O Presidente se disse acima de críticas em três áreas de governo. "Não podem me criticar na área da educação, segurança e na área econômica. Temos hoje o menor juro da história do Brasil e o maior investimento." Na entrevista, de 40 minutos, o presidente disse esperar manter a aprovação de seu governo na faixa de 80% até o fim do mandato. Mesmo assim, Lula voltou a descartar a possibilidade de um terceiro mandato. "A alternância de governo é importante porque o povo sempre vai tendo a sorte de poder encontrar uma pessoa melhor, que faça mais e inove", disse. "Não quero ser candidato pela terceira vez."
Questionado sobre o que pretendia nesse último um ano e meio de administração, Lula falou que não vai "inventar mais nada". "Só peço a Deus para terminar o que estou fazendo." Ele prometeu deixar a seu sucessor um Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) 2011-2015. "Para que quem vier depois de mim encontre projetos na prateleira, prontos para fazer a licitação." Ele prometeu não tirar um centavo sequer do PAC prometido para essa gestão, mesmo diante de uma eventual queda na arrecadação de impostos.
Lula defendeu, mais uma vez, a candidatura à Presidência da ministra Dilma Rousseff. "Tem pouca gente preparada no Brasil como a ministra Dilma. É uma mulher muito competente e inteligente." Para o presidente, o Brasil será o primeiro país a superar os efeitos da crise econômica mundial. "O pânico já passou. Na hora em que o mundo voltar à normalidade, o Brasil sairá na frente de todos os países", disse. "O Brasil está no ponto para se transformar numa grande economia mundial."
Senado
O Presidente disse acreditar que as denúncias de irregularidades no Congresso Federal contribuam para a paralisia da instituição. "Não se pode estabelecer um processo de paralisia do Legislativo por conta de uma coisa que existe há 40, 50 anos neste País." O presidente do Senado, José Sarney (PMDB), é acusado de contratar parentes e conhecidos por meio de atos secretos. "Você não pode banalizar a ponto de levar a sociedade a desacreditar de tudo", disse o presidente, que defendeu Sarney publicamente na semana passada. Lula sustentou ainda que só uma reforma política permitirá que o País possa "sonhar com uma política um pouco mais nobre".