Nas comemorações do aniversário da cidade, ao receber a medalha 25 de Janeiro das mãos do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEMos), o presidente Lula falou em seu discurso sobre as enchentes em São Paulo, e que pretende se reunir com o prefeito e com o governador José Serra (PSDB) para estudar obras que ajudem a diminuir o problema durante as chuvas de verão.
A fala de Lula deixou o prefeito Gilberto Kassab e o governador José Serra com ar de constrangimento, já que a cidade tem sofrido com o problema desde dezembro.
A região do Jardim Pantanal, na zona leste, está há mais de 49 dias com água dentro de algumas residências.
Lula discursou:
"Cheguei em São Paulo pela primeira vez há mais de 50 anos. O primeiro lugar em que morei aqui foi na vila Carioca (zona sul). Sofri muito com a enchentes lá. Depois decidi me mudar para a Ponte Preta, na divisa com São Caetano. Lá passei por três outras enchentes, com até 1,5 m de água dentro de casa. Em seguida, me mudei para a vila São José, em São Caetano. Também alagava. Só depois que eu fui para o parque Bristol (zona sul), que era um lugar alto, é que me livrei das enchentes", disse.
"Sabemos que o problema das enchentes não é exclusivo do prefeito. Já tivemos várias administrações aqui, inclusive do PT, e é um problema recorrente. É preciso unir esforços para resolver essa situação", afirmou Lula, para evitar maiores constrangimentos ao anfitrião (Kassab).
"É preciso tentar oferecer uma solução para melhorar essa situação. Todo ano tem enchente em São Paulo. Vamos lançar o novo PAC para o período de 2011 a 2015 e quero me reunir com o governador de São Paulo e com o prefeito da cidade para discutir quais serão as obras prioritárias nesse sentido", afirmou. Leia mais aqui.
Vítimas do alagão no Jardim Pantanal protestam contra Serra e Kassab e pedem socorro à Lula
Na manhã desta segunda-feira, fizeram um protesto contra o prefeito da cidade, Gilberto Kassab (DEMos/SP), e o governador do Estado, José Serra (PSDB/SP), em frente à sede da prefeitura, na região central.
A manifestação ocorreu antes da cerimônia de entrega da medalha 25 de Janeiro, concedida ao presidente Lula e ao governador. Os moradores levaram uma faixa com a inscrição "Estamos de luto pelas 70 mortes" (vítimas da chuva em todo o Estado desde o início de dezembro).
Celso Roberto, membro da Associação de Moradores da Vila Itaim, uma das afetadas pela chuva, reclama do prefeito e do governador José Serra:
"Estamos há 49 dias embaixo da água. Aquela região sempre teve alagamentos, mas a água subia e depois ia embora... Desde que o governo do Estado começou as obras do Parque Linear do Tietê, a água não escoa mais. É preciso tomar uma atitude."
Segundo ele, a manifestação foi organizada durante a semana e cada um chegou ao centro da cidade da maneira que pode. "Uns vieram de ônibus, outros de carro.
A presidente da Associação de Moradores do Parque Tietê, Maria da Paz, disse ser "impossível" conviver com a situação durante tanto tempo. "Não somo moradores de segunda classe. Queremos respeito e uma solução para o problema", afirmou.
Intervenção do presidente Lula é a esperança
Celso Roberto disse: "Resolvemos vir aqui porque o presidente Lula irá receber essa medalha... Quem sabe ele não intercede de alguma maneira para que a situação possa ser resolvida."