MÍDIA USA TRAGÉDIA EM BH PARA SUA REVANCHE NA COPA
Constrangida pelo sucesso do Mundial, oligopólio da mídia familiar no Brasil se escora no acidente de engenharia ocorrido ontem em Belo Horizonte para uma pequena vingança; na Folha, a queda de um viaduto se transformou em "Obra inacabada da Copa desaba e mata 1 em BH"; no Globo, "Viaduto de obra da Copa desaba e mata 2 em BH"; no Estado, "Viaduto planejado para Copa cai e mata 2"; nos três jornais, ênfase no fato de se tratar de uma obra do Plano de Aceleração do Crescimento, que, embora federal, é executado por estados e municípios; no caso concreto, a responsabilidade pela execução da obra era da prefeitura de Belo Horizonte, governada por Marcio Lacerda, do PSB, que viu "falha de engenharia"
4 DE JULHO DE 2014 ÀS 05:48
247 - Até aqui, a imprensa familiar brasileira vinha sofrendo a maior goleada da história das Copas. Depois de apostar no fiasco da Copa do Mundo de 2014 e usar seus colunistas para disseminar o pânico de um vexame internacional, o pequeno oligopólio da mídia no Brasil tentou marcar nesta sexta-feira, dia em que o Brasil decide contra a Colômbia uma vaga nas semifinais, um golzinho de honra. Nem que para isso tenha sido necessário explorar uma tragédia, ocorrida ontem em Belo Horizonte, onde um viaduto desabou e matou duas pessoas.
O lamentável acidente, decorrente de uma provável falha de engenharia da empreiteira Cowan, ganhou uma embalagem peculiar nos jornais brasileiros, com sabor de vingança. Na Folha, o fato se transformou na manchete "Obra inacabada da Copa desaba e mata 1 em BH". No Globo, "Viaduto de obra da Copa desaba e mata 2 em BH". No Estado, "Viaduto planejado para Copa cai e mata 2". Ou seja: depois da constatação de que os aeroportos funcionaram a contento e de que os estádios (que para determinado grupo de mídia ficariam prontos apenas em 2038) encantaram o mundo, caiu um viaduto. Era o que bastava para a execução da revanche.
Nos três três jornais, a ênfase foi dada ao fato de se tratar de uma obra do PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento, que, embora federal, depende da execução de estados e municípios. No caso concreto, embora a obra tenha recebido financiamento de R$ 171,7 milhões do governo federal, a responsabilidade pela execução era da prefeitura de Belo Horizonte, governada por Marcio Lacerda, do PSB e aliado do PSDB na política mineira.
Na Folha, que foi o jornal que produziu a manchete mais milimétrica contra a Copa após o incidente, houve ainda espaço para um editorial, chamado "Humor de Copa", sobre o impacto do sucesso do Mundial na mais recente pesquisa Datafolha, onde a presidente Dilma foi de 34% a 38% das intenções de voto. Num dos trechos, comentou-se o incidente de ontem em Belo Horizonte. "Verdade que, até quarta-feira, registravam-se somente incidentes operacionais de menor impacto; o mais grave deles havia sido a invasão de chilenos no Maracanã, fruto de uma falha de segurança. Nada comparável à queda de um viaduto em Belo Horizonte. O acidente, ocorrido ontem, resultou na morte de ao menos uma pessoa e deixou 22 feridos. A obra faz parte do pacote de melhorias de mobilidade urbana e não ficou pronta no prazo prometido. Não foi, felizmente, tragédia de maiores proporções. Serve para lembrar, ainda assim, o quanto houve de irresponsabilidade e improviso, para nada dizer de corrupção, na organização do Mundial. O primeiro jogo da Arena das Dunas, em Natal, deu-se sem a liberação dos bombeiros, por exemplo."
Com a queda do viaduto, a mídia familiar fez um golzinho e diminuiu a goleada que vem sofrendo. Há tempo para a virada?
COMPORTAMENTO VERGONHOSO
RIBAMAR FONSECA
A Grande Imprensa, que se transformou num partido político para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, usa agora, de modo desumano, a queda de um viaduto em Belo Horizonte, que matou duas pessoas, para atacar o governo
A passionalidade escandalosa da chamada Grande Imprensa, que se transformou num partido político para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, chegou às raias do absurdo nesta sexta-feira: usou, de modo desumano, a queda de um viaduto em Belo Horizonte, que matou duas pessoas, para atacar o governo. Os três jornalões do Rio e São Paulo – Globo, Folha e Estadão – combinaram a mesma manchete, com ligeira variação, rotulando o viaduto de "obra da Copa". Depois de desacreditados pela campanha realizada contra o evento esportivo, diante do seu sucesso e da repercussão positiva dentro e fora do país, os jornalões decidiram usar a tragédia para ir à forra.
