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Nosso objetivo não é engrandecer um homem, o Presidente Lula, mas homenagear, como brasileiro que ama esta terra e esta gente, o que este homem tem provado, em pouco tempo, depois de tanto preconceito e perseguição ideológica, do que somos capazes diante de nós mesmos, e do mundo, e que não sabíamos, e não vivíamos isto, por incompetência ou fraude de tudo e todos que nos governaram até aqui. Não engrandecemos um homem, mas o que ele pagou e tem pago, para provar do que somos.

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sábado, 5 de dezembro de 2009

Outra gafe séria da Folha

Estupro da Folha é outro tiro no pé

Altamiro Borges: Neste sábado, dia 5, às 10 horas, o Movimento dos Sem Mídia (MSM) fará uma manifestação em frente ao prédio da Folha de S.Paulo (Rua Barão de Limeira, 425, centro da capital paulista), para protestar contra a publicação de um artigo leviano e irresponsável que acusou o presidente Lula de tentar “subjugar sexualmente” um jovem nos anos 1980. O artigo de uma página inteira, de autoria do ex-petista Cesar Benjamin, atual colunista da Folha, “foi forjado no ódio, na inveja e na covardia e é um estupro ao jornalismo”, afirma Eduardo Guimarães, presidente do MSM.
Sobre o artigo de Cesar Benjamin, que “estuprou” sua própria biografia de profundo conhecedor do Brasil e de intelectual brilhante, muitos já se pronunciaram criticamente – prefiro silenciar na tristeza por mais este ato instintivo e rancoroso. Sugiro apenas a leitura da resposta ponderada e firme do jornalista Gilberto Maringoni, publicada na Carta Maior. Membro do PSOL e crítico de esquerda do governo Lula, ele não poupou críticas ao texto do “Cesinha”, que estaria fazendo o jogo da direita brasileira às vésperas da sucessão presidencial. “Fico envergonhado com o papel que ele está desempenhando. Seu passado não merece isso. Mas a História irá julgá-lo”.

“Um horror” dos herdeiros de Frias
Já com relação ao jornal da famíglia Frias, a publicação do artigo sem qualquer apuração prévia ou rigor jornalístico liquida qualquer ilusão sobre o ecletismo da Folha. Após usar um ex-petista para desferir ataques pessoais ao presidente da República, ela mesma confessou sua leviandade, mas sem fazer autocrítica pública – talvez temendo processos jurídicos. Militantes que estiveram presos com Lula nos cárceres da ditadura, entre abril e maio de 1980, negaram taxativamente a história bizarra. Vale registrar a resposta íntegra de José Maria de Almeida, presidente do PSTU e outro crítico do governo Lula, que qualificou a insinuação de “baixaria”.
O reconhecimento cabal do “estupro” perpetrado pela Folha, porém, ocorreu com a entrevista de João Batista dos Santos, o ex-militante do Movimento pela Emancipação do Proletariado (MEP) que teria sido o alvo da “investida” de Lula na cela. Ele considerou “um horror” o artigo, disse que isso nunca ocorreu e lamentou a publicação do texto sem ouvir os envolvidos no caso. Por ironia da história, Santos trabalhou numa granja da famíglia Frias em São José dos Campos, no interior paulista, na década de 1990. Para ele, se Octavio Frias de Oliveira, o barão da Folha, estivesse vivo (ele faleceu em 2007), “esteve artigo não teria sido publicado”.

Credibilidade e tiragem em queda
Depois de cunhar a expressão “ditabranda” para se referir aos trágicos anos da ditadura militar e de publicar uma “ficha policial” falsa contra a ministra Dilma Rousseff, a Folha dá outro tiro no pé. A publicação do asqueroso artigo fere a pouca credibilidade que ainda resta a este veículo e poderá resultar em novas quedas da sua tiragem. Quando da “ditabranda”, o jornal perdeu mais de 3 mil assinantes, segundo fontes da própria empresa. Já no caso da falsa ficha policial, o jornal foi forçado a reconhecer timidamente o erro, temendo a abertura de um processo criminal.
Entre outros fatores, a perda de credibilidade do jornal da famíglia Frias ajuda a explicar a brutal queda da sua tiragem nos últimos anos. Segundo levantamento do IVC (Instituto Verificador de Circulação), a Folha é hoje o vigésimo quarto jornal em vendas avulsas no país, ficando atrás do Estadão (19º lugar) e de O Globo (15º lugar). Entre janeiro e setembro de 2009, ela vendeu em média 21.849 exemplares nas bancas. Uma tiragem pífia se comparada aos 489 mil exemplares vendidos em suas edições dominicais em outubro de 1996. Atualmente, o jornal só se sustenta graças à publicidade e à venda de assinaturas, que atinge basicamente a chamada classe média.
Com os “estupros” que a Folha insiste em praticar, a tendência é que a sua tiragem despenque ainda mais. O ato organizado pelo MSM poderá servir como mais uma pá de cal neste jornal leviano e golpista, que agride constantemente a democracia e a ética jornalística.

