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Nosso objetivo não é engrandecer um homem, o Presidente Lula, mas homenagear, como brasileiro que ama esta terra e esta gente, o que este homem tem provado, em pouco tempo, depois de tanto preconceito e perseguição ideológica, do que somos capazes diante de nós mesmos, e do mundo, e que não sabíamos, e não vivíamos isto, por incompetência ou fraude de tudo e todos que nos governaram até aqui. Não engrandecemos um homem, mas o que ele pagou e tem pago, para provar do que somos.

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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

As Olimpíadas no Rio e suas consequencias

The Observer: Com Rio 2016, país do futuro vive o presente

Festa no Rio

A reportagem britânica destaca motivos para comemorar no Brasil

A escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 é "a última prova de que para o Brasil, um dos países mais glamurosos e carismáticos do mundo, os bons tempos estão começando", de acordo com uma elogiosa reportagem publicada neste domingo pelo semanário britânico The Observer.

"Tão frequentemente descritos como pertencentes a um 'país do futuro', os brasileiros viram-se vivendo o presente neste fim de semana", escreveu o correspondente Tom Phillips, do Rio de Janeiro.

A reportagem do Observer destaca a importância da escolha do Rio para todo o Brasil, mas principalmente para a própria Cidade Maravilhosa, "após anos de abandono e violência urbana".

O jornal afirma que os investimentos estão voltando ao Rio, que estaria vivendo um "boom econômico e cultural que já levou à recuperação de áreas dilapidadas do centro da cidade".

A reportagem também destaca a importância dos Jogos Olímpicos do Rio para a auto-estima dos brasileiros, citando palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva:

"O Brasil saiu do patamar de país de segunda classe e entrou no patamar de país de primeira classe.”

Governo Lula

O jornal elogia ainda a situação privilegiada do Brasil, após meses de crise econômica mundial, destacando o crescimento nas exportações do país, o aumento no preço de commodities e as políticas sociais do governo Lula, "que ajudaram milhões de brasileiros pobres a deixar a pobreza desde que o líder de esquerda assumiu o poder".

"O renascimento incipiente do Rio espelha o boom nacional que, nas expectativas do governo brasileiro, deve transformar o país em uma das potências políticas, econômicas e petrolíferas mundiais", diz o Observer.

"Em 2007, a sua fortuna recebeu um potencial forte empurrão com o descobrimento de enormes reservas de petróleo na costa, que podem ajudar a tornar o país um peso ainda mais pesado no cenário internacional."

O jornal britânico vai mais longe ao ressaltar a crescente força da diplomacia brasileira, afirmando que como integrante do G20, "que ofuscou o G8", o Brasil "está começando a mostrar os seus músculos".

O semanário também credita a virada na política diplomática brasileira ao governo Lula, "que abriu o caminho para vários presidentes sul-americanos cada vez mais influentes, que estão ajudando a pôr o chamado 'continente esquecido' no mapa".

No entanto, a reportagem lembra que em meio à crescente importância econômica, política e ambiental, "o Brasil ainda tem vastos exércitos de pobres."

"O país ainda tem um dos níveis de desigualdade mais altos do planeta, com os 10% mais ricos em posse de metade da renda do país, enquanto menos de 1% dela pinga para os 10% mais pobres", afirma o Observer.

Líderes latino-americanos comemoram vitória do Rio em Copenhague

O líder cubano Fidel Castro (AFP/arquivo)

Fidel afirmou que escolha do COI é 'triunfo do terceiro mundo'

A vitória do Rio de Janeiro na disputa para ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, na última sexta-feira, gerou comemorações também entre os líderes de outros países da América Latina.

Em um artigo publicado no website Cuba Debate, o líder cubano Fidel Castro classificou a decisão do Comitê Olímpico Internacional como um “triunfo do terceiro mundo”.

No documento, Fidel afirma que “poderosas potências econômicas” estavam na disputa para sediar os Jogos em 2016, mas que quem triunfou foi uma cidade “do terceiro mundo”.

