Lula aconselha Dilma a não entrar na discussão sobre o suposto dossiê
QUELUZITO (MG) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, deve evitar troca de acusações com o principal adversário, José Serra (PSDB), que apontou a ex-ministra como responsável pela produção de dossiês contra tucanos . Segundo o presidente, Dilma tem de se preocupar em apresentar seu projeto de governo e deixar aos partidos da aliança a tarefa de responder aos ataques. ( Leia também: PT pede à PF apuração sobre suposto dossiê )
- Nossa candidata tem que dizer para o povo o que vai fazer, quais são as novidades que ela vai apresentar, e deixar quem quiser brigar, brigar- declarou o presidente.
" Participei de cinco eleições. Vocês nunca viram em uma campanha minha qualquer jogo rasteiro. Agora, tem gente que é especialista nisso (dossiê) no Brasil e vocês sabem quem são. Não somos nós "
Lula afirmou também que ele mesmo não pretende discutir com os adversários, mas voltou a atacar a oposição. Sem citar nomes, ele voltou a dizer que produção de dossiês é uma tática usada pelos opositores de seu governo:
( Ouça Lula falando sobre o dossiê )
- Participei de cinco eleições. Vocês nunca viram em uma campanha minha qualquer jogo rasteiro. Agora, tem gente que é especialista nisso (dossiê) no Brasil e vocês sabem quem são. Não somos nós. A história de dossiê não nasceu dentro do PT.
As declarações foram feitas após a inauguração de um gasoduto entre Volta Redonda (RJ) e Queluzito, na região Central de Minas. Realizado no município de aproximadamente 3 mil habitantes, o evento reuniu cerca de 1,5 mil pessoas, incluindo moradores e funcionários da Petrobras, mas tanto Lula quanto integrantes de seu governo presentes na cerimônia evitaram qualquer conotação eleitoral.( Entenda o caso do suposto dossiê contra José Serra )
A única exceção foi o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, que, sem citar nominalmente Dilma Rousseff, defendeu que "o Brasil continue crescendo com uma mulher a olhar por nós todos".
- Nada como uma mulher para saber que o desenvolvimento em uma família, que o crescimento, tem que ser para todos os filhos - declarou, em meio a aplausos.
Presidente defende Patrus como vice em Minas" Estou feliz porque o PT de Minas decidiu fechar o apoio ao senador Hélio Costa. Agora, está em uma fase de decidir quem vai ser o vice. Se dependesse da minha vontade, se eu fosse mineiro e pudesse dar um voto, o Patrus seria vice do Hélio "
Durante todo o evento desta segunda-feira em Queluzito, o presidente esteve acompanhado do senador Hélio Costa (PMDB), candidato de sua base aliada ao governo mineiro . Ainda ao lado do parlamentar, Lula defendeu o nome de Patrus Ananias para candidato a vice-governador, mas afirmou que não irá impor sua vontade ao ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, porque não tem como "pedir aquilo que um homem da magnitude do Patrus tem que fazer". O presidente, no entanto, ressaltou a importância do engajamento do petista na chapa e afirmou que é preciso fazer uma campanha "24 horas por dia".
- Estou feliz porque finalmente o PT de Minas decidiu fechar o apoio ao senador Hélio Costa. Agora, está em uma fase de decidir quem vai ser o (candidato a) vice. Se dependesse da minha vontade, se eu fosse mineiro e pudesse dar um voto, o Patrus seria vice do Hélio agora, porque a campanha é para ganhar as eleições de verdade - disse.
O nome de Patrus é defendido por integrantes do PT e PMDB como forma de atrair para a campanha os militantes petistas contrários à imposição de Costa como candidato ao governo, preterindo o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel.
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TV Globo jogando a toalha?
A cobertura feita pela TV Globo no Fantástico, da convenção petista que oficializou a candidatura de Dilma Rousseff (PT), foi de quem desenganou a candidatura de Serra.
O tempo foi o mesmo dado a Serra no Jornal Nacional de sábado (quase 5 minutos), mas o surpreendente foi a edição realista e positiva do que foi a convenção:
O evento deu ênfase nas mulheres, e o Fantástico mostrou (só faltou mostrar Maria da Penha, inspiradora da lei, que estava lá).
O trecho mostrado de José Eduardo Dutra (PT/SE) foi narrado, o que suavizou as críticas, mas não escondeu o conteúdo com críticas ao governo passado e falando do apagão de 2001.
O trecho do discurso de Michel Temmer (PMDB/SP) foi positivo, otimista. Não forçaram ligação com lideranças do PMDB desgastadas com escândalos, como sempre fazem.
