AOS RECALCADOS, O SUCESSO
EMIDIO DE SOUZA
A Copa foi avaliada como ótima e boa por mais de 80% dos entrevistados, houve injeção de nada menos que R$ 30 bilhões na economia, foram gerados mais de 1 milhão de empregos e 60% dos investimentos foram em obras estruturais de transporte
As palavras têm peso e poder e por isso é preciso atenção ao usá-las. Na última vez que assinei artigo neste espaço, perguntei a quem interessava o fracasso da Copa e falei sobre as mentiras que estavam sendo disseminadas sobre o evento, seus custos e a participação de iniciativa privada e pública nos investimentos. Findo o mundial e o sucesso acachapante da organização, revelado por pesquisa Datafolha que analisou diversas áreas, não hesito em dizer que os recalcados não apenas morderam a língua, como tiveram de mudar o tom e o discurso.
Os números da pesquisa e também diversos outros indicadores provaram o que o governo vinha martelando desde que o presidente Lula, em 2007, conquistou a Copa para o Brasil: sim, estávamos preparados para um evento de tamanha magnitude. Os dados foram tão positivos que os "cavaleiros do apocalipse" que chegaram a disseminar os quase pueris bordões "imagina na Copa" e "não vai ter Copa", não resistiram: foram ao estádio, torceram e depois, claro tentaram desconstruir a participação do governo na organização do mundial.
A Copa foi avaliada como ótima e boa por mais de 80% dos entrevistados, houve injeção de nada menos que R$ 30 bilhões na economia, foram gerados mais de 1 milhão de empregos, 60% dos investimentos foram em obras estruturais de transporte, e os aparatos fornecidos para a segurança pública, testados e aprovados, já estão à disposição para uso contínuo pelos estados-sede.
É claro que a o brasileiro e sua histórica hospitalidade e simpatia também foram elementos inquestionáveis para o sucesso da Copa do Mundo no Brasil, mas querer reduzir a fundamental e estruturante participação do Governo Federal na bela organização do mundial é uma tentativa de subestimar a inteligência deste mesmo povo.
A lógica apequenada e oportunista de "vamos desdenhar e tentar destruir e, se der certo, dizemos que fomos nós" tem se tornado cada vez mais freqüente por um grupo de pessoas (e políticos). Essa apropriação daquilo que dá certo por quem antes disseminou o fracasso e a desgraça sintetiza a falta de propostas e formulações.
Se por um lado, nos permite regozijo no sentido de vermos que de tão boas, nossas iniciativas são copiadas e prometem até ser "ampliadas" - caso de discurso recente de um postulante à presidência, que inclusive colocou em seu programa de governo dezenas de projetos e planos em andamento do Governo Federal, incluindo o "Mais Médicos", formulado por Alexandre Padilha – por outro, nos faz exigir: ao menos admitam que não têm nada de criativo ou diferente para propor. Admitam seu recalque e o sucesso de tudo que funciona.
UM DOS LEGADOS DA COPA: ACREDITAR NO BRASIL
HENRIQUE FONTANA
À torcida do contra fica a lição para que acreditem no Brasil. A maioria das obras foi entregue no prazo. As demais estão em andamento. Aeroportos que em 2011 recebiam 215 milhões de passageiros, hoje podem acolher 285 milhões
O maior evento esportivo do planeta demonstrou a competência do Brasil na sua organização. À Copa 2014, nossos aeroportos foram ampliados e modernizados, atendendo integralmente as necessidades dos passageiros; as obras de infraestrutura também ficaram satisfatória; e a receptividade do povo brasileiro foi um dos pontos fortes. Os quase um milhão de turistas estrangeiros, e os 20 mil profissionais da imprensa deixam o Brasil com a melhor das impressões: o nosso país realizou a Copa das Copas. Não a vencemos dentro de campo, mas fomos eficientes no planejamento e na organização.
Os turistas internacionais e os outros três milhões de brasileiros que viajaram pelo país, movimentaram a economia em aproximadamente 30 bilhões de reais. Assim, os torcedores dos 202 países que visitaram o Brasil, conheceram 378 municípios de todas as regiões, como o pantanal, a Amazônia, o pampa, o cerrado e o litoral. Encantados, 95% deles já anunciam que retornarão.
À torcida do contra fica a lição para que acreditem no Brasil. A maioria das obras foi entregue no prazo. As demais estão em andamento. Aeroportos que em 2011 recebiam 215 milhões de passageiros, hoje podem acolher 285 milhões. Mais de 485 mil passageiros passaram pelos aeroportos nas cidades-sede; foram inaugurados 131 quilômetros de corredores de ônibus e BRTs; 48 quilômetros de vias públicas; novos terminais rodoviários; um efetivo de 116 mil profissionais reforçando a segurança, com equipamentos de última geração; ampliação das frotas de ônibus e trens; não houve um registro sequer de problemas com energia; enfim, um conjunto de ações de infraestrutura que serviram para o período dos jogos, mas que ficarão à disposição da população para sempre.
Lembramos ainda a festa nos estádios que receberam 3,4 milhões de torcedores, enquanto nas fanfests da Fifa, outros cinco milhões vibravam a cada gol, em cada show de nossos músicos.
Um evento que também gerou publicidade e marketing espontâneo. Com isso, o Brasil deve lucrar muito nos próximos anos, o que representa um valor inestimável que a Copa legou para nós. A audiência média nos jogos alcançou impressionantes 3,6 bilhões de telespectadores no mundo todo.
Reconhecemos a competência da presidenta Dilma Rousseff, que com a sua equipe, e a hospitalidade brasileira, mostraram ao mundo que a turma do pessimismo e do catastrofismo perdeu. Vimos crescer a respeitabilidade e a admiração pela nossa nação. E a hora agora é de conquistarmos mais com o turismo e com a imagem positiva e acolhedora que o Brasil revelou ao mundo. Portanto, o saldo da Copa é altamente positivo. E um dos seus legados é de que é preciso acreditar no Brasil.
Deputado Federal (PT-RS), líder do Governo na Câmara Federal