Nosso objetivo não é engrandecer um homem, o Presidente Lula, mas homenagear, como brasileiro que ama esta terra e esta gente, o que este homem tem provado, em pouco tempo, depois de tanto preconceito e perseguição ideológica, do que somos capazes diante de nós mesmos, e do mundo, e que não sabíamos, e não vivíamos isto, por incompetência ou fraude de tudo e todos que nos governaram até aqui. Não engrandecemos um homem, mas o que ele pagou e tem pago, para provar do que somos.
“O que se viu na noite de terça-feira, 18 de agosto de 2014, na TV Globo, não foi uma entrevista dura como foram – em alguma medida – aquelas a que foram submetidos Aécio Neves e Eduardo Campos. Foi uma agressão, um desrespeito”, disse Eduardo Guimarães, do blog da Cidadania, sobre ação de William Bonner e Patrícia Poeta no Jornal Nacional; segundo ele, presidente Dilma Rousseff reagiu como uma mulher ciente de suas responsabilidades: “Se Dilma não cedeu nem à tortura física da ditadura, não seriam um mauricinho e uma patricinha de quinta que iriam dobrá-la”
A presidente da República bem que poderia ter incorporado o espírito de Leonel Brizola e, após ter dito tudo que tantos brasileiros têm a dizer sobre a Globo, deixado William Bonner e Patrícia Poeta fazendo suas caras e bocas (de nojo) sozinhos. Se não fosse uma dama, poderia ter dito que recebeu o Jornal Nacional para ser entrevistada, não para ser agredida.
O que se viu na noite de terça-feira, 18 de agosto de 2014, na TV Globo, não foi uma entrevista dura como foram – em alguma medida – aquelas a que foram submetidos Aécio Neves e Eduardo Campos. Foi uma agressão, um desrespeito.
E não só pelo tom dos entrevistadores, mas pelo tempo que gastaram com suas perguntas. Bonner e Poeta gastaram um terço dos 15 minutos que durou a entrevista. Mais especificamente, 4 minutos e 48 segundos. Isso sem contar o tempo das interrupções. Não houve nada igual nas entrevistas com Aécio Neves e Eduardo Campos.
Aqui se poderia questionar o teor das perguntas. No caso da pergunta sobre saúde, por exemplo, com Poeta fazendo caras e bocas (de nojo), opinou que 12 anos seria “tempo demais” para Dilma não consertar problemas que a saúde pública no Brasil ostenta há 500 anos.
Dilma poderia ter respondido isso, que os problemas da saúde do país não têm 12 anos e que não serão solucionados completamente por governante nenhum em um, dois ou três mandatos, mas preferiu se restringir às suas responsabilidades em respeito ao público.
Sobre corrupção, Dilma também poderia ter respondido à pergunta de Bonner com outra. Poderia ter perguntado que governante brasileiro, entre prefeitos e governadores, não tem problemas de corrupção entre seus comandados. Dilma poderia, por exemplo, ter dito que o escândalo dos trens em São Paulo envolve “módicos” 11 bilhões de reais e que não houve nada sequer parecido em seu governo.
Mas Dilma é uma dama e uma mulher ciente de suas responsabilidades. Não seria uma sessão de tortura psicológica levada a cabo por aprendizes de torturadores que iria fazê-la perder a linha ou esmorecer. Faltou competência ao casal de energúmenos até para exercer o poder dos torturadores.
Mas se Dilma não cedeu nem à tortura física da ditadura, não seriam um mauricinho e uma patricinha de quinta que iriam dobrá-la.
Em 18 de agosto de 2014, com seu casalzinho de torturadores perfumados, a Globo fez lembrar ao país que continua sendo aquela mesma Globo que rastejou aos pés da ditadura para que esta lhe enchesse os bolsos com dólares que os americanos aqui despejaram para destruir a nossa democracia, para seviciar nosso povo durante mais de vinte anos.
A data dessa sessão de tortura midiática entra agora para a história do jornalismo brasileiro como exemplo de falta de compostura profissional. Bonner e Poeta teriam feito papel menos odioso se emulassem os energúmenos que, na abertura da Copa, vociferaram o infame “Dilma, VTNC”. Só faltou berrarem isso diante da presidente da República.