Do governo federal, na verdade, o viaduto em construção só tem parte dos recursos financeiros, porque o projeto e sua execução são da responsabilidade da prefeitura de Belo Horizonte. Mesmo sabendo disso, a Grande Mídia prefere aproveitar politicamente o episódio e lançar a culpa do acidente nas costas largas da Presidenta, esquecendo deliberadamente o prefeito Marcio Lacerda, do PSB, que, em entrevista à imprensa, disse que deve ter havido uma falha na construção. "No futuro – disse – certamente depois de tudo apurado, vai-se descobrir algum erro de engenharia, seja de projeto, seja de construção".
A "Folha", no entanto, não satisfeita em torcer a notícia do acidente para ligá-lo à Copa e culpar o governo, também publicou um editorial intitulado "Humor da Copa", em que insiste em afirmar que "a obra faz parte do pacote de melhorias de mobilidade urbana e não ficou pronta no prazo prometido" e "serve para lembrar o quanto houve de irresponsabilidade e improviso, para nada dizer de corrupção, na organização do Mundial". Não disse, porém, que se houve irresponsabilidade e improviso na realização da obra certamente foram do prefeito pessebista, responsável por seu planejamento e execução. Mas esse "detalhe" não interessa à Grande Mídia, pois para ela o importante mesmo é usar tudo o que for possível para desgastar Dilma e o PT.
O acidente também serviu à imprensa estrangeira – em especial à britânica, cuja má vontade para com o Brasil vem sendo alimentada pela Grande Imprensa brasileira – para voltar a depreciar o governo e o nosso país. A exemplo da nossa mídia, a estrangeira, igualmente desmoralizada pelo sucesso da Copa cujo fracasso insistia em alardear, aproveitou a tragédia para atribuí-la ao suposto "improviso" na realização da competição esportiva. O acidente, na verdade, não tem nada a ver com a Copa – e muito menos com o governo federal – mas para os que desejam a qualquer preço impedir a reeleição da presidenta Dilma não há dúvida de que vão culpá-la pelo acidente, o que, aliás, não será novidade, pois já a responsabilizaram até pelo linchamento de uma inocente em São Paulo.
Resta saber, agora, se os candidatos oposicionistas vão seguir o mesmo caminho da Grande Mídia, ligando a tragédia à Copa e à Presidenta da República. Não parece tarefa fácil, principalmente para o ex-governador Eduardo Campos, pois o prefeito responsável pela obra pertence ao seu partido, o PSB. Ninguém se surpreenda, porém, se o candidato tucano Aécio Neves, que sempre encontra um jeito de criticar o Planalto por qualquer coisa, também aproveite o acidente para mais uma vez investir contra a Presidenta, já que o fato ocorreu na capital do seu Estado, Minas Gerais. Vale lembrar, no entanto, que o povo já não se deixa influenciar tanto por essa falácia sem consistência, o que pode fazer o tiro sair pela culatra.
De qualquer modo, a atitude passional da Grande Imprensa no noticiário sobre a tragédia vem confirmar, mais uma vez, o seu comportamento vergonhoso como partido político, o que vem ampliando o seu descrédito junto à população. O seu noticiário vem sendo encarado, a cada dia, com reservas pelas pessoas que usam a massa cinzenta para pensar. E nesse ritmo não vai demorar muito para começar a enfrentar as mesmas dificuldades da revista "Veja", que vive os seus estertores justamente pelo desrespeito aos seus leitores, ainda hoje enganados com matérias distorcidas por conta dos seus interesses políticos e econômicos. Como dizia Confúcio: "Pode-se enganar parte do povo todo o tempo. Pode-se enganar todo o povo durante algum tempo. Mas ninguém consegue enganar todo o povo todo o tempo".
