DO QUE TÊM MEDO A GLOBO E OS TRÊS MARINHOS?
A postura agressiva dos apresentadores do Jornal Nacional na noite de ontem, que atingiu seu ápice quando Patrícia Poeta colocou o dedinho no rosto da presidente Dilma Rousseff, escancara que as Organizações Globo farão o que estiver a seu alcance, nos próximos dois meses, para impedir sua reeleição; aparentemente, os irmãos Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto Marinho tratam esta eleição como uma questão de vida ou morte; entre os motivos possíveis, estão a autuação milionária da Receita Federal, o receio de que o país avance na democratização da mídia e a percepção de que a Globo, alvo dos protestos de junho por ter apoiado a ditadura militar, não é mais capaz de ditar os rumos do país como no passado; juntos, os três irmãos formam a família midiática mais rica do mundo, com um patrimônio de US$ 28,9 bilhões, que foi formado graças à concentração de poder; no entanto, audiência declinante desafia um império que extravasa seu nervosismo, como aconteceu na noite de ontem; será que a presidente Dilma é o lobo mau?
19 DE AGOSTO DE 2014 ÀS 20:23
Marco Damiani, 247 – Donos do maior patrimônio pessoal entre todos os empresários de mídia do mundo, como o australiano Ruppert Murdoch, do grupo Media News, ou o americano Ted Turner, da rede CNN, os três irmãos Marinho – João Roberto, Roberto Irineu e José Roberto – consideram ter mais de um bilhão de motivos para atuarem, com sua poderosa máquina editorial, contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Nota sobre nota, eles têm, juntos, uma fortuna estimada pela revista Forbes em US$ 28,9 bilhões (R$ 74,2 bilhões de reais). Porém, com mais quatro anos de Dilma no Palácio do Planalto, os três temem perder dinheiro, prestígio e influência em doses imprevisíveis. Podem ser bastante fortes.
No ano passado, a Receita Federal venceu no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) uma disputa com a Globo de R$ 713 milhões. Hoje, a conta ainda não saudada está em mais de R$ 1 bilhão. Por outro lado, a reeleição da presidente vai, necessariamente, aquecer o debate sobre a regulação do funcionamento do setor de mídia no Brasil. Pilares da base do gigantismo da Globo, como propriedades cruzadas e presença majoritária em múltiplas áreas de atuação, configuram um oligopólio que fatura, anualmente, cerca de R$ 10 bilhões. É essa espécie de fábrica de fazer dinheiro, erguida a partir do período dos militares no poder do Brasil (1964-1985) e movida pelo B.V. (o famoso bônus de veiculação), que se vê ameaçada pela presidente candidata.
Um terceiro, mas não menos importante elemento, é o público em si. Em junho do ano passado, uma parte do vandalismo em que as manifestações degeneraram foi dirigido contra a Globo. Esterco chegou a ser jogado nas paredes da sede da emissora em São Paulo. A pressão popular sobre carros adesivados da emissora passou a ser um fato cotidiano, e sempre arriscado, na vida dos profissionais da empresa.
BELIGERÂNCIA NO DNA - É natural, na defesa de seus interesses bilionários, que os Marinho usem todos os canhões ao seu dispor. A beligerância, de resto, está no DNA do grupo empresarial que eles herdaram do pai. A Globo nasceu com obsessão pelo poder. A estratégia do empresário Roberto Marinho foi, desde as primeiras transmissões, em abril de 1965, exatamente um ano depois de os militares brasileiros derrubarem o presidente João Goulart, a de servir ao regime. Não há interpretação histórica que possa superar esse fato.
A Globo, apesar de algumas linhas de autocrítica publicadas no jornal O Globo por ocasião do cinquentenário do golpe militar, no ano passado, não quer cortar suas raízes com o autoritarismo. Pelo simples motivo de que foi a antítese da democracia que estabeleceu o modelo de concentração que a beneficiou. As Organizações enxergam a democracia como o regime que necessariamente vai enfraquecer seu poder, à medida em que permite a existência e o florescimento de outras fórmulas empresariais.
O nervosismo do âncora William Bonner e a descortesia da apresentadora Patrícia Poeta, ontem, diante de Dilma, na entrevista no Jornal Nacional, revelaram apenas a ponta do iceberg de interesses escondidos pela Globo em sua propalada isenção editorial. Não está no DNA da emissora ser isenta, ao contrário. Muito menos têm havido equilíbrio por parte da emissora no noticiário da atual sucessão presidencial. Pesquisadores da Uerj já havia mostrado que o JN dedicou, entre 1º de janeiro e 31 de julho, 83 minutos de noticiário avaliado por ele como negativo para Dilma contra 3 minutos de informações apontadas como positivas.
JN PERDEU IBOPE NOS ÚLTIMOS ANOS - Para tomar-se, apenas, os investimentos do governo federal em publicidade, o que se tem é que eles diminuíram para a Globo a partir da introdução continuada de filtros técnicos para a aplicação das verbas. Acontece que a audiência da Globo como um todo, e em horários nunca antes ameaçados, está diminuindo. Apenas o Jornal Nacional, por exemplo, perdeu mais de 20 pontos no Ibope nos últimos anos. A introdução de novos mecanismos de medição de público, de outra parte, também mostra que o poderio real das Organizações Globo é declinante, no sentido do alcance e influência sobre público.
