SÃO PAULO [ ABN NEWS ] - As últimas pesquisas realizadas pela Confederação Nacional dos Transportes – CNT- e o IBOPE conferem a Lula apoio de 72% dos entrevistados ao seu governo e o tornam merecedor de um terceiro mandato, bastando que se altere o dispositivo constitucional que impede essa reelegibilidade.
Getúlio Vargas indagava a Francisco Campos, seu consultor jurídico, ministro da Justiça e mentor da Constituição de 1937, do Estado Novo, até que ponto deveria observar a Constituição, e Campos respondia que até o ponto em que ele (Getúlio) considerasse necessário, o que teria inspirado a frase segundo a qual as constituições são como as noivas, feitas para serem violadas.
A mudança se justifica, porque o Presidente Lula tem apoio de mais de 50% do eleitorado e supera a soma dos percentuais obtidos pelos demais nomes, o governador de São Paulo, José Serra, e a ministra Dilma Rousseff, chefe do gabinete Civil, o primeiro com 38% e a segunda com 17%, seguida de Ciro Gomes com 13%. A soma das partes é inferior ao todo.
Qualquer justificativa de um terceiro mandato com amparo na vontade da maioria do povo brasileiro tem legitimidade suficiente perante o eleitorado nacional e a opinião pública internacional, desde que as pesquisas sejam metodologicamente corretas e os seus resultados verazes, sem manipulação de qualquer espécie.
Em time que ganha com placar tão elevado não se deve mexer, pois seria contraditório um substituto de Lula com menor governabilidade, pois esta é obtida através da legitimidade somada à eficácia, e esses dois fatores vêm sendo obtidos por Lula nessa reta final de governo.
Digamos que algum dos pretendentes que aí estão seja eleito. Fica a pergunta: Será que conseguirá maior governabilidade do que o atual Presidente? Difícil isso acontecer, porque o mecanismo da política varia de acordo com a estrutura e a conjuntura nacional e internacional.
A estrutura e a conjuntura têm dado o Lula reconhecido sucesso, talvez a popularidade inédita na história dos presidentes brasileiros, não obstante as denúncias de corrupção e os problemas nas áreas da saúde, educação e segurança pública, além dos desvios desastrados da política externa, em relação aos princípios que sempre a nortearam.
Considero Lula um presidente postiço, descolado da política interna e aventureiro na política externa, mas, se o povo brasileiro gosta dele assim, que seja respeitada a vontade popular, com Lula sabendo que os ventos de um terceiro mandato podem mudar o que hoje é consagração para uma tragédia (parafraseando Karl Marx, para quem a história se repete pela segunda vez como comédia e pela terceira vez como tragédia).
Esse crédito elevado de Lula será investido onde e em quê, depois que ele for substituído por um modesto sucessor sem os índices garantidores da governabilidade nos padrões que Lula vem garantindo até agora, de forma crescente, em todas as pesquisas realizadas.
A axiologia do povo brasileiro é o consentimento a que se refere Maquiavel, indispensável para qualquer príncipe (governante), que faz do povo matéria plástica em suas mãos.
Lula prosseguindo no poder poderia sugerir a idéia de um continuísmo ditatorial, mas a sua legitimidade dispensa essa qualificação comparável, por exemplo, à de Fidel Castro ou do empertigado presidente Chàvez, da Venezuela. Até Evo Morales não dispõe da legitimidade de Lula, e, no entanto, ganhou de cambulhada a sua reeleição e o Senado boliviano.
Se Lula tivesse o seu Francisco Campos...
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Nosso objetivo não é engrandecer um homem, o Presidente Lula, mas homenagear, como brasileiro que ama esta terra e esta gente, o que este homem tem provado, em pouco tempo, depois de tanto preconceito e perseguição ideológica, do que somos capazes diante de nós mesmos, e do mundo, e que não sabíamos, e não vivíamos isto, por incompetência ou fraude de tudo e todos que nos governaram até aqui. Não engrandecemos um homem, mas o que ele pagou e tem pago, para provar do que somos.
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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Lula merece terceiro mandato presidencial