MINISTRO: "GOVERNO FEDERAL NÃO TEM RESPONSABILIDADE" POR VIADUTO
Gilberto Occhi, das Cidades, atribuiu à Prefeitura de Belo Horizonte (MG) a responsabilidade pela execução do viaduto da Avenida Pedro I, que desabou nesta quinta-feira, matando duas pessoas; "O governo federal não tem responsabilidade com o fato ocorrido. A obra do viaduto é de responsabilidade da prefeitura e da construtora", disse
4 DE JULHO DE 2014 ÀS 16:00
Minas 247 – O ministro das Cidades, Gilberto Occhi, afirmou nesta sexta-feira 4 que o governo federal não é responsável pela execução do projeto do viaduto, chamado de Guararapes, que desabou ontem em Belo Horizonte (MG). Segundo ele, a responsável pelo projeto é o poder municipal, comandado pelo prefeito Márcio Lacerda (PSB).
"O governo federal não tem responsabilidade com o fato ocorrido. A obra do viaduto é de responsabilidade da prefeitura e da construtora", disse o ministro ao portal G1, da Globo. O viaduto era parte da construção do BRT (via de trânsito rápido para ônibus) e era uma das iniciativas para mobilidade urbana visando a Copa do Mundo.
Segundo Occhi, o governo federal liberou R$ 150 milhões para a obra, mas não tem a função de aprovar ou rejeitar os projetos que são apresentados pelas construtoras, e sim a prefeitura. Ele disse agora esperar que a prefeitura "tome as providências junto á construtora para identificar o motivo do acidente".
"Em função disso, o governo federal aguarda a reconstrução, que será com recursos da prefeitura ou da construtora, mas isso só será definido após o laudo da perícia ficar pronto", explicou.
DESASTRE DO VIADUTO TEVE FALHA DA PREFEITURA DE BH
Governo municipal nega responsabilidade pelo acidente que deixou duas pessoas mortas na Avenida Pedro I, na capital mineira, quinta-feira 3, mas admite erro na fiscalização; causa do desabamento do viaduto Guararapes ainda é desconhecida; primeiras análises, porém, apontam para um afundamento de seis metros do pilar principal; "Acidentes como este acontecem", minimizou o prefeito Márcio Lacerda (PSB), no dia da tragédia; ontem, o secretário municipal de Obras, Lauro Nogueira, reconheceu: "A prefeitura tem responsabilidade, assim como a construtora e os técnicos contratados para a fiscalização"
5 DE JULHO DE 2014 ÀS 07:11
Minas 247 – A prefeitura de Belo Horizonte pouco reconhece, mas a queda do viaduto Guararapes, na Avenida Pedro I, na última quinta-feira 3, aconteceu em parte por falhas do executivo municipal. "Acidentes como este acontecem", minimizou o prefeito Márcio Lacerda (PSB), no dia da tragédia, que deixou duas pessoas mortas.
Ontem, os secretários municipais de Saúde, Fabiano Pimenta, e de Obras e Infraestrutura, José Lauro Nogueira, concederam entrevista coletiva à imprensa e, pela primeira vez, houve a admissão de responsabilidade. "A prefeitura tem responsabilidade, assim como a construtora e os técnicos contratados para a fiscalização", disse Nogueira.
A causa do desabamento ainda é desconhecida, mas as primeiras análises apontam para um afundamento de seis metros do pilar principal, após a retirada das escoras. Operários que trabalhavam na obra afirmaram que a construção seguia a toque de caixa. Por outro lado, o secretário de Obras informou que o viaduto não era uma obra para a Copa do Mundo e, por isso, não havia pressa para concluí-la.
A Polícia Civil irá apurar a queda do viaduto. Um inquérito sobre o caso está em andamento na 3ª Delegacia Regional de Venda Nova. Leia abaixo nota publicada pela prefeitura de BH na noite desta sexta-feira 4, uma síntese dos posicionamentos dos dois secretários, dados durante a entrevista coletiva.
Prefeitura presta esclarecimentos sobre acidente na Avenida Pedro I
Publicado em 04/07/2014 19:45:17
Publicado em 04/07/2014 19:45:17
Nesta sexta-feira, dia 4, os secretários municipais de Saúde, Fabiano Pimenta, e de Obras e Infraestrutura, José Lauro Nogueira, concederam entrevista coletiva à imprensa abordando diversos aspectos do acidente ocorrido ontem na Avenida Pedro I, em que o Viaduto Guararapes desabou. Confira as principais informações:
Vítimas do acidente
23 feridos e 2 óbitos. Dos 23 feridos, um permanece internado no Hospital João XXIII e todos os outros já foram liberados. O paciente que permanece internado no Hospital João XXIII inspira cuidados, mas não é uma situação grave. Ele foi atingido por um vergalhão na bolsa escrotal, relata dor abdominal. Estamos agindo com muita precaução com o objetivo de liberá-lo apenas quando estiver completamente sem nenhum risco.
