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Nosso objetivo não é engrandecer um homem, o Presidente Lula, mas homenagear, como brasileiro que ama esta terra e esta gente, o que este homem tem provado, em pouco tempo, depois de tanto preconceito e perseguição ideológica, do que somos capazes diante de nós mesmos, e do mundo, e que não sabíamos, e não vivíamos isto, por incompetência ou fraude de tudo e todos que nos governaram até aqui. Não engrandecemos um homem, mas o que ele pagou e tem pago, para provar do que somos.

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O apagão da imprensa





É verdade que metade do país ficar às escuras durante período que variou de alguns minutos a cerca de quatro horas é um fato que precisa ser esclarecido tanto quanto foi tantas outras vezes durante o governo Lula, quando tentaram, uma e outra vez, exatamente como agora, jogar nas costas deste governo a culpa por um novo desastre de planejamento e fiscalização igual ao desastre ocorrido durante a privataria tucana do setor elétrico.

Nunca colou. E agora tampouco irá colar simplesmente porque a fórmula é sempre a mesma, de tentar fazer as pessoas acreditarem que alguns minutos ou horas de blecaute equivaleriam a quase um ano de racionamento de energia elétrica e arrocho no bolso dos consumidores.

A mídia veio com fúria. A Globo News não teve outro assunto o dia inteiro. Os âncoras dos telejornais com cenhos franzidos e lábios apertados comunicavam que acontecera num só dia o que aconteceu no Brasil entre 1999 e 2002 (cerca de TRÊS anos).

Como foi fartamente explicado, apesar de o sistema de segurança contra algum efeito dominó na distribuição de energia elétrica ter titubeado, até que surja prova em contrário nada autoriza dizer que esse sistema é frágil. Pode não voltar a acontecer por anos. Pode mesmo ter sido uma fatalidade. E pode não ser...

Se não for, se um problema houver, haverá todo tempo do mundo para culpar o governo e cobrar explicações. Mas a pressa é muito grande. É preciso explorar ao máximo o ocorrido enquanto está fresco na memória das pessoas. Com sorte, algumas menos dotadas intelectualmente virão a introjetar a idéia de que houve um apagão no governo Lula. A aposta é na burrice.

E, para refrescar a memória de vocês – e “deles” –, reproduzo, abaixo, artigo de Luciano Martins Costa no Observatório da Imprensa. E lhes dou um conselho: dêem uma olhadinha na data.

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Por Luciano Martins Costa no Observatório da Imprensa em 10/1/2008

Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa de 10/1/2008

Os grandes jornais brasileiros trazem na quinta-feira (10/1) uma cobertura desigual sobre a questão da energia. Enquanto o Estado de S.Paulo e a Folha destacam declarações do ministro interino das Minas e Energia, o Globo afirma que só a ocorrência de chuvas ainda em janeiro poderia evitar a necessidade de racionamento. A imprensa já fala em "apagão".

Os jornais dividiram o assunto entre suas seções de Política e Economia, o que ajuda o leitor a entender melhor o assunto, mas deram destaque exagerado ao aspecto político. O Estadão, por exemplo, aposta que existe uma "crise elétrica" e que ela põe em risco a entrega do Ministério das Minas e Energia ao peemedebista Edison Lobão, apadrinhado do senador José Sarney.

Embora tenha maior destaque, a questão política tem pouco valor para os leitores – cansados de saber que, com ou sem crise, Sarney vai manter sua quota de protegidos no governo. Aliás, em qualquer governo.


Corte no consumo


A Folha e o Globo também se prenderam exageradamente ao desentendimento entre o ministro interino e o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica. O presidente da Aneel havia afirmado que não é impossível a necessidade de racionamento ainda neste ano, e foi desmentido pelo ministro.

Apesar disso, o tom geral do noticiário é alarmista. A palavra "apagão" aparece em todos os jornais, invocando o fantasma de 2001, quando o Brasil passou por um racionamento compulsório que durou até fevereiro de 2002.

