Nosso objetivo não é engrandecer um homem, o Presidente Lula, mas homenagear, como brasileiro que ama esta terra e esta gente, o que este homem tem provado, em pouco tempo, depois de tanto preconceito e perseguição ideológica, do que somos capazes diante de nós mesmos, e do mundo, e que não sabíamos, e não vivíamos isto, por incompetência ou fraude de tudo e todos que nos governaram até aqui. Não engrandecemos um homem, mas o que ele pagou e tem pago, para provar do que somos.
O Brasil vem demonstrando melhora consistente da condição de vida das pessoas nos últimos 30 anos. Foi um dos países que mais melhorou nas últimas três décadas
O Brasil avançou uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2013 em comparação com o anterior e passou do 80º lugar para o 79º no ranking das nações mais e menos desenvolvidas, que reúne 187 países. Os dados acabam de ser revelados pelo Relatório de Desenvolvimento Humano de 2013.
O IDH é um índice medido com base em indicadores de renda, saúde e educação. O índice varia em uma escala de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais elevado é o IDH. O ranking divide os países em quatro categorias: os de índice de desenvolvimento "muito elevado", "elevado", "médio" e "baixo".
Nas últimas três décadas, o país registrou crescimento de 36,4% no IDH, passando de 0,545 (desenvolvimento baixo) em 1980 para 0,744 em 2013 (desenvolvimento elevado). Em comparação com 2012, a maioria dos países se manteve estável no ranking de desenvolvimento de 2013.
Das 187 nações pesquisadas, 38 países subiram, 114 mantiveram suas posições e 35 caíram. A primeira colocação no ranking mundial permanece com a Noruega, seguida por Austrália, Suíça e Suécia. Os Estados Unidos, que antes eram o terceiro país mais desenvolvido, cairam para a quinta posição. Os três piores colocados são os africanos Níger, Congo e República Central da África.
O Brasil, portanto, vem demonstrando uma melhora consistente da condição de vida das pessoas nos últimos 30 anos. Foi um dos países que mais melhorou nas últimas três décadas. No texto do relatório, a ONU elogia o esforço do Brasil em promover inclusão social e aumentar a capacidade de consumo da população mais pobre.
O Índice de Desenvolvimento Humano leva em conta três fatores: dados de saúde com base na expectativa de vida ao nascer; de educação, com informações sobre média de anos de estudo da população adulta e anos esperados de escolaridade para crianças; e renda nacional bruta, que identifica os recursos que ficaram no país. Com as recentes decisões do Congresso, especialmente, na área de educação a tendência é o Brasil melhorar ainda mais neste "ranking".
Segundo o relatório para o Desenvolvimento Humano, da Organização das Nações Unidas, desde 2008, o programa da gestão do PT suavizou os efeitos negativos da crise internacional sobre o poder de compra dos mais pobres e trouxe benefícios de longo prazo uma vez que as famílias, para receberem o benefício, precisam manter os filhos na escola; segundo o estudo, o Bolsa Família contribuiu com 20% a 25% da redução da desigualdade no país em 2008 e 2009, ao custo de 0,3% do PIB
25 DE JULHO DE 2014 ÀS 05:25
247 – O Relatório para o Desenvolvimento Humano, da Organização das Nações Unidas, divulgado nesta semana, apresenta os programas Bolsa Família, do Brasil, e Oportunidades, do México, são exemplos de políticas em que todos ganham.
Para a ONU, desde 2008, as iniciativas suavizaram os efeitos negativos da crise internacional sobre o poder de compra dos mais pobres e trouxeram benefícios de longo prazo uma vez que as famílias, para receberem o benefício, precisam manter os filhos na escola.
Segundo o estudo, o Bolsa Família contribuiu com 20% a 25% da redução da desigualdade no país em 2008 e 2009, ao custo de 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto).
Outro ponto destacado é o aumento do salário mínimo: “O aumento do salário mínimo foi uma resposta à crise no Brasil e contribuiu para aumentar os salários e a distribuição de renda”.
Segundo ranking da ONU, país ocupa 79ª posição entre 187 países com base em renda, educação e saúde; Brasil está na faixa de países de desenvolvimento 'elevado': “O Brasil mostra uma melhora consistente da condição de vida das pessoas nos últimos 30 anos. A nível global foi um dos países que mais melhorou”, elogiou o argentino Jorge Chediek, representante residente do Pnud e coordenador do sistema ONU no Brasil; o índice de brasileiros em situação de pobreza multidimensional caiu 22,5% em seis anos
24 DE JULHO DE 2014 ÀS 05:35
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - O Brasil subiu no ranking mundial de desenvolvimento humano em 2013. Segundo dados divulgados hoje (24) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o país ficou em 79º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no ano passado, uma posição acima da registrada em 2012. Apesar da melhora, o Brasil continua abaixo de outros países latino-americanos como Chile, Argentina, Cuba e Uruguai.
