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Nosso objetivo não é engrandecer um homem, o Presidente Lula, mas homenagear, como brasileiro que ama esta terra e esta gente, o que este homem tem provado, em pouco tempo, depois de tanto preconceito e perseguição ideológica, do que somos capazes diante de nós mesmos, e do mundo, e que não sabíamos, e não vivíamos isto, por incompetência ou fraude de tudo e todos que nos governaram até aqui. Não engrandecemos um homem, mas o que ele pagou e tem pago, para provar do que somos.

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terça-feira, 12 de maio de 2009

Manifesto no STF - Faça a sua escolha


Crônica

Amor e ódio pelo Brasil

Atualizado às 09h37m de 6 de maio de 2009

Vocês já se perguntaram o que sentem por este país? Quem pode me dizer assim, de bate-pronto, que ama incondicionalmente o Brasil? Em minha opinião, tão poucos quanto os que podem dizer, da mesma forma, que odeiam o país em que nasceram. Isso é porque o amor e o ódio não passam de faces da mesma moeda, como todos sabemos.

O país que odeio é o que amo porque, imerso em um mar de incoerências, esse país nada desesperadamente, mal se mantendo à tona, brandindo o desejo de se tornar uma nação de coerentes, de homens e mulheres que entendam que a única verdade que vale para todos é a de que o interesse destes é o único que a cidadania deve buscar, e a de que é por esse único parâmetro que todos devemos nos pautar em todas as questões.

Odeio o Brasil que deixa suas crianças se arrastarem pelas ruas das grandes cidades todas sujas, drogadas, prostituindo-se, roubando, formando-se numa universidade nefasta do crime, da ausência de valores e até mesmo, muitas vezes, de piedade, o que produz os monstros que vemos cometer monstruosidades democráticas todos os dias, atos de loucura que não escolhem cor, idade, região do país, nível social, escolaridade, nada.

Odeio o Brasil de maioria esmagadoramente negra ou descendente de negro que mal aparece na publicidade, nas novelas, nas universidades, nos postos de relevo da sociedade, em certos bairros quase que só de brancos, em clubes, festas e até praias, em tantos lugares nos quais, se negros e mestiços aparecem, são um para cada dezena de pessoas, quando muito.

Odeio o Brasil da desigualdade de oportunidades, no qual, de antemão, sempre se sabe de onde virão os mais bem sucedidos e de onde virão os que viverão em moradias fétidas em guetos fétidos nos quais imperam a violência, a ignorância, a insalubridade, o abandono.

Poderia dizer muito mais do que odeio no Brasil, porque a lista é longa. Mas não consigo dizer que odeio meu país mesmo odiando tantos de seus aspectos, porque este também é o país de gente que quer mudar tudo isso, de gente que compartilha minha cultura popular, meu idioma, meus anseios, meu orgulho da pujança brasileira, minha esperança nas tantas possibilidades desta nação.

É esta paixão que não me deixa. E não quero que deixe, porque a alternativa a amar o meu país é a de me tornar um pária sem história, sem passado, sem iguais, sem aqueles que gostam das mesmas comidas que eu, da mesma costa marítima que atrai democraticamente os brasileiros de todas as partes no verão, ou sem as tradições e festas populares às quais nos entregamos todos sem distinção de raça, credo, cor, classe social, embalados pelas músicas que nos sacodem a todos por dentro e por fora.

Não posso amar completamente o Brasil, mas não consigo odiar mais do que aspectos dele que podem ser mudados como sempre tentamos mudar aqueles que amamos e que eventualmente nos frustram, mas nos quais nunca perderemos a esperança de que mudem. Com o Brasil é assim, pois é nossa pátria-mãe, aquela que nos gerou e à qual jamais conseguiríamos odiar, mesmo se quiséssemos.

Hoje, 6 de maio, em SP, BH e DF

E como vocês amam o Brasil, compareçam, nesta quarta-feira, aos locais mencionados no banner acima para protestarem contra o Gilmar Mendes, que, hoje, constitui uma ameaça a este país. Eu, pelo menos, garanto que estarei no ato de São Paulo pedindo o impeachment dele.