Na estreia da propaganda eleitoral na TV, ex-presidente Lula vai pedir para que eleitor vote pela reeleição de Dilma Rousseff “sem medo”, assim como fizeram com ele em 2006, pois ela fará um segundo mandato “melhor”; ele também homenageará o socialista Eduardo Campos; campanha de Dilma terá o dobro de tempo de TV de Aécio Neves (PSDB) e do PSB juntos, com 11 minutos e 24 segundos, e ressaltará que o país passou pela crise econômica, com empregos e estabilidade
19 DE AGOSTO DE 2014 ÀS 05:07
247 – Começa nesta terça-feira o programa eleitoral na TV. O PT deve estrear com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo confiança do eleitor para que vote pela reeleição de Dilma Rousseff "sem medo".
Segundo Lula, Dilma fará um segundo mandato "melhor", usando sua reeleição em 2006 como exemplo de que ninguém se arrependeu de ter lhe dado mais quatro anos.
A propaganda pela campanha de Dilma Rousseff terá o dobro de tempo de TV de Aécio Neves (PSDB) e do PSB, com 11 minutos e 24 segundos.
O PT não deve fazer ataques aos adversários e também deve exibir depoimento do ex-presidente em homenagem ao socialista Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo na última quarta-feira (13).
Sob o mote “Mais Mudança, Mais Futuro”, no programa comandado pelo marqueteiro João Santana, Dilma ressaltará que o país passou pela crise econômica mantendo empregos e estabilidade, contradizendo críticas de “pessimistas”.
Leia aqui reportagem de Andréia Sadi sobre o assunto.
Foi inacreditável a ação eleitoral do Jornal Nacional contra a presidente Dilma Rousseff; William Bonner fez perguntas quilométricas; Patrícia Poeta chegou a fazer cara de nojo e a colocar o dedo em riste diante de Dilma em razão do "nada" que teria sido feito na área da saúde em 12 anos, ditos com ênfase pela apresentadora; Dilma mal teve a oportunidade de responder perguntas que eram acusações, como sua suposta incapacidade de se cercar de pessoas honestas e os números da economia; quando teve oportunidade falar, Dilma disse que seu governo "estruturou o combate à corrupção" e que "nenhum procurador foi chamado de engavetador-geral da República"; ela lembrou ainda o baixo desemprego e a inflação que se aproxima de zero nos últimos meses; não foi entrevista, foi agressão, fora de qualquer padrão civilizado de jornalismo; presidente conseguiu falar sobre o progama Mais Médicos e informar que a inflação está baixando, com zero de elevação em julho
18 DE AGOSTO DE 2014 ÀS 20:45
247 - Com posturas até então desconhecidas do grande público, os apresentadores William Bonner e Patrícia Poeta deixaram a elegância de lado e partiram para o ataque sobre a presidente Dilma Rousseff, na entrevista ao Jornal Nacional concedida no Palácio da Alvorada, em Brasília, nesta segunda-feira 18. Ambos estavam vestidos de preto, indicando luto pela morte do ex-governador Eduardo Campos, cujo último compromisso eleitoral foi a entrevista da quarta-feira 13. Eles não dirigiram nenhuma pergunta sobre o fato à presidente.
Bonner parecia o mais irritado, mas Patrícia não quis ficar atrás. Ela chegou a apontar, em riste, o dedo para a face próxima da presidente, insistindo que o governo dela e do ex-presidente Lula não fizeram "nada" na área da saúde. A presidente conseguiu dizer, entre interrupções da entrevistadora, que hoje, ao contrário do passado, o atendimento de saúde pública atinge 50 milhões de brasileiros.
No início da entrevista, Bonner perguntou, por mais de um minuto, sobre "corrupção e malfeitos", citando uma série de ministérios e também a Petrobras.
- Qual a dificuldade de formar uma equipe de governo com gente honesta?, questionou ele, mais ao estilo botequim de esquina do que o que emprega normalmente, todos os dias, à exceção dos domingos, na bancada do JN. O jogo de apertar a presidente ficou claro desde o primeiro momento.
A própria Dilma percebeu e não se intimidou com a postura da dupla. Procurou responder a todas as perguntas e manter a calma, mas não dando as respostas que Bonner e Patrícia esperavam. Dilma tinha argumentos na ponta da lingua.
- Fomos o governo que mais estruturou o combate à corrupção e aos malfeitos, respondeu ela.
- Nenhum procurador geral da República foi chamado no meu governo de engavetador geral da República", acrescentou, numa referência nada sutil a Geraldo Brindeiro, dos tempos do governo Fernando Henrique.