O líder cubano ainda diz que a vitória do Rio não deve ser entendida como “um ato de generosidade dos países ricos com o Brasil”.

“O triunfo desta cidade brasileira é uma prova da crescente influência dos países que lutam para se desenvolver.(...) Com certeza, entre os povos da América Latina, África e Ásia, a eleição do Rio de Janeiro será recebida com agrado em meio à crise econômica e às incertezas das mudanças climáticas”, escreveu Fidel.

América do Sul

Com a decisão do COI, o Rio de Janeiro será a primeira cidade da América do Sul a receber uma Olimpíada, o que também agradou os presidentes da região.

Quando soube da escolha do Rio, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, disse: “Que bom que o Brasil ganhou, quero compartilhar com uma grande alegria”.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, por sua vez, afirmou estar às ordens do governo brasileiro para fazer com que estas sejam as “melhores Olimpíadas da História”.

Chávez ainda se arriscou a fazer uma previsão sobre o desempenho de seu país nos Jogos.

“Vou dizer uma premonição que tenho, a de que a Venezuela será campeã de futebol nesta Olimpíada”.

O presidente do Peru, Alan Garcia, classificou a vitória do Rio como “maravilhosa” e disse que este é “um triunfo de toda América do Sul”.

Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, por sua vez, afirmou estar “muito contente” com a vitória e seu colega paraguaio, Fernando Lugo, disse estar “emocionado”.

Já o secretário de Esportes da Argentina, Cláudio Morresi, afirmou que a escolha do Rio “enriquece o esporte sul-americano”.

Lula: Obama ligou duas vezes do Air Force 1 para dar os parabéns

Lula

Lula disse achar que o mundo precisa de mais líderes que choram em público

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou neste sábado em Copenhague, que após o anúncio da escolha do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, na sexta-feira, recebeu dois telefonemas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que ainda voava no Air Force One de volta a Washington.

“Ele se disse feliz pelo Brasil e muito satisfeito por a Olimpíada ter ficado com a América do Sul”, afirmou Lula, acrescentando que a primeira ligação caiu quando o avião presidencial americano entrou em uma área de turbulência.

Leia mais: Clique Rio bate Madri e será sede dos Jogos Olímpicos de 2016

O presidente brasileiro afirmou ainda que não considera constrangedora a viagem de Obama, que vem sendo criticado por ter voltado de mãos vazias aos Estados Unidos.

"Eu não acho que Obama pagou mico ao vir a Copenhague. Se ele não tivesse vindo, estaria agora sendo acusado que Chicago perdeu por ele não ter vindo”, disse Lula.

“Obama só tem nove meses de mandato e tem muito tempo para ganhar outras coisas.”

Choro

Ainda de acordo com Lula, ele recebeu telefonemas do presidente da França, Nicolas Sarkozy, que já havia declarado publicamente o seu apoio à candidatura do Rio, do emir do Qatar, Hamad bin Khalifa al Thani, e dos presidentes Fernando Lugo, do Paraguai, e Hugo Chávez, da Venezuela.

“O Chávez disse que teve uma premonição de que a Venezuela vai ganhar a medalha de ouro no futebol em 2016”, contou. “Certamente vai para a final com o Brasil.”

Bem-humorado, o presidente disse que ainda está “se beliscando” para acreditar que o Rio conquistou a Olimpíada e comentou o fato de ter chorado diante das câmeras após a vitória, na sexta-feira.

“Comecei a lembrar da minha vida, das coisas que pareciam impossíveis, e me deu vontade de chorar. Como eu não tenho vergonha de chorar, eu chorei”, admitiu.

“O choro é um dos momentos mais nobres do ser humano. Acho que faltam neste país mais dirigentes políticos que chorem.”

Ainda neste sábado, Lula segue para Bruxelas, na Bélgica, onde fica até a segunda-feira. A seguir, ele vai a Estocolmo, na Suécia, onde participa da Cúpula Brasil-União Europeia.