Diariamente, jornais e revistas do mundo inteiro,dão manchetes e publicam matérias em duas, três,páginas inteiras, elogiando o Brasil e o Presidente Lula.
Estranhamente, o Jornal Nacional da Rede Globo,nunca mencionou uma única linha sobre essas reportagens. Porém, nos últimos dias, o JN, tem escolhido os jornais americanos que tem criticado o Rio de Janeiro, para ilustrar as matérias apresentadas.Você já percebeu?
Potência emergente, líder da América Latina, dono de uma das maiores reservas de petróleo do mundo, com uma ecnomia forte e em crescimento. O Brasil passa por um momento de prestígio em alta aos olhos do mundo, apesar de seus problemas sociais e de violência.
Uma semana antes no anúncio em Copenhague, na Dinamarca, o jornal britânico The Independent publicou uma reportagem especial dizendo a escolha do Rio seria "a cereja em cima do bolo", referindo-se ao bom momento econômico e de prestígio que o Brasil atravessa. Os jogos, escreveu o periódico, darão um "empurrão para o Brasil deixar de ser o eterno país do futuro para se tornar uma potência mundial com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e ter dinheiro para alimentar e educar sua população".
Outro país apontado como um líder emergente é a China, que no ano passado recebeu os Jogos Olímpicos.
Os chineses não economizaram para construir obras imensas, como o Ninho de Pássaro e o Cubo D'Água, e arrumar a casa para a festa. O evento foi usado pelo governo como uma forma de passar ao mundo uma imagem moderna do país, ainda associado ao atraso e a violação aos direitos humanos.
Para o professor de relações internacionais da Universidade de Barcelona, David García, os Jogos e a Copa podem trazer um novo olhar para o Brasil, mas não se pode comparar o país com a China:
- Em Pequim, a China tratou de maquiar a realidade, a falta de liberdade e os abusos aos direitos humanos. E eles conseguiram com que os Jogos dessem uma imagem diferente do país o mundo. O caso do Brasil é diferente, já que é uma sociedade democrática.
País é referência, mas ainda está “isolado”
O bom desempenho do Brasil diante da crise econômica e o aumento do peso do país nas grandes decisões mundiais já fizeram o mundo ver o Brasil com outros olhos. O Brasil é um dos países do Bric (grupo composto ainda por Rússia, Índia e China, países que terão grande importância política e econômica no mundo até 2050) e é membro do G20, o grupo dos 20 países que agora dão às cartas na economia mundial.
Para Garcia, a Olimpíada contribui para a imagem do Brasil, "e a escolha do Rio já é um ganho diplomático, já que os Jogos na América do Sul são históricos": é a primeira vez que se realiza uma Olimpíada no continente.
- O Brasil se tornou uma referência no mundo nos últimos anos. O país tem um peso econômico importante e se tornou o líder da América Latina.
Para o economista Allen Sanderson, da Universidade de Chicago, o evento esportivo pode trazer um impacto político. A cidade do americano era concorrente do Rio e recebeu até o apoio “peso-pesado” do presidente dos EUA, Barack Obama, que soube reconhecer a derrota com elegância. Sanderson condiciona “esse salto” na imagem do país a se tudo der certo no Rio:
- Se tudo correr bem no Rio, o país e toda a economia brasileira serão beneficiados. Mas vale lembrar que há riscos. Por outro lado, é inegável que o país terá mais publicidade. O mundo vai olhar para o Brasil. É uma grande oportunidade.Para ele, no entanto, a principal contribuição da Copa e dos Jogos Olímpicos será conectar o Brasil com o mundo.
- É caro viajar ao Brasil hoje, o país ainda vive um pouco à parte do mundo. Com a Olimpíada vai aumentar o número de voos e muitos estrangeiros vão conhecer o país, não apenas o Rio, mas muitas outras partes. Isso vai aproximar o Brasil do mundo.