BONNER NUNCA FIZERA PERGUNTAS TÃO LONGAS E EM TOM TÃO DURO
O âncora do Jornal Nacional insistiu no tema da corrupção, usando cada vez mais ênfase sobre a presidente:
- Um grupo de elite do seu partido foi condenado por corrupção, são corruptos, posso dizer por que a Justiça já julgou, mas o seu partido protegeu essas pessoas. O que a sra. acha dessa postura do seu partido?
Dilma não respondeu diretamente, optando por lembrar sua posição institucional:
- Enquanto eu for presidente da República, não externarei opinião pessoal sobre decisões do Supremo Tribunal Federal. Eu tenho a minha opinião, mas não vou externá-la.
- Mas o que a sra. diz sobre a postuta do seu partido? A sra. não diz nada?
- Olha, Bonner, eu não vou entrar nisso de me manifestar contra a decisão de um poder constitucional. Isso é muito delicado, merece o meu maior respeito.
PATRÍCIA APONTOU O DEDO EM RISTE PARA A PRESIDENTE
Patrícia, que até então estava calada, perguntou sobre saúde, afirmando que "nada fora feito" nos governo Dilma e Lula, e que "as filas se multiplicam nos hospitais e postos de saúde". Dilma, outra vez, procurou responder sem aceitar a indagação como provocação.
Patrícia não gostou do que ouviu, e lá veio Bonner atacar de novo:
- A sra. considera justo culpar ora a crise econômica internacional, ora os pessimistas pelo baixíssimo crescimento da economia brasileira, pela inflação alta?
- A inflação cai desde abril, Bonner, agora mesmo saiu um dado oficial mostrando que houve zero por cento de aumento de preços em julho. Por outro lado, todos os dados antecedentes ao segundo semestre, aqueles que anunciam o que vai acontecer na economia, mostram que haverá crescimento em relação ao primeiro semestre.
Bonner não pareceu satisfeito com a resposta, mas em razão do tamanho das perguntas que havia feito antes, percebeu que o tempo de 15 minutos estava estourando. Foram, de fato, questionamentos quilométricos os que ele fez.
- Eu vou garantir um minuto para a sra. encerrar, disse ele, visivelmente insatisfeito.
- Obrigado, Bonner, eu quero dizer que acredito no Brasil, reiterou Dilma, que ainda foi mais duas vezes interrompida para que fosse cumprido o tempo estabelecido.
- Eu compreendo, vou suspender a minha fala, encerrou Dilma, com classe, diante dos entrevistadores que se mostraram em pleno ataque de nervos.
LULA: BRASIL É PAÍS QUE DÁ MAIS LUCRO AO SANTANDER
Em discurso na 14º plenária da Central Única dos Trabalhadores, o ex-presidente Lula disse que "não tem lugar no mundo onde o Santander esteja ganhando mais dinheiro que no Brasil"; segundo ele, a responsável pelo informe que prevê um cenário econômico negativo para o país caso a presidente Dilma seja reeleita "não entende porra nenhuma de Brasil" e cobrou sua demissão a Emilio Botin, presidente do grupo; para o petista, o governo federal não "vai jogar fora a confiança" que o país conquistou nos últimos anos
29 DE JULHO DE 2014 ÀS 05:08
247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu nesta segunda-feira (28) o informe produzido pelo Banco Santander que prevê um cenário econômico negativo para o país caso a presidente Dilma Rousseff seja reeleita.
Segundo ele, “não tem lugar no mundo onde o Santander esteja ganhando mais dinheiro que no Brasil”. “Aqui no Brasil o Santander ganha mais que em Nova York, Londres, Pequim, Paris, Madri e Barcelona”, disse durante a cerimônia de abertura da 14 Plenária Estatutária da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Para Lula, a responsável pelo texto enviado a clientes da instituição "não entende porra nenhuma de Brasil" e questionou ainda o fato de ter chegado a um cargo de chefia.
“Botin, é o seguinte querido. Eu tenho consciência de que não foi você que falou, mas essa moça tua que falou não entende porra nenhuma de Brasil e não entende nada de governo Dilma. Manter uma mulher dessa em um cargo de chefia? Pode mandar embora”, disse o ex-presidente.
