Ibope escondeu informações que haviam nas pesquisas anteriores.
Fui ver o relatório e eles eliminaram informações de cruzamento de dados que nos permitiam identificar contradições, como provamos na pesquisa anterior que Aécio não tinha 20% e sim 17%. Agora o Ibope escondeu, com medo de nossos blogs desmascararem de novo.
Curiosamente o relatório também não fala nada sobre o grau de conhecimento dos candidatos. No Datafolha, Dilma ficou menos conhecida com o correr do tempo, acredite se quiser.
De bater o olho no relatório do Ibope eu já vejo um erro metodológico, que já comentamos aqui sobre pesquisas anteriores. Brancos/nulos na estimulada tem 18% e na espontânea cai 14%. Isso tira bastante valor científico, pois a pessoa quando é estimulada sem que no disco tenha a opção brancos/nulos, alguns podem entender diferente, como "eu vou votar nulo, mas se fosse obrigado a escolher um destes nomes então eu votaria no fulano (em geral em um nome da oposição)". Resumindo: a pesquisa transfere intenções de votos nulos para candidatos da oposição.
Essas coisas enfraquece a confiança na pesquisa, e não dá para levar muito a sério os números. Mas se formos olhar assim mesmo, vemos que o cenário caminha para uma polarização. Dilma é melhor votada entre os eleitores de menor renda. Aécio é melhor votado nas faixas mas altas de renda.
A faixa do eleitorado que vota em Dilma é a que ainda está menos interessada nas eleições até agora, enquanto a faixa em que o Aécio aparece mais forte é a que está mais interessada. Significa que Dilma pode estar com o piso de votos, e Aécio está caminhando de atingir seu teto.
De qualquer forma, tem coisas que deve preocupar. É a piora na avaliação e aprovação do governo. Isso pode até ser explicado pelas greves de ônibus que ocorreram em várias cidades do Brasil e ocupou bastante o noticiário. Apesar dos ônibus serem da alçada municipal, o mau humor é descontado na presidenta, em parte pelo noticiário de São Luiz, de Cuiabá, do Rio, São Paulo, etc. ser propositalmente jogado para o Jornal Nacional em vez de jogar para o telejornal regional.
O lado positivo é que esse mau humor pode passar. Muitos eleitores não tem razão objetiva para não votar em Dilma. Ela é apenas a vidraça política mais visível. Na hora em que comparar os candidatos e suas características, é bem provável de muita gente que não declara voto agora acabar votando nela, até por sentir mais confiança em não desandar suas vidas, seu emprego, suas conquistas.