DATAFOLHA MEDE IMPACTO DA REVIRAVOLTA DA COPA
Pesquisa que vai a campo hoje e amanhã, e deve ser divulgada nesta quarta-feira, é a primeira após a mudança de humor dos brasileiros em relação à Copa do Mundo; instituto pergunta se o Mundial traz mais vergonha ou orgulho de ser brasileiro, traz mais benefícios ou prejuízos e ainda se os torcedores agiram bem ou mal ao xingar a presidente Dilma Rousseff no jogo de abertura da competição, na Arena Corinthians, em São Paulo; mostra sonda até o otimismo da população sobre a vitória da seleção, o desempenho dos jogadores brasileiros e do técnico Luiz Felipe Scolari; resultado do levantamento pode comprovar de uma vez por todas o fim do mau humor do País com o evento
1 DE JULHO DE 2014 ÀS 12:07
247 – Foi a campo nesta terça-feira uma nova pesquisa do instituto Datafolha, a primeira a ser realizada após a mudança de humor dos brasileiros – e da imprensa – em relação à Copa do Mundo. Segundo registro no Tribunal Superior Eleitoral, a mostra será concluída nesta quarta-feira 2, mesmo dia em que deve ser divulgada.
O questionário traz perguntas que mensuram o orgulho do brasileiro em relação ao País, sua percepção quanto à realização do evento e até mesmo o otimismo sobre a vitória da Seleção Brasileira. A pesquisa será feita com 2.884 brasileiros de 178 municípios, de todo o País. A margem de erro prevista é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Depois de perguntas relacionadas aos votos dos entrevistados nas eleições presidenciais e sobre a avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff, o Datafolha questiona se "você diria que tem mais orgulho do que vergonha ou mais vergonha do que orgulho de ser brasileiro" e se o Brasil é um país "ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo para se viver".
Outra pergunta tenta apurar se alguns fatos têm provocado mais vergonha ou mais orgulho na população, como "A organização da Copa do Mundo pelo Brasil", "O desempenho da Seleção Brasileira na Copa" e "As manifestações que estão ocorrendo durante a Copa".
A mostra testa também o nível de interesse da população em relação ao Mundial da Fifa, que começou no dia 12 de junho, e se o evento traz mais benefícios ou prejuízos para o Brasil. O Datafolha quer saber ainda se, na opinião dos brasileiros, os torcedores que estavam na Arena Corinthians, em São Paulo, durante a abertura da Copa, "agiram bem ou mal ao xingar a presidente Dilma Rousseff".
Até mesmo o otimismo da população em relação à vitória da Seleção Brasileira está sendo mensurado. O instituto questiona se o entrevistado acredita que o Brasil será campeão, qual a opinião sobre a torcida verde e amarela, o desempenho dos jogadores, quem foi mais decisivo para a classificação do Brasil para as quartas de final e ainda o desempenho do técnico Luiz Felipe Scolari.
Leia aqui a íntegra do questionário.
CHARGE HISTÓRICA DE LAERTE RESUME TODA UMA ÉPOCA
"Não vai ter estádio". "Não vai ter aeroporto". "Não vai ter acesso". "Caso tenha, isso era apenas uma crítica construtiva". Charge do cartunista Laerte, publicada hoje na Folha de S. Paulo, é uma obra-prima que resume a canoa furada na qual os principais grupos de mídia do País embarcaram antes da Copa. Sondagem realizada ontem com jornalistas do mundo inteiro confirmou: esta é a #copadascopas
1 DE JULHO DE 2014 ÀS 09:50
247 – Uma charge do cartunista Laerte, publicada nesta terça-feira 1º na Folha de S. Paulo, resume perfeitamente a onda de mau humor e críticas infundadas dos veículos de comunicação brasileiros em relação à Copa do Mundo.
"Não vai ter estádio". "Não vai ter aeroporto". "Não vai ter acesso". "Caso tenha, isso era apenas uma crítica construtiva". As frases estão estampadas em cartazes de manifestantes na arte de Laerte.
O cenário retratado pelo cartunista mostra exatamente o comportamento da imprensa antes da Copa e o que aconteceu após o início do evento.Reportagem da semana passada do Jornal Nacional, por exemplo, admitiu com todas as letras que "muitos problemas previstos não se confirmaram". No entanto, o noticiário da Globo atribui à imprensa internacional as "críticas ácidas", sem assumir parte no pessimismo.
Como bem resumiu o jornalista Ruy Castro no programa Redação SporTV, os jornalistas da imprensa nacional não deram "nem chance de que se pusesse as coisas em ordem" e fizeram "exigências absurdas". "A nossa imprensa foi rigorosamente espírito de porco antes de o evento começar", concluiu o o escritor.
