Poucos dias depois da Folha de José Serra (Jornal Folha de São Paulo) ter produzido uma das mais tristes e vergonhosas capas da história da imprensa brasileira no que diz respeito à soberania nacional (relembre aqui), hoje foi a vez do "Estadão" ajoelhar-se e beijar a mão do FMI, como se vivêssemos ainda antes de 2002, no governo FHC/Serra.
A notícia em questão é assunto apenas para o caderno de economia e não manchete de capa, e ainda de forma subserviente.
Mais absurdo é dar um viés negativo na manchete, porque a análise do FMI, no conjunto, é extramente positiva para o Brasil e para a maioria dos países da América Latina.
O FMI analisa que o Brasil tem um "problema" que todo país gostaria de ter no pós-crise: crescer demais, e precisa gerenciar os efeitos desse crescimento na economia, na inflação, e no câmbio. Nada além do que é rotina no trabalho do Ministério da Fazenda e no Banco Central.
O Estadão, naturalmente, seguiu o estatuto do partido da Dona Judith Brito (o Partido da Imprensa Golpista), e decidiu fazer o papel de oposição, fabricando uma manchete negativa, que não corresponde à verdade da situação.
O jornal reflete aquele pensamento demo-tucano dos banqueiros da Av. Paulista, que financiam o instituto FHC, que "emprestam" jatinhos para José Serra (PSDB/SP) singrar os céus brasileiros fazendo campanha, e adoram uma arrocho monetário na base da subida de juros, alegando precisar reduzir a demanda, freando o crescimento.
Daí não causar estranheza o complexo de baratas do Estadão. É o próprio pensamento demo-tucano.
Hoje, o Estadão é apenas o jornal errado, no lugar errado, no tempo errado.
Como lição de casa, o Estadão deveria ler o discurso do presidente Lula durante cerimônia em comemoração ao Dia do Diplomata, na última terça-feira. Em um trecho, o presidente diz:
"...o Brasil começou a ficar importante. E quando um país começa a ficar importante, começa a gerar ciúmes. E quando começa a gerar ciúmes, nós começamos a arrumar inimigos. Porque aqueles que não foram capazes de fazer o que você está fazendo, vão começar a ser contra. Até porque, durante muito tempo, nós fomos induzidos a ter complexo de vira-latas neste país. O importante era a gente não ser ninguém, ser alguém era um privilégio de outros e não nosso".