Em 1982, a Globo tentou ditar o resultados das eleições para governador do Rio de Janeiro, no que ficou conhecido como o escândalo da pró-consult – a assessoria que contava os votos em paralelo à Justiça Eleitoral. Em 1989, como o então todo poderoso global Boni admitiu em biografia festiva, a emissora manipulou o debate presidencial entre os candidatos Lula e Collor e usou, claro, o Jornal Nacional para desequilibrar ainda mais a cena real daquele disputa. Em ambos os casos, a Globo procurou interferir na disputa em seus momentos finais.
Ontem, com a chamada entrevista em que a presidente Dilma foi interrompida 21 vezes, em 15 minutos de conversa, pelo âncora do JN, a Globo mostrou que partiu para o ataque desde o primeiro minuto. Certamente porque sabe, com seus sofisticados instrumentos de aferição dos humores da população, que enfrenta cada vez mais dificuldade para impor a vontade de seus herdeiros ao público.
GLOBO DEU SEU RECADO: FAZ CAMPANHA CONTRA DILMA
"Dos 16 minutos cronometrados, Dilma falou 10 minutos e meio; Bonner, 4 e meio, e Patrícia quase 1 minuto. Dá 65% para ela e 35% para eles. Dilma pronunciou 1.383 palavras, contra 980 da dupla (766 só do Bonner), o que dá 60% x 40%. Isso é escore de debate, não de entrevista. A dupla encaixou 26 acusações ao governo e ao PT; algumas, com ponto de exclamação", diz o jornalista Ricardo Amaral, em sua análise sobre a agressão de William Bonner e Patrícia Poeta contra a presidente Dilma; "mesmo restrita a um cerimonial televisivo, foi uma sinalização relevante para uma imprensa cada vez mais assanhada no papel de oposição"
19 DE AGOSTO DE 2014 ÀS 20:10
Por Ricardo Amaral
A entrevista com a presidenta Dilma Rousseff expôs, com rara contundência, a parcialidade da Globo na cobertura do governo e do PT. Utilizando manhas de quem passou pelo pau-de-arara, Dilma pôs abaixo a tentativa da Globo de parecer “isenta” nesse capítulo das eleições. Isso não é banal, no momento em que a credibilidade da imprensa hegemônica segue abalada pelo fiasco histórico da “operação Copa”.
A credibilidade do jornalismo da Globo saiu mais uma vez arranhada pelos esgares de William Bonner e Patrícia Poeta. As expressões de contrariedade, os dedos em riste e as interrupções grosseiras falaram mais ao telespectador do que o conteúdo de perguntas e respostas. Por algum tempo, tudo que se disser no JN contra Dilma será recebido com suspeita, porque a mensagem mais forte do programa foi: eles não gostam dela.
Dos 16 minutos cronometrados, Dilma falou 10 minutos e meio; Bonner, 4 e meio, e Patrícia quase 1 minuto. Dá 65% para ela e 35% para eles. Dilma pronunciou 1.383 palavras, contra 980 da dupla (766 só do Bonner), o que dá 60% x 40%. Isso é escore de debate, não de entrevista. A dupla encaixou 26 acusações ao governo e ao PT; algumas, com ponto de exclamação.
Nos quatro blocos temáticos (corrupção, mensalão, saúde e economia) Bonner lançou no ar 13 pontos de interrogação, e Patrícia, dois. A presidenta foi interrompida 19 vezes. Tomou dedo na cara de Bonner e de Patrícia, que reclamou de uma resposta com um soquinho na mesa. Isso não é comportamento de jornalista. Na entrevista com Aécio Neves – que muitos acharam “dura”, embora tenha sido apenas previsível – a dupla fez quatro interrupções e cinco reiterações de perguntas.
Aprendi ainda foca que o segredo de uma entrevista ao vivo é dominar o assunto e buscar a pergunta seguinte na resposta do entrevistado. É uma arte difícil. Patrícia Poeta nunca soube fazer. Bonner acha que sabe – e que sabe muito. Por isso saiu-se ainda pior que a colega. Basta discordar do enunciado para desnorteá-los. Não sabem do que estão falando; seguem o roteiro e fazem cara de argúcia (com Dilma, usavam ponto eletrônico!).
Maus entrevistadores são incapazes de ouvir respostas e dialogar com o argumento do entrevistado. Não é só amadorismo; é presunção. Globais se consideram mais importantes que os candidatos. Acham-se a própria notícia. Diante da contradita, repetem a pergunta até se perderem. No limite, apelam para a fórmula binária: “eu digo isso; sim ou não?” Eduardo Campos saiu-se muito bem dessa briga com bêbados. Aécio tropeçou e caiu.
Para a Globo, pouco importa expor os editores chefe e assistente do JN a mais um vexame profissional. A Globo não quer ouvir respostas; quer repetir (e tentar sancionar) o próprio discurso. Bonner deve ter ensaiado em casa o que considerava seu momento de glória: chamar de corruptos os petistas do mensalão (“Eram corruptos!”), na cara da presidenta da República. Que audácia, hein, patrão…
Na primeira pergunta (69 segundos), a palavra corrupção foi repetida sete vezes; e estamos conversados. Depois de 12 anos (“mais de uma década, candidata!”) há “filas e filas nos hospitais”, cidadãos “muitas vezes são atendidos em macas”, “muitas vezes não conseguem fazer um exame de diagnóstico”. O país tem “inflação alta, indústrias com estoques elevados, ameaça de desemprego ali na frente”.
Repetir os mantras do noticiário negativo – sem de fato abrir a discussão sobre eles – era o primeiro dever de casa. O segundo era desconcertar a entrevistada, e foi aí que a bomba explodiu no colo dos entrevistadores. Dilma não abriu mão de responder as perguntas, retomando o fio da meada a cada interrupção. Advertida, fez-se de sonsa e continuou respondendo o que quis.
