O jornal Folha de São Paulo, três dias antes do meu texto, publicou, depois de 18 anos, um fato que todos sabiam e que a imprensa se negava a divulgar, ou seja, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso havia tido um filho fora do casamento, na verdade com uma jornalista da Globo que, posteriormente ao nascimento do filho do político paulista, foi despachada para a Europa recebendo salários sem exercer qualquer atividade evidente (como jornalista) para o seu empregador.
Naquele momento, percebi um padrão que vem se repetindo no tipo de “jornalismo” que aquele dito “órgão de imprensa” vem cometendo. Leitores deste blog, como a professora e socióloga carioca Vera Pereira, também notaram que alguma coisa havia por trás da publicação repentina do assunto pela Folha sob a desculpa da repentina decisão de FHC de reconhecer o filho que jamais reconhecera.
Alguém menos maldoso do que eu diria que houve uma trama, convertida agora em notícia, urdida pela Folha de São Paulo, de o jornal publicar contra o presidente Lula nada mais, nada menos do que a acusação de que ele teria tentado abusar sexualmente de um garoto quando esteve preso durante a ditadura militar.
Alguém menos desconfiado do que eu também diria que a Folha divulgou o filho ilegítimo de FHC para ganhar credibilidade para lançar depois contra o presidente da República o ataque que o jornal efetivamente lançou, e que fez isso para bajular o tucano mor e seu segundo, o governador paulista.
Mas, como sou muito mais maldoso e desconfiado do que isso, acho que FHC estar por trás de tudo não seria nenhuma surpresa, pois a hipótese condiz perfeitamente com a imagem tenebrosa que o ex-presidente vinha tentando construir de Lula ao lançar a hipótese de que ele estaria construindo um regime autoritário, entre outras hipóteses igualmente desabonadoras que andou vertendo.
O fato é que está claro, para mim, a armação perpetrada hoje, preliminarmente, pela Folha, que esticará a “denúncia” ao máximo possível, inclusive com a ajuda de gente como Reinaldo Azevedo e Ricardo Noblat, que, em seus blogs, estão conferindo credibilidade ao ataque sofrido por Luiz Inácio Lula da Silva.
Eles não hesitam. Publicam uma falsificação contra uma ministra de Estado na primeira página acusando-a de crime que não cometeu e, mesmo depois de provada a farsa, dão um jeito de manter a versão “no ar”.
É isso, “no ar”. É o que estão fazendo agora. Em minha opinião, planejaram meticulosamente o que fizeram hoje, ao publicarem a entrevista desse indivíduo que se prestou a esse papel, o tal de César Benjamin, ex-militante ligado à oposição de ultra esquerda a Lula, que, uma vez e outra, tem servido de bucha de canhão à direita. Lançam um boato com toda a força de um grande jornal para que paire de boca em boca.
Eles apostam na burrice. Acham o povo preconceituoso, estúpido e mesquinho. Acham que ele compra fácil qualquer destruição de caráter porque, moralmente deformado, gostaria de ver esses assassinatos morais.
Não pude aceitar esse tipo de tática política agora mesmo, no dia 18, no texto que escrevi em defesa de FHC. O eterno anti Lula Claudio Humberto, ex-porta voz do ex-presidente Fernando Collor de Mello, direitista medonho, sempre pronto a destilar veneno e falsidades, começou a espalhar notícia sobre mais um filho bastardo de FHC, agora com uma ex-empregada doméstica.
Escrevi contra a disseminação desse boato e em defesa da dignidade do ex-presidente tucano porque não aceito uma sociedade em que a política é feita dessa forma suja, baixa, imoral, covarde. Eu jamais jogaria sujo com um adversário. Nem que fosse uma luta de vida ou morte. Não acredito nesse tipo de tática.
É por tudo isso que tomei uma decisão isolada. É a decisão de um homem. Não é a decisão do presidente do Movimento dos Sem Mídia, pois não posso arrastar a ONG para uma decisão em prol de um político, mesmo que seja uma decisão apartidária porque foi tomada também em prol de outro político adversário, ainda que com menos ênfase por o ataque sofrido por FHC não ter sido tão grave.