A biografia mostrada foi correta, sem estereótipos, e surpreendentemente sem recorrer aos factóides que a própria imprensa criou sobre ela, nem citaram a palavra dossiê, nem Lina Vieira, nem charuteira, nem ficha falsa.
O melhor de tudo foi a correção com que colocaram o discurso de Lula, narrando o trecho em que o presidente disse esperar campanha de alto nível e não o jogo rasteiro de denúncias por meio de dossiês; destacou que eleger Dilma faz parte de seu programa, e deixou o trecho do presidente dizendo:
- Vai ser a primeira eleição, desde que voltou as eleições diretas para presidente, que o meu nome não vai estar na cédula... vai haver um vazio naquela cédula... e para que esse vazio seja preenchido, eu mudei de nome e vou colocar lá Dilma na cédula!
Mais didático, impossível.
A seguir mostrou Lula cumprimentando e abraçando Dilma, com palavras de apoio incondicional, num clima de total engajamento na candidatura dela.
No programa de governo do PT, novamente não recorreram a estereótipos, não criticaram "controle da imprensa", "estatismo", etc, como sempre fazem. Pelo contrário destacaram os pontos positivos, que qualquer brasileiro concorda, como continuar políticas sociais e ampliar o bolsa-família, melhorar educação da creche à universidade, mais recursos e eficácia do SUS, melhorar habitação e universalizar saneamento básico, erradicar a miséria, fortalecer a proteção ao meio ambiente.
No discurso de Dilma, destacou os trechos dizendo sobre a importância de ser uma mulher concorrendo à presidência; em seguida, trechos com elogios a Lula, e de dar continuidade ao projeto de Lula.
A narração explicou que Dilma fez críticas ao governo passado que só governava para uma minoria. Incluiu o trecho do discurso de Dilma pregando a união, de governar para todos, dizendo que o governo Lula uniu todos os brasileiros, e ela continuará unindo, fazendo um governo para todos.
A edição encerrou mostrando (e narrando) a cena simpática, com meninas usando faixa presidencial, para mostrar que uma mulher pode chegar à presidência da República.
Para completar não teve nenhum colunista comentando para falar mal: nem Jabor, nem Lucia Hipólito, nem Alexandre Garcia, nem nenhum especialista do Instituto Millenium.
O programa funcionou sob medida para transferir votos de Lula para Dilma, foi muito positivo para conquistar indecisos, e para diminuir rejeição de gente influenciável pelo próprio PIG.
A edição foi literalmente "fantástica", em se tratando de TV Globo, e deve ter provocado um ataque de fúria em José Serra.
Das duas uma: ou os editores anti-Lula estavam de folga, e novatos não sabiam que podiam fazer um programa honesto assim, e cabeças vão rolar... ou... a Globo já desenganou Serra e começou a bajular aquela em que já apostam como futura Presidenta.
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Convenções
Lula: "eu mudei de nome e vou colocar lá, Dilma, na cédula"
É difícil cortar alguma coisa para separar os melhores momentos do emocionate discurso de Lula na convenção que oficializou a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República, mas vamos tentar:
“Vocês [mulheres] estão demonstrando que 100 mulheres são capazes de fazer mais barulho que mil homens”
Contra o jogo rasteiro de inventar dossiê todo dia
“Esperamos que o nossos adversários estejam dispostos a fazer um debate de alto nível e não façam jogo rasteiro inventando dossiê todo dia ...
... O bicho vai pegar... a tranquilidade de vocês é o que vai garantir que a gente ganhe as eleições ...
... Tenho certeza que muita gente que aparece com cara de anjo na TV, faz o que fez comigo em 2006...
Que não façam mais dossiês, que nós já estamos calejados”
Militância: mexeu com o Lula, mexeu comigo!
"Não esqueco nunca o adesivo que vocês [militancia] fizeram para mim: mexeu com o Lula, mexeu comigo!"
Mudança de canal na TV
“A imprensa cansa de falar mal de mim, e eu acho que faz parte da democracia. Mas em caso de eleição, é preciso que a imprensa seja neutra ou que pelo menos diga que tem candidato, porque aí a gente muda de canal”
No lugar do nome de Lula na cédula, vem Dilma
"O povo vai sentir uma falta. Vai ser a primeira eleição que meu nome não vai estar na cédula. Vai haver um vazio. Para que esse vazio seja preenchido, eu mudei de nome e vou colocar lá Dilma na cédula (eleitoral)"
“Eu posso ir tomar uma água de coco na maior tranquilidade sabendo que a Dilma está no comando”
''Eu acho que você [Dilma] vai pegar um país como eu gostaria de ter pego."