O jogo foi chato na maior parte do tempo, mas Dilma não entregou a posse de bola, não cedeu o controle da entrevista. E foram eles, William e Patrícia, que ficaram visivelmente desconcertados, a ponto de perder o respeito pela entrevistada – que o merecia, mesmo que não fosse presidenta da República.
Dilma não disse aos interrogadores o que eles queriam que ela dissesse, exceto ao concordar com Patrícia Poeta que “a saúde no país não é minimamente razoável”. Um pontinho vencido, foi tudo que conseguiram arrancar da interrogada. Por isso, o destaque nos sites da Globo foi o previsível silêncio de Dilma sobre o julgamento do mensalão – outra evidência de que eles consideram suas perguntas mais importantes do que as respostas da presidenta da República.
Qualquer analista dirá que a presidenta desperdiçou a oportunidade de ter sido mais assertiva da propaganda de seu governo. Quinze minutos no JN são uma grande chance de falar para milhões de eleitores, mas Dilma preferiu debater com Patrícia Poeta e William Bonner.
Ela passou informações relevantes: a inflação de julho ficou próxima de zero; o Mais Médicos atende 50 milhões de pessoas; o SAMU atende 149 milhões. Disse que o país enfrenta a crise sem demitir, sem arrochar salários e até diminuindo impostos. Podia ter dito muito mais, mas a disputa foi mais concentrada na forma que no conteúdo. E foi aí que Dilma venceu.
Dilma sorriu na medida certa e manteve-se serena durante todo o programa. Impôs-se um comportamento de presidenta da República, que contrastou, aos olhos dos telespectadores, com a atitude desrespeitosa e antiprofissional dos entrevistadores. Mesmo restrita a um cerimonial televisivo, foi uma sinalização relevante para uma imprensa cada vez mais assanhada no papel de oposição: digam o que quiserem, mas respeitem a presidenta eleita de todos os brasileiros.
A entrevista com a presidenta Dilma Rousseff expôs, com rara contundência, a parcialidade da Globo na cobertura do governo e do PT. Utilizando manhas de quem passou pelo pau-de-arara, Dilma pôs abaixo a tentativa da Globo de parecer “isenta” nesse capítulo das eleições. Isso não é banal, no momento em que a credibilidade da imprensa hegemônica segue abalada pelo fiasco histórico da “operação Copa”.
A credibilidade do jornalismo da Globo saiu mais uma vez arranhada pelos esgares de William Bonner e Patrícia Poeta. As expressões de contrariedade, os dedos em riste e as interrupções grosseiras falaram mais ao telespectador do que o conteúdo de perguntas e respostas. Por algum tempo, tudo que se disser no JN contra Dilma será recebido com suspeita, porque a mensagem mais forte do programa foi: eles não gostam dela.
Dos 16 minutos cronometrados, Dilma falou 10 minutos e meio; Bonner, 4 e meio, e Patrícia quase 1 minuto. Dá 65% para ela e 35% para eles. Dilma pronunciou 1.383 palavras, contra 980 da dupla (766 só do Bonner), o que dá 60% x 40%. Isso é escore de debate, não de entrevista. A dupla encaixou 26 acusações ao governo e ao PT; algumas, com ponto de exclamação.
Nos quatro blocos temáticos (corrupção, mensalão, saúde e economia) Bonner lançou no ar 13 pontos de interrogação, e Patrícia, dois. A presidenta foi interrompida 19 vezes. Tomou dedo na cara de Bonner e de Patrícia, que reclamou de uma resposta com um soquinho na mesa. Isso não é comportamento de jornalista. Na entrevista com Aécio Neves – que muitos acharam “dura”, embora tenha sido apenas previsível – a dupla fez quatro interrupções e cinco reiterações de perguntas.
Aprendi ainda foca que o segredo de uma entrevista ao vivo é dominar o assunto e buscar a pergunta seguinte na resposta do entrevistado. É uma arte difícil. Patrícia Poeta nunca soube fazer. Bonner acha que sabe – e que sabe muito. Por isso saiu-se ainda pior que a colega. Basta discordar do enunciado para desnorteá-los. Não sabem do que estão falando; seguem o roteiro e fazem cara de argúcia (com Dilma, usavam ponto eletrônico!).
Maus entrevistadores são incapazes de ouvir respostas e dialogar com o argumento do entrevistado. Não é só amadorismo; é presunção. Globais se consideram mais importantes que os candidatos. Acham-se a própria notícia. Diante da contradita, repetem a pergunta até se perderem. No limite, apelam para a fórmula binária: “eu digo isso; sim ou não?” Eduardo Campos saiu-se muito bem dessa briga com bêbados. Aécio tropeçou e caiu.
Para a Globo, pouco importa expor os editores chefe e assistente do JN a mais um vexame profissional. A Globo não quer ouvir respostas; quer repetir (e tentar sancionar) o próprio discurso. Bonner deve ter ensaiado em casa o que considerava seu momento de glória: chamar de corruptos os petistas do mensalão (“Eram corruptos!”), na cara da presidenta da República. Que audácia, hein, patrão…
Na primeira pergunta (69 segundos), a palavra corrupção foi repetida sete vezes; e estamos conversados. Depois de 12 anos (“mais de uma década, candidata!”) há “filas e filas nos hospitais”, cidadãos “muitas vezes são atendidos em macas”, “muitas vezes não conseguem fazer um exame de diagnóstico”. O país tem “inflação alta, indústrias com estoques elevados, ameaça de desemprego ali na frente”.