Para o petista, o governo federal não "vai jogar fora a confiança" que o país conquistou nos últimos anos. Ele também lembrou que o mesmo temor de danos à economia apareceu durante sua campanha à Presidência e que o mesmo Botin foi ao seu comitê para dizer que o mercado, na verdade, “não tinha nenhuma preocupação.” “As pessoas diziam que os banqueiros não iam fazer investimentos, que o mercado ia correr. E ele fez um discurso dizendo que o mercado não tinha nenhuma preocupação e ia continuar investindo no Brasil porque sabia da nossa responsabilidade”, concluiu Lula.
Ele afirmou que há investidores que falam mal do governo federal para terem lucro e "inventam mentiras contra outras pessoas".
Carta aprovada por 634 trabalhadores do ramo condena informe do banco espanhol contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff: "Consideramos o gesto do banco irresponsável, não só com a economia, mas com a democracia brasileira. Uma instituição desse porte não pode, ainda que tenha preferência eleitoral, praticar especulação, agredir a imagem do país e pôr em dúvida a nossa estabilidade. É inaceitável essa ingerência do banco espanhol tentando influenciar a disputa eleitoral contra a vontade soberana do povo que irá às urnas em 5 de outubro"; presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, promete um dia de luta contra o "terrorismo do banco"
29 DE JULHO DE 2014 ÀS 05:28
247 – Em plenária da 16ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada em Atibaia (SP), deste domingo (27), os 634 delegados e delegadas aprovaram por unanimidade uma moção de repúdio ao Santander, em resposta à carta enviada no mês de julho aos clientes de alta renda (Select), contra a reeleição do governo Dilma Rousseff.
Para o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, "um banco estrangeiro, que veio aqui e adquiriu bancos, sobretudo, na era das privatizações do governo FHC, revela um profundo desrespeito com o Brasil e os brasileiros, piorando ainda mais a sua imagem junto aos trabalhadores e à população".
"Não permitiremos que atos terroristas de bancos, como o Santander, coloquem em risco a democracia no Brasil, que foi duramente conquistada após muita luta e sangue nos últimos 50 anos", salientou o dirigente sindical.
Carlos Cordeiro informa que os bancários do Santander, em todo o País, decidiram realizar, nos próximos dias, um dia de luta contra o "terrorismo do banc"o. Além disso, a Contraf-CUT irá entrar com uma representação na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que tem entre suas signatárias a Espanha, onde está sediado o Santander.
“A categoria está indignada e a resposta será dada com muita mobilização” finalizou Cordeiro.
Leia a íntegra do texto aprovado:
MOÇÃO DE REPÚDIO AO BANCO SANTANDER
Os delegados reunidos na 16ª Conferência Nacional dos Bancários repudiam a postura do banco Santander Brasil ao enviar comunicado a clientes de renda alta, no qual afirma haver "quebra de confiança e pessimismo crescente em relação ao Brasil", e que se a presidenta Dilma Rousseff "se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice da Bovespa cairia".
Consideramos o gesto do banco irresponsável, não só com a economia, mas com a democracia brasileira. Uma instituição desse porte não pode, ainda que tenha preferência eleitoral, praticar especulação, agredir a imagem do país e pôr em dúvida a nossa estabilidade. Vivemos uma situação de cenário mundial complicado, mas com crescimento sustentável, inflação controlada, juros estáveis, geração de empregos e elevação da renda.
É inaceitável essa ingerência do banco espanhol tentando influenciar a disputa eleitoral contra a vontade soberana do povo que irá às urnas em 5 de outubro.
Delegados e delegadas presentes à 16ª Conferência Nacional dos Bancários
Em mensagem para incentivar as pessoas a participarem da campanha para colher assinaturas pela Reforma Política, o ex-presidente Lula afirmou que a Reforma Política é cada vez mais necessária e urgente. "É um clamor que nasce das ruas, que vem da sociedade. Ela é uma reivindicação geral, mas principalmente dos que lutam contra a injustiça e a desigualdade”; as assinaturas irão subsidiar o Projeto de Iniciativa Popular apresentado pelo PT
25 DE JUNHO DE 2014 ÀS 19:44
247 - O Partido dos Trabalhadores lançou no último sábado (21), durante sua Convenção Nacional, a 2ª etapa da campanha para colher assinaturas pela Reforma Política. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou uma mensagem para incentivar as pessoas a participarem da campanha.
