Moscou, 14 mai (EFE).- O presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou hoje que a próxima visita ao Irã do governante brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, é a "última oportunidade" de resolver o problema nuclear iraniano sem recorrer à imposição de sanções.
"Espero que a missão do presidente do Brasil alcance êxito. É talvez a última chance antes da adoção de medidas pelo Conselho de Segurança da ONU", disse Medvedev em entrevista coletiva no Kremlin.
Lula demonstrou otimismo diante de sua viagem a Teerã, na qual tentará convencer o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que "o acordo é melhor do que a divergência".
"Viajo (a Teerã) sabendo que o diálogo será muito importante e tentarei utilizar todo meu poder de persuasão", afirmou.
Acrescentou que fará de tudo "para conseguir um acordo" e se mostrou "convencido do sucesso. Seu objetivo é convencê-lo a cooperar com a comunidade internacional.
"Quanto mais perto do início das negociações, mais otimista fico, Ontem estava otimista e hoje estou ainda mais. E é possível que meu otimismo seja maior após o encontro com o presidente Ahmadinejad", declarou.
O chefe do Kremlin ressaltou que se as tentativas do Brasil não derem resultado, a comunidade internacional vai impor novas sanções ao Irã.
Neste sentido, Medvedev destacou que os seis países mediadores no conflito com o Irã (os cinco membros permanentes do Conselho da ONU e Alemanha) mantêm com relação "as posturas suficientemente consolidadas", por isso não é possível descartar a imposição de sanções.
"Por isso, desejo a Lula que tenha sucesso nas negociações com o Teerã e insisto ao presidente iraniano (Mahmoud Ahmadinejad) que escute os argumentos de Lula", manifestou o chefe do Kremlin.
Lula realiza sua quarta visita à Rússia dentro de uma viagem que irá também ao Irã, ao Catar, Espanha e Portugal. EFE
http://br.noticias.yahoo.com/s/14052010/40/mundo-medvedev-diz-ida-lula-ira.html
Lula vê 99% de chances de acordo com Irã em visita
MOSCOU (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira estar confiante de que conseguirá convencer o Irã a fechar um acordo com o Ocidente sobre seu programa nuclear.
Em entrevista coletiva durante visita à Rússia, Lula e o presidente russo, Dmitry Medvedev, foram questionados sobre as chances da visita do presidente brasileiro à República Islâmica ser bem-sucedida.
Lula vai a Teerã entre os dias 15 e 17 deste mês em busca de convencer as lideranças iranianas a aceitarem um acordo de troca de combustível nuclear que pode amenizar as tensões com o Ocidente sobre o programa nuclear do Irã.
"Eu daria 9,9", disse o presidente brasileiro quando indagado quais seriam as chances de um acordo com o Irã numa escala de zero a dez.
"Vou ao Irã com a convicção de que vamos encontrar um acordo. Se não encontrarmos acordo, vou para casa feliz porque não fui omisso", acrescentou.
Medvedev, que estava ao lado de Lula na entrevista, foi bem menos otimista que o presidente brasileiro. "Eu dou 30 por cento", disse o líder russo ao ser indagado sobre as chances de Lula ser bem-sucedido.
O presidente russo também repetiu declarações de uma autoridade do Departamento de Estado dos EUA na véspera de que a visita de Lula a Teerã pode ser a última chance de um acordo com a República Islâmica que evite a imposição de uma quarta rodada de sanções no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
"Realmente espero que a missão do presidente brasileiro termine em um sucesso. É, talvez, a última chance", disse Medvedev.
Estados Unidos e potências ocidentais afirmam que o programa nuclear iraniano é um disfarce para a construção de armas atômicas. Teerã nega e afirma que sua intenção é somente a geração de energia.
O Brasil, que atualmente ocupa um assento temporário no Conselho de Segurança da ONU, é contra a imposição de sanções ao Irã e tem se aproximado de Teerã na tentativa de encontrar uma solução negociada para o impasse.
A Constituição brasileira proíbe a fabricação da bomba atômica. O país tem um programa nuclear para a geração de energia, e, sob o governo Lula, tem procurado ampliar seu papel em assuntos globais.
Críticos da posição brasileira em relação ao Irã afirmam que a República Islâmica tem se aproveitado dessa intenção brasileira para ganhar tempo e adiar a imposição de sanções.
http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/100514/manchetes/manchetes_ira_lula_chances
Irã negocia com Brasil solução para impasse nuclear
Por Fernando Exman e Parisa Hafezi
TEERÃ (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, estão reunidos neste domingo em Teerã para tratar do tema nuclear e o Irã parece minimizar a avaliação do Ocidente de que esse encontro seria a última chance da República Islâmica acalmar as tensões crescentes sobre o seu programa nuclear.
Para superar o impasse, o presidente Lula, junto com o ministro do Exterior da Turquia, Ahmed Davutoglu, está tentando convencer o Irã a reconsiderar a proposta de troca de combustível nuclear, apoiada pelas Nações Unidas.
Autoridades russas e ocidentais têm dito que a viagem de Lula seria provavelmente a última chance do Irã evitar novas sanções, depois da recusa do país de suspender a suas atividades nucleares.
No entanto, autoridades e a mídia do Irã ignoram o tema em público e focam nas relações bilaterais.
"A sua visita tem uma importância especial devido ao início da cooperação séria entre duas grandes nações e também porque muitos países aguardam a nossa cooperação", disse o presidente Ahmadinejad, durante encontro com Lula, de acordo com a imprensa oficial.
Lula também se encontrou a autoridade máxima do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que tem a última palavra sobre todos os assuntos do Estado.