♫ ♪ Jingle de Dilma: “Lula tá com ela; eu também tô”
A seguir, a íntegra da letra:
Dilma brasileira
Autores: João Santana, João Andrade e Kapenga Ventura
Meu Brasil querido
Vamos em frente
Sem voltar pra trás
Pra seguir mudando
Seguir crescendo
Ter muito mais
Meu Brasil novo
Brasil do povo
Que o Lula começou
Vai seguir com a Dilma
Com a nossa força
E com o nosso amor
Ela sabe bem o que faz
Ela já mostrou que é capaz
Ajudou o Lula a fazer pra gente um Brasil melhor
Lula tá com ela
Eu também tô
Veja como o Brasil já mudou
Mas a gente quer mais
Quer mais e melhor
É com a Dilma que eu vou
É a mulher e sua força verdadeira
Eu tô com Dilma
Uma grande brasileira
É a mulher e sua força verdadeira
Eu tô com Dilma
Uma grande brasileira
Lula tá com ela
Eu também tô
Veja como o Brasil já mudou
Mas a gente quer mais
Quer mais e melhor
É com a Dilma que eu vou
Lula tá com ela
Eu também tô
Veja como o Brasil já mudou
Mas a gente quer mais
Quer mais e melhor
É com a Dilma que eu vou
Por que você deve votar em Dilma?. Total de pobres deve cair à metade no Brasil até 2014, diz jornal tucano
Convenção do PMDB fez o previsto: apoiou a coligação com Dilma
A convenção do PMDB, no sábado, foi realizada em clima calmo e de festa, diferente do que ocorreu em eleições anteriores.
A grande maioria votou e aprovou a coligação com o PT, o apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República, e Michel Temmer (PMDB) para vice.
A coligação é importante porque nenhum partido tem hegemonia sobre o eleitorado no Brasil. Não dá para subir no salto alto e acreditar que é fácil vencer sozinho, e muito menos que é possível governar com apenas com minorias.
Não seria prudente desfazer a aliança que vem dando certo para a governabilidade, e depois ter que começar de novo da estaca zero, perdendo preciosos meses ou mesmo o primeiro ano de governo, em meio a refazer arranjos políticos pela governabilidade.
O PMDB é forte em estados e municípios, mostrou força nas eleições municipais de 2008, tem apoio de um eleitorado mais de centro e de direita que tira votos que iriam para demo-tucanos, e o apoio do PMDB traz, além de força eleitoral, equilíbrio institucional contra o golpismo.
Getúlio Vargas, no pós-guerra, teve como base de apoio dois grandes partidos: o antigo PTB e o PSD. O primeiro era das massas trabalhadoras urbanas. O segundo das oligarquias rurais. Esse arranjo político levou a criação da Petrobrás, do BNDES, da Vale, da CSN, da indústria automobilística, nos governos Vargas e JK.
Lula, contando com o apoio do PMDB no governo, conseguiu levar adiante o PAC, retomar o pré-sal para o povo brasileiro, gerar milhões de empregos, expandir a rede técnica e universitária de ensino, fazer o programa Minha Casa, Minha Vida, o Luz para todos, o programa Territórios da Cidadania, o programa Territórios da Paz, trazer a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 para o Brasil, e tantas outras conquistas.
Dilma, em seu discurso na convenção peemedebista lembrou da história de lutas do antigo MDB pela redemocratização, de líderes como Ulisses Guimarães, e fez uma veemente defesa da democracia, inclusive criticando os métodos facistas que ainda imperam na imprensa golpista brasileira:
"Nós vamos defendê-la [a democracia] com todo o coração dos seus inimigos, os que tentam fazer o Brasil andar para trás levando de roldão as conquistas sociais do nosso povo... Vamos defender a democracia também dos seus maiores inimigos: a mentira, a manipulação e a falsidade".
O encontro é em Brasília, e o presidente Lula estará lá, fazendo o seu discurso.
O link de acesso é http://www.pt.org.br/portalpt/
Dilma enfrenta maratona de convenções neste fim de semana
A Convenção Nacional do PDT oficializa, neste sábado, pela manhã, em São Paulo, a coligação com o PT para disputa à Presidência da República. Dilma Rousseff comparece, a partir das 10h30.
De tarde, Dilma voa para Brasília, onde participa da Convenção Nacional do PMDB, as 15hs.
No domingo, dia 13, é a vez do PT fazer sua convenção Nacional oficializando a candidatura presdidencial, também em Brasília, as10h30. O Presidente Lula comparecerá.