No vídeo, Lula afirma que a Reforma Política é cada vez mais necessária e urgente. "É um clamor que nasce das ruas, que vem da sociedade. Ela é uma reivindicação geral, mas principalmente dos que lutam contra a injustiça e a desigualdade”.
O ex-presidente convida as pessoas a se organizarem para buscar apoio e coletar as assinaturas necessárias para o Projeto de Iniciativa Popular apresentado pelo PT.
LULA ATACA PESSIMISMO E DIZ QUE HÁ “MÁ-FÉ COM O BRASIL”
A empresários, ex-presidente faz forte defesa da política econômica da presidente Dilma Rousseff e afirma que "levantar dúvidas sobre a seriedade fiscal do Brasil não tem procedência"; Lula participou de encontro com Câmaras de Comércio do Brasil com países europeus; "Não existe mágica em política econômica. A palavra-chave é confiança", destacou; petista ressaltou também que "há dez anos, o Brasil tem a inflação dentro da meta"; em novo ataque ao pessimismo da imprensa brasileira e estrangeira com a Copa do Mundo, constatou como o humor mudou com o início do evento; "Se tivéssemos mais consciência do papel do Brasil no mundo hoje, seríamos menos pessimistas", avaliou
24 DE JUNHO DE 2014 ÀS 17:00
247 – A um público formado por empresários importantes para a economia do País, o ex-presidente Lula destacou uma série de números positivos do setor e defendeu a política econômica da presidente Dilma Rousseff. "Levantar dúvidas sobre a seriedade fiscal do Brasil não tem procedência", afirmou Lula, em discurso no encontro da Eurocâmaras, que reúne diversas Câmaras de Comércio do Brasil com países europeus.
"Há dez anos, o Brasil tem a inflação dentro da meta", lembrou Lula, acrescentando que, "em 2003, o Brasil tinha R$ 380 bilhões para crédito, e hoje tem R$ 2,7 trilhões". Lula mostrou dados de comparação do Brasil com outros países e afirmou: "poucos têm a garantia de investimento tranquilo que o Brasil tem hoje".
O petista afirmou que há muitos motivos para ter boas expectativas com o País. "Se tivéssemos mais consciência do papel do Brasil no mundo hoje, seríamos menos pessimistas", declarou, numa crítica à imprensa e à oposição. Segundo ele, "há muita gente com má-fé com o Brasil".
Lula também falou sobre a relação de comércio com a Europa: "em 2002, tínhamos um fluxo de comércio com a União Europeia de US$ 29,9 bilhões. Hoje temos US$ 99 bilhões". E destacou que "os países da União Europeia são parceiros históricos do Brasil. Temos uma relação de confiança".
Sobre a Copa do Mundo, o ex-presidente voltou a criticar o pessimismo da imprensa brasileira e estrangeira com o Mundial e observou como o humor mudou depois do início do evento. "A Copa do Mundo está surpreendendo muita gente. Eu já dizia: 'a melhor coisa que o Brasil tem para mostrar é seu povo'", defendeu. Ao final do discurso, disse ter confiança de que o Brasil será campeão mundial pela sexta vez.
Se a campanha da reeleição for incisiva contra as críticas injustas, e se souber refrescar a memória dos adultos e mostrar aos garotos o que era o Brasil até 2002, dificilmente o PSDB conseguirá tirar proveito dessa insatisfação de setores da sociedade
A manifestação raivosa e literalmente obscena contra Dilma Rousseff na Arena Corinthians durante a cerimônia de abertura da Copa foi interpretada de formas diametralmente opostas pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pelo ex-presidente Lula.
Para o primeiro, o segundo errou ao avaliar que os insultos partiram da “elite branca”, que pôde pagar, em média, mil reais para assistir à cerimônia, confortavelmente instalada na “área VIP” do estádio.
A Folha de São Paulo, que faz oposição cerrada a Dilma, não perdeu tempo e estampou o diagnóstico de Carvalho em manchete principal de primeira página – a tese dele reforça a teoria da oposição midiática, de que Dilma “já perdeu”.
Segundo relatos esparsos de leitores que estiveram no local, porém, os insultos à presidente teriam partido do camarote do Itaú. Carvalho não discute. Acha que, assim mesmo, nos setores populares também há muita gente com raiva dela
O diagnóstico de Carvalho, que virou manchete na Folha, foi feito durante reunião entre ele e blogueiros, uma reunião à qual este que escreve não pôde comparecer por razões particulares.