Com IDH 0,744, o país registrou a mesma nota da Geórgia (república da região do Cáucaso) e de Granada (país do Caribe). Pela metodologia das Nações Unidas, o Brasil é considerado um país de alto desenvolvimento humano por ter registrado nota acima de 0,7. O IDH varia de 0 a 1, grau máximo de desenvolvimento. Em 2013, o indicador abrangeu 187 países.
A Noruega foi o país com maior IDH no ano passado, com índice de 0,944, seguida de Austrália (0,933), Suíça (0,917) e Holanda (0,915). Em relação aos países latino-americanos, os mais bem classificados foram Chile (41º lugar, com nota 0,822), Cuba (44º, com nota 0,815) e Argentina (49º, com nota 0,808), considerados com grau muito alto de desenvolvimento humano por terem obtido nota acima de 0,8.
Na América Latina e Caribe, Uruguai (50º no ranking, com nota 0,790), Barbados (59º, nota 0,776), Antígua e Barbuda (61º, nota 0,774), Trinidad e Tobago (64º, nota 0,766), Panamá (65º, nota 0,765), Venezuela (67º, nota 0,764), Costa Rica (68º, nota 0,763), México (71º, nota 0,756) e São Cristóvão e Nevis (73º, nota 0,750) também registraram IDH mais alto que o Brasil.
Entre o Brics, grupo que reúne as cinco principais economias emergentes do mundo, o Brasil registrou o segundo melhor IDH, atrás da Rússia (57º lugar, nota 0,778). Com nota 0,719, a China ficou na 91ª posição. A África do Sul ficou em 118º no ranking (nota 0,658); e a Índia, em 135º (nota 0,586).
Apesar da melhoria de 2012 para 2013, o Brasil acumula queda de quatro posições em relação a 2008, quando estava em 75º na lista geral. De acordo com o Pnud, o IDH brasileiro melhorou em todos esses anos. No entanto, quatro países – Irã, Azerbaijão, Sri Lanka e Turquia – tiveram crescimento maior que o Brasil no período, resultando na perda de posições.
Criado em 1980, o IDH mede o desenvolvimento humano por meio de três componentes: expectativa de vida, educação e renda. Em 2013, o Brasil registrou 73,9 anos de expectativa de vida, 7,2 anos de média de estudo, 15,2 anos de expectativa de estudo para as crianças que atualmente entram na escola e renda nacional bruta per capita de US$ 14.275 ajustada pelo poder de compra.
O IDH do Brasil em 2013 subiu 36,4% em relação a 1980. Naquele ano, a expectativa de vida correspondia a 62,7 anos, a média de estudo era de 2,6 anos, a expectativa de estudo somava 9,9 anos, e a renda per capita totalizava US$ 9.154.
“O Brasil é um dos países que mais evoluíram no desenvolvimento humano nos últimos 30 anos”, disse o representante residente do Pnud no Brasil, Jorge Chediek. Ele destacou que as mudanças são estruturais e têm ocorrido em todos os governos.
Por causa de mudanças na metodologia, a série histórica do IDH foi revista. Pelo critério anterior, o Brasil tinha ficado em 85º em 2012. Com a mudança de cálculo, o país subiu para a 80ª colocação no ano retrasado.
Brasil reduziu em 22% pobreza em seis anos
O índice de brasileiros em situação de pobreza multidimensional caiu 22,5% em seis anos, revelou hoje (24) o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Segundo levantamento do órgão, a parcela da população brasileira com privação de bens caiu de 4% para 3,1%, entre 2006 e 2012.
A fatia da população próxima à pobreza multidimensional caiu de 11,2% para 7,4%. A proporção de pessoas em pobreza severa passou de 0,7% para 0,5% na mesma comparação.
Os números constam do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2014. Além de publicar oranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 187 países, o documento apresentou o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) para 91 países. Foi divulgada também a comparação do IPM com anos anteriores de 39 deles.
Diferentemente do IDH, que estima o grau de desenvolvimento com base na expectativa de vida, na renda e na educação, o IPM usa critérios mais abrangentes para avaliar o padrão de vida de um país. Esse índice leva em conta indicadores de saúde (nutrição e mortalidade infantil), educação (anos de estudo e taxa de matrícula) e a qualidade do domicílio (gás de cozinha, banheiro, água, eletricidade, piso e bens duráveis).