Apoio às vítimas
Durante o período em que os pacientes ficaram internados, em todos os hospitais e nas unidades de atendimento Venda Nova e Pampulha, a Prefeitura se fez presente. Profissionais da Prefeitura deram atenção médica direta e apoio psicológico e social, visitando todos os internados, sempre em articulação com o corpo médico dos hospitais e das UPAS, onde eles estavam sendo atendidos.
O serviço psicossocial do Hospital Odilon Behrens (HOB), que tem experiência importante nesta área, está visitando em seus domicílios todos os pacientes e fazendo o acompanhamento pós-alta hospitalar. Está sendo feito casa a casa, paciente a paciente. Também foi implantado no HOB, através do telefone 3277-6269, um serviço que vai funcionar para agendamento de consultas de 8h às 17h para todas aquelas pessoas que necessitarem de um apoio psicossocial e que presenciaram ou foram vítimas do acidente. Este apoio será permanente enquanto for necessário. A Prefeitura, por meio do SUS, também disponibilizou apoio no que se refere a fornecimento de medicamentos.
Esquema de atendimento às vítimas no local do acidente
O SAMU chegou ao local do acidente em um prazo inferior à média, que é de 13 minutos. Chegou em 11 minutos. Imediatamente todas as portas dos hospitais de urgência e das UPAs foram liberadas para atender as vítimas. A UPA do Barreiro, por exemplo, a mais distante do local do acidente, já estava pronta para receber pacientes, se assim fosse necessário, 15 minutos depois do ocorrido.
Apoio às famílias das vítimas fatais
A Prefeitura prestou solidariedade às famílias das vítimas fatais e compareceu ao velório de Hanna Cristina dos Santos e Charlys Frederico Moreira do Nascimento, representada pelos Secretários Marcelo Mourão, da Assistência Social, Geraldo Magela, da Regional Nordeste e Elson Alípio, da Regional Norte, além de uma equipe da Assistência Social. A Construtora Cowan está arcando com as despesas de velório e enterro das duas vítimas fatais.
Apuração de responsabilidades
A Prefeitura acompanha e participa da fase de identificação das causas do acidente. Existe uma responsabilidade solidária das entidades e empresas que participaram do processo desde a sua licitação, quando foram selecionadas empresas com muita experiência nos empreendimentos como os que configuram o viaduto em questão.
Fiscalização das obras
Os serviços de fiscalização são complexos e compreendem a parte de ensaios, coleta de materiais e um detalhado registro do andamento da obra. Tudo isso de maneira formal, registrado no acervo técnico da Sudecap. Independentemente da presença de empresas contratadas para auxilio à fiscalização, a Prefeitura sempre teve pessoal próprio ligado à fiscalização das obras. Isso pode ser tranquilamente observado nos diários de obras e registros formais de todos os eventos ligados à obra. Em nenhum momento, independentemente da presença de empresas ligadas a atividades de gerenciamento dos empreendimentos, a Sudecap e a Secretaria de Obras abriram mão do seu papel fiscalizador. O pessoal da Prefeitura esteve diariamente presente nas obras. Nosso pessoal é caracterizado por um time de supervisores tecnicamente habilitados e experientes para desempenho das tarefas de fiscalização.
Estrutura de pessoal para a fiscalização
A Prefeitura manteve através da Secretaria de Obras e da Sudecap, pessoal capaz de observar o andamento das obras.
Testes antes da remoção das escoras das obras
Um tipo de estrutura elevada como o Viaduto Guararapes, em função de seu peso e design, recebe continuamente ensaios, desde suas fases mais iniciais até a finalização. A retirada das escoras é uma consequência da conclusão dos períodos de cura do concreto e outros exames. A retirada das escoras é uma etapa técnica, prevista em cronograma. Em nenhum momento, nenhuma destas escoras foi retirada contrariando os mais rigorosos padrões de engenharia, levando-se em consideração todos os tempos para que a estrutura fosse considerada estável, para que os elementos de fixação e sustentação fossem considerados confiáveis. Então, não é um processo automático, nem uma tarefa pré-programada. É uma tarefa que tem em sua execução uma série de etapas de exames e testes executados. Tudo foi feito com muita consequência e sem nenhum açodamento por parte das empresas ou Prefeitura. Os tempos de retiradas de escoras, no caso do viaduto Guararapes e de todos os elementos das obras voltadas ao BRT, respeitaram os tempos necessários para a estabilização das estruturas. E os testes que foram feitos estão registrados.