Não tenho o direito, pois, de pedir que alguém vá comigo para diante da Folha de São Paulo daqui a uma semana, no dia 5 de dezembro, sábado, às 10 horas da manhã. Mas anuncio dia e hora de meu protesto para que quem quiser se junte a mim. Sejam quantos forem os que me acompanharem – e mesmo que ninguém me acompanhe – preciso fazer isso.
Digo a vocês que me sinto esbofeteado pelo que a Folha fez. Sou eleitor do presidente Lula. Aprovo seu governo, sua conduta, sua coragem. Ele representa tudo o que acredito em termos de política e até como ser humano. Ao atacá-lo dessa forma, esse jornal me atacou.
E quem atacou foi o jornal e não o tal de Benjamin. Porque a Folha publicou aquela sujeira toda depois de ter hesitado publicar uma mera pulada de cerca de FHC, comprovada e re-comprovada, por inacreditáveis 18 anos.
Tampouco me importa discutir a inverossimilitude dessa loucura de que o presidente Lula teria sido um maníaco sexual durante o regime militar. Não importam os desmentidos. Não importa o desprezo que a sociedade certamente dará a essa barbaridade. Só o que importa é o crime que esse jornal cometeu.
Meu protesto será solitário. Contudo, se alguém quiser dividi-lo comigo não pensarei duas vezes antes de aceitar companhia. Na verdade, a cada alma que comparecer ao protesto do dia 5 diante da Folha, sentirei um pouco menos de medo dessa luta política insana que FHC, Serra, os Frias, os Marinho, os Civita e os Mesquita travam contra o país. Texto e convocação de Eduardo Guimarães
A "malandragem" cafajeste do Otavinho
Não leio a Folha faz tempo, por isso. Não assino o UOL. Não compro nenhum produto do grupo Folha. Fiz isso muito antes que outros blogueiros esperneassem contra o jornal. Se tiver de ler algum jornal, leio o Estadão. O Estadão não disfarça. É um jornal conservador. Defende interesses conservadores. A Folha é um jornal dirigido por um cafajeste. Um cafajeste medroso, que não tem coragem nem de assumir suas posições políticas claramente. Um cafajeste que se apresenta como "neutro", "imparcial" e outras safadezas do gênero.
Por dever de ofício, peguei a edição da Folha de hoje, emprestada de um amigo. O jornal dedicou espaço em três páginas para atacar o filme sobre Lula. Está claro, para quem é do ramo, que a Folha quis enfeitar o pavão em torno do artigo do César Benjamin. Que é um cafajeste, simples assim, por ter feito uma acusação gravíssima contra um presidente da República sem apresentar provas, sei lá com qual objetivo político. Inveja? Dor de cotovelo? Ódio ideológico?
Mas volto ao jornalismo cafajeste da Folha: se o jornal de fato pretendia investigar o assunto, poderia muito bem ter publicado a denúncia como manchete de primeira página. Mas, se fosse assim, ficaria muito claro o jogo político. E a Folha se exporia. O que fez o jornal? Cercou o texto de César Benjamin de outras reportagens sobre o filme "O Filho do Brasil" e, como quem não quer nada, deixou a acusação flutuando no meio do texto.
Dois colegas jornalistas disseram que começaram a ler o texto de Benjamin mas desistiram no meio: era muito chato. Só ficaram sabendo da acusação na internet. Que, presumo, foi justamente o objetivo: agora os textos de "Dilma, terrorista" vão acompanhar os de "Lula, estuprador", nos e-mails que se espalham pelo mundo e ganham destaque especialmente nos chats e nos sites de relacionamento. É a propaganda eleitoral do século 21.
Sei do que estou falando: desde que o Viomundo tocou no assunto, recebi uma onda de comentários sustentando as acusações contra o presidente da República, de "leitores" que nunca estiveram no site. É, presumo, a turma encarregada de espalhar a "acusação" contra Lula, de dar pernas à versão assinada por César Benjamin. Ele é a Miriam Cordeiro, versão 2010. Faz parte dos que pretendem detonar o filme com o objetivo de evitar que Lula, lá adiante, transfira votos para a ministra Dilma Rousseff. Evitar que o "estuprador" eleja a "terrorista". Isso dá uma medida do desespero que essa possibilidade, cada vez mais factível, causa. E é na hora do desespero que os cafajestes se revelam.