Outra diferença está no uso de dados nacionais. O IDH é construído com estatísticas do Banco Mundial, da Organização Mundial do Trabalho e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O Índice de Pobreza Multidimensional, no caso do Brasil, baseia-se na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Andréa Bolzon, coordenadora do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, o IPM não permite a comparação entre países por causa da falta de padronização dos dados internacionais. “A melhor maneira de comparar o Brasil é com ele mesmo. Os indicadores mostram que há uma evolução significativa na redução da pobreza multidimensional.”
De acordo com ela, o principal objetivo do IPM é retratar a pobreza não apenas em função da renda. Pelos padrões internacionais, a linha de pobreza está fixada em US$ 1,25 por pessoa por dia. “O Índice Multidimensional de Pobreza procura não captar apenas a renda, mas as condições materiais de sobrevivência.”
Pelo critério tradicional de medição, o índice de pobreza no Brasil é maior que a pobreza multidimensional. De acordo com o Pnud, 6,14% da população brasileira ganhava menos que US$ 1,25 diários em 2012. No México, ocorre o contrário. A pobreza multidimensional atingia 6% da população, enquanto a pobreza com base na renda mínima afetava apenas 0,72% no mesmo ano. “O IPM, na verdade, reflete o modo de vida e a estrutura de cada sociedade”, esclarece a coordenadora.
PNUD USOU DADOS DESATUALIZADOS PARA CALCULAR IDH, DIZ GOVERNO
Para compor o índice, foram usadas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2009 e 2010 e de um relatório da OCDE de 2012, afirmaram ministros em coletiva de imprensa nesta quinta-feira 24; de acordo com cálculo do governo, caso os dados estivessem atualizados, o Brasil ficaria em 67º lugar no ranking de 187 países, e não em 79º
24 DE JULHO DE 2014 ÀS 15:15
Carolina Sarres - Repórter da Agência Brasil
O governo brasileiro contestou hoje (24) os dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em que o país aparece como 79º no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2013 e informou que os dados usados pelo órgão das Nações Unidas (ONU) são desatualizados. Para compor o índice, foram usadas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2009 e 2010 e de um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2012.
De acordo com um cálculo feito pelo governo, se fossem usadas as informações disponíveis atualizadas - Pnad de 2012 e 2013 e indicadores da OCDE de 2013 -, o Brasil ficaria em 67º lugar no ranking de 187 países. Segundo relatório do Pnud, o Brasil ficou com IDH 0,744, o que classifica o país como de alto desenvolvimento humano por registrar nota acima de 0,7. O índice varia de 0 a 1, que é o grau máximo.
Ainda assim, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, considera que o índice divulgado pelo Pnud não reflete os avanços dos últimos quatro anos. De acordo com ela, essa avaliação desatualizada tem ocorrido nos últimos três anos e fez com que o Brasil entrasse em contato com o órgão, na tentativa de evitar que isso se repita. "Continuaremos discutindo [com o Pnud] para que sejamos avaliados por dados que reflitam os resultados das políticas públicas no Brasil", disse Tereza.
Segundo a ministra, o IDH de outros países foi calculado de acordo com dados estatísticos mais atualizados, o que deveria ter sido feito também com o Brasil.
Conforme o cálculo apresentado pelo governo, em dois dos três critérios usados pelo Pnud para medir o IDH há diferenças estatísticas. Em relação à esperança de vida ao nascer, o dado usado pelo órgão da ONU foi 73,4 anos. O mais atual seria 74,8 anos.
Em relação à expectativa de anos de estudos e à média de anos de estudo da população adulta, foram considerados 15,2 anos e 7,2 anos, respectivamente. As informações atualizadas seriam 16,3 anos e 7,6 anos, respectivamente. Em relação à renda nacional bruta per capita, foram mantidos os US$ 14.275.
A ministra Tereza Campello avaliou ainda que o IDH mede a redução da desigualdade, mas não é capaz de captar detalhes do processo. "Sabe-se que a renda de todos cresceu, mas a renda que mais cresceu foi a dos mais pobres. Outro ponto é o combate à pobreza extrema, que não é medida só por meio de renda, mas por medidas multidimensionais", explicou.
