As estratégias Lula e Obama
Circularam em blogs políticos como os do Azenha e do Nassif artigos da imprensa norte-americana dando conta de que a Casa Branca está fazendo lá o que gente como eu prega que o Palácio do Planalto faça aqui. Ou seja: comprar briga com o PIG.
Hoje, aliás, acho que os que apóiam o governo Lula dividem-se entre os que endossam a estratégia “paz e amor “do presidente e do PT, que apanham sem parar da mídia, e dos que endossam o que fazem Obama e o partido Democrata, que reagem e ainda dão nomes aos bois. O governo Obama, como a maioria de vocês deve ter lido em algum dos blogs que nomeei, passou a nominar individualmente cada um dos veículos que diz que se transformaram em extensões do partido Repúblicano – e qualquer semelhança com a grande mídia daqui e o PSDB, garanto que não é mera coincidência.
Pelos relatos dos artigos em questão, o PIG daqui reproduz, ipsis litteris, as picuinhas e os procedimentos do PIG ianque. O que difere, porém, são as estratégias das vítimas dos dois partidos midiáticos de Brasil e Estados Unidos, Lula e Obama. Eu que prego sempre aqui que Lula reaja, que dê nome aos bois, porém, fico me perguntando quem, entre ele e Obama, tem razão, qual seria a estratégia mais sábia, se a do brasileiro, de paz e amor, ou a de Obama, de chutar os “países baixos” do PIG. Vejam que, apesar do que sempre prego, enquanto Obama, que reage, vem despencando nas pesquisas, Lula, que não reage, atravessou anos tornando-se cada vez mais popular enquanto o PIG batia nele. E Obama é tão carismático quanto Lula.
Claro que os Estados Unidos estão afundando econômica e socialmente enquanto o Brasil sobe que nem um foguete, mas ninguém pode garantir que Obama não teria perdido ainda mais prestígio se não fosse sua estratégia. Há uma outra questão: os americanos, por mais que muitos possam discordar da premissa de serem mais politizados do que os brasileiros, penso que no mínimo é indiscutível que eles têm mais experiência democrática do que nós. Assim, partidarismo midiático é conceito que eles entendem melhor. Se eu tenho alguma conclusão? Talvez a de que Lula pode ser ainda mais esperto do que o espertíssimo Obama e de que pessoas como eu, que pregam que o presidente brasileiro comece a dar caneladas, podem estar se deixando levar pela emoção enquanto que o ex-torneiro mecânico se mantém frio como um iceberg.
Aí está uma aposta que eu adoraria perder...