A privatização do maior número de empresas possíveis é a principal alternativa que o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, aponta como solução permanente para o desequilíbrio das contas públicas e dos juros altos. ‘‘Não sou economista, mas hoje temos três caminhos muito claros para o futuro: ou privatiza tudo, ou libera o câmbio, ou põe a guitarra para tocar’’, disse ele, que traduziu ‘‘põe a guitarra para tocar’’ como emissão de moeda. Na avaliação do presidente do PFL, dessas três opções, a privatização é a menos ‘‘dolorosa’’ para a população pobre do país.
‘‘O que vocês acham melhor? Emitir moeda, gerar inflação e piorar a vida dos pobres? Eu prefiro vender, vender e vender’’, disse ele, dando como exemplo a Argentina, que optou pela privatização agressiva. ‘‘Os argentinos não sofreram abalos com a crise mundial porque venderam tudo. Eles só tiveram temores de que a economia brasileira entrasse em colapso, porque aí sim, seriam atingidos’’, disse Bornhausen. Na verdade, o sofrimento dos argentinos pode ser medido pela taxa de desemprego, na casa dos 18%.
O presidente nacional do PFL fez essas declarações na noite de terça-feira, em sua casa, durante jantar que reuniu alguns políticos e jornalistas. Pelo menos em princípio, a posição dele não conta com o apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso. Ontem, o presidente estava no Rio, mas sua assessoria informou que o governo não vai mexer nesse assunto ‘‘agora’’. No caso do Banco do Brasil, do qual a União e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) detém 75,9% das ações com direito a voto, o governo se prepara para vender parte das empresas do conglomerado, como a distribuidora de valores mobiliários BB-DTVM. riscos
Talvez, o dia em que o PFL vença uma eleição, ele possa implementar esse seu projeto’’,disse o líder do partido na Câmara, Aécio Neves (MG). ‘‘Eu nem comento isso’’, completou o presidente do PSDB, Teotônio Vilela Filho (AL). oposição O PMDB do senador Jáder Barbalho (PA) faz coro contra a proposta, assim como o PTB. ‘‘Já vendemos quase tudo e não resolveu. Se vai a Petrobras, o Banco do Brasil e a CEF, não tem mais nada! Acabou a Vale do Rio Doce, a Telebrás, e ainda tivemos que recorrer ao FMI.
A deputada Maria da Conceição Tavares (PT-RJ) acredita nessa tese. Reforça suas suspeitas dizendo que a receita de privatizações prometidas pelo Brasil ao Fundo Monetário Internacional (FMI) inclui a Petrobras. Na sessão em que o acordo foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), na manhã de ontem, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), levantou a mesma suspeita: ‘‘Eles agora estão fechando esse acordo. Depois, só falta entregar a Petrobras’’, disse. O PFL sempre foi a favor da privatização geral e irrestrita. O partido prega a economia de mercado, com a presença do estado em setores sociais, como saúde, educação e segurança.
A venda da Petrobras faz parte inclusive de projeto entregue ao presidente Fernando Henrique Cardoso. As declarações de Bornhausen deixam transparecer que o PFL não acredita que o ajuste fiscal e o acordo com o FMI sejam suficientes para que o Brasil resolva seus problemas financeiros.
Nós não vamos sair dessa com discursos", afirmou. O presidente do PFL argumentou que a privatização radical foi a saída adotada pela Argentina, que vendeu todas as estatais, inclusive aeroportos, e não foi afetada, como o Brasil, pelas crises da Ásia, em outubro de 1997, e da Rússia, em setembro deste ano. "Nós não vamos sair desta situação sem custo, sem dor", disse.fonte: Site do senado
Oposição Mentirosa: DEM e PSDB planejavam sim, privatizar a Petrobras e Banco do Brasil
Jagunço de José Serra mentiu: PSDB tentou privatizar a Petrobras em partes
O jagunço de Serra, Sergio Guerra (PSDB/PE), recorreu à mentira para sair em defesa do governador paulista, e quis apagar o passado demo-tucano:
- ... Quanto às privatizações, essa foi uma ... de elefante. Nunca houve essa ideia. Isso faz parte desse terrorismo que o PT tem aplicado.
Porém a própria revista Veja de 31 de março de 1999 o desmente de forma desmoralizante:
José Agripino Maia mentiu: Há provas de que os DEMos defenderam a privatização da Petrobras e do Banco do Brasil
O líder do DEMos no Senado, José Agripino, mentiu descaradamente ao tentar desqualificar as afirmações de Dilma Rousseff, em seu discurso no Congresso do PT, de que Petrobras, Furnas, Banco do Brasil e CEF só não foram privatizados porque os "brasileiros resistiram".
O senador do DEMos afirmou:
- O delírio da ministra está chegando às raias da mentira. Nunca se cogitou nada disso, privatização da Petrobras, de Furnas. Isso nunca existiu.
Quem ultrapassou as raias da mentira foi José Agripino Maia. A própria imprensa corporativa comprova categoricamente.
Em Agosto de 1997, o DEMos ainda era PFL, e o jornal Gazeta Mercantil publicava declarações do presidente do então partido Jorge Bornhausen (PFL/SC) e do então líder na câmara Inocêncio de Oliveira (PFL/PE) defendendo a privatização da Petrobras:
Detalhe:
Em 1997 o presidente da Petrobras, era Joel Rennó, nomeado pelo PFL (DEMos), e ficou no cargo até 1999, após a reeleição de FHC.