Para o ministro da Educação, Henrique Paim, a condicionalidade de frequência escolar imposta pelo Bolsa Família e as políticas de ação afirmativa foram os principais responsáveis pelos avanços verificados na educação. "O que ocorreu foi uma grande evolução nesse processo. O posicionamento em relação ao Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e à América do Sul é avançado. O processo de inclusão é reconhecido nesse relatório e a combinação de políticas é o segredo para que possamos avançar", disse Paim.
De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o ganho de 11,2 anos em relação à expectativa de vida do brasileiro entre 1980 e 2013 é extremamente favorável. Outros pontos considerados positivos por ele foram a redução da mortalidade infantil, a redução nos casos de mortes por doenças crônicas não transmissíveis e o declínio de mortes em acidentes de trânsito.
"Foi um resultado positivo em relação à evolução do indicador. Essa expectativa de vida não é acaso, mas uma combinação de elementos extremamente importantes", informou Chioro.
Valor varia de acordo com a idade, segundo o IBGE; para um brasileiro de 40 anos, por exemplo, a estimativa é que ele viva até os 78,3 anos; já para pessoas acima de 80 anos, a expectativa é de que vivam mais 9,1 anos
2 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 11:00
Vitor Abdala Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A expectativa de vida ao nascer no Brasil chegou a 74,6 anos em 2012, segundo dados divulgados nesta segunda-feira 2 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Diário Oficial da União. Em 2011, a expectativa de vida era 74,08 anos.
O valor varia de acordo com a idade do brasileiro. Para um brasileiro de 40 anos, por exemplo, a estimativa é que ele viva até os 78,3 anos. Já para pessoas acima de 80 anos, a expectativa é de que vivam mais 9,1 anos.
Segundo a jornalista Suzana Singer, leitura que o jornal de Otávio Frias Filho fez da Pnad foi "míope"; segundo ela, "é um prato cheio para quem acha que o jornal só publica más notícias", uma vez que todos "destaques pinçados no levantamento eram negativos"; detalhe: a pesquisa mostrou forte expansão da renda, do consumo e do emprego
6 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 08:02
247 - O "tradicional catastrofismo" da Folha recebeu uma dura crítica da ombudsman Suzana Singer. Segundo ela, o jornal fez uma leitura míope da Pnad, pesquisa que traduz a realidade econômica e social do País. Leia abaixo:
Arauto das más notícias
Folha destaca apenas dados negativos da Pnad, apesar de a pesquisa ter apontado aumento de renda em 2012
A edição que a Folha fez da pesquisa Pnad, que traça anualmente um quadro social do país, é um prato cheio para quem acha que o jornal só publica más notícias. Todos os destaques pinçados no levantamento eram negativos.
O título na capa informava que "Analfabetismo e desigualdade ficam estagnados no país" (28/9). Em "Cotidiano", havia o aumento da diferença de renda entre homem e mulher, os salários inchados pela falta de mão de obra especializada e o celular como o único tipo de telefone em mais da metade dos lares. A análise dizia que o resultado da pesquisa pode significar "o fim da década inclusiva".
Outros jornais optaram por manchetes do tipo uma no cravo outra na ferradura: "Renda média sobe, mas desigualdade para de cair" ("O Globo"), "Analfabetismo para de cair no país; emprego e renda sobem" ("Estado"), "Em todas as regiões houve aumento de renda, mas a desigualdade ficou estagnada" (Jornal Nacional).
Com seu característico catastrofismo, a Folha fez uma leitura míope da pesquisa, que é muito importante pela sua abrangência -são 363 mil entrevistados respondendo sobre escolaridade, trabalho, moradia e acesso a bens de consumo.
O dado mais surpreendente era que a renda do brasileiro cresceu em 2012, ano em que o PIB subiu apenas 0,9%. Na Folha, esse fenômeno só foi citado no meio de uma reportagem sobre a desigualdade.
Coube ao colunista Vinicius Torres Freire, no dia seguinte, chamar a atenção para o fato de que o Brasil estava mais rico "e não sabíamos". "É possível dizer que a taxa de pobreza deve ter caído bem no ano passado", escreveu Freire.
Pelos cálculos de Marcelo Neri, 50, presidente do Ipea, 3,5 milhões de brasileiros saltaram a linha de pobreza em 2012. "No conjunto das transformações, foi a melhor Pnad dos últimos 20 anos", diz Neri.
A desigualdade parou mesmo de cair, mas foi porque os muito ricos (1% da população) ficaram ainda mais ricos (a renda subiu 10,8%), num ritmo mais rápido do que os muitos pobres (10% na base da pirâmide) ficaram menos pobres (ganho de renda de 6,4%). É claro que não se deve desprezar o abismo social, mas não dá para ignorar que houve uma melhora geral no ano passado, o que é um mistério a ser explicado pelos economistas.