Manifesto

Faça a sua escolha

Atualizado às 16h05 de 7 de maio de 2009

Um contingente enorme de brasileiros ainda não se deu conta de um dos mais importantes direitos dos cidadãos, do direito à informação, um direito que no mundo contemporâneo faz a diferença entre uma pessoa ter como buscar o próprio bem-estar, bem como o de sua família, e de não ter como fazê-lo de forma eficiente por simples falta de conhecimentos.

Informação, dizem, é poder, e não necessariamente um poder opressivo, exercido para dobrar outras vontades e superar os interesses alheios, como costuma ser o poder quando exercido pelos que são poderosos em tempo integral, mas um poder que talvez nem possa ser chamado assim, sendo mais uma faculdade como a fala, a visão e a audição.

Ter negadas informações importantes e necessárias a tomadas de decisão impostergáveis e de cunho estritamente pessoal – como, por exemplo, são as decisões políticas das pessoas nas democracias dignas do nome – equivale a ser vendado para a realidade de forma deliberada e criminosa por parte de pessoas mal-intencionadas que buscam a ignorância alheia como forma de atingir objetivos inconfessáveis.

Venho lutando contra isso há muitos anos, da forma como posso, mas sempre me surpreendo ao ver que a conduta dos detentores quase que do monopólio da informação (por deterem o controle da mídia eletrônica, que é a que faz a diferença atualmente), não muda.

É claro que acabou a época na qual, se a imprensa não noticiasse alguma coisa, ela não existia. Hoje existe a internet, e ela permite que se compartilhe informações de todos os tipos com o mundo inteiro, e de forma tão completa que nunca se imaginou que viria a existir.

O grande problema, atualmente, é o de que, apesar de hoje ser possível burlar a censura que a imprensa sempre impõe a fatos dos quais não gosta, só se pode informar quem estiver disposto a ser informado, e que, dessa maneira, busque informações livres na rede mundial de computadores.

Infelizmente, apesar de a mudança da situação que descreverei estar se processando velozmente aqui e no resto do mundo, as pessoas ainda dependem, quase que em sua totalidade, dos meios eletrônicos de informação, sendo mera fração da sociedade que adotou o hábito de se informar adequadamente sobre o jogo do poder.

O contingente de pessoas que substituíram os meios convencionais de acesso à informação pela internet já é majoritário nos países ricos. Em alguns anos, isso ocorrerá também no Brasil. Todavia, ainda não chegamos nem perto de tal situação, até por conta das deficiências culturais enormes que nos separam dos povos desenvolvidos.

Essa situação é preocupante porque ainda somos um país de vendados políticos que tateia pela escuridão da censura em busca de um caminho que nos conduza à luz do conhecimento e da consciência política.

Vejam esse caso da manifestação contra Gilmar Dantas ontem à noite em Brasília. Hoje cedo, tão pronto cheguei ao escritório, busquei o site do maior jornal da capital federal do Brasil, onde ocorrera o ato público, o Correio Brasiliense, na esperança de encontrar a notícia de que tal manifestação ocorreu.

É óbvio que, tal qual aconteceu em quase todas as tevês abertas (com exceção da Record), nos grandes jornais de toda parte não foi noticiado que centenas de pessoas ocuparam a Praça dos Três Poderes, na capital da República, em frente ao Judiciário, ao Legislativo e ao Executivo, para protestar contra o presidente de um daqueles poderes.

“E por que isso aconteceu?”, perguntamo-nos. A resposta é simples: porque um grupo político que controla a informação no Brasil não gostou da notícia e decidiu que a sonegaria ao conjunto da sociedade, pois esta depende extremamente dos meios eletrônicos de informação e, em medida bem menor – porém importante –, dos grandes jornais.

Não é por outra razão que denominei como “sem-mídia” a mim mesmo e aos que pensam como eu, porque o conceito de mídia, hoje, remete ao monopólio exercido por “meia dúzia” de famílias “tradicionais” espalhadas pelos quatro cantos do país, e estas famílias negam acesso ao império que construíram ao custo de verbas públicas, de benesses do Estado, sobretudo durante a ditadura militar, àqueles que dissentem de suas idiossincrasias políticas e ideológicas.

Como se não bastasse a censura em seus impérios de comunicação, essas oligarquias se valem de “capangas ideológicos” como um Reinaldo Azevedo ou um Ricardo Noblat para darem combate aos que se contrapõem a seus interesses políticos no terreno em que estes têm como lutar, que é na internet.