"Os Estados Unidos estão irritados com a proximidade de dois países independentes como o Irã e o Brasil. É por isso que reclaramam tanto antes da sua (Lula) visita ao Irã", declarou Khamenei, segundo a TV estatal.
Na sexta-feira, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que o esforço de mediação de Lula falharia.
ERDOGAN NA REUNIÃO?
O Brasil e a Turquia, membros não-permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, se ofereceram para mediar uma solução para o impasse, no momento em que potências mundiais negociam novas sanções ao Irã.
O Irã declarou que via a mediação de forma positiva.
O premiê turco, Tayyip Erdogan, era esperado no Irã junto coma visita de Lula, mas uma fonte diplomática turca afirmou neste domingo que ele só irá se o Irã der um sinal positivo.
"Se parecer que podemos ter uma resposta positiva do Irã na negociação, o ministro do Exterior Davutoglu dará o sinal verde para a ida de Erdogan a Teerã", afirmou a fonte.
A proposta com o apoio das Nações Unidas, oferecida ao Irã em outubro, que agora se tenta retomar, prevê o envio pelos iranianos de 1.200 quilos de urânio pouco enriquecidos para a Rússia e para França, onde essa carga seria transformada em combustível para o reator de Teerã.
O Irã afirmou na época que só trocaria o seu material por urânio em níveis maiores de enriquecimento e somente no seu próprio território. As condições foram recusadas.
Os iranianos começaram a enriquecer urânio eles mesmos para produzir combustível para o seu reator, o que os deixa mais perto do grau de pureza necessário para produzir armas nucleares.
Lula chegou no Irã no sábado para a reunião do Grupo dos 15, encontro de países em desenvolvimento que se dará nesta segunda-feira.
Quinto exportador de petróleo, o Irã diz que o seu programa nuclear é para fins pacíficos, voltados para a energia elétrica. O Ocidente o acusa de querer usar o programa para fins militares.
(Reportagem adicional de Tulay Karadeniz e Pinar Aydinli)
http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/100516/mundo/mundo_politica_lula_ira_inicia
Irã, Brasil e Turquia chegam a acordo sobre troca de combustível--ministro turco
Por Fernando Exman e Parisa Hafezi
TEERÃ (Reuters) - A Turquia disse neste domingo que o Irã aceitou um acordo de troca de combustível nuclear que poderá ajudar a encerrar o impasse de Teerã com o Ocidente acerca do programa atômico iraniano.
Detalhes sobre o acordo não foram divulgados imediatamente por autoridades brasileiras e turcas que estão mediando a disputa iraniana com as potências mundiais, que suspeitam que Teerã de estar desenvolvendo secretamente uma bomba nuclear.
O ministro do Exterior da Turquia disse que um anúncio oficial pode ser feito na segunda-feira, após revisões finais pelos presidentes do Brasil e Irã e pelo primeiro-ministro turco.
"Sim, isso foi alcançado após quase 18 horas de negociações", disse o ministro do Exterior da Turquia, Ahmet Davutoglu, a jornalistas em Teerã quando questionado se haveria um acordo.
Mais cedo, o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, voou para Teerã para juntar-se ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que estava negociando com autoridades iranianas, em um movimento que autoridades ocidentais e russas classificaram como provavelmente a última chance de evitar novas sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o Irã.
Um acordo apresentado pela ONU em outubro oferecia ao Irã que enviasse 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento --o suficiente para a fabricação de uma bomba se enriquecido no patamar necessário-- para a França e para a Rússia, onde seria convertido em combustível para um reator de pesquisas em Teerã.
O Irã afirmou na época que só trocaria o seu material por urânio em níveis maiores de enriquecimento e somente no seu próprio território, condições que as outras partes envolvidas no acordo consideraram inaceitáveis. O Irã nega que está buscando construir uma bomba atômica.
"Estou indo ao Irã porque uma cláusula será acrescentada ao acordo que diz que a troca será feita na Turquia", disse o premiê mais cedo.
"Teremos a oportunidade de começar o processo em relação à troca", disse Erdogan. "Eu garanto que encontraremos a oportunidade para superar esses problemas, se Deus quiser."
Lula também disse a jornalistas após reunião com os iranianos que "o nível de esperança (de que se chegará a um acordo) cresceu".
Lula se encontrou com Mahmoud Ahmadinejad e a autoridade máxima do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que tem a última palavra para todas as decisões de Estado, como no caso das atividade nucleares do país.
"Os Estados Unidos estão irritados com a proximidade de dois países independentes como o Irã e o Brasil. É por isso que reclamaram tanto antes da sua (Lula) visita ao Irã", declarou Khamenei, segundo a TV estatal.
Na sexta-feira, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que o esforço de mediação de Lula falharia.
O Irã nega acusações do Ocidente de que estaria desenvolvendo armas nucleares sob o pretexto de um programa nuclear civil.
O Brasil e a Turquia, ambos membros não-permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, se ofereceram para mediar uma solução para o impasse, no momento em que potências mundiais negociam novas sanções ao Irã.
O Irã declarou que via a mediação de forma positiva.
A nação islâmica começou um enriquecimento maior em fevereiro para produzir combustível para um reator de pesquisa, após as negociações com as grandes potências para uma possível troca de combustíveis terem falhado. A medida aproxima o enriquecimento de urânio no Irã aos níveis necessários para a produção de material para armas --urânio refinado com 90 por cento de pureza.
(Com reportagem adicional de Tulay Karadeniz e Pinar Aydinli)
http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/100516/mundo/mundo_ira_acordo_alcancam