Se o jornal subestimou o dado da renda, deu espaço demais para o fato de o analfabetismo ter parado de cair. Teve nesse ponto a companhia dos outros jornais e da TV.
Depois de 15 anos de queda contínua, a taxa de analfabetismo variou de 8,6% para 8,7%. A diferença, irrisória, pode ser apenas uma flutuação estatística. Nem o fato de a taxa ter parado de cair é importante, segundo os especialistas.
Os analfabetos brasileiros concentram-se, principalmente, na faixa etária mais alta (60 anos ou mais). Os mais velhos, que não tiveram acesso à escola na infância, são mais difíceis de serem alfabetizados. "Entre os jovens, a proporção de analfabetos continua caindo. A conclusão é que, embora nossa educação tenha muitos problemas, este não é um deles", explica Simon Schwartzman, 74, presidente do Iets.
O destaque dado à diferença entre a remuneração de homens e mulheres também foi descabido. Em 2011, a brasileira recebia 73,7% do salário de um homem. No ano passado, era 72,9%.
Além de não ser uma variação muito significativa, pode ser um problema amostral. "As mulheres não estão necessariamente ganhando menos do que os homens. Se elas já têm uma renda média menor, basta crescer a participação feminina no mercado de trabalho para aumentar a diferença entre os sexos", afirma Marcio Salvato, 44, professor de economia do Ibmec.
Entre os bens de consumo, o jornal destacou o celular e as motos. Wasmália Bivar, 53, presidente do IBGE, ressalta a máquina de lavar roupa, presente em 55% das casas. "Para a vida das famílias mais pobres, é um bem de grande significado, porque dá mais tempo livre para as mulheres."
Não é fácil escolher o que há de mais relevante em uma pesquisa extensa como a Pnad, mas não dá para adotar o critério dos piores números. O jornalismo deve ter como primeira preocupação o que vai mal, apontar os problemas, só que o necessário viés crítico não pode impedir que se destaque o que é de fato o mais importante.
Em sua coluna deste domingo, a ombudsman da Folha abordou a Pnad. Relata como a mídia transformou uma notícia excelente em um amontoado de péssimas notícias
Durante a primeira década do século XXI, centenas de brasileiras e brasileiros de todas as idades e regiões do país criaram páginas na internet para denunciar que os meios tradicionais de comunicação (jornais, revistas, rádios, televisões e grandes portais de internet) tentam ludibriar a sociedade a fim de fazerem prevalecer suas preferências políticas.
Em boa parte, são pessoas como este que escreve – sem vinculações políticas ou corporativas de qualquer espécie, movidas, apenas, pela indignação com uma dita “grande mídia” que mente, distorce informações, inventa acusações e exalta grupos políticos e econômicos com fins unicamente particulares, ou seja, de forma a obter lucro para os seus controladores.
Trata-se, aqui, de grandes meios de comunicação de massa que cresceram e enriqueceram durante a ditadura militar, que os financiou para que defendessem o saque que os ditadores perpetraram sobre o patrimônio público e ocultasse os crimes de lesa-humanidade que cometeram com a finalidade de fazerem prevalecer aqueles interesses inconfessáveis.
Acima de todos os outros oportunistas despidos de qualquer traço de decência e capazes de vender seu país a quem pague mais estão quatro famílias que o regime ditatorial enriqueceu e que a democracia deixou impunes: Marinho, Frias, Civita e Mesquita são os nomes dos que erigiram uma máfia que roubou e continua roubando a nação enquanto acoberta políticos e empresários desonestos.
Na ânsia de defenderem seus interesses particulares – e sabendo que para manterem o poder discricionário que auferiram ilegitimamente dependem do jogo do poder entre os grupos políticos –, essas famílias adotaram a mentira e o logro como ferramentas.
Apesar de todo esse poder – e de forma quase intuitiva –, no limiar do novo século a maioria dos brasileiros passou a desconfiar da pregação política desses megaempresários do setor de comunicações e a votar de forma oposta à que pregavam. Eis que os brasileiros levaram ao poder um grupo político que aqueles veículos de comunicação demonizavam.
Ao longo da década passada e no início desta, as famílias enriquecidas pela ditadura, valendo-se das imensas quantidades de dinheiro público que lhes foram doadas pelos ditadores, vêm trabalhando com fúria incontida para convencer os brasileiros a votar nos políticos com os quais estabeleceram acordos na última década do século passado, os políticos do PSDB.
