplacar com um sósia de alguém nos anos 90. Seria demitido por justa causa, sem choro nem vela.
Ontem, depois da "barriga" – jargão usado para as trapalhadas jornalísticas – do ano, Conti tentou se explicar, mas não teve alternativa, a não ser pedir desculpas. Leia sua entrevista à Zero Hora:
Zero Hora — Foi uma brincadeira ou o senhor realmente confundiu o sósia de Felipão com o próprio técnico?
Mário Sergio Conti — Pensei realmente que era o Scolari. Nunca estive com Felipão. Sequer vi entrevistas dele na televisão; só nas partidas, ao lado do campo. Achei todas as respostas dele sensatas.
ZH — Vocês conversaram sobre Neymar, empate com o México, aeroportos, vaias a Dilma... Quanto tempo durou essa conversa? Em nenhum momento, o senhor desconfiou?
Conti — Cerca de meia hora. O tempo do voo do Rio a São Paulo. Não desconfiei em nenhum momento que não fosse ele. Lera em algum lugar que a seleção estava de folga.
ZH — O texto publicado pelo O Globo (que foi atualizado quase 30 min depois da publicação) termina com a história do cartão de visitas do sósia. Essa informação constava na primeira versão ou foi acrescentada depois?
Conti — A informação constava do texto enviado originalmente. Nada foi alterado nele. Quando perguntei se toparia ser entrevistado na televisão, ele disse que sim, mas que estava muito ocupado naqueles dias. Aí me deu o cartão e rimos. Imaginei que era uma piada dele: entreviste esse sósia meu...
ZH — O que o senhor tem a dizer aos seus leitores?
Conti — Perdão pela confusão. Felizmente, ela não prejudica ninguém. Não afetará a Bolsa, a Copa ou as eleições.
O jornal gaúcho também entrevistou Vladimir Palomo, sósia de Felipão, que diz que Conti deveria saber que aquilo era uma brincadeira. Leia abaixo:
Zero Hora — Foi o senhor que deu uma entrevista ao colunista Mario Sergio Conti?
Palomo — Sim, estávamos dentro do avião, sentei ao lado dele. Foi uma conversa com um pessoa comum, como eu converso com você. Cinco a dez minutinhos no voo, só isso. E outra coisa: nem sabia que ele era jornalista. Só na hora de ir embora, eu perguntei quem ele era, e ele disse que era repórter.
ZH — O senhor entregou um cartão para ele?
Palomo — Entreguei um cartão onde diz que eu faço eventos como sósia do Felipão. Eu sou aquele rapaz que trabalha no Zorra Total.
ZH — O senhor acha que ele se confundiu ou que ele sabia que se tratava de um sósia?
Palomo — Provavelmente ele deveria saber. Tinha um monte de gente tirando foto com o sósia do Felipão e com o sósia do Neymar.
ZH — Foi uma brincadeira ou ele estava levando o senhor a sério?
Palomo — Eu acho que foi uma brincadeira o tempo inteiro. Ou então ele se confundiu. Você acha que o Felipão ia ficar andando sozinho em um avião no dia da Copa?
ZH — Entramos em contato com o Mario Sergio Conti e ele afirma que se confundiu mesmo. O senhor acha que a sua imitação está tão boa assim?
Palomo — Eu não imito, sou eu mesmo. Não imito nada.
REINALDO AMPLIA SEU MIMIMI E COMPARA CANTALICE AO NAZISTA GOEBBELS
Blogiueiro neocon, Reinaldo Azevedo, que é também colunista da Folha, continua a se vitimizar depois que Alberto Cantalice, vice-presidente do PT, escreveu que ele dissemina ódio em suas colunas; "À lista de Cantalice seguiu-se um previsível silêncio na própria imprensa – vai ver somos mesmo os 'judeus insolentes' da hora", disse ele, comparando Cantalice a Goebbels, propagandista do nazismo; para terminar, concluiu sua coluna com um xingamento: "Goebbels, vai tomate cru!"; a continuar nessa toada, ele, que ontem foi alvo de uma nota de repúdio do Ministério Público de São Paulo, é que será processado por Cantalice
20 DE JUNHO DE 2014 ÀS 08:14
247 - Seria cômico, se não fosse trágico. Nas páginas da Folha de S. Paulo, o blogueiro neocon Reinaldo Azevedo trata o PT como um partido nazista e compara o vice-presidente da legenda, Alberto Cantalice, a Goebbels, o propagandista de Hitler. Tudo porque, num artigo publicado no 247, Cantalice disse apenas que Reinaldo dissemina ódio em suas colunas (leia aqui).
"O sr. Alberto Cantalice, seu vice-presidente, publicou no site da legenda uma primeira lista de profissionais do mal: Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, Lobão, Demétrio Magnoli, Danilo Gentili, Guilherme Fiuza, Marcelo Madureira e Arnaldo Jabor", disse ele, antes de associar a imagem do vice-presidente do PT à de Goebbels.
Visto no meio jornalístico como um personagem pitoresco, Reinaldo lamenta, em sua coluna desta sexta-feira (leia aqui "O Nacional-Socialismo Petista"), não estar recebendo a solidariedade dos colegas. "À lista de Cantalice seguiu-se um previsível silêncio na própria imprensa – vai ver somos mesmo os "judeus insolentes" da hora", afirmou.
Por fim, terminou sua coluna com um xingamento dirigido a Cantalice, ecoando os insultos do Itaquerão, na abertura da Copa: "Goebbels, vai tomate cru!".
Reinaldo diz, na coluna, que irá processá-lo, mas, a continuar nessa toada, ele é que será alvo de um processo por parte de Cantalice. Ontem, por sinal, o blogueiro de Veja recebeu da Associação Paulista do Ministério Público uma nota de repúdio em razão de ataques e ofensas dirigidas a um procurador (leia mais aqui).
Quem, afinal, mais se parece com Goebbels: Reinaldo ou Cantalice?
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/144152/Reinaldo-amplia-seu-mimimi-e-compara-Cantalice-ao-nazista-Goebbels.htm