O QUE DILMA E PADILHA PRECISAM APRENDER EM CUBA
CHRISTINA LEMOS
Cuba erradicou a desnutrição infantil há cinco anos, em 2009; Cuba tem a segunda menor taxa de mortalidade infantil do mundo; Cuba é o país do mundo com maior proporção de pessoas com mais de 100 anos
(originalmente publicado no blog de Christina Lemos)
A pequena e atrasada Cuba, cujo dia-a-dia, os automóveis e o povo estacionaram nos anos 50, tragicamente congelados pelo regime comunista, tem lições graves a dar às autoridades brasileiras que desembarcam na ilha a partir deste domingo. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e seu anunciado sucessor, Arthur Chioro, que integram a comitiva da presidente Dilma, em particular, deveriam se debruçar sobre como e porque um país que investe praticamente os mesmos 7,5% do PIB em Saúde, como faz o Brasil, consegue resultados impressionantes.
Apenas para exemplificar:
- Cuba erradicou a desnutrição infantil há cinco anos - em 2009. São dados do Unicef, que os reconfirmou em 2011. E é o único país da América Latina e do Caribe a fazê-lo.
- Cuba tem a segunda menor taxa de mortalidade infantil do mundo (7 por mil nascidos, até os cinco anos), só perdendo para o Canadá.
- Cuba apresenta uma cobertura vacinal de quase 99,8% da população (de pouco mais de 11 milhões de habitantes).
- Cuba tem uma expectativa de vida ao nascer similar à dos EUA: 77 anos.
- Cuba é o país do mundo com maior proporção de pessoas com mais de 100 anos, chegando a ter cinco vezes mais indivíduos centenários que o Japão, em termos relativos (1551 indivíduos em 11,2 milhões de habitantes).
- Cuba tem a segunda menor taxa de mortalidade infantil do mundo (7 por mil nascidos, até os cinco anos), só perdendo para o Canadá.
- Cuba apresenta uma cobertura vacinal de quase 99,8% da população (de pouco mais de 11 milhões de habitantes).
- Cuba tem uma expectativa de vida ao nascer similar à dos EUA: 77 anos.
- Cuba é o país do mundo com maior proporção de pessoas com mais de 100 anos, chegando a ter cinco vezes mais indivíduos centenários que o Japão, em termos relativos (1551 indivíduos em 11,2 milhões de habitantes).
Na Educação, Cuba foi o primeiro país do mundo a erradicar o analfabetismo. E fez isso há mais de meio século: 1961. Custou aos revolucionários, seguidores Marx e Lenin, capitaneados por Guevara e Fidel, menos de três anos para reduzir a zero o analfabetismo, que passava dos 40% na zona rural.
Passados 55 anos da Revolução, a paradoxal Cuba segue sendo um laboratório a céu aberto, para o bem e para o mal, que, aos olhos estrangeiros causa ao mesmo tempo admiração, espanto e horror. E fornece uma extraordinária aula sobre o que se deve e o que não se deve fazer a um povo.
É fato que índices semelhantes são alcançados no mundo rico, isto é, em sociedades capitalistas que deram certo, como é o caso do Canadá, Suíça, Suécia e Dinamarca. São países que acumulam séculos de aprimoramento da vida em sociedade e de economia estável. Uma vez que a precária Cuba também chegou lá, a explicação parece ser mais complicada e remete à pergunta: em que medida a dedicação obstinada do gestor público pode superar a falta de recursos?
Cuba também impressiona na mão oposta: a da tragédia do desrespeito aos direitos individuais e aos direitos humanos na ilha dos Castro. Neste paradisíaco pedaço de chão do Caribe, é proibida qualquer forma de oposição, há cerca de 200 prisioneiros políticos, 40 presídios de segurança máxima e o simples acesso não autorizado à internet pode levar à pena de 5 anos de prisão.
