A edição desta terça-feira (22) do El País, respeitado jornal espanhol, afirma que o Presidente Lula chega à Assembleia Geral das Nações Unidas em uma situação que não poderia ser melhor ("inmelhorável", nas palavras do jornal) para pedir aos 192 países participantes que se realizem reformas profundas nas instituições financeiras internacionais.
Para o El País, “o Brasil, que há anos persegue um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, falará com a autoridade de quem chega com os deveres bem feitos”.
O jornal lembra que a crise financeira global, que impactou a economia do “gigante sul-americano” no fim do ano passado, é nada mais que uma lembrança ruim para um país que se recuperou com rapidez e dinamismo, e certamente fechará o ano com crescimento bastante superior aos demais integrantes do G-20.
O Brasil não quer que os países baixem a guarda frente às alterações propostas desde o ano passado e acredita que é hora de colocar em práticas as medidas anti-crise discutidas no âmbito do G-20.
O correspondente Francho Barón aponta que, para Lula, é crucial a reforma das instituições financeiras como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), considerados completamente obsoletos e nada representativos da nova ordem mundial. O presidente acredita que as potências emergentes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) estão sub-representadas nos órgãos decisórios.
O jornal lembra que recentemente o Brasil anunciou um empréstimo ao FMI de US$ 10 bilhões, passando a formar parte do seleto grupo de credores, e adianta que Lula dirá na reunião desta semana do G-20 em Pittsburgh que o Estado é fundamental para prevenir os excessos financeiros. “Nos foros internacionais, o Brasil assume há anos o papel de porta-voz extra-oficial dos país em vias de desenvolvimento, especialmente latino-americanos e africanos”, aponta a publicação.
O correspondente acrescenta que conseguir um assento no Conselho de Segurança da ONU, “órgão onde se tomam as verdadeiras decisões”, seria uma boa maneira de que a voz e os interesses do Terceiro Mundo fossem realmente levados em conta. O argumento é a indiscutível liderança brasileira na região sul-americana, supremacia que se assenta sobre uma sólida economia, fortalecida ainda mais pelas recentes descobertas no pré-sal – que confirmam “que o Brasil marcará o passo da região daqui para a frente”. Matéria completa aqui