O público de uma Globo ou de uma Folha ou de um Estadão foi privado dos números da pesquisa Vox Populi divulgada na última sexta-feira. Argumentaram, em off, que o dono desse instituto, Marcos Coimbra, seria “partidário”do PT.
Esses veículos, porém, não fizeram nenhuma restrição às pesquisas Ibope apesar de o diretor desse instituto, Carlos Augusto Montenegro, ter garantido, recentemente, que José Serra já estaria eleito.
A Globo foi a única emissora aberta a não divulgar também a pesquisa CNT-Sensus divulgada ontem, a qual, à semelhança da pesquisa Vox Populi, mostra Dilma Rousseff tecnicamente empatada com o governador paulista.
Como escrevo antes de saírem os jornalões de hoje, não sei se divulgarão a pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes. Acho que não irão tão longe quanto a Globo. Ou irão? Quando vocês estiverem lendo isto, a resposta já será conhecida.
O fato, enfim, é que todos esses veículos, e outros como eles, roubaram de seus públicos informações importantes só porque desagradaram a seus aliados políticos, o que permite supor que muitos outros tipos de notícia devem sofrer o mesmo destino.
Trata-se de uma conduta infantil da mídia Tomemos o caso da Globo, por exemplo. Milhões de telespectadores ficaram sabendo da pesquisa CNT-Sensus pelas outras emissoras, pelo rádio, pela internet e, hoje, ficarão sabendo pelos jornais.
Aí se explica a informação contida na pesquisa Sensus de que, de 1998 para cá, quando o assunto é política diminuiu vertiginosamente o percentual do eleitorado que dá crédito a tevês e jornais na hora de decidir em quem votar.
São condutas como essa que fazem com que depois de quase dois anos de bombardeio midiático Dilma Rousseff continue crescendo nas pesquisas e tenha se tornado a pré-candidata a presidente menos rejeitada.