Há meio século a população de todo o país vive confinada em suas fronteiras, sujeita a regras que a mantém refém do atraso, da pobreza e do subdesenvolvimento - e sem nem mesmo o mais elementar dos direitos: o de reclamar. Tudo isso, apesar do sucesso naqueles indicadores sociais que transformam o país num fenômeno bizarro da velha ordem mundial.
http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/128268/O-que-Dilma-e-Padilha-precisam-aprender-em-Cuba.htm
EM CUBA, DILMA MARCARÁ DIFERENÇA SOBRE CRISTINA
Com a Argentina em crise cambial, Brasil tem de mostrar durante reunião da Celac, em Havana, que tem cacife para não entrar pelo mesmo caminho; com reservas suficientes para cobrir todos os seus compromissos externos, país não corre risco de sofrer contágio, mas especuladores podem aproveitar momento para promover desestabilização
27 DE JANEIRO DE 2014 ÀS 12:46
247 – Por mais solidária que esteja com Cristina Kirchner e a crise cambial enfrentada neste momento pela Argentina, uma das missões da presidente Dilma Rousseff em Havana, durante a reunião da Celac que começa nesta segunda-feira 27, é exatamente a de marcar as diferenças sobre as situações econômicas dos dois países.
Com o peso em franca desvalorização, o que pode ser agravado por um possível aumento na taxas de juros dos Estados Unidos, a Argentina está exposta a ataques especulativos com reservas não muito superiores, estima-se, a US$ 30 bilhões. O caixa permitiu ao governo local liberar a compra de US$ 2 mil por cidadão, numa estratégia que pode ser considerada de pagar para ver até onde vai o assédio à sua moeda. Os resultados serão observados ao longo dos próximos dias. Na semana passada, o peso chegou a perder 22% de sua valor frente ao dólar em um único dia.
No Brasil, o dólar também em alta é mais um teste para a sustentabilidade da economia. Com indicadores macroeconômicos criticados por investidores, o País conta, porém, com reservas superior a US$ 300 bilhões, mais que suficientes para cobrir todos os compromissos já contratados e, ainda, sobrar dólares em caixa. Um estudo da Rosemberg Consultores Associados mostrou que as reservas equivalem atualmente a 120% das dívidas internacionais.
Chegada de Davos, a presidente Dilma vai circular pelos salões da reunião dos países latino-americanos e caribenhos com a sensação de dever cumprido sobre o mercado internacional. Seu discurso seguido de debate no Fórum Econômico Mundial tranquilizou a comunidade financeira em relação ao comprometimento do governo federal com o superávit primário e o combate à inflação. A ausência de divulgação de metas foi compreendida no contexto exposto pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele disse que os números sobre os objetivos oficiais para 2014 serão anunciados em abril.
Terceiro maior parceiro comercial do Brasil, a Argentina com sua crise cambial deverá reduzir as compras que costuma fazer no País. Uma fórmula para evitar uma queda abrupta nos negócios entre os dois países deve ser ao menos ensaiada, em Havana, nas conversas entre técnicos dos dois países. Mesmo prestando solidariedade, porém, o Brasil precisa deixar claro, nas palavras e atitudes da presidente durante a conferência, que vive uma situação completamente diferente da enfrentada pelo país vizinho – sob pena de ser respingado pela mesma crise.
Abaixo, notícia da Agência Brasil sobre a reunião da Celac:
Ban Ki-moon chega a Cuba para participar de cúpula da Celac
Da Agência Brasil
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, chegou hoje (27) a Cuba para participar da segunda reunião de cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O encontro reunirá diversos líderes da região para intensificar o diálogo político e a cooperação entre 33 países. Entre os principais temas a serem abordados estão o combate à fome, pobreza e desigualdade. O Chile foi a sede do primeiro encontro da Celac, no ano passado.
Ban Ki-moon, ao chegar à capital cubana, Havana, disse estar interessado em observar as mudanças que ocorrem na ilha e como a ONU pode dar apoio. "Estou muito interessado no processo de mudança que está acontecendo em Cuba e, por isso, tenho muito interesse em conhecer o que está sendo feito e como as Nações Unidas podem apoiar esse processo", explicou o secretário-geral, em uma breve declaração no aeroporto do país.