Ex-preso do MEP afirma que artigo de Benjamin é "um horror"

Folha de S. Paulo - 01/12/2009

João Batista dos Santos diz não ter "nada a comentar" sobre texto em que colunista relata ter ouvido Lula dizer que tentou "subjugar" companheiro de cela FÁBIO AMATO
O eletricista João Batista dos Santos, ex-militante do MEP (Movimento pela Emancipação do Proletariado) e um dos homens que estiveram presos com o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva em 1980, durante a ditadura militar (1964-1985), chamou de "um horror" o artigo do colunista César Benjamin, publicado pela Folha na semana passada.
Ao ser questionado se, conforme Benjamin relata ter ouvido de Lula, o então sindicalista tentou "subjugá-lo", num contexto sexual, quando foram companheiros de cela, Santos declarou: "Não tenho nada para comentar sobre o assunto". No artigo "Os filhos do Brasil", Benjamin relatou um comentário que diz ter ouvido do próprio Lula, então candidato nas eleições presidenciais de 1994. Segundo Benjamin, naquela época filiado ao PT, Lula afirmou, numa reunião da campanha, que, no período em que esteve preso no Dops, em 1980, tentou "subjugar" um companheiro chamado por ele de "menino do MEP", cujo nome não foi citado.
Santos recebeu a reportagem da Folha no final da noite de domingo em sua casa, em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, onde vive há cerca de um ano e dez meses com a mulher e dois de seus oito filhos. Ele não permitiu que a entrevista fosse gravada nem aceitou ser fotografado. A reportagem chegou à cidade no sábado e tentava ouvi-lo desde então. No início da madrugada de domingo, Santos fez o primeiro contato, por e-mail. Na mensagem, disse que havia outros "companheiros do MEP" naquela cela do Dops e, portanto, não entendia o motivo de o jornal procurá-lo.
Santos escreveu ainda no e-mail que não tinha nada a dizer sobre o episódio narrado por Benjamin e que estava "convertido em uma religião que não me permite mentir". Finalizou o texto dizendo que ficou "muito emocionado" com os relatos de Benjamin sobre o tempo em que ficou preso na ditadura, "sendo que aqueles mais ferozes da prisão foram amigáveis para com ele". No texto de sexta-feira, Benjamin relatou sua experiência na prisão durante a ditadura e contou que não foi molestado pelos presos comuns.
Na entrevista à Folha, que durou cerca de 40 minutos, Santos, 60 anos, mudou a versão e afirmou que era o único integrante do MEP entre os homens presos na cela do Dops em que também estava Lula. Disse que continua filiado ao PT, mas abandonou a militância após se mudar para o litoral. Santos disse que soube do artigo de Benjamin no dia seguinte à sua publicação, quando passou a receber telefonemas de jornalistas e antigos companheiros. Segundo ele, a situação foi "constrangedora". Em seguida, contou que nasceu na cidade de Cristina (411 km ao sul Belo Horizonte), onde trabalhou como agricultor nas terras da família antes de se mudar para a casa de parentes em São José dos Campos (SP), por volta dos 17 anos.
Santos disse que ficou pouco tempo em São José e se mudou para São Bernardo (ABC paulista), onde se tornou metalúrgico. Na década de 1970, teve contato com o MEP, organização de esquerda que lutou contra a ditadura e, mais tarde, disse que ajudou a fundar o PT.
Segundo ele, sua função no MEP era "fazer a conscientização política" de trabalhadores em algumas fábricas da cidade.
Além dos 30 dias de prisão em 1980, disse que já havia passado um período de dois dias preso no Dops, em 1978. Quando deixou a prisão pela segunda vez, mudou-se novamente para São José dos Campos e foi "cuidar da vida." Militou ativamente pelo PT e, em 1983, ajudou a eleger um dos 14 irmãos, Braz Cândido Santos, hoje com 62 anos, vereador na cidade.
Em 2003, obteve a anistia e, há cerca de um ano e dez meses, mudou-se para o litoral. Segundo o site do Ministério da Justiça, ele teve deferido pedido em 30 de abril de 2003 para receber remuneração mensal de R$ 2.030,70. O anistiado disse que não conhece Benjamin. E afirmou acreditar que Lula "deve estar chateado" com o relato feito pelo colunista no artigo. Santos se negou a fazer qualquer comentário sobre o presidente ou o seu governo. O anistiado falou que voltou a encontrar o ex-companheiro de cela apenas uma outra vez, antes da vitória nas eleições de 2002, mas não soube precisar a data. Para Santos, o jornal deveria tê-lo procurado antes da publicação do artigo.
Santos pediu que fosse publicado que ele conheceu o publisher da Folha, Octavio Frias de Oliveira, morto em 2007, quando prestou serviços em uma granja mantida pela família em São José dos Campos, na década de 1990. Segundo ele, nas conversas entre os dois, o publisher elogiava Lula e se mostrava simpático a um governo do petista.
Ele também pediu que fosse publicada sua declaração de que os herdeiros de Octavio Frias de Oliveira na Folha "não seguem o exemplo do pai." Segundo Santos, se o publisher ainda estivesse no controle do jornal "este artigo não teria sido publicado". A mulher de Santos, Márcia Cristina Muniz, disse que, quando o marido falou de Lula, "foi sempre de maneira positiva", e que nunca tinha ouvido relatos sobre uma possível tentativa de abuso na prisão. Criticou ainda o artigo, que chamou de "baixaria", e disse temer que os filhos, em idade escolar, possam ser vítimas de chacotas por parte dos colegas.