Fonte
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a análise dos documentos que mostram uma possível movimentação bancária em paraísos fiscais, seja de Marconi Perillo, seja de outro titular das contas, teve até agora uma tramitação correta.
"O governo, as instituições, tem mecanismos próprios para acompanhar qualquer denúncia", disse. "Um funcionário ao receber (uma denúncia) encaminha aos mecanismos próprios."
O líder do PR na Câmara, deputado Sandro Mabel (GO), confirmou que tratou com o chefe de gabinete pessoal da Presidência, Gilberto Carvalho, da existência das supostas contas do tucano em paraísos fiscais como Suíça, Ilhas Virgens Britânicas, Nassau e Bahamas. Carvalho disse, por meio de assessores, que conversou com Mabel sobre as suspeitas, mas não teria visto consistência nos elementos apresentados pelo deputado.
Hoje, após almoço com líderes de partidos aliados, o ministro Alexandre Padilha negou que o governo tenha usado a estrutura oficial para atacar Marconi Perillo:
"De jeito nenhum. Esse governo não toma atitudes como essa em relação aos seus adversários nem em relação aos seus aliados", disse o ministro. "Esse é um governo que não utiliza os instrumentos que tem o Estado para atacar os adversários e atacar ou aproximar os aliados."
Os papéis que estão sendo analisados pelo Ministério da Justiça citam supostas movimentações do tucano nos bancos Wachovia, UBS, Citibank, Credit Suisse e Bank of America. Leia mais aqui.
Os fatos:
No início de 2010, o gabinete do promotor goiano Fernando Krebs (do Ministério Público Estadual de Goiás), recebeu denúncias de contas ilegais no exterior supostamente em nome de Paulo Silva de Jesus, primeiro suplente de Marconi Perillo no Senado. Nas denúncias aparece o nome de Marconi Perillo.
Ministério Público Estadual de Goiás instaurou o Procedimento Investigatório Criminal n.º 01/2010.
Em 12 de março passado, o promotor Fernando Krebs formalizou o pedido de assistência jurídica, para que o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos), do Ministério da Justiça, buscasse informações sobre as contas no exterior. Na mesma data, foi preenchido o “formulário de auxílio jurídico em matéria penal”, que o DRCI traduziria dias após para remeter à Autoridade Central da Suíça. O procedimento do Ministério Público não relaciona o nome de Perillo, que tem foro privilegiado e só pode ser investigado criminalmente pelo STF. “Suspeita-se, fortemente, que Paulo S. de Jesus seja um “laranja” da quadrilha que operou na Celg entre os anos de 2000 e 2008″, diz o documento.
Os boatos:
Segundo o Estadão, em paralelo aos fatos, corria um dossiê apócrifo nos meios políticos, com as informações em mãos do Ministério Público de Goiás.
O Factóide:
Daí o Estadão publicou uma recombolesca teoria de conspiração de que o "dossiê" teria sido ungido dentro do Planalto, e que o Ministério Público de Goiás estaria sendo usado, em conluio com o Ministério da Justiça para perseguição político.
A publicação do Estadão coincide com o interesse de Marconi Perillo se fazer de vítima, e arranjar um vilão como algoz: o Planalto, para se livrar de uma investigação.
O quê interessa:
O que queria o Estadão? Que o Ministério de Justiça prevaricasse, deixando de atender à um pedido do Ministério Público de Goiás, para proteger a suposta corrupção tucana de Perillo?
Se há contas no exterior sendo usadas para lavar dinheiro sujo, cabe sim recuperar o dinheiro, e identificar donos, e encaminhar para para a justiça. Se os donos da contas forem Perillo ou laranjas, deverá se entender com a justiça. Se forem outros, deverá ocorrer a mesma coisa.
O que é inadimissível é abafar lavagem de dinheiro no exterior, seja de quem quer que seja, para proteger os interesses políticos de Perillo.
Reportagem do JT publicada ontem mostra que a Hospfar recebeu, desde 2008, mais de R$ 63 milhões da gestão José Serra/Alberto Goldman (PSDB). “Os técnicos estão analisando cada um dos contratos para ver se há algo ilegal”, disse o promotor Celso Fróes Brocchetto.
Contas no exterior