Contudo, o grupo político que desafiou e derrotou politicamente esses filhotes da ditadura, grupo esse encabeçado pelo Partido dos Trabalhadores e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente, logrou implantar políticas públicas que melhoraram sobremaneira a vida das populações abandonadas pelos preferidos da mídia e, assim, caíram nas boas graças da nação, o que vem lhes permitindo vencer sucessivas eleições.
As quatro famílias midiáticas e seus satélites, então, decidiram que havia que usar métodos artificiais para apear do poder aquele grupo político desafiador.
Primeiro, tentaram transformá-lo em inventor da corrupção no Brasil. Vendo que a maioria não acreditou, de cerca de um ano para cá as famílias midiáticas mitigaram a gritaria moralista e passaram a apostar na distorção da situação econômica e social do país, crente em seu poder “hipnótico”, com o qual fariam uma nação inteira acreditar que aquele grupo político desafiador a estaria levando à ruína.
O imenso preâmbulo acima serviu para contextualizar as informações que vêm a seguir.
Na última terça-feira, este blogueiro (independente, sem vínculos políticos e que sobrevive de trabalho autônomo no setor privado), vendo mais uma de tantas distorções cotidianas das famílias midiáticas, e movido pela indignação, tomou uma iniciativa: telefonou para um dos veículos das famílias supracitadas apenas para desabafar.
Liguei para Suzana Singer, ombudsman do jornal Folha de São Paulo. Conversei com ela durante quase uma hora. Expus minhas críticas e observações. Relatei parte da conversa aqui, neste espaço. Na última edição dominical da Folha, em sua coluna semanal naquele veículo, Suzana abordou outro tópico da conversa que tivemos.
Liguei para ela, no último dia 1º, logo após assistir, no site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entrevista do presidente da instituição, o pesquisador Marcelo Néri, que comentara os dados da última PNAD (2012).
Segundo definição do site do IBGE, que empreende a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), aquele estudo visa obter “informações anuais sobre características demográficas e socioeconômicas da população, como sexo, idade, educação, trabalho e rendimento, e características dos domicílios (…)”.
Pois bem, a última PNAD revelou um dado surpreendente. Tão surpreendente que surpreendeu até a Néri, um dos principais coordenadores da pesquisa: no ano passado, apesar do “pibinho” de 0,9%, o brasileiro ficou muito mais rico – a renda média cresceu 8,9%.
Antes de ligar para a ombudsman da Folha, fiz alguns comentários no Twitter.
Em seguida a esses tuítes escritos sob indignação extrema, o telefone toca: é Suzana Singer retornando o recado que deixei em seu escritório. Entre muito que lhe disse ao longo da conversa, comentei os dados altamente positivos da PNAD e a contradição de a pesquisa ter sido abordada tanto na Folha como no resto da mídia sob viés diametralmente oposto.
Em sua coluna deste domingo, a ombudsman abordou a questão. Relata como a mídia transformou uma notícia excelente em um amontoado de péssimas notícias.
Antes de reproduzir a coluna dessa jornalista que, com sua matéria sobre o tema em questão – publicada na Folha de São Paulo de 6 de outubro de 2013 –, ganhou meu respeito, quero cumprimenta-la, pois fez uma pesquisa aprofundada sobre a trapaça que tanto o jornal em que trabalha quanto o resto da “grande mídia” praticaram mais uma vez.
Deixo-o, caro leitor, com a belíssima coluna da ombudsman da Folha, Suzana Singer.
Folha destaca apenas dados negativos da Pnad, apesar de a pesquisa ter apontado aumento de renda em 2012
A edição que a Folha fez da pesquisa Pnad, que traça anualmente um quadro social do país, é um prato cheio para quem acha que o jornal só publica más notícias. Todos os destaques pinçados no levantamento eram negativos.
O título na capa informava que “Analfabetismo e desigualdade ficam estagnados no país” (28/9). Em “Cotidiano”, havia o aumento da diferença de renda entre homem e mulher, os salários inchados pela falta de mão de obra especializada e o celular como o único tipo de telefone em mais da metade dos lares. A análise dizia que o resultado da pesquisa pode significar “o fim da década inclusiva”.
Outros jornais optaram por manchetes do tipo uma no cravo outra na ferradura: “Renda média sobe, mas desigualdade para de cair” (“O Globo”), “Analfabetismo para de cair no país; emprego e renda sobem” (“Estado”), “Em todas as regiões houve aumento de renda, mas a desigualdade ficou estagnada” (Jornal Nacional).
