"Isso foi possível, em primeiro lugar, por causa do papel dos bancos públicos BNDES, CEF e Banco do Brasil. Em dezembro do ano passado, os bancos públicos respondiam por 48% da oferta de crédito e 52% eram dos bancos privados. No entanto essa curva mudou e os bancos privados responderam em meados deste ano com 12% e os bancos públicos sustentaram o crescimento da economia ofertando 88% do crédito", explicou. Segundo Mercadante, apesar de o governo ter liberado os depósitos compulsórios para ajudar os bancos privados não ficarem numa posição restritiva quanto à liberação de crédito para o setor produtivo, a decisão do governo Lula em fortalecer os bancos públicos foi mais do que acertada. Foi cirúrgica. "Infelizmente, enquanto o governador de São Paulo, José Serra, vendia a Nossa Caixa em plena crise, nós estávamos fortalecendo os bancos públicos, capitalizando o BNDES e dando musculatura para o Banco do Brasil e a Caixa enfrentarem a crise do crédito", sustentou.
O líder disse que essas medidas anticíclicas adotadas pelo governo Lula indicam, passada a crise e o Brasil saindo ileso do "tsunami financeiro", que o melhor caminho foi escolhido. "Os bancos públicos tiveram papel decisivo para enfrentar o problema quando havia uma crise global de crédito. Os Estados Unidos, a Europa e o Japão não tinham respostas e mostraram para o mundo que foram pouco exigentes na regulação de seus mercados financeiros, ao contrário do Brasil", afirmou.
Mas não foi apenas essa resposta eficiente dada pelo governo. Mercadante lembrou que a desoneração de setores estratégicos da economia produziu o efeito positivo. O governo baixou as alíquotas do IPI de diversos setores, entre eles o de automóveis, da linha branca, eletroeletrônico e da construção civil, setor que dá respostas mais rápidas. Na outra ponta da engenharia de enfrentamento da crise, o líder destacou que a manutenção dos programas sociais, como o Bolsa Família, o aumento do salário mínimo e dos repasses da Lei Orgânica de Assistência Social, foram vitais para aquecer a economia, já que a política de inclusão colocou mais de vinte milhões de brasileiros no mercado de consumo. "O governo Lula aumentou de R$ 6,5 bilhões para R$ 25,5 bilhões os valores repassados para as políticas de inclusão", destacou.
Pelo conjunto dessas ações, Mercadante está confiante que no terceiro trimestre deste ano – julho, agosto e setembro – a economia brasileira crescerá algo em torno de 2,5% em relação ao trimestre anterior. "Nós vamos crescer mais de 10% no último trimestre deste ano quando comparado ao trimestre anterior, que foi exatamente o auge da crise", afirmou. Diante dessa performance, a projeção é de crescimento de 4,5% a 5%. "Portanto, a crise que assustava a tantos e infelizmente animava alguns da oposição – não a oposição responsável – que achava quanto pior, melhor, ficou para trás", salientou. Mercadante ainda lembrou que o balanço de pagamentos aponta superávit de US$ 20 bilhões e as reservas cambiais estão em US$ 230 bilhões. Apesar de toda a torcida contrária, com o País enfrentando solidamente a maior crise financeira desde 1929, o Brasil ainda se tornou credor do FMI.
Em seu discurso, o líder ainda comentou sobre o pré-sal, câmbio e a situação fiscal, além da importante vitória da diplomacia brasileira que conseguiu trazer para o Rio de Janeiro as Olimpíadas de 2016. Fonte: Assessoria de Imprensa da Liderança do PT no Senado