O secretário-geral falou também do interesse em escutar, durante a participação no encontro, a opinião dos líderes latino-americanos e caribenhos em temas como paz e segurança, direitos humanos e desenvolvimento sustentável. Ele confirmou que se reunirá com o presidente cubano, Raul Castro, ministros e outras autoridades.
A presidenta Dilma Rousseff chega nesta segunda-feira a Havana, onde participara da reunião da Celac. Ela terá um encontro com Raul Castro amanhã (28). Ao lado do presidente, Dilma participará da inauguração da primeira fase de um porto que teve o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
* Com informações da Agência Lusa
http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/128296/Em-Cuba-Dilma-marcar%C3%A1-diferen%C3%A7a-sobre-Cristina.htm
DA MAIOR FAVELA PAULISTA PARA A MEDICINA EM CUBA
Wellington Pedro de Sousa, que deixou a comunidade de Heliópolis para se tornar estudante de medicina em Cuba, recebeu a presidente Dilma em Havana; em breve, ele estará retornando ao País para atuar no programa Mais Médicos; "Em 2007 surgiu uma oportunidade de vir estudar em Cuba… aqui, a gente estuda uma Medicina que é preventiva e totalmente voltada para o atendimento à população", diz ele; "Tenho a vontade agora de poder ser inserido no projeto Mais Médicos"
27 DE JANEIRO DE 2014 ÀS 07:56
247 - A presidente Dilma Rousseff foi recebida em Havana por um jovem que deixou Heliópolis, a maior favela de São Paulo, para estudar medicina em Cuba. Seu nome é Wellington Pedro de Sousa e, em breve, ele estará retornando para atuar no âmbito do Programa Mais Médicos.
Assista, abaixo, a seu depoimento:
Leia, ainda, o relato do Blog do Planalto:
A presidenta Dilma Roussef chegou na tarde deste domingo (26) em Havana, Cuba, onde inaugurará o Porto de Mariel e participará da II Cúpula da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos ( CELAC). Na chegada ao hotel, a presidenta foi recebida por dois estudantes brasileiros da Escola Latinoamericana de Medicina ( ELAM). Eles representam um grupo de 350 estudantes de Medicina que se formam este semestre e pretendem atuar no Brasil pelo Programa Mais Médicos.
Wellington Pedro de Sousa cursa o sexto ano da faculdade de Medicina. Ele era morador de Heliópolis, a maior favela de São Paulo e viu na ELAM uma oportunidade de se tornar médico.
“Em 2007 surgiu uma oportunidade de vir estudar em Cuba… Aqui em Cuba a gente estuda uma Medicina que é preventiva e totalmente voltada para o atendimento à população (…) a gente vem tendo práticas desde o primeiro ano, a gente tem uma formação acadêmica, um nível exemplar e agora a gente tem expectativa de voltar para o nosso país e poder trabalhar na área de saúde preventiva através do Mais Médicos, que é um ótimo projeto também porque atende a necessidade das comunidades mais carentes, que é de onde a gente vem. A gente conhece muito bem como é trabalhar, como é lidar com essa falta da saúde que existe no nosso país… Tenho a vontade agora de poder ser inserido no projeto Mais Médicos, futuramente também estar fazendo o Revalida para poder continuar trabalhando na área da Saúde.”
Maria de Fátima Mendonça Santos, que é de Sergipe, também cursa o sexto ano de Medicina na ELAM. Ela entregou rosas à presidenta e também uma carta solicitando uma reunião com representantes do grupo de estudantes brasileiros na ELAM.