Repetir os mantras do noticiário negativo – sem de fato abrir a discussão sobre eles – era o primeiro dever de casa. O segundo era desconcertar a entrevistada, e foi aí que a bomba explodiu no colo dos entrevistadores. Dilma não abriu mão de responder as perguntas, retomando o fio da meada a cada interrupção. Advertida, fez-se de sonsa e continuou respondendo o que quis.
O jogo foi chato na maior parte do tempo, mas Dilma não entregou a posse de bola, não cedeu o controle da entrevista. E foram eles, William e Patrícia, que ficaram visivelmente desconcertados, a ponto de perder o respeito pela entrevistada – que o merecia, mesmo que não fosse presidenta da República.
Dilma não disse aos interrogadores o que eles queriam que ela dissesse, exceto ao concordar com Patrícia Poeta que “a saúde no país não é minimamente razoável”. Um pontinho vencido, foi tudo que conseguiram arrancar da interrogada. Por isso, o destaque nos sites da Globo foi o previsível silêncio de Dilma sobre o julgamento do mensalão – outra evidência de que eles consideram suas perguntas mais importantes do que as respostas da presidenta da República.
Qualquer analista dirá que a presidenta desperdiçou a oportunidade de ter sido mais assertiva da propaganda de seu governo. Quinze minutos no JN são uma grande chance de falar para milhões de eleitores, mas Dilma preferiu debater com Patrícia Poeta e William Bonner.
Ela passou informações relevantes: a inflação de julho ficou próxima de zero; o Mais Médicos atende 50 milhões de pessoas; o SAMU atende 149 milhões. Disse que o país enfrenta a crise sem demitir, sem arrochar salários e até diminuindo impostos. Podia ter dito muito mais, mas a disputa foi mais concentrada na forma que no conteúdo. E foi aí que Dilma venceu.
Dilma sorriu na medida certa e manteve-se serena durante todo o programa. Impôs-se um comportamento de presidenta da República, que contrastou, aos olhos dos telespectadores, com a atitude desrespeitosa e antiprofissional dos entrevistadores. Mesmo restrita a um cerimonial televisivo, foi uma sinalização relevante para uma imprensa cada vez mais assanhada no papel de oposição: digam o que quiserem, mas respeitem a presidenta eleita de todos os brasileiros.
BONNER INTERROMPEU DILMA 21 VEZES. ENTREVISTA?
Apresentador do Jornal Nacional aparece como presidente da República nas redes sociais; um dia depois de interromper a presidente Dilma Rousseff 21 vezes em entrevista de 15 minutos, William Bonner é visto não como jornalista, mas como político; primeira pergunta dele, com a expressão "escândalo de corrupção" citada sete vezes, durou um minuto e 39 segundos, quase 10% do tempo total do encontro; tentativa de massacre teve caretas, um dedo em riste de uma transtornada Patrícia Poeta e gesto em dobro do próprio Bonner; desequilíbrio histórico
19 DE AGOSTO DE 2014 ÀS 12:34
247 – O editor-chefe e âncora do Jornal Nacional, William Bonner, nunca foi tão mencionado nas redes sociais – e mesmo nos portais de notícias – como na noite desta segunda-feira 18, após sua entrevista com a presidente Dilma Rousseff, na companhia de Patrícia Poeta.
Como noticiou o 247, a entrevista foi, na verdade, uma ação eleitoral do principal noticiário da televisão brasileira, com direito a interrupções, perguntas quilométricas e dedo em riste por parte dos apresentadores. Em sua primeira pergunta, Bonner repetiu sete vezes a palavra "corrupção".
No cálculo do jornalista Jeff Benício, que escreve no blog Sala de TV no portal Terra, o âncora interrompeu a candidata à reeleição nada menos que 21 vezes em 15 minutos e 52 segundos. O embate entre ele e a presidente durou 7 minutos e 15 segundos, diz o blogueiro.
Depois da única pergunta de Patrícia Poeta, que até então era espectadora, Bonner interrompeu Dilma ainda mais cinco vezes para, como disse ele, "falar de economia". Houve momentos em que a petista precisou continuar sua resposta da pergunta anterior quando já estava na seguinte. "Então, Bonner, como eu estava dizendo...", alfinetou.
Pouco depois, outro embate deixou o momento mais tenso. Enquanto Dilma apresentava suas declarações finais como candidata, Bonner a cortou novamente: "nosso tempo está acabando". Ela reagiu com a pergunta: "acabou?". Mais de uma vez os apresentadores agradeceram a presença da presidente no programa enquanto ela ainda falava.
Da parte de Dilma Rousseff, em nenhum momento a candidata perdeu a calma, apensa tentava terminar seu raciocínio quando era cortada ao vivo. Entre as três entrevistas – o JN também chamou à bancada o candidato Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, que era postulante pelo PSB, mas morreu em um acidente aéreo no dia seguinte – certamente essa foi a mais incisiva.
Nas redes sociais, Bonner foi alvo de elogios, críticas e até de pedidos para que se candidate à Presidência da República. Imediatamente após a entrevista, os quatro primeiro assuntos mais comentados no Twitter nacional se referiam ao tema, sendo o primeiro deles o nome do âncora: "Bonner".
