ONU VÊ BRASIL COMO MODELO AMBIENTAL E ESVAZIA MARINA
Relatório divulgado hoje pela Organização das Nações Unidas sobre mudanças climáticas destacou o Brasil como exemplo de sucesso na redução do desmatamento e das emissões de gases de efeito estufa; documento produzido pela Union of Concerned Scientists (UCS) apresenta como o País fez as maiores reduções no desmatamento e nas emissões em todo o mundo; análise mostra a boa gestão no setor da presidente Dilma Rousseff e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao mesmo tempo em que derruba a tese da pré-candidata a vice Marina Silva, que aponta atraso ambiental do Brasil; hoje mesmo ela convoca, com o presidenciável Eduardo Campos, um "tuitaço contra o retrocesso ambiental"; evento virtual acontece na data em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente
5 DE JUNHO DE 2014 ÀS 12:00
247 – A Organização das Nações Unidas vê o Brasil como modelo na questão do desmatamento. Um relatório feito pela Union of Concerned Scientists (UCS), com sede nos EUA, e divulgado nesta quinta-feira pela ONU, traz um capítulo mostrando os brasileiros como exemplo de sucesso na redução do desmatamento e das emissões de gases de efeito estufa.
A análise derruba a tese de "retrocesso ambiental" pregada pela pré-candidata a vice Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente. Ex-líder do Partido Verde, Marina sempre criticou as práticas ambientais do País. Hoje mesmo, quando se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, ela convoca, junto com o presidenciável Eduardo Campos, seu parceiro de chapa, um "tuitaço contra o retrocesso ambiental" (leia mais aqui).
Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre o relatório:
Brasil é principal exemplo de sucesso na redução do desmatamento, aponta ONU
Danilo Macedo – Um relatório divulgado hoje (5) na reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, destacou o Brasil como exemplo de sucesso na redução do desmatamento e das emissões de gases de efeito estufa. Produzido pela Union of Concerned Scientists (UCS), com sede nos Estados Unidos, o documento intitulado "Histórias de sucesso no âmbito do desmatamento: nações tropicais onde as políticas de proteção e reflorestamento deram resultado" traz um capítulo dedicado ao Brasil, apresentado como o país que fez as maiores reduções no desmatamento e nas emissões em todo o mundo.
Outros 16 países da África, América Latina e Ásia também são citados como exemplos de sucesso na proteção às florestas. O relatório indica que o governo brasileiro reduziu o desmatamento na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, por meio da criação de áreas de proteção ambiental a partir da segunda metade da década de 1990, com grande intensificação neste século, e as moratórias acordadas com empresas privadas sobre a compra de soja e carne de áreas desmatadas. "As mudanças na Amazônia brasileira na década passada e a sua contribuição para atrasar o aquecimento global não têm precedentes", diz o documento.
De acordo com o principal autor do trabalho, Doug Boucher, o caso brasileiro mostra que o desenvolvimento econômico não é prejudicado pela redução do desmatamento. "Por exemplo, as indústrias de soja e de carne bovina no Brasil prosperaram apesar das moratórias evitando o desmatamento". O relatório avalia que a derrubada da floresta, "vista no século 20 como algo necessário para o desenvolvimento e uma reflexão do direito do Brasil de controlar seu território, passou a ser vista como uma destruição de recursos devastadora e exploradora daquilo que constituía o patrimônio de todos os brasileiros".
O estudo destaca o papel desempenhado pelas reservas indígenas na conservação da floresta amazônica, iniciativas estaduais e a ação de promotores públicos, "um braço independente do governo, separado do poder executivo e legislativo, e com poderes para processar os responsáveis pela violação da lei". Também é citado o apoio internacional, como o acordo celebrado com a Noruega, que já repassou US$ 670 milhões em compensação pelas reduções das emissões. O documento é considerado de natureza não apenas financeira, mas também política e simbólica, mostrando o compromisso em apoiar os esforços dos países tropicais.