Com seu característico catastrofismo, a Folha fez uma leitura míope da pesquisa, que é muito importante pela sua abrangência -são 363 mil entrevistados respondendo sobre escolaridade, trabalho, moradia e acesso a bens de consumo.
O dado mais surpreendente era que a renda do brasileiro cresceu em 2012, ano em que o PIB subiu apenas 0,9%. Na Folha, esse fenômeno só foi citado no meio de uma reportagem sobre a desigualdade.
Coube ao colunista Vinicius Torres Freire, no dia seguinte, chamar a atenção para o fato de que o Brasil estava mais rico “e não sabíamos”. “É possível dizer que a taxa de pobreza deve ter caído bem no ano passado”, escreveu Freire.
Pelos cálculos de Marcelo Neri, 50, presidente do Ipea, 3,5 milhões de brasileiros saltaram a linha de pobreza em 2012. “No conjunto das transformações, foi a melhor Pnad dos últimos 20 anos”, diz Neri.
A desigualdade parou mesmo de cair, mas foi porque os muito ricos (1% da população) ficaram ainda mais ricos (a renda subiu 10,8%), num ritmo mais rápido do que os muitos pobres (10% na base da pirâmide) ficaram menos pobres (ganho de renda de 6,4%). É claro que não se deve desprezar o abismo social, mas não dá para ignorar que houve uma melhora geral no ano passado, o que é um mistério a ser explicado pelos economistas.
Se o jornal subestimou o dado da renda, deu espaço demais para o fato de o analfabetismo ter parado de cair. Teve nesse ponto a companhia dos outros jornais e da TV.
Depois de 15 anos de queda contínua, a taxa de analfabetismo variou de 8,6% para 8,7%. A diferença, irrisória, pode ser apenas uma flutuação estatística. Nem o fato de a taxa ter parado de cair é importante, segundo os especialistas.
Os analfabetos brasileiros concentram-se, principalmente, na faixa etária mais alta (60 anos ou mais). Os mais velhos, que não tiveram acesso à escola na infância, são mais difíceis de serem alfabetizados. “Entre os jovens, a proporção de analfabetos continua caindo. A conclusão é que, embora nossa educação tenha muitos problemas, este não é um deles”, explica Simon Schwartzman, 74, presidente do Iets.
O destaque dado à diferença entre a remuneração de homens e mulheres também foi descabido. Em 2011, a brasileira recebia 73,7% do salário de um homem. No ano passado, era 72,9%.
Além de não ser uma variação muito significativa, pode ser um problema amostral. “As mulheres não estão necessariamente ganhando menos do que os homens. Se elas já têm uma renda média menor, basta crescer a participação feminina no mercado de trabalho para aumentar a diferença entre os sexos”, afirma Marcio Salvato, 44, professor de economia do Ibmec.
Entre os bens de consumo, o jornal destacou o celular e as motos. Wasmália Bivar, 53, presidente do IBGE, ressalta a máquina de lavar roupa, presente em 55% das casas. “Para a vida das famílias mais pobres, é um bem de grande significado, porque dá mais tempo livre para as mulheres.”
Não é fácil escolher o que há de mais relevante em uma pesquisa extensa como a Pnad, mas não dá para adotar o critério dos piores números. O jornalismo deve ter como primeira preocupação o que vai mal, apontar os problemas, só que o necessário viés crítico não pode impedir que se destaque o que é de fato o mais importante.
O discurso derrotista adotado pela oposição de que nada tem sido feito pela Educação no país é facilmente desmontado pelos próprios números do Pnud
Apesar do empenho permanente de alguns setores conservadores, em especial da grande mídia, para, dia após dia, negar os grandes avanços socioeconômicos obtidos nos últimos dez anos, sob os governos do PT, a realidade se impõe: novo estudo trazido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado na semana passada, mostrou progressos significativos no IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) brasileiro nos últimos anos, em todas as áreas pesquisadas.
O índice, que é composto por três variáveis —longevidade, educação e renda— e faz parte do Atlas do Desenvolvimento Humano 2013, cresceu 47,5% nos últimos 20 anos, com melhoras mais expressivas entre 2000 e 2010. O índice geral —medido por uma escala que vai de zero a um, sendo que quanto mais próximo de um, melhor o desenvolvimento do local— saltou de 0,493 ("muito baixo") em 1991 para 0,612 ("médio") em 2000 e para 0,727 ("alto") em 2010. Em todo o período, 85% dos municípios do Brasil saíram da faixa de "muito baixo desenvolvimento humano".
