Em 29 de abril do ano passado, o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, opinou no blog do Ricardo Kotscho: “A transferência de votos do presidente Lula para ela [Dilma] chegará mais adiante a um patamar de 15%. A partir daí, será difícil conquistar cada ponto a mais.”
Um dia antes, havia declarado ao Blog dos Blogs e à coluna Coisas da Política do Jornal do Brasil: “Tudo indica que Dilma Rousseff chegará ao final da campanha com cerca de 15% a 17% dos votos.”
Em julho, quando pesquisa do DataFolha detectou uma queda de oito pontos percentuais na vantagem de Serra sobre Dilma, Montenegro insistiu – “Continuo com a mesma opinião. Defendo tudo aquilo que disse antes... Dilma, com 80% de conhecimento, só tem 16% das pessoas dispostas a elegê-la. Acho que a ministra, sim, está chegando ao teto...”
Em agosto de 2009 exerceu sua militância demo-tucana na revista Veja, repetindo que o teto de Dilma seria entre 15 e 20%:
Na última pesquisa Ibope (sempre sob suspeição, desde quando Montenegro tomou partido), Dilma Rousseff (PT) aparece com 30% contra 35% de Serra. Uma diferença de 5%.
Diante dos números, a reportagem do iG questionou Montenegro sobre suas previsões do passado e a pesquisa atual, e ouviu:
“Eu não acredito que disse aquilo. Deve haver algum engano. Numa eleição polarizada, com praticamente dois candidatos apenas, como é que eu poderia achar que a Dilma pararia em 20%? Até o Alckmin teve 40% contra o Lula...”
Quem não acredita no que disse, está fazendo o quê? Se auto proclamando mentiroso?