DILMA LIVROU-SE BEM DAS JOELHADAS NAS COSTAS E DAS MORDIDAS DO JN
ANTONIO LASSANCE
De todos os candidatos que participaram, até o momento, das entrevistas do Jornal Nacional, da Rede Globo, Dilma conseguiu realizar duas façanhas
(originalmente publicado na Carta Maior)
De todos os candidatos que participaram, até o momento, das entrevistas do Jornal Nacional, da Rede Globo, Dilma conseguiu realizar duas façanhas em que os outros falharam: conduziu o debate e dele saiu sem levar para casa qualquer acusação de ter se valido do cargo para beneficiar a si própria ou para ajudar qualquer parente.
Aécio teve que gastar um bom tempo de sua entrevista falando sobre o aeroporto nas terras que eram de seu tio.
Campos abaixou a cabeça com as perguntas sobre a lista de parentes indicados para cargos importantes.
Com Dilma, William Bonner chegou a mendigar: "nós precisamos falar de economia, hein?", falou com olhos de Gato de Botas do Shrek para suplicar que a candidata mudasse de assunto no meio da resposta sobre saúde.
A candidata saiu-se bem ao repetir os mantras que já viraram bons carimbos contra os adversários, como o do "engavetador geral da República" e o do "enfrentamos a crise sem gerar desemprego e arrocho salarial".
Mas Dilma poderia ter se saído melhor na pergunta sobre o mensalão.
Presidente da República pode e deve eximir-se de criticar o Judiciário, mas deve externar claramente qual é sua noção de justiça e, principalmente, o que entende por isonomia.
O mantra do “[eu] respeito a decisão do Supremo” deveria vir acompanhado de um desejo sincero de que o mesmo rigor usado no processo da AP 470 tivesse sido empregado em outros casos, independentemente do partido.
Como candidata, poderia ajudar a esclarecer a opinião pública quanto ao fato de que boa parte da birra do PT com esse julgamento é a de que ele foi um ponto fora da curva.
Estão aí o mensalão do PSDB e o do DEM para comprovar. Essas denúncias ficam por aí, pulando de galho em galho e esperando alguém para, finalmente, quebrar um galhão e esconder tudo no fundo de um a gaveta - como vinha acontecendo no caso do metrô de São Paulo, descaradamente, a ponto de irritar a Justiça da Suíça que investigou o assunto e evidenciou crimes.
Confrontado com o mensalão do PSDB, Aécio usou, com um sorriso no rosto, a falta de condenação a Azeredo, Pimenta da Veiga e Cia Ltda como se isso fosse atestado de bons antecedentes.
O candidato do PSDB transformou impunidade em salvo-conduto. Isso pode?
Se a ideia de Dilma é repetir o que ela mesma já disse sobre o assunto, ainda falta uma frase: a de que a AP 470 não pode entrar para a história como um julgamento que teve "dois pesos e umas 19 medidas".
Aécio teve que gastar um bom tempo de sua entrevista falando sobre o aeroporto nas terras que eram de seu tio.
Campos abaixou a cabeça com as perguntas sobre a lista de parentes indicados para cargos importantes.
Com Dilma, William Bonner chegou a mendigar: "nós precisamos falar de economia, hein?", falou com olhos de Gato de Botas do Shrek para suplicar que a candidata mudasse de assunto no meio da resposta sobre saúde.
A candidata saiu-se bem ao repetir os mantras que já viraram bons carimbos contra os adversários, como o do "engavetador geral da República" e o do "enfrentamos a crise sem gerar desemprego e arrocho salarial".
Mas Dilma poderia ter se saído melhor na pergunta sobre o mensalão.
Presidente da República pode e deve eximir-se de criticar o Judiciário, mas deve externar claramente qual é sua noção de justiça e, principalmente, o que entende por isonomia.
O mantra do “[eu] respeito a decisão do Supremo” deveria vir acompanhado de um desejo sincero de que o mesmo rigor usado no processo da AP 470 tivesse sido empregado em outros casos, independentemente do partido.
Como candidata, poderia ajudar a esclarecer a opinião pública quanto ao fato de que boa parte da birra do PT com esse julgamento é a de que ele foi um ponto fora da curva.
Estão aí o mensalão do PSDB e o do DEM para comprovar. Essas denúncias ficam por aí, pulando de galho em galho e esperando alguém para, finalmente, quebrar um galhão e esconder tudo no fundo de um a gaveta - como vinha acontecendo no caso do metrô de São Paulo, descaradamente, a ponto de irritar a Justiça da Suíça que investigou o assunto e evidenciou crimes.
Confrontado com o mensalão do PSDB, Aécio usou, com um sorriso no rosto, a falta de condenação a Azeredo, Pimenta da Veiga e Cia Ltda como se isso fosse atestado de bons antecedentes.
O candidato do PSDB transformou impunidade em salvo-conduto. Isso pode?
Se a ideia de Dilma é repetir o que ela mesma já disse sobre o assunto, ainda falta uma frase: a de que a AP 470 não pode entrar para a história como um julgamento que teve "dois pesos e umas 19 medidas".
http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/150643/Dilma-livrou-se-bem-das-joelhadas-nas-costas-e-das-mordidas-do-JN.htm
FÚRIA DO MAURICINHO BONNER, ARROGÂNCIA DA PATRICINHA POETA - VAMOS FALAR DE CORRUPÇÃO
DAVIS SENA FILHO
A fúria do Bonner e a arrogância da Poeta serviram para uma coisa: mostrar o quão eles são empregados paus-mandados de seus patrões, bem como o quão são irrelevantes quanto a influenciar nas eleições em prol do candidato dos conservadores
A fúria do Bonner e a arrogância da Poeta serviu para uma coisa: mostrar o quão eles são empregados paus-mandados de seus patrões, bem como o quão eles são irrelevantes quanto à importância que eles pretendem ter no que é relativo a influenciar nas eleições em prol do candidato dos conservadores, o tucano playboy do PSDB, Aécio Neves, e a candidata cooptada pela direita, a quase barroca em seu linguajar desconcatenado, Marina Silva.