“Cuba nos capacita com a melhor medicina que existe aqui, uma medicina voltada para o lado humanista. Nós solicitamos [à presidenta] um encontro para falarmos um pouco da nossa chegada e da nossa inserção no Mais Médicos. Então é a nossa oportunidade de sonharmos… nós podemos sonhar, acreditar, nós podemos ajudar a nossa comunidade… com a criação do Programa Brasil Mais Médicos. E agradecemos, presidenta, a sua coragem.”
http://www.brasil247.com/pt/247/saudeebemestar/128263/Da-maior-favela-paulista-para-a-medicina-em-Cuba.htm
DILMA EXALTA CUBA E AGRADECE POR SEUS MÉDICOS
Em Havana, a presidente também defendeu uma parceria estratégica com o país; "O Brasil quer tornar-se parceiro econômico de primeira ordem para Cuba. Acreditamos que estimular essa parceira é aumentar o fluxo bilateral de comércio. São grandes as possibilidades de desenvolvimento industrial conjunto, no setor de saúde, e medicamentos, vacinas nos quais a tecnologia de ponta é dominada por Cuba", disse ela; vídeo
27 DE JANEIRO DE 2014 ÀS 15:06
247 - A presidente Dilma Rousseff exaltou, nesta segunda-feira, a relação econômica entre Brasil e Cuba e agradeceu ao país pelos profissionais de saúde que estão atuando no Mais Médicos.
Assista, aqui, a seu discurso e leia ainda o relato do Blog do Planalto:
A presidenta Dilma Rousseff destacou, nesta segunda (27), durante a inauguração do Porto de Mariel, em Cuba, o desejo do Brasil em transformar-se em um parceiro de “primeira ordem” para o país do Caribe. Segundo Dilma, a iniciativa é o primeiro porto terminal de contêineres do Caribe, e conta com financiamento de US$ 802 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O investimento serviu para contratação de bens e serviços de 400 empresas brasileiras.
“O Brasil quer tornar-se parceiro econômico de primeira ordem para Cuba. Acreditamos que estimular essa parceira é aumentar o fluxo bilateral de comércio. São grandes as possibilidades de desenvolvimento industrial conjunto, no setor de saúde, e medicamentos, vacinas nos quais a tecnologia de ponta é dominada por Cuba. (…) Queria aproveitar para agradecer ao governo e ao povo de Cuba pelo enorme aporte ao sistema brasileiro de saúde por meio do programa Mais Médicos”, afirmou Dilma.
MAIS MÉDICOS RECEBE MAIS 2 MIL CUBANOS NESTA SEMANA
Dois mil médicos cubanos começam a desembarcar nesta terça-feira (28) por Brasília, São Paulo e Fortaleza; eles fazem parte deste terceiro ciclo do Programa Mais Médicos, que conta com 2.891 profissionais; grupo também é formado por 891 médicos selecionados por meio de inscrições individuais
27 DE JANEIRO DE 2014 ÀS 14:59
Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil
Dois mil médicos cubanos começam a desembarcar nesta terça-feira (28) por Brasília, São Paulo e Fortaleza. Eles fazem parte deste terceiro ciclo do Programa Mais Médicos, que conta com 2.891 profissionais. Grupo também é formado por 891 médicos selecionados por meio de inscrições individuais.
Os médicos vão cursar o módulo de acolhimento e avaliação do programa que dura três semanas e deve começar na próxima segunda-feira (3). A previsão é que os cubanos e os demais estrangeiros participantes do terceiro ciclo comecem a atuar no início de março. Segundo o Ministério da Saúde, a aprovação no módulo é obrigatória para receber o registro que autoriza o trabalho no Brasil durante o programa. A pasta ainda não definiu o local de atuação dos médicos cubanos.
Os 891 profissionais da seleção individual serão distribuídos em 412 municípios e oito Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). São 423 participantes com registro profissional ou diploma revalidado no Brasil e 468 com registro profissional de outros países. O Nordeste vai receber 274 médicos, o Sudeste, 230, o Sul, 178, o Norte, 123, e o Centro-Oeste, 86. Os brasileiros começarão a trabalhar no dia 3 de fevereiro e os estrangeiros, no dia 5 de março.
"Com esses novos médicos, somados aos que já estão atendendo a população nos municípios, serão 9,5 mil médicos atuando nas regiões mais necessitadas e atendendo as populações mais vulneráveis", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Em todo o país, 6.658 profissionais atuam pelo Mais Médicos em 2.166 cidades e 28 distritos indígenas. A meta é preencher 13 mil postos até o fim de março.