Carvalho diagnosticou que as críticas da mídia ao governo Dilma, que as camadas mais altas da sociedade compraram há muito, começam a “escorrer” para as camadas mais baixas, razão pela qual julga que o ataque à presidente no “Itaquerão” não pode ser debitado só à tal “elite branca”.
A Folha de São Paulo correu para entrevistar Carvalho, prevendo que poderia obter mais munição contra Dilma. Na segunda-feira (23), publicou a entrevista.
Nessa entrevista, ele não só reafirmou sua discordância de Lula quanto à origem dos insultos a Dilma, mas aprofundou uma tese à qual Folha tratou de dar grande publicidade: “O PT erra no diagnóstico sobre a insatisfação com o governo”.
Um trecho da entrevista de Carvalho à Folha revela como ele se contaminou com essa teoria.
“(…) Quando chego em Curitiba (sic) e encontro um garçom falando que o PT é o mais corrupto da história. Quando vejo em Fortaleza meninos cobrando a questão da corrupção. Quando vi no metrô meninos entrando e puxando o coro do mesmo palavrão usado no estádio, não posso achar que é um fenômeno apenas na cabeça daquilo que está se chamando de elite branca (…)”
A Folha, espertamente, questionou Carvalho sobre a origem da teoria sobre a “elite branca”. Lembrou que “Foi Lula quem puxou esse discurso”. O ministro diz que “não quer polemizar com Lula” e que seu objetivo foi “alertar” – supostamente o PT e o próprio Lula – para o que chamou de “generalização da insatisfação”.
Carvalho é um dos ministros mais próximos a Dilma – trabalha em sala contígua à da presidente. É um quadro antigo do PT. Não se entende por que esse alerta teve que ser feito publicamente. Pareceu ingenuidade…
Seja como for, na terça-feira a Folha publica mais um trecho da entrevista com o ministro. Nesse trecho, ele relata encontro que manteve com um grupo de trinta black blocs – desde que esses espécimes começaram a promover vandalismo, Carvalho tem mantido interlocução com eles na esperança de enfiar algum juízo em suas cabeças vazias.
O ministro cometeu o mesmo erro que muitos que se aproximaram dessa turma ligada a partidos à esquerda do PT vêm cometendo, o erro de encarar a visão política dessa meninada como visão do povo.
Não é o caso de Carvalho, é preciso dizer. Ele sabe muito bem que esses protestos violentos são um grande erro. Mas muitos homens e mulheres maduros, já na quinta ou sexta década de vida, deixaram-se seduzir pela juventude e pelo idealismo boboca de pretensos revolucionários, garotos que não fazem a menor ideia do que é lutar de verdade contra a opressão e que se acham verdadeiros “Che Guevaras” por quebrarem algumas vitrines de lojas de carros e caixas-eletrônicos.
Porém, o que pode ter impressionado Carvalho certamente foi encontrar jovens pobres entre um movimento que teve origem nas universidades, onde professores ligados a partidos de extrema esquerda enfiaram esse lixo importado do Norte do planeta (a tática black bloc) na cabeça dos alunos. Assim, jovens pobres foram no embalo, atraídos pelo clima de rave (festas de estudantes) das “jornadas de junho”. E nada mais.
A partir da popularização dos protestos, ano passado, alguns líderes de movimentos sociais ligados aos mesmos partidos de esquerda viram oportunidade de colher frutos para suas legítimas demandas.
A visão de Carvalho se baseia nesse ambiente. A de Lula, em uma vida inteira e em sua origem entre a pobreza.
Aonde quero chegar: é um erro confundir com o povo esses movimentos da esquerda ultrarradical que admitem em seus protestos o que há de pior na ultradireita, contanto que neonazistas e outros energúmenos ajudem a provocar caos no trânsito e a quebrar tudo.
O povo mesmo, tem falado muito pouco. Quem é pobre e melhorou de vida, mas vive exposto aos ambientes da elite, acaba indo no embalo. Mas a maioria do povo nem chega perto da elite, seja nas universidades, seja nos locais em que pobres vão lhe prestar serviços.
Nas grandes cidades, a situação é pior. Sobretudo em Estados como São Paulo, onde a vida piorou muito devido aos governos do PSDB, que deixaram o transporte público chegar a uma situação de caos, que transformaram a escola e os hospitais públicos em lixo.