Isolamento da área para retirada das escoras
A Prefeitura teve o cuidado de manter os escoramentos o tempo necessário. Não é especialmente importante o momento do dia em que as escoras foram retiradas, mesmo porque a quantidade de escoramento destas estruturas é imensa. Então, a retirada deste escoramento não levou uma hora, nem um dia, levou semanas. Foi um processo progressivo, planejado, até mesmo porque o material do escoramento é tão volumoso que se fosse possível retirá-lo de uma vez só, nós teríamos um enorme congestionamento e não teríamos nem meio de transporte para retirá-lo e levá-lo para o depósito.
Segurança do turista e da população para o jogo das semifinais
Neste momento, todas as providências estão dirigidas a satisfazer as necessidades das autoridades oficiais ligadas à Defesa Civil, perícias técnicas e Polícia Civil. Assim que o local for liberado para intervenções de engenharia, tomaremos as providências para a remoção daquela seção do viaduto que repousa hoje sobre a via, de forma que esta via seja liberada. Do ponto de vista da segurança para as pessoas que visitarão a cidade, vindas de outros estados ou países, a Prefeitura tem, neste momento, um plano de ação exatamente ligado a ocorrências sem problemas dos eventos que estão na agenda e também à segurança das pessoas, trabalhadores, etc.
Não há superfaturamento. Apuração do TCE sobre superfaturamento na compra de materiais para a construção do Viaduto Guararapes
O processo de exame das obras pelo TCE se seguiu a um processo iniciado pela Controladoria Geral da União (CGU) que, em quatro manifestações, verificou que o município tomou todas as medidas de ordem técnica e disciplinar, além de procedimentos para corrigir aquilo que foi apontado. Temos as manifestações da CGU na direção de que o município atendeu ao que foi solicitado. Os exames do TCE estão em curso e entendemos que eles terão um desfecho semelhante ao que ocorreu no caso da CGU.
Prazo estipulado para a entrega das obras do Viaduto Guararapes
Não havia data estipulada para a entrega das obras e nem obrigatoriedade para a entrega ser antes da Copa do Mundo, apenas um cronograma referencial contido na licitação. No caso da Avenida Pedro I, a Prefeitura enfrentou um volume expressivo de desapropriações, onde os direitos dos moradores/proprietários/comerciantes/ empresários que tinham propriedades ao longo da via tiveram processo de negociação, sendo que em alguns casos houve recurso do poder judiciário. A Prefeitura teve que se subordinar ao desenrolar de todas essas atividades de desapropriação para iniciar e dar andamento à obra. Em nenhum momento a Prefeitura passou o carro na frente dos bois. Do ponto de vista da engenharia, o viaduto Guararapes teve seu processo próprio de maturação e desenvolvimento, respeitando as suas necessidades. A Prefeitura é obrigada a cumprir prazos dentro dos compromissos de contratos de financiamentos, dentro de todas as questões legais envolvendo uma licitação pública. Porém, em nenhum momento nenhuma dessas questões se superpõe à segurança e aos bons princípios da engenharia. Tanto é que o viaduto não estava pronto antes da Copa. A retirada do escoramento nada tem a ver com isso e respeitamos os padrões técnicos vigentes para que esse escoramento fosse retirado em segurança.
Opiniões sobre causas do acidente
Nós não temos o direito de especular. A Sudecap e a Secretaria de Obras são organizações tecnicamente orientadas. Nós devemos respeitar todas as pessoas que colocaram seus esforços, suas responsabilidades técnicas e estamos numa fase de apuração do que aconteceu. Então, essa etapa é uma etapa de exame, de diagnóstico. Após esse diagnóstico nós eventualmente teremos uma parte em paralelo, ou em série, voltada à apuração de responsabilidade. Nós vamos respeitar os prazos que os peritos contratados nos solicitaram, mas ainda não temos uma resposta de quanto tempo eles levarão para chegar a uma conclusão.
Liberação da via
Ainda não temos uma data para a liberação da via, mas o objetivo é iniciar as atividades tão logo a Defesa Civil e a Polícia Civil liberem o local após a conclusão da perícia.
Comprometimento da outra alça do viaduto
A outra alça do viaduto Guararapes está também sob exame e vistoria para avaliar se houve ou não algum comprometimento em sua estrutura. No caso de qualquer demolição no local ela será mecânica com tempo estimado de 24 horas.