Na ocasião, os maiores reservatórios do sistema interligado nacional estavam se esvaziando rapidamente e havia insuficiente investimento em geração e distribuição de energia. Durante a crise de 2001, a imprensa substituiu sabiamente o noticiário alarmista por recomendações técnicas, e a população brasileira aderiu a uma campanha de economia, cortando em média 20% no consumo de eletricidade.

Um dos resultados mais evidentes foi o quase desaparecimento do freezer de uso doméstico. Durante o racionamento, as famílias descobriram que o freezer gasta muita energia e se tornou menos útil porque, com a queda da inflação, não é mais necessário estocar alimentos. Segundo a Eletrobrás, 23% dos domicílios brasileiros ainda possuem freezer, mas 25% deles estão desligados desde 2001.


TV desligada


A imprensa bem que podia se antecipar a qualquer possibilidade de crise e começar já a informar a população sobre como economizar energia. A primeira medida recomendada é substituir o chuveiro elétrico ou fazer um uso mais racional dele. A segunda é desligar a televisão de vez em quando. Mais de 97% dos lares brasileiros possuem um aparelho de TV, que costuma permanecer ligado de manhã até à noite, mesmo sem ninguém diante dele. Difícil vai ser convencer as emissoras de televisão a recomendar que a televisão seja desligada.


Análise política

Teoria conspiratória

Fiquei impressionado com a eficiência da imprensa. Às três da manhã, quando a energia elétrica retornou, havia montes de matérias nos portais de internet sobre um “apagão” que se abateu sobre vários Estados do Sul e do Sudeste no fim da noite de ontem. E os jornais todos saem hoje com matérias amplas sobre o assunto.

Detalhe: a falta de luz começou depois das 22 horas, muito próximo do fechamento das edições do principais jornais do país, que mostraram-se incrivelmente mobilizados para coberturas tão emergenciais. Pareceu até haver um esquema de “cobertura” muito bem montado.

O termo “apagão”, que foi o que vi no G1 e no UOL, deverá ser generalizado e explorado à farta pela mídia. Ela tentará vincular um episódio isolado e desencadeado por causa desconhecida ao racionamento de energia que ocorreu no fim do governo Fernando Henrique Cardoso devido a falta de investimentos em geração de energia naquela época.

A exploração de um episódio isolado, porém, terá vida curta... Mas será que terá mesmo? E se o episódio não for isolado e outros apagões misteriosos voltarem a ocorrer?

Chama atenção, assim, como os portais da grande mídia parecem ter organizado um plantão especial nas redações de ontem para hoje. Há uma fartura de informações em matérias longas que, repito, parecem ter precisado de um poderoso aparato jornalístico para ser produzidas

A colunista Eliane Cantanhêde, da Folha de São Paulo, por exemplo, em plena madrugada produziu uma conversinha sobre “empurra-empurra entre Itaipu e Furnas”. Eu poderia jurar que a matéria estava pronta quando acabou a luz em metade do país.

Aí entra em cena informação divulgada pelo jornal paraguaio ‘ABC Color’ de que a primeira peça que caiu no dominó elétrico seria... de São Paulo.

Claro que tudo pode não passar de teoria conspiratória minha, mas é bom ficarmos atentos. Já imaginaram que maravilha seria, para certos grupos políticos, se outros episódios como esse continuassem acorrendo? Haveria como dizer, no ano que vem, que Lula também produziu um apagão como o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

É por isso que quero recomendar ao menos ao Ministério das Minas e Energia que investigue a fundo as causas desse apagão supostamente desencadeado em São Paulo. Acredito que alguns políticos são capazes de “pisar no pescoço” de qualquer um que ameace o sucesso de seus projetos políticos, como sempre diz Ciro Gomes.

Aliás, bom mesmo seria pôr a Polícia Federal na parada. Sabotadores de linhas de transmissão podem ser contratados e poderiam agir com facilidade num país como o nosso. Sucessivos cortes de energia são tudo o que certa oposição descerebrada poderia querer no momento em que afunda nos próprios dejetos.


http://edu.guim.blog.uol.com.br/