Nenhum governo federal conseguirá promover grandes melhoras em áreas que são da competência municipal e estadual.
Mas veja, leitor, a situação em São Paulo: Fernando Haddad está promovendo uma revolução nos transportes com os corredores de ônibus. Outras medidas simples serão tomadas. Apesar de o governo dele ter problemas para se comunicar, lá pelo quarto ano de governo a população paulistana sentirá a diferença.
Seja como for, há que fazer o povo entender que o governo federal comanda, precipuamente, a política econômica, estimula investimentos, empreende grandes projetos nacionais, mas a administração cotidiana da saúde, da educação, do transporte público é responsabilidade de prefeitos e governadores.
Contudo, essas manifestações tresloucadas acabaram empurrando para o governo federal – e, consequentemente, para o PT – uma culpa que até pode ser, também, do partido desse governo, mas que também é de todos os outros partidos.
Nos grandes centros urbanos como São Paulo, a vida tornou-se um inferno devido ao governo do Estado e aos governos municipais. Governos de todos os partidos. Premidos por grandes dívidas, Estados e municípios não conseguem enfrentar os problemas, que vão se avolumando.
Contudo, em uma coisa concordam Lula, Gilberto Carvalho e este blogueiro: a comunicação do governo Dilma é que permitiu que a mídia empurrasse para o governo federal uma responsabilidade que não é dele.
Tendo, porém, a concordar com Lula quanto à questão da “elite branca”. Ela e os pobres que influencia estão longe de ser o povo, estão longe de ser maioria. Mas claro que não será fácil Dilma vencer a eleição presidencial que se avizinha.
Contudo, se a campanha da reeleição for incisiva contra as críticas injustas, e se souber refrescar a memória dos adultos e mostrar aos garotos o que era o Brasil até 2002, dificilmente o PSDB conseguirá tirar proveito dessa insatisfação de setores da sociedade.
Nesse contexto, o sucesso da Copa e os excessos dos revolucionários de butique já estão abrindo os olhos de muita gente.
Esses cinquentões ou sessentões da academia ou do jornalismo que diziam orgulhosamente que apoiavam os protestos tresloucados contra a Copa, já estão fechando os bicos e fazendo cara de paisagem.
Esse caso específico da Copa está sendo subestimado pela direita truculenta e pela esquerda abilolada. O Brasil e o mundo já perceberam como têm havido exageros nas críticas ao governo Dilma. O efeito político disso ainda não pode ser mensurado, mas não será pequeno.
LULA INSINUA VOLTA EM 2018: “ELES QUE SE PREPAREM!”
CHRISTINA LEMOS
Em 2018, Dilma terá esgotado a possibilidade de reeleição e Lula contará com 73 anos, em condições de disputar
No último sábado, durante a Convenção Nacional do PT, ex-presidente Lula fez o mais duro discurso da pré-campanha eleitoral até aqui. Apelou à militância petista que defenda a presidente Dilma Rousseff, inclusive de ofensas como a ocorrida na partida de abertura da Copa do Mundo, desfiou ataques à oposição e deu a entender que pode sair candidato à presidência em 2018.
"Vamos pedir ao povo para dar mais quatro [anos] e ele vai mais dar mais quatro. E eles que se preparem, que em 2018 vamos pedir mais quatro!" - disse Lula, ao enumerar a sequência de vitórias que mantém o PT no comando do governo federal por três mandatos consecutivos. Em 2018, Dilma terá esgotado a possibilidade de reeleição e Lula contará com 73 anos, em condições de disputar.
O ex-presidente também deixou claro que não aprova o discurso de Rui Falcão, presidente do PT, para quem está será "a eleição mais difícil dos últimos tempos para o partido". Lula enumerou suas próprias derrotas e vitórias através de duas décadas, e a eleição de Dilma - primeira mulher a vencer nas urnas uma disputa pela presidência da República -, para sustentar que esta eleição não será mais difícil que as demais. "Nós ainda nem começamos o jogo e temos muito o que mostrar. Fizemos o que eles tiveram 500 anos para fazer e não fizeram!" - declarou.
Lula foi enfático ao pedir aos militantes que defendam Dilma e seu governo, principalmente depois do episódio dos xingamentos no estádio do Itaquerão, em São Paulo. "Temos de ter a coragem de ir para rua e defender esta mulher!" E advertiu: "O que aconteceu com a Dilma na Copa me fez dobrar o esforço para elegê-la."