Contudo, a presidenta trabalhista, Dilma Rousseff, apesar da virulência do William Bonner e da grosseria da Patrícia Poeta, saiu-se bem, porque apesar de ser interrompida pela dupla empregada dos Marinho e subordinada aos ditames políticos do diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, manteve a calma e respondeu às perguntas com precisão e objetividade, mesmo sendo interrompida 21 vezes, o que é um absurdo, pois Bonner, propositalmente, cortava sua fala para que ela não respondesse às interrogações.
William Bonner sempre foi um indivíduo arrogante, além de se considerar mais importante do que propriamente ele o é. Não é a primeira vez que tal jornalista dos interesses dos Marinho se conduz dessa forma. Já bancou o político sem mandato outras vezes, e o fez com o Lula e a Dilma, em 2010, quando, na bancada do JN, atuou mais uma vez como um inquisidor e não como um profissional de jornalismo que quer tirar as dúvidas e repassar os fatos e as realidades como eles o são para os telespectadores.
Todavia, o editor-chefe e âncora do Jornal Nacional, que há muito tempo transformou sua bancada em um partido político de oposição e de direita, recusa-se a entrevistar, porque optou por não ouvir o entrevistado a cargo político que sua empresa midiática considera adversário, o que se traduz em um fato surreal, porque se o jornalista não ouve as propostas de uma candidata, no caso a atual presidenta, o público eleitor também não vai saber o que ela pensa, bem como o que propõe para governar o Brasil.
Por seu turno, a candidata trabalhista, Dilma Rousseff, percebeu a armadilha de entrevistadores que deveriam se comportar apenas como jornalistas, que esperam respostas para suas perguntas, inclusive as mais delicadas ou que possam deixar a candidata na defensiva. Entretanto, quando dois jornalistas, chefes do jornal mais visto e ouvido do País, resolvem ser extremamente grosseiros, sem educação e despidos de qualquer civilidade e respeito à principal autoridade democraticamente eleita do País pelo povo brasileiro é sinal que empresários magnatas bilionários de imprensa mandaram os escrúpulos às favas e resolveram baixar o nível, para que seus candidatos a Presidência da República sejam beneficiados.
Para isso, a família Marinho conta com gente da estirpe de William Bonner e Patrícia Poeta, dois porta-vozes ferozes e furiosos que não entendem nada de economia e muito menos de setores importantes, a exemplo da saúde e educação, como ficou óbvio a quem assistiu o confronto. A "entrevista" de Bonner e Poeta foi uma lástima, de uma ignorância atroz, bem como de uma total falta de sensibilidade, no que diz respeito à cidadania, porque interromperam uma cidadã brasileira no decorrer de toda entrevista, além de se reportarem a ela com voz altissonante e dedo em riste.
É uma maluquice. E ainda tem patrões de jornalistas e colunistas desprovidos de civilidade, que afirmam que o Governo Trabalhista do PT quer censurar a imprensa ou efetivar no Brasil uma ditadura de esquerda. Usam e abusam e ainda chamam o governo mais democrático que eu tive a oportunidade de observar de autoritário e leniente, com todo tipo de mazela e malfeitos, quando a verdade os mandatários eleitos pelo PT foram os que implementaram o Portal da Transparência, fortaleceram e deram independência à Controladoria-Geral da União (CGU), esvaziada no Governo FHC, aumentaram, e muito, o efetivo da Policia Federal, realizaram concursos públicos e deram liberdade ao Ministério Público e ao STF para apresentarem listas tríplices para escolha de procurador-geral da República e ministro do STF.
Por sua vez, a corrupção tão decantada e repercutida pela imprensa de negócios privados também atinge essa mesma imprensa empresarial e de todas as mídias, que sonega impostos, não paga dívidas firmadas com os bancos governamentais e preconiza, se tiver oportunidade, golpes de estado, nunca foi tão combatida. Até porque os governantes petistas nunca se intrometeram ou jamais intervieram para que autores de malfeitos não fossem investigados, presos, acusados e por fim julgados.
Lula e Dilma são republicanos, como o foram os trabalhistas Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola. Sempre respeitaram o estado democrático de direito e a Constituição de 1988. Esta realidade é visível e só não enxerga quem não quer, por conveniência partidária e ideológica, luta política ou simplesmente alienação, quiçá, burrice.
Pelo contrário, quem nomeou o procurador Geraldo Brindeiro, chamado de engavetador geral da República, foi o ex-presidente neoliberal do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, que, inclusive, quando sentou na cadeira da Presidência, a primeira ação que fez foi extinguir a comissão de combate à corrupção criada pelo presidente Itamar Franco, verdadeiro pai do Plano Real. Afinal, o sociólogo ídolo da burguesia e da imprensa-empresa era apenas seu subordinado e quem autoriza planos econômicos e programas sociais para serem realizados são os presidentes da República. Ponto!
FHC — o Neoliberal I —, com o intuito de efetivar a alienação ou a venda do patrimônio público brasileiro, tratou de eliminar instrumentos de combate á corrupção por intermédio do Decreto 1376/95, que tinha por finalidade criar a comissão para investigar denúncias de corrupção no governo. O PT fez melhor: fortaleceu e deu liberdade à CGU e é por isto e por causa disto que nunca se prendeu, afastou e investigou tantos funcionários públicos que incorreram em malfeitos, bem como também inúmeros empresários ou corruptores em geral foram afastados de processos de licitação ou simplesmente processados pelo estado para responder à Justiça.