PS: Um dos jornalistas com os quais conversei a respeito, leitor da Folha há décadas, me disse: "Vou cancelar a assinatura. Agora deu.".
A Folha que Otavinho dirige não serve nem para limpar o c... dele!
Armação da Folha de SP contra Dilma Rousseff foi desmascarada
A "Folha" já tentou envolver Dilma Rousseff com sequestro que não houve,
publicando uma ficha falsa para a denegrir.
Mas, a minha avaliação inicial foi das mais negativas. Dai haver afirmado claramente, em artigo escrito de batepronto, que o relato de Benjamin, da forma como foi apresentado, lhe valeria uma condenação como caluniador em qualquer tribunal.
Algo assim só seria aceitável com a corroboração da suposta vítima ou, pelo menos, das outras pessoas que ele afirmou estarem presente na conversa.
A edição de hoje (sábado, 28) da Folha de S. Paulo nada trouxe que verdadeiramente respaldasse a versão de Benjamin -- o qual não se manifestou, sequer.
E as reações vieram em cascata:
- o publicitário Paulo de Tarso da Cunha Santos, citado por Benjamin, afirmou que "o almoço a que se refere o artigo de fato ocorreu", que "o publicitário americano mencionado se chamava Erick Ekwall", e que não houve "qualquer menção sobre os temas tratados no artigo";
- o cineasta Sílvio Tendler, com melhor memória (a conversa aconteceu há 15 anos), diz ser o outro publicitário cujo nome Benjamin esqueceu e sugere que outorguem ao cientista político o "troféu de loira [burra] do ano" por não haver entendido "uma brincadeira, como outras 300" que o Lula fazia todos os dias;
- ex-companheiros de cela de Lula no Dops, José Maria de Almeida (PSTU), José Cicote (PT) e Rubens Teodoro negaram a tentativa de estupro, tendo Almeida acrescentado que não havia ninguém do Movimento pela Emancipação do Proletariado na cela e Cicote se lembrado vagamente de que um sindicalista de São José dos Campos seria apelidado de "MEP";
- Armando Panichi Filho, um dois dois delegados do Dops escalados para vigiar Lula na prisão, disse nunca ter ouvido falar disso e não acreditar que tenha acontecido, mesmo porque, segundo ele, nem sequer havia "possibilidade de acontecer”;
- o então diretor do Dops Romeu Tuma também desmentiu "qualquer agressão entre os presos";
- o Frei Chico, um dos irmãos do presidente Lula, lembrou que a cela do Dops era coletiva e que nunca Lula ficou sozinho, pois estava preso com os outros diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (Rubão, Zé Cicote, Manoel Anísio e Djalma Bom);
- Lula, de acordo com o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto de Carvalho, teria ficado triste e abatido, afirmando que isso era "uma loucura";
- o próprio Gilberto de Carvalho qualificou a acusação de "coisa de psicopata" e recriminou a Folha por tê-la publicado;
- o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, afirmou que o artigo é "um lixo, um nojo, de quem escreveu e de quem publicou";
- o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, atribuiu "essa coisa nojenta" aos ressentimentos e mágoas de Benjamin, que algum tempo depois deixaria o PT, mas não por causa desse episódio;
- o Frei Beto qualificou o artigo de "execrável" e disse que Lula, "ainda que não fosse presidente", mereceria respeito.
O certo é que não havia sustentação para a Folha publicar, p. ex., uma reportagem a este respeito. Não se acusa um presidente de tentativa de estupro com tão pouco.
Concedeu, entretanto, uma página inteira para Benjamin colocar essa bobagem em circulação, municiando a propaganda direitista.
Jornalisticamente, sua atuação é indefensável, desprezível, manipuladora.
Desceu aos esgotos, repetindo o episódio em que usou outro bobo útil de esquerda para tentar envolver a ministra Dilma Rousseff com um plano para sequestrar Delfim Netto que nunca saiu do papel.
Cesar Benjamin deveria ter aprendido a lição.
Agora, ou vem a público provar sua acusação, ou estará definitivamente morto para a política.
Quanto à Folha, já morreu para o jornalismo faz tempo. (Náufrago da Utopia) Do Blog Terra Brasilis