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Nosso objetivo não é engrandecer um homem, o Presidente Lula, mas homenagear, como brasileiro que ama esta terra e esta gente, o que este homem tem provado, em pouco tempo, depois de tanto preconceito e perseguição ideológica, do que somos capazes diante de nós mesmos, e do mundo, e que não sabíamos, e não vivíamos isto, por incompetência ou fraude de tudo e todos que nos governaram até aqui. Não engrandecemos um homem, mas o que ele pagou e tem pago, para provar do que somos.

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sábado, 13 de março de 2010

Lula é 'profeta do diálogo', diz jornal de Israel

Agência Estado

Cinco dias antes de desembarcar em Israel, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que seu colega iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e o regime dos aiatolás não podem ser comparados com Adolf Hitler e o nazismo. Mas Ahmadinejad também não pode pregar a eliminação de Israel e negar o Holocausto. A receita prévia para o diálogo do Oriente Médio, que deve evitar declarações que aprofundam o "ódio e o ressentimento", foi publicada na edição de hoje do jornal israelense Haaretz.

Na entrevista, Lula defendeu ainda a inclusão de novos mediadores para a solução do conflito Israel-Palestina, com acesso irrestrito a todas as outras partes envolvidas na questão, como a Síria e o Irã.

A entrevista foi concedida no último dia 9 a três meios de comunicação: os jornais Haaretz e The Maker e a Agência de Notícias Brasil-Árabe (ANBA). Intitulada "O Profeta do Diálogo", a reportagem do Haaretz adotou um tom elogioso. Começa com a afirmação de que Lula é o "mais popular chefe de Estado da história do país" e o apresenta como um político que atrai "consenso universal" no Brasil, dado seu índice de popularidade ao redor de 80%.

"Qualquer um que compare Ahmadinejad e o Irã atual ao Hitler e ao nazismo está fazendo o mesmo tipo de radicalismo que o Irã é acusado de fazer. Qualquer um que siga essa linha não está contribuindo, no final das contas, para com o processo de paz que nós queremos criar para o futuro", afirmou, de acordo com o Haaretz. "Não se pode fazer política com ódio e ressentimento. Qualquer um que queira fazer política com ódio e ressentimento deveria ficar de fora da política", completou Lula.

O presidente foi diplomaticamente cauteloso ao abordar as acusações frequentes de Ahmadinejad contra Israel. Lula relatou que, em novembro passado, quando recebeu o líder iraniano em Brasília, o aconselhou a parar com as declarações de que Israel tem de ser eliminado do mapa e que o Holocausto dos judeus pelo regime nazista não existiu.

"Eu falei com o presidente do Irã e deixei claro que ele não pode sair falando que quer a liquidação de Israel, assim como não pode negar o Holocausto, que é um legado para toda a humanidade. Eu acrescentei que o fato de ele ter diferenças com Israel, (isso) não permite negar nem ignorar a História", contou Lula.

Mediador

A reportagem reitera que Lula visitará Israel, Palestina e Jordânia, entre os próximos dias 15 e 18, e que, dentro de dois meses, viajará Teerã em caráter oficial. Ao ser abordado sobre essas jornadas, Lula disse estar convencido de que há uma relação direta entre o avanço no processo de paz entre Israel e Palestina e seu plano de visitar o Irã. Essa argumentação reforça a postura de Lula como mediador extra oficial na região.

"O conflito no Oriente Médio não é bilateral e não pertence apenas a Israel e à Palestina. Há outros interesses no Oriente Médio, que devem estar representados para que nós possamos encontrar uma solução", afirmou. "O Irã é parte disse tudo e, portanto, precisamos falar com eles (iranianos)."

Segundo o Haaretz, Lula afirmou que as partes dos conflitos no Oriente Médio, especialmente entre Israel e Palestina, já estão fatigadas e que chegou a hora de incluir novos atores a essa arena, capazes de trazer "novas ideias". Oportunamente, também se apresentou como um líder com desenvoltura para conversar com os chefes de Estado dos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e com os envolvidos diretamente nos conflitos do Oriente Médio.

"Esses (novos) atores precisam ter acesso a todos os níveis do conflito: em Israel, na Palestina, no Irã, na Síria, na Jordânia e em muitos outros países que estão associados a esse conflito", afirmou. "Esta é a única forma capaz de avançar na paz entre israelenses e palestinos e, ao mesmo tempo, capaz de dizer claramente para o Irã que de nós somos contra a produção de armas nucleares."

http://br.noticias.yahoo.com/s/12032010/25/politica-lula-profeta-dialogo-diz-jornal.html