Em relação ao futuro, no entanto, o relatório informa que duas mudanças em 2013 levantaram dúvidas sobre a continuidade do sucesso do país na área climática: as emendas ao Código Florestal Brasileiro que anistiam desmatamentos anteriores e o aumento de 28% na taxa de desmatamento entre 2012-2013 na comparação com o período 2011-2012. A avaliação do documento é que ainda é muito cedo para prever se este crescimento será uma tendência, mas ressalta que, embora o desmatamento tenha aumentado 28% no ano passado, em relação a 2012, ele foi 9% menor ao registrado em 2011 e 70% inferior à media entre 1996 e 2005.
"O Brasil inscreveu seu plano para reduzir o desmatamento em 80% em 2020 na lei nacional, mas para que haja um progresso continuado será necessário redobrar os esforços para reduzir as emissões" afirma o documento. "Nesse meio tempo, a redução do desmatamento da Amazônia já trouxe uma grande contribuição no combate à mudança climática, mais do que qualquer outro país na Terra", finaliza.
NOVA META DO MINHA CASA, MINHA VIDA: 3 MILHÕES
"Estamos propondo uma definição de 3 milhões. Se for a mesma ampliação do período de 2011 a 2014, vamos chegar em torno de 4 milhões, o que daria 1 milhão de moradias por ano", disse a presidente Dilma Rousseff, que participou nesta quinta-feira de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social
5 DE JUNHO DE 2014 ÀS 16:11
Yara Aquino e Daniel Lima - Repórteres da Agência Brasil
A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje (5) que a terceira etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida tem como meta contratar 3 milhões de moradias. Dilma disse que espera ser possível avançar e alcançar os 4 milhões de moradias. Ela participou de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que tem a participação de empresários e representantes de movimentos sociais.
"Estamos propondo uma definição de 3 milhões. Se for a mesma ampliação do período de 2011 a 2014, vamos chegar em torno de 4 milhões, o que daria 1 milhão de moradias por ano. Ainda não fizemos 1 milhão por ano, fizemos quase, 960 mil. Então, é possível chegar a esse número, mas não colocamos como meta. A meta mais próxima do que as empresas foram capazes de executar é 3 milhões. Começamos com esses 3 milhões. A meta é assim, quando você vê que vai cumprir, amplia", disse ao discursar na reunião do conselho.
A terceira etapa do programa seguirá a mesma metodologia das anteriores, segundo a presidenta Dilma, com consulta às empresas, movimentos sociais e estados. A segunda fase do programa, que está em vigor, tem meta de 2,75 milhões de residências até o fim de 2014.
O Minha Casa, Minha Vida financia moradias para famílias com renda até R$ 5 mil por mês. As condições de financiamento variam de acordo com a renda familiar. Para famílias com renda mensal até R$ 1.600, a prestação é 5% da renda. Para famílias que ganham até R$ 3.275, o programa dá um subsídio que pode chegar a R$ 25 mil. Para as famílias com ganhos mensais entre R$ 3.275 e R$ 5 mil, o benefício é uma taxa de juros mais baixa do que a dos financiamentos imobiliários tradicionais.
CRÉDITO PASSOU POR "VERDADEIRA REVOLUÇÃO", DIZ MANTEGA
Em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), ministro da Fazenda afirmou que o mercado de capitais evoluiu muito nos últimos anos e a bolsa de valores está entre as dez maiores do mundo em volume de recursos e investimentos; Guido Manega enfatizou também que, mesmo ante os reflexos da crise na economia mundial, o investimento estrangeiro direto (IED) saiu de um patamar de US$ 20 bilhões para US$ 65 bilhões; "O Brasil é mantido como destino importante de recursos em todo o mundo", disse
5 DE JUNHO DE 2014 ÀS 14:53
Daniel Lima e Yara Aquino - Repórteres da Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, destacou hoje durante apresentação da evolução do crédito no país que o Brasil teve uma "verdadeira revolução" no setor. Segundo ele, o mercado de capitais evolui muito nos últimos anos e a bolsa de valores está entre as dez maiores do mundo em volume de recursos e investimentos. Em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o ministro também destacou que, mesmo com a crise iniciada em 2008, as empresas têm mais de R$ 1 trilhão em bolsa de valores, mais do que há uma década.
