Em São Paulo
O Brasil reduziu em 16% sua população de favelas, com cerca de 10,4 milhões de pessoas deixando esse tipo de habitação nos últimos 10 anos, apontou nesta quinta-feira (17) um relatório das Nações Unidas. Apesar disso, o número de habitantes de moradia precária em todo o mundo no mesmo período avançou de 776,7 milhões para 827,6 milhões.
A agência para habitação das Nações Unidas atribuiu a melhoria também à criação do ministério das Cidades pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a adoção de uma emenda constitucional afirmando o direito do cidadão à moradia e aos os subsídios a materiais de construção, terrenos e serviços de construção.
Entre os países pesquisados, o Brasil está atrás apenas de China, Índia e Indonésia, que, segundo a ONU, deram “grandes passos” para combater a precariedade das moradias.
Os autores do estudo calculam que, mantida a taxa atual, o número de habitantes de favelas aumentará seis milhões por ano até 2020, quando chegará a 889 milhões. Apesar do incremento de 55 milhões no número absoluto de favelados no período pesquisado, o relatório destaca que “227 milhões de pessoas no mundo deixaram de viver em assentamentos precários entre 2000 e 2010 e passaram a fazer parte da cidade formal”.
“Isto significa que, coletivamente, os governos do mundo alcançaram a Meta 11 do Objetivo 7 dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (melhorar a vida de pelo menos 100 milhões de habitantes em assentamentos precários para o ano 2020) em 2,2 vezes”, diz o texto. “(Mas) o progresso que foi feito em relação à meta das favelas ainda não foi o suficiente para conter o crescimento de assentamentos informais nos países em desenvolvimento.”
A África Subsaariana é região que concentra a maior população em favelas, onde 199,5 milhões ou 61,7% de sua população urbana vivem em tais áreas. Em seguida aparecem o sul da Ásia com 190,7 milhões (35%); Ásia do Leste com 189,6 milhões (28,2%); América Latina e o Caribe com 110,7 (23,5); Sudeste Asiático com 88,9 milhões (31%); Oeste Asiático com 35 milhões (24,6%); Norte da África com 11,8 milhões (13,3%); e Oceania com 6 milhões (24,1%).
* Com informações da BBC Brasil