É uma luta desigual. O próprio Estado, governado pelos inimigos políticos das famílias Marinho, Civita, Frias e Mesquita, se vê acuado pelo poder que elas exercem, um poder que lhes permite criar sucessivas crises institucionais, comoções públicas de conseqüências imprevisíveis (como no caso da febre amarela ou no do alarmismo econômico que piorou gravemente a situação da economia brasileira em dezembro do ano passado) e a defesa efetiva de seus interesses em leis e outras políticas públicas.

Estamos na véspera de um ano no qual o topo da pirâmide social brasileira tentará impedir o estreitamento da base dessa pirâmide, fenômeno que passou a ocorrer a partir do governo Lula como jamais acontecera em mais de cem anos de história republicana. Temos, assim, duas opções: empurrar para o outro a responsabilidade de combater essa ameaça que é a mídia brasileira ou assumirmos, cada um, a parte de responsabilidade que nos cabe.

Eu lhes garanto que já fiz a minha escolha há muito tempo. Que cada um de vocês faça a sua. Pode ser pela poltrona de vossas casas, muitas vezes diante do computador, ou nas ruas, outra arena na qual, a exemplo da internet, “eles” ainda não podem nos impedir de lutar e de dizer a verdade.

Há o Movimento dos Sem Mídia, há o Movimento Saia às Ruas, há outros movimentos sociais de todos os tipos e há até os partidos políticos e os sindicatos, para que todos se integrem a eles e participem da luta pela democratização do Brasil. Mas há, também, o movimento dos acomodados, um movimento que, tragicamente, tem sido o que mais adeptos tem atraído no Brasil. Escolha o seu.

Análise política

A mudança começou

Quando vi essa foto (acima) da manifestação em Brasília contra Gilmar Mendes na Praça dos Três Poderes ontem à noite, experimentei uma sensação que a alguns poderá parecer inusitada, mas que a mim pareceu bastante natural e prazerosa, pois o que senti foi uma espécie de alívio.

Há menos de dois anos, num certo dia decidi tomar uma atitude contra o que me indignava. Foi ao fim de agosto de 2007, e o que me provocou aquela atitude foi o mesmo Poder Judiciário sobre o qual, na noite de ontem, centenas de manifestantes jogaram luz, ainda que luz de velas.

A analogia dos organizadores daquele Ato público foi perfeita: luz de velas para começar a debelar a escuridão em que mergulhou um dos Poderes da República por ação daquele que deveria guardar a imagem do Judiciário em vez de denegri-la como vem fazendo.

Mas o alívio ao qual me referi no início deste texto deveu-se a eu ter sentido, ontem à noite, que aquele ato que muitos viram como sendo de um “louco” em 2007 – o ato de ir com um megafone para diante do maior jornal do país protestar contra a “faca no pescoço” que o ministro do STF Ricardo Lewandowski disse que a mídia pôs naquela instituição – foi o começo de alguma coisa que só faria crescer nos anos seguintes.

De lá para cá, muita gente foi às ruas. O próprio Movimento dos Sem Mídia, nascido naquele 15 de setembro de 2007, bem como vários outros movimentos, levaram cidadãos comuns às ruas. Não foi por outra razão que este novo movimento que levou centenas à Praça dos Três Poderes intitulou-se “Saia às Ruas”, porque é isso o que começou a acontecer no Brasil naquela manhã de sábado, menos de dois anos atrás.

Por isso senti alívio, porque este país não está aceitando mais que oligarcas dos altos estratos sociais do Sudeste brasileiro façam o que quiserem sem que a sociedade se levante e proteste publicamente, em voz alta, de cabeça erguida, exercendo um direito, pondo de lado o medo irracional oriundo dos anos de chumbo que vinha bloqueando tomadas de atitude pelas pessoas.

Ontem à noite, a Cidadania deu um passo enorme em direção a um novo país, a uma nação de cada vez mais cidadãos que cada vez mais sabem que a responsabilidade de barrar aqueles que tentam dividi-los por critérios raciais e econômicos, é de todos. Que qualquer um pode fazer diferença.

Isso tudo não tem volta. São processos históricos que, de uma vez que começam, não podem mais ser detidos. A mudança começou.

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