Pesquisa realizada pelo portal Uol, do grupo Folha, e divulgada nesta segunda-feira 30, aponta o efeito inverso das previsões obscuras dos noticiários: 38,5% dos jornalistas do mundo todo afirmam que essa é a melhor Copa do Mundo já realizada em todos os tempos (leia mais aqui).
REGRAVAÇÃO DE 'PRA FRENTE BRASIL' FOI CONTRA NEGATIVISMO DA COPA
Cantora amazonense Karine Aguiar conta ter ficado preocupada com o noticiário na imprensa antes do início do Mundial e decidiu regravar em Paris, onde mora, uma nova versão do hino da seleção, que traz ritmos que caracterizam o Norte do País; segundo ela, outro motivo para a decisão foi a forte rejeição à música oficial da Copa; para Karine, uma palavra define essa Copa: "superação"; leia entrevista concedida ao blog Propagando, de Ricardo Fonseca
1 DE JULHO DE 2014 ÀS 15:42
Ricardo Fonseca, do blog Propagando, para o Brasil 247 – Ela se intitula cabocla do Amazonas e começou a cantar ouvindo jingles quando criança. Já adulta, foi para a Europa fazer uma turnê e acabou se fixando na França. Foi lá que regravou a música Hino da Copa de 1970, "Pra frente Brasil", de Miguel Gustavo e Raul de Souza.
Essa pessoa a que me refiro tem nome e sobrenome, é a manauara Karine Aguiar. Que diz ter se inspirado em Elis Regina (de quem tem um timbre muito parecido), Ella Fitzgerald, Edith Piaf, entre outras. Sua música é tipicamente popular brasileira, mas com uma mistura de samba, jazz, soul e toques regionais do Norte do País.
Conheça uma pouco mais sobre esse mais novo talento brasileiro, já consagrado na França. Karine Aguiar (ou no Twitter @Karineamazon) deu uma entrevista exclusiva ao blog Propagando nesta segunda-feira (30).
Propagando: De onde você é?
KA: Sou cabocla, nascida e criada em Manaus, no Amazonas.
Propagando: Já tens CD gravado ou planos pra gravar um?
KA: Sim, tenho o "Arraial do Mundo", produzido e gravado em Nova Iorque, em 2012, e que, recentemente, recebeu o prêmio de "Melhor CD de MPB" de 2014, em Paris, pelo site www.brasil.fr, o maior site sobre o Brasil em língua francesa no mundo.
Propagando: Há quanto tempo você canta?
KA: A música na minha vida começou com um fenômeno muito engraçado. Uma das minhas tias, que cuidou de mim quando eu era bebê, conta que, logo que comecei a dizer minhas primeiras palavras, eu gostava muito de acompanhar os jingles nos comerciais de TV e os aprendia depressa. Aos fins de tarde, ela me levava para a frente de nossa casa e me fazia repetir os jingles que eu tinha aprendido assistindo televisão. Assim, ela me transformou em uma espécie de "atração" pra vizinhança. Depois, quando comecei a frequentar a escola, percebi cada vez mais presente esse fascínio pela música em meu cotidiano. Durante toda a minha vida escolar, fiquei envolvida com a música. Na adolescência, frequentei o conservatório da cidade onde nasci, Manaus, e de lá, comecei a me envolver com a música mais intensamente, até assumir o "ofício de cantora" como minha profissão efetiva, há 7 anos.
Propagando: De quem foi a ideia de regravar "Pra frente Brasil" e como aconteceu de você gravar em Paris?
KA: Há 3 meses, fixei residência na França, pelo fato de eu estar em turnê na Europa para a promoção do meu disco "Arraial do Mundo", produzido e gravado em Nova Iorque. A ideia de regravar essa canção, que é de autoria de Miguel Gustavo e Raul de Souza, surgiu a partir de uma conversa que estávamos tendo eu, o músico e estudioso dos ritmos amazônicos Ygor Saunier e nosso Manager, o também amazonense Reginaldo Lima, algumas semanas antes da Copa, na nossa casa em Lyon (França). Estivemos acompanhando todas as notícias que saíam na imprensa brasileira e na imprensa internacional sobre o Mundial no Brasil e, nos preocupou bastante o negativismo com relação à Copa por conta dos protestos, sem contar o alto índice de rejeição que a música oficial do Mundial causou no público. O fato de a minha cidade-natal, Manaus, também ser uma das cidades-sede da Copa foi bastante importante nessa iniciativa, já que o arranjo da nossa versão foi concebido tendo como base os principais ritmos/estilos musicais da Amazônia: o Gambá do município de Maués/AM; o Beiradão, um estilo amazonense que flerta com vários outros como Lambada, o Carimbó e a Guitarrada do Pará, além da música caribenha; e o Marabaixo, ritmo do Amapá. Através dessa canção que é tão emblemática e querida por todo o povo brasileiro, quisemos dizer para o resto do Brasil e para o mundo inteiro que não só o Amazonas, mas o Norte do Brasil acolhem o Mundial com alegria, do seu jeito, com seu sotaque e costumes próprios, e que apoiamos a nossa Seleção rumo ao hexa. Somos também Brasil, só que um Brasil ainda distante dos "grandes centros" e que precisa ser mais explorado pelos próprios brasileiros.