Ele enfatizou que, mesmo ante os reflexos da crise na economia mundial, o investimento estrangeiro direto (IED), que é importante porque financia as empresas, saiu de um patamar de US$ 20 bilhões para US$ 65 bilhões. "E continua [aumentando]. A crise não afetou a entrada de IED e esse patamar se mantém. O Brasil é mantido como destino importante de recursos em todo o mundo". disse.
O ministro disse ainda que a composição do crédito direcionado pelos bancos públicos, que vai para a agricultura e a indústria, por exemplo, tem volume forte para manter a economia em níveis aceitáveis, principalmente em momentos de crise. "Estamos com uma taxa de juros reais, que era mais alta no passado, caindo ao longo do tempo. Foi menor antes, mas para combater a inflação tem flutuado", defendeu. De acordo com Mantega, a tendência é manter essa taxa mais baixa no futuro para não inibir a economia.
O governo usa a taxa básica de juros para inibir a inflação com a redução do crédito, mas quando a taxa está alta acaba afetando também o crédito para o setor produtivo. Mantega disse que, no passado, o governo reduzia o crédito público em detrimento do privado, que é mais caro. Nos últimos dez anos, o setor público assumiu estratégia importante e elevou seu papel em conjunto com o setor privado.
"Em 2008, com a eclosão da crise, faltou crédito para todos os setores. Os bancos travaram o crédito, que é um reação natural. Nesse momento, os bancos privados retraíram e os públicos assumiram essa posição, substituindo o fornecimento de crédito. Tomamos medidas como liberação do compulsório, que é o recolhimento que os bancos são obrigados a fazer diariamente ao Banco Central, e o governo colocou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mais de R$ 100 bilhões", destacou. O recursos, disse, foram para dar estímulos à economia em crise e permitir o retorno de investimentos.
O ministro destacou também o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) que tem juros mais baixos para o setor produtivo, notadamente para a produção de máquinas e equipamentos. "Em 2009, começou com R$ 18,2 bilhões e subiu para R$ 62,2 milhões. Agora, temos mais de R$ 82,2 bilhões nesta modalidade, com taxa de juros mais baixas". Para Mantega, foi o PSI que, entre outras coisas, permitiu que o pais tivesse um crescimento melhor no ano passado, bom para períodos de dificuldade, incluindo a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), com patamares em torno de 5%. "Temos uma relação [boa] entre os financiamentos do BNDES e formação bruta de capital fixo. Sabemos que infraestrutura é especial e estamos implementando um grande programa para o setor, com a participação do BNDES em cerca de 50% dos financiamentos. A iniciativa privada tem participação importante também", disse.
Além das grandes empresas, o ministro lembrou que o BNDES ajuda micro, pequenas e médias empresas. Segundo ele, tem "gente que pensa que o banco estatal não olha para o setor", disse. Foram R$ 63,5 bilhões só em 2013.
O ministro lembrou ainda que o crédito para o setor imobiliário é cada vez mais destaque na vida do cidadão brasileiro, que tem trocado o consumo de bens pela casa própria, sendo o governo um dos principais agentes financeiros. "Tivemos no primeiro momento uma expansão do crédito ao consumidor para permitir que a nova classe média pudesse melhorar o padrão de vida. Agora, ela está fazendo financiamento para habitação, depois de comprar eletrodomésticos, como TVs de led etc. As coisas estão se invertendo em termos de crédito", destacou.
Mantega lembrou ainda da importância do financiamento ao setor agrícola, que tem batido seguidos recordes de produção. Para ele, a tecnologia no setor, cada vez mais aprimorada, tem importância, mas o crédito também é relevante, além da relevância que o governto tem dado ao microcrédito.