A Petrobras lançou, nesta quinta-feira (6/5), em Tomé-Açu (PA), dois projetos de produção de biodiesel a partir de óleo de palma (dendê), com as presenças do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto:
- uma usina de biodiesel própria, o Projeto Biodiesel Pará;
- um projeto de produção de biodiesel em Portugal em parceria com a Galp Energia, denominado Projeto Belém.
O suprimento das unidades de biodiesel prevê o plantio de palma (uma planta nativa da região) para recuperar áreas degradadas pelo desmatamento no Estado do Pará.
Com isso, os projetos trarão benefícios ambientais, com a recuperação destas áreas, proporcionando proteção de solo, equilíbrio ecológico e a reintegração econômica destas regiões com pouca atividade produtiva, além de contribuir com a redução de gases de efeito estufa no ciclo de produção do óleo vegetal e na produção de biodiesel. “O programa lançado hoje representa o casamento entre a proteção ambiental e a geração de emprego digno para milhares de amazonenses.”, ressaltou o presidente Lula.
Serão gerados sete mil empregos diretos, sendo cerca de 5.250 no setor agrícola e 1.750 na área industrial e de logística e ainda serão envolvidos 2.250 agricultores familiares no plantio de palma. Leia mais aqui.
Palma de Óleo projeta renda de até R$ 2 mil para agricultores familiares no Pará
O presidente Lula lançou, nesta quinta-feira, 6 de maio, o Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil, em Tomé-Açu, no Pará, na comunidade de Quatro Bocas.
O óleo, extraído do fruto da palma, é hoje o mais utilizado pela indústria alimentícia em todo o mundo, porque é o melhor substituto para gordura trans, por ser rico em vitaminas A e E, além de ser recomendado como complemento nutritivo para populações de baixa renda.
Também está presente nos produtos de higiene e limpeza, lubrificantes e até mesmo na produção de biocombustível.
Tantos usos fizeram o consumo mundial do óleo de palma saltar de 17 para 45 milhões de toneladas entre 1998 e 2009. Hoje, o produto responde por mais de um terço do total de óleo vegetal consumido no planeta.
O programa brasileiro de produção de Palma de Óleo nasce com diretrizes e normas ambientais sob o signo da sustentabilidade.
Restrições - O plantio obedece ao Zoneamento Agroecológico da Palma (ZAE). A Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (Emprapa) definiu áreas aptas ao cultivo já desmatadas, proibindo o desmatamento. As áreas priorizadas pelo programa são as degradadas na Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima) e as áreas utilizadas para cana-de-açúcar do Nordeste.
Agricultura familiar - As áreas destinadas ao cultivo da palma de óleo são também regiões com forte presença da agricultura familiar. A palma pode oferecer uma alternativa de produção sustentável, com alta produtividade e rentabilidade. A projeção é de que uma família consiga aumentar a renda mensal de R$ 415, provenientes do trabalho nas lavouras de mandioca ou na extração do açaí, para até R$2 mil, acrescentando o cultivo de palma em suas terras.
Sequestro de carbono - Além da recuperação das áreas degradadas da região, o plantio da palma também contribuirá na redução de emissão de gases do efeito estufa - cada hectare da cultura de palma, quando as árvores já estão adultas, seqüestra mais de 26 toneladas de carbono.
Produto estratégico para o Brasil - Para se ter uma idéia do tamanho do mercado nacional, em 2008 o Brasil importou 63% do produto destinado à indústria, um crescimento de 45% em relação a 2003. Isso sem contar com o mercado internacional, que cresce em igual proporção.
Crédito com carência de 6 anos - a linha de crédito (com juros que chegam a apenas 2% ao ano para agricultores familiares) para financiar o plantio, tem carência de 6 anos para começar a pagar, garantindo o tempo para começar começar a produção e garantia de renda. Leia mais aqui e aqui.