Esta é a realidade dos fatos. Notícias que não cabem dentro dos noticiários de televisões, rádios, internet e outros veículos de comunicação social, como jornais impressos e revistas. Mas, como sempre fazem, todos esses avanços são jogados na lixeira pelos homens e mulheres da imprensa de mercado, que, a soldo de seus patrões, tornam-se piores do que seus pagadores de salários e torcem o rabo da verdade, pois o propósito é fazer com que os interesses políticos e empresariais dos magnatas bilionários de imprensa e a quem eles representam sejam, de fato, concretizados.
William Bonner e Patrícia Poeta, do alto de suas ignorâncias e da ausência de cortesia e respeito devido à entrevistada e candidata, Dilma Rousseff, dedicaram-se a perguntas longas, sendo que a primeira durou um minuto e meio. A verdade é que não foi uma pergunta. Bonner já veio com essa estratégia da redação da Globo e apenas a aplicou para que a presidenta da República não tivesse a oportunidade de responder, pontualmente, às questões formuladas por tal brucutu das palavras, que demonstrou não ter responsabilidade alguma com os telespectadores, porque não permitiu que eles ouvissem, de forma linear, as respostas de Dilma Rousseff.
Propositalmente e claramente atuou como opositor político, à procura do embate, a fim de confundir o público e não ouvir a candidata, como o faria qualquer jornalista que leva o jornalismo a sério. As perguntas podem ser duras e até mesmo inconvenientes, sem, contudo, perder-se o respeito. Isto é jornalismo, pois quem tem o poder de avaliar e ponderar sobre o que vê e ouve é o eleitor — o cidadão brasileiro, o maior interessado em saber sobre o destino do Brasil.
Todavia, não foi o que aconteceu, indubitavelmente. Ocorreu uma saraivada de interrupções, gestos corporais abruptos, mãos frenéticas e nervosas, além de expressões ríspidas, como se fosse algo pessoal contra a presidenta. Deu a impressão de que os dois mal educados estivessem a se vingar de Dilma Rousseff, por ela estar no poder e pertencer a uma vertente política brasileira combativa e histórica denominada trabalhista. E se tem uma coisa que a direita deste País herdeira da escravidão odeia é um político trabalhista a ocupar a cadeira da Presidência da República.
Está aí a história que comprova e que não me deixa mentir ou enganar ninguém. Afinal, basta o leitor pensar em Getúlio, Jango, Brizola e Lula, dentre outros, que foram vítimas de golpes de estado e que pagaram com a morte, o exílio, a perseguição, a infâmia e o maldizer pela ousadia de vencerem eleições, todas democráticas. Políticos reconhecidos e amados pelo povo brasileiro como presidentes ou governador de dois estados, a exemplo de Leonel Brizola, político gaúcho trabalhista, corajoso, que sofreu o exílio mais longo infligido a um brasileiro, pois que durou a eternidade de 15 anos.
Bonner e Poeta, com pontos nos ouvidos, deviam estar muito preocupados sobre o que seu chefe Ali Kamel e a famiglia Marinho pensam sobre suas atuações, afinal eles não poderiam falhar como algozes de uma presidenta que os recebeu, com gentileza e educação, no Palácio do Planalto. Dos 15 e alguns segundos de entrevista, falaram por mais de cinco minutos, a interromperam 21 vezes e no final a mandatária não pôde se dirigir ao público telespectador.
Contudo, Dilma Rousseff poderia ser mais assertiva ao falar de casos de corrupção exemplificados nos escândalos recentes da Alston e da Siemens (trensalão e metrosão), bem como explanar sobre números relativos ao combate à corrupção nos governos Lula e Dilma e fazer comparações com os governos tucanos. Além disso, ela poderia citar o mensalão do PSDB, que Bonner e Poeta, por conveniência política e jornalística, não se lembram, porque sofrem de falta de memória, uma amnésia tão forte e predadora quanto a um bando de leoas quando saem à caça.
O PT, a candidata Dilma e o seu mais poderoso cabo eleitoral, o ex-presidente Lula, têm de fazer essas comparações, porque não é possível que os governos que mais combateram a corrupção no Brasil nos últimos anos fiquem com a pecha de corruptos sem sê-los. É simplesmente inadmissível essa situação mequetrefe imposta pela imprensa burguesa e artificialmente propalada pelas diferentes mídias pertencentes às oligarquias midiáticas. Esse monopólio tem de ser combatido e as comunicações no Brasil têm de ser democratizadas.
Já que é para falar de corrupção, vamos tentar atenuar a fúria e a arrogância do Mauricinho Bonner e da Patricinha Poeta, além de cooperar para que os dois tenham mais subsídios quando entrevistarem o(s) candidato(s) do PSDB ou veicularem notícias sobre corrupção no "Jornal Transnacional", com rebarbas para o "Jornal Terror da Noite" e o "Mau Dia Brasil".
Veja alguns escândalos dos Governos do PSDB:
Caso Sivam: Também no início do seu primeiro mandato, surgiram denúncias de tráfico de influência e corrupção no contrato de execução do Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia (Sivam/Sipam). O escândalo derrubou o brigadeiro Mauro Gandra e serviu para FHC "punir" o embaixador Júlio César dos Santos com uma promoção. Ele foi nomeado embaixador junto à FAO, em Roma, "um exílio dourado". A empresa ESCA, encarregada de incorporar a tecnologia da estadunidense Raytheon, foi extinta por fraude comprovada contra a Previdência. Não houve CPI sobre o assunto. FHC bloqueou.
