A pesquisa mostrou uma elevação no número de pessoas que afirmam que o governo brasileiro está tomando as medidas corretas para enfrentar a crise. O índice, que era de 59% em março, subiu para 69% em junho.
Para a disputa presidencial de 2010, de acordo com pesquisa, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) aparece com 38% das intenções de voto, seguido pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, com 18%. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) detém 12% ocupando o terceiro lugar e a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL) tem 11%.
Em outra lista, em que o candidato do PSDB é o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, Ciro Gomes e Dilma Rousseff aparecem empatados na liderança, com 22% e 21%, respectivamente. O tucano Aécio vem em terceiro lugar, com 12%, seguido de perto por Heloísa Helena, com 11%.
Esta é a primeira vez que a pesquisa CNI/Ibope investiga cenários para as eleições presidenciais de 2010.
A pesquisa foi feita entre os dias 29 de maio e primeiro de junho, ouviu 2002 entrevistados, em 143 municípios. O universo é de eleitores com mais de 16 anos.
Otimismo sobre crise
A pesquisa mostrou que o brasileiro está mais otimista em relação à crise econômica e seus efeitos no País. De acordo com os dados, houve uma queda de 37% para 26% das pessoas que consideravam a crise muito grave. E subiu de 46% para 52% os entrevistados que consideram a crise grave. O porcentual de pessoas que consideram a crise pouco grave subiu de 9% para 13% e outros 9% consideram a crise nada grave, ou não souberam responder.
Também houve um crescimento entre os entrevistados que afirmam que o Brasil está mais preparado para a crise. Eram 39%, em março, e agora são 48%. A pesquisa detectou ainda uma mudança em relação à projeção de consumo. Mais da metade dos entrevistados (53%) afirma que não alterou e nem pretende alterar os seus hábitos de consumo. Em março esse porcentual era de 45%.
Houve também um aumento no porcentual de pessoas que apostam que a crise trará poucos prejuízos para o País: 53% disseram que a economia brasileira será pouco prejudicada. Em março eram 44%. Nesta última pesquisa 30% disseram acreditar que a economia será muito prejudicada, contra 40% em março. Os entrevistados apontaram também quais os principais efeitos da crise internacional no País. O primeiro deles foi o aumento no preço dos produtos, seguido de dificuldades para pagar dívidas já contraídas e perda no emprego. Também há o receio de aumento nas taxas de juros para a compra de eletrodomésticos, carros e motos.
Na avaliação sobre as medidas que o governo está tomando para enfrentar a crise, repercutiram bem, segundo a pesquisa, as condições de financiamento para compra de bens como fogão, geladeiras e móveis e os financiamentos para a compra de carros e casa própria.
Doença de Dilma
A pesquisa mostra que a doença da ministra é mais conhecida entre os entrevistados que sua pré-candidatura à Presidência da República. O linfoma da ministra é a terceira notícia mais lembrada espontaneamente pelos entrevistados, com 10% das citações, enquanto a pré-candidatura teve 4% das menções.
A primeira notícia, com 15% das menções, é sobre a crise financeira internacional e seus efeitos no Brasil, seguida do lançamento do programa do governo de construção de casas populares (Minha Casa Minha Vida), com 11% das citações. Os entrevistados eram questionados sobre quais foram as duas principais notícias sobre o governo que saíram na imprensa.
Também estão entre as mais citadas as viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China e à Turquia; os casos de gripe suína no Brasil; a criação da CPI da Petrobras; a redução do IPI para produtos como geladeira, fogão e máquina de lavar roupas; a doença do vice-presidente, José Alencar; e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
CNI/Ibope: governo Lula recebe nota média de 7,5
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nota média de 7,5 dos entrevistados da Pesquisa CNI/Ibope de junho. O resultado mostra uma pequena elevação em relação à pesquisa anterior, de março deste ano, quando a nota foi de 7,4. A avaliação, feita desde março de 2003, só não é maior que a de setembro do ano passado, quando a nota média foi de 7,8.
Segundo a pesquisa, a confiança no presidente Lula oscilou positivamente dentro da margem de erro, passando de 74%, em março, para 76%, em junho. Nos últimos três meses, caiu de 23% para 21% o porcentual de entrevistados que disseram que não confiam no presidente.
Na comparação entre o primeiro e o segundo mandato de Lula, 45% disseram que o atual mandato está sendo melhor do que o anterior (41% em março), enquanto 14% disseram que o mandato está melhor (18% em março). Na avaliação de 40% dos entrevistados o segundo mandato está igual ao primeiro. Estado