Carolina Oms, Terra Magazine
“Iniciada a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) nesta segunda, com a presença do presidente Lula, o pesquisador Venício Lima, fala sobre o boicote formal de alguns dos representantes dos principais meios de comunicação, "isso não quer dizer que ela (grande mídia) não esteja de fato presente. Ela está lá como uma sombra". E garante: "Seus interesses continuam presentes no evento".
Há muitas décadas o Brasil não discute a sua política de comunicação social. Para o pesquisador isso acontece porque os principais beneficiados pelas regras atuais nunca tiveram interesse em discuti-las, "discutir significa levantar os problemas da área e eventualmente alterar as regras do jogo", analisa.
O que mudou, segundo o pesquisador, são os avanços tecnológicos pelas quais o setor passou recentemente:
- As transformações tecnológicas obrigarão, de forma inevitável, a regulação da área. Porque interessa inclusive aos atores tradicionais, que sempre se opuseram a qualquer mexida regulatória no setor, para proteger seus interesses.
Venício Lima é pesquisador Sênior do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da Universidade de Brasília e faz questão de definir seu envolvimento com a Confecom: "não sou membro de nenhuma entidade, eu não sou da comissão, eu acompanho porque tenho interesse profissional na área".
A 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) começou nesta segunda-feira com a discussão de políticas de comunicação, mídia e direitos e deveres da cidadania e vai até o dia 17, quinta-feira.
Terra Magazine - A I Conferência Nacional de Comunicação começou ontem, em Brasília. Quais são as expectativas?
Venício Lima - É sempre bom lembrar que essas conferências são assembléias propositivas, elas não são deliberativas. Então, do ponto de vista formal, o máximo que pode acontecer são propostas que podem ou não serem encampadas pelo Poder Executivo ou Legislativo e transformadas em normas legais. Isso é um ponto importante, porque muitas pessoas não conhecem essa informação e podem esperar da conferência algo que ela não pode dar.
O que ela pode, efetivamente, dar?
O principal resultado da conferência ela já deu. Desde a sua convocação pelo presidente, criou-se um debate em nível nacional, nas mais diferentes camadas da população, ONGs, igrejas, entidades, todo tipo de seminários, sindicatos... Enfim, uma coisa inédita, que aconteceu independente da divulgação na grande mídia, essa mídia que se omitiu eloquentemente na sua divulgação, isso é extremamente positivo. E espero que isso se constitua numa agenda permanente. Que esse tenha sido somente o início de um debate, ponto inicial para a reivindicação de direitos. Se o conjunto da população não tiver consciência da comunicação como um direito e da mídia como um poder, não há como falar em nome da população e reivindicar esses direitos.”
Entrevista Completa, ::Aqui::
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Nosso objetivo não é engrandecer um homem, o Presidente Lula, mas homenagear, como brasileiro que ama esta terra e esta gente, o que este homem tem provado, em pouco tempo, depois de tanto preconceito e perseguição ideológica, do que somos capazes diante de nós mesmos, e do mundo, e que não sabíamos, e não vivíamos isto, por incompetência ou fraude de tudo e todos que nos governaram até aqui. Não engrandecemos um homem, mas o que ele pagou e tem pago, para provar do que somos.
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