Pasta Rosa: Em fevereiro de 1996, a Procuradoria-Geral da República resolveu arquivar definitivamente os processos da pasta rosa. Era uma alusão à pasta com documentos citando doações ilegais de banqueiros para campanhas eleitorais de políticos da base de sustentação do governo. Naquele tempo, o procurador-geral, Geraldo Brindeiro, ficou conhecido pela alcunha de "engavetador geral da República".
Compra de votos: A reeleição de FHC custou caro ao País. Para mudar a Constituição, houve um pesado esquema para a compra de voto, conforme inúmeras denúncias feitas à época. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Eles foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara. Como sempre, FHC resolveu o problema abafando-o e impedido a constituição de uma CPI.
Vale do Rio Doce: Apesar da mobilização da sociedade em defesa da CVRD, a empresa foi vendida num leilão por apenas R$ 3,3 bilhões, enquanto especialistas estimavam seu preço em ao menos R$ 30 bilhões. Foi um crime de lesa-pátria, pois a empresa era lucrativa e estratégica para os interesses nacionais. Ela detinha, além de enormes jazidas, uma gigantesca infra-estrutura acumulada ao longo de mais de 50 anos, com navios, portos e ferrovias. Um ano depois da privatização, seus novos donos anunciaram um lucro de R$ 1 bilhão. O preço pago pela empresa equivale hoje ao lucro trimestral da CVRD.
Privatização da Telebrás: O jogo de cartas marcadas da privatização do sistema de telecomunicações envolveu diretamente o nome de FHC, citado em inúmeras gravações divulgadas pela imprensa. Vários "grampos" comprovaram o envolvimento de lobistas com autoridades tucanas. As fitas mostraram que informações privilegiadas foram repassadas aos "queridinhos" de FHC. O mais grave foi o preço que as empresas privadas pagaram pelo sistema Telebrás, cerca de R$ 22 bilhões. O detalhe é que nos dois anos e meio anteriores à "venda", o governo investiu na infra-estrutura do setor mais de R$ 21 bilhões. Pior ainda, o BNDES ainda financiou metade dos R$ 8 bilhões dados como entrada neste meganegócio. Uma verdadeira rapinagem contra o Brasil e que o governo FHC impediu que fosse investigada.
Ex-caixa de FHC: A privatização do sistema Telebrás foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa das campanhas de FHC e do senador José Serra e ex-diretor do Banco do Brasil, foi acusado de cobrar R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar. Grampos do BNDES também flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do Banco, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão. Além de "vender" o patrimônio público, o BNDES destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle das estatais privatizadas. Em uma das diversas operações, ele injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.
Juiz Lalau: A escandalosa construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo levou para o ralo R$ 169 milhões. O caso surgiu em 1998, mas os nomes dos envolvidos só apareceram em 2000. A CPI do Judiciário contribuiu para levar à cadeia o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT, e para cassar o mandato do senador Luiz Estevão, dois dos principais envolvidos no caso. Num dos maiores escândalos da era FHC, vários nomes ligados ao governo surgiram no emaranhado das denúncias. O pior é que FHC, ao ser questionado por que liberara as verbas para uma obra que o Tribunal de Contas já alertara que tinha irregularidades, respondeu de forma irresponsável: "Assinei sem ver".
Farra do Proer: O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer) demonstrou, já em sua gênese, no final de 1995, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para ele, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais. Vale lembrar que um dos socorridos foi o Banco Nacional, da família Magalhães Pinto, a qual tinha como agregado um dos filhos de FHC.
Desvalorização do real: De forma eleitoreira, FHC segurou a paridade entre o real e o dólar apenas para assegurar a sua reeleição em 1998, mesmo às custas da queima de bilhões de dólares das reservas do país. Comprovou-se o vazamento de informações do Banco Central. O PT divulgou uma lista com o nome de 24 bancos que lucraram com a mudança e de outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas. Há indícios da existência de um esquema dentro do BC para a venda de informações privilegiadas sobre câmbio e juros a determinados bancos ligados à turma de FHC. No bojo da desvalorização cambial, surgiu o escandaloso caso dos bancos Marka e FonteCindam: "Graciosamente" socorridos pelo Banco Central com 1,6 bilhão de reais. Houve favorecimento descarado, com empréstimos em dólar a preços mais baixos do que os praticados pelo mercado.
Sudam e Sudene: De 1994 a 1999, houve uma orgia de fraudes na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), ultrapassando R$ 2 bilhões. Ao invés de desbaratar a corrupção e pôr os culpados na cadeia, FHC extinguiu o órgão. Já na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a farra também foi grande, com a apuração de desvios de R$ 1,4 bilhão. A prática consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos do Fundo de Investimentos do Nordeste foram aplicados. Como fez com a Sudam, FHC extinguiu a Sudene, em vez de colocar os culpados na cadeia.
PS: A lista não acaba por aí. Tem outros casos de escândalos que aconteceram no decorrer dos governos do neoliberal FHC. Isto é apenas um aperitivo de casos públicos e notórios, veiculados e abafados pela própria imprensa alienígena que os repercutiu.
É isso aí, Dilma.
http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/150636/F%C3%BAria-do-Mauricinho-Bonner-arrog%C3%A2ncia-da-Patricinha-Poeta---Vamos-falar-de-corrup%C3%A7%C3%A3o.htm