O componente da longevidade, relacionado à expectativa de vida da população, foi o que apresentou melhor avaliação, passando de 0,662 em 1991 para 0,727 em 2000 e 0,816 na edição atual. Um dos fatores que contribuiu para essa melhoria foi a queda nas taxas de mortalidade infantil, especialmente nos Estados das regiões Norte e Nordeste.
De acordo com os pesquisadores, 73% dos municípios avançaram acima do crescimento da média nacional, mas se notou que 11% de municípios possuem índice superior à média do país.
A renda mensal per capita aumentou 14,2% no período, o que corresponde a um ganho de R$ 346,31 em 20 anos. Segundo dados apresentadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que também participou da elaboração do atlas, o rendimento domiciliar per capita cresceu 63% acima da inflação na média dos 5.565 municípios brasileiros, entre 2000 e 2010. Isso significa que, no período governado pelo PT, 80% dos municípios brasileiros assistiram à redução da desigualdade de renda entre seus habitantes.
O levantamento mostrou ainda que a distância que separava os mais ricos dos mais pobres encurtou quase um terço em dez anos. De acordo com o Ipea, o rendimento médio dos 10% mais ricos cresceu 60%, na média de todos os municípios, entre 2000 e 2010. Em contrapartida, a renda dos 20% mais pobres de cada município cresceu quase quatro vezes mais rápido: 217% no período.
A distância entre os indicadores das cidades com maior e menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal também diminuiu. A diferença entre a renda mensal per capita da cidade com maior e com menor IDHM (São Caetano do Sul, SP e Marajá do Sena, MA, respectivamente) chega a quase 21 vezes. Embora a desigualdade ainda seja gritante, o fosso entre os municípios com melhor e pior desempenho nesse quesito já foi mais largo. Os dados do último Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, referentes ao ano 2000, revelam que, há uma década, o abismo entre os dois extremos do ranking era de 28 vezes.
Em relação à Educação, ainda que tenha sido o subíndice com desempenho mais fraco na composição do IDHM, alcançando 0,637 —enquanto longevidade chegou a 0,816 e renda a 0,739— foi também o que apresentou maior avanço no período avaliado. Em 1991, a Educação tinha um IDHM 0,279, o que representa um salto de 128% se comparado à pontuação de 2010.
O discurso derrotista adotado pela oposição de que nada tem sido feito pela Educação no país é facilmente desmontado pelos próprios números do Pnud, que refletem melhorias em todas as etapas da Educação no Brasil. Entre 2000 e 2010, a população com 18 anos ou mais que concluiu o ensino fundamental passou de 39,8% para 54,9%. O ingresso de crianças de 5 a 6 anos na escola aumentou de 71,5% para 91,1%. Já o índice referente às crianças de 11 e 13 anos matriculadas nos anos finais do ensino fundamental subiu de 59,1% para 84,9%. E a população de 15 a 17 anos com o ensino fundamental completo avançou de 39,7% para 57,2%.
Além de programas de atenção à Educação básica, como o de alfabetização na idade certa, as políticas públicas para conter a evasão no ensino médio, a instituição do piso salarial nacional dos professores, a expansão das escolas técnicas federais e da criação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), os governos de Lula e Dilma foram os que mais fizeram para a ampliação e democratização do acesso ao ensino superior no Brasil. O Reuni, o ProUni, os institutos técnicos federais, a Universidade Aberta do Brasil e o Fies são as iniciativas que estão possibilitando a milhares de jovens que concluem o ensino médio a possibilidade de ingressar em uma instituição de ensino superior no país.
Por tudo isso, é incoerente dizer que nada vem sendo feito. O que se pode, sim, afirmar é que é preciso fazer ainda mais para combinar a expansão do acesso com a melhoria da qualidade do ensino, valorizar e oferecer melhores salários aos professores de todo o país, informatizar as escolas, atualizar os currículos e revisar os conteúdos pedagógicos tanto do ensino urbano quanto do rural, atendendo às suas especificidades, e diminuir as disparidades de acesso à Educação entre as regiões do país.
Os números apresentados pelo estudo, aparentemente frios em sua objetividade, revelam conquistas importantes no desenvolvimento humano das nossas cidades e é preciso afirmá-las, antes para que não se permitam retrocessos, e depois para que se possa seguir adiante, incluindo com mais qualidade milhões de brasileiros marcados por décadas de exclusão. É possível vencer os muitos desafios que ainda temos no combate às desigualdades, na Saúde, na Educação, no Saneamento, na Infraestrutura, na Inovação e na Tecnologia, se continuarmos neste rumo certo para a construção de um Brasil melhor e mais justo.