Propagando: Quem são seus ídolos?
KA: Na vida tenho várias personalidades que admiro pelas suas trajetórias como seres humanos, sejam artistas ou não. Na música, tenho como minhas referências intérpretes (e mulheres) como Elis Regina, Gal Costa, Jane Duboc, Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Edith Piaf e muitas outras que fica difícil impossível enumerar aqui. Gosto de ouvir desde música flamenca até heavy metal, embora eu tenha gravado um trabalho mais voltado para a linguagem da música amazônica e do jazz. Tudo isso ajuda a construir minha bagagem como artista.
Propagando: Você já tem um show pronto para apresentá-lo pelo Brasil?
KA: Sim. Já temos esse show pronto. É baseado no que temos apresentado na Europa desde março, com um repertório que compreende desde as músicas que gravei no meu CD "Arraial do Mundo", que faz um mix dos ritmos e das canções amazônicas com o jazz norte-americano. Além de alguns clássicos da música brasileira e as novas produções que temos feito em Paris. Também recebi um convite do Professor João Cândido Portinari para me apresentar em um evento do Projeto Portinari, no Rio de Janeiro, que deverá acontecer agora em julho.
Propagando: É difícil ser músico e viver disso no Brasil?
KA: Penso que cada profissão tem suas dificuldades. Com a de músico não é diferente. O importante no fim das contas é você se sentir realizado com o que você escolheu fazer e, através disso, ser feliz todos os dias.
Propagando: O que você está achando dessa Copa no Brasil e quais as suas expectativas?
KA: Pra mim, uma palavra define esse mundial: SUPERAÇÃO. Falo não só com relação à Seleção Brasileira que, a cada jogo, se mostra mais aguerrida pelo título, mas principalmente, com relação às duras críticas que Manaus sofreu no período Pré-Copa, que vieram desde a imprensa internacional, até dos nossos irmãos do Sudeste. É certo que Manaus, como qualquer outra metrópole (sim, somos uma metrópole no meio da selva, com mais de dois milhões de habitantes e a mais rica cidade do Norte do Brasil), tem seus problemas sociais e de todas as ordens. Porém, o que mais doeu, não só no povo manauara, mas em todo o povo amazonense foi ter a nossa capacidade de recepcionar bem os turistas colocada em xeque. Mas nós fomos fortes, resistimos e demos nossa resposta ao mundo, sendo eleitos pela própria organização do evento como a melhor cidade-sede. Espero que o Mundial no Brasil possa despertar em nós brasileiros mais amor pelo nosso país, e que possamos nos conhecer melhor. Aquela máxima que a Elis Regina cantou na década de 1970 que dizia que "o Brasil não conhece o Brasil" ainda é bastante atual. Espero ver o Brasil com o hexa na mão e com mais amor por si mesmo. O mundo ama o Brasil e só nós brasileiros ainda não nos demos conta disso.
KA: Pra mim, uma palavra define esse mundial: SUPERAÇÃO. Falo não só com relação à Seleção Brasileira que, a cada jogo, se mostra mais aguerrida pelo título, mas principalmente, com relação às duras críticas que Manaus sofreu no período Pré-Copa, que vieram desde a imprensa internacional, até dos nossos irmãos do Sudeste. É certo que Manaus, como qualquer outra metrópole (sim, somos uma metrópole no meio da selva, com mais de dois milhões de habitantes e a mais rica cidade do Norte do Brasil), tem seus problemas sociais e de todas as ordens. Porém, o que mais doeu, não só no povo manauara, mas em todo o povo amazonense foi ter a nossa capacidade de recepcionar bem os turistas colocada em xeque. Mas nós fomos fortes, resistimos e demos nossa resposta ao mundo, sendo eleitos pela própria organização do evento como a melhor cidade-sede. Espero que o Mundial no Brasil possa despertar em nós brasileiros mais amor pelo nosso país, e que possamos nos conhecer melhor. Aquela máxima que a Elis Regina cantou na década de 1970 que dizia que "o Brasil não conhece o Brasil" ainda é bastante atual. Espero ver o Brasil com o hexa na mão e com mais amor por si mesmo. O mundo ama o Brasil e só nós brasileiros ainda não nos demos conta disso.
Propagando: Qual mensagem que você deixa para as pessoas que (como você) correm atrás dos seus sonhos?
KA: Fé em Deus, trabalho e, principalmente, honestidade em tudo que se queira fazer.
Ouça aqui a versão de Karine Aguiar de "Pra frente Brasil".