EX DE DILMA: "É A MÍDIA SECTÁRIA QUE ELEGE O PT"
Ex-marido da presidente Dilma, o advogado Carlos Araújo, de quem ela é muito próxima, afirma que o PT soube assimilar todas as crises e por isso é um partido que sempre cresce politicamente, "porque corresponde às aspirações dos mais pobres e agrega setores de todas as demais classes sociais"; ele vê no radicalismo e sectarismo da imprensa uma das forças que impulsiona o PT; "A mídia fala durante seis meses que o Brasil irá à falência. Não foi. Depois o Brasil não exporta mais nada e tal. Ou então esgotou o mercado interno. Não acontece nada. Agora é inflação. De novo não acontece nada. A mídia esgota todos os temas e não acontece nada. O povo brasileiro tem sabedoria e esperteza, e não dá bola", diz
29 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 08:22
247 - O ex-marido da presidente Dilma Rousseff (PT), o advogado Carlos Franklin Paixão Araújo, de 76 anos, ex-preso político e pessoa muito próxima dela, afirma que o PT soube assimilar "perfeitamente" todas as "tormentas" que ocorreram envolvendo o partido, principalmente as crises e os desgastes causados pelo "mensalão". E, segundo ele, o grande aliado do PT nisso foi a mídia.
"As tormentas que ocorreram, o PT soube assimilá-las perfeitamente. Veio a tormenta do mensalão, e o Lula foi reeleito. Veio a outra onda do mensalão agora, com as prisões, e a Dilma está crescendo. Como explicar isso? A mídia colabora muito com o PT", diz, em entrevista ao jornalista Flávio Ilha, de "O Globo".
Para Carlos Araújo, "é a mídia que elege o PT, ao ser tão radical e sectária como tem sido". "A mídia fala durante seis meses que o Brasil irá à falência. Não foi. Depois o Brasil não exporta mais nada e tal. Ou então esgotou o mercado interno. Não acontece nada. Agora é inflação. De novo não acontece nada. A mídia esgota todos os temas e não acontece nada. O povo brasileiro, com sua sabedoria e sua esperteza, aproveita o futebol e as novelas que passam de graça na TV, mas para o resto não dá bola", avalia.
Embora afirme que o PT "perdeu seu conteúdo ideológico", o ex-marido da presidente diz que o partido "sempre cresce politicamente, porque, de uma forma ou de outra, corresponde às aspirações das camadas brasileiras mais necessitadas e também tem uma política que consegue agregar setores de várias classes sociais, desde a classe média até as elites".
Para ele, Dilma deve ser reeleita no próximo ano. Ele vê na oposição ausência de adversários. "O Eduardo Campos, a meu ver, cometeu um erro tremendo, se antecipou ao debate. O Lula tem essa visão de que o PT precisará passar o poder para alguém, desde que seja do mesmo viés ideológico. Deveria ser o Campos, naturalmente, mas ele precipitou as coisas. Não tem como se recuperar. O Aécio Neves simplesmente não existe", ressalta.
Entrevista completa aqui
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/125327/Ex-de-Dilma-%C3%A9-a-m%C3%ADdia-sect%C3%A1ria-que-elege-o-PT.htm
PARA FRIAS, DILMA SE RENDEU A SEU DIAGNÓSTICO
PARA FRIAS, DILMA SE RENDEU A SEU DIAGNÓSTICO
Em editorial publicado neste domingo, a Folha de S. Paulo, de Otávio Frias Filho, afirma que o governo Dilma fez tudo errado nos seus três primeiros anos, mas recuou depois de ser pressionado "pelas ruas, pelo descrédito internacional, pelo aumento das taxas de juros no mercado doméstico"; será que essa crítica faz sentido num país que fecha 2013 com a menor taxa de desemprego da história, inflação dentro da meta, equilíbrio fiscal e leilões bem-sucedidos em estradas e aeroportos?
29 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 06:51
247 - Em editorial publicado neste domingo, a Folha de S. Paulo faz uma curiosa leitura da realidade. Segundo o texto do jornal de Otávio Frias Filho, o governo se rendeu ao seu diagnóstico na economia. Faz sentido? Leia abaixo:
O governo rendeu-se
Pressionada pelos próprios fracassos e pelo descrédito internacional, administração Dilma percebeu que precisa mudar a política econômica
Muito a contragosto, o governo rendeu-se às críticas de que sua política econômica conduziria o país a uma crise grave. Premido pelo esvaziamento de seus cofres, rendeu-se ao fato de que não pode continuar a gastar como nos primeiros anos de Dilma Rousseff.
Acuado pelo risco de fracasso das privatizações de serviços públicos, rendeu-se à necessidade de reformular os leilões de concessão.
Rendeu-se ainda à necessidade de dar combate direto à inflação, e a taxa básica de juros voltou a subir. Rendeu-se ao descrédito e malogro de sua política de controlar preços, diretamente ou por meio de desonerações de impostos, embora os desarranjos ainda permaneçam, maquiando e reprimindo artificialmente a inflação.
O esgotamento do arsenal de medidas de estímulo econômico e de intervenção em preços e rendas não resultou em progresso nem segundo os critérios do governo.
A presidente e seus ministros diziam no início de 2011 que a economia cresceria a 6% ao ano; mudaram para 4,5% em 2012. No final do ano passado, acreditavam em expansão de 4% neste 2013. Na média anual, o PIB do triênio não terá avançado mais de 2%.
Seria difícil ter crescido muito mais que isso, sob qualquer governo. No início dos anos Dilma, o país tinha de lidar com os problemas da crise mundial, os excessos do final da gestão Lula, os efeitos de quase meia década de inércia reformista, entre outros obstáculos.
Mas é lamentável que o triênio tenha sido perdido em tentativas pueris de estimular a economia no curto prazo, como se o país estivesse pronto para deslanchar.
Impressionado pelas ruas, pelo descrédito internacional, pelo aumento das taxas de juros no mercado doméstico, o governo cedeu. Até sua estimativa de crescimento é mais modesta para 2014: "melhor que o deste ano", apenas.
Ainda assim, não se percebe atitude positiva do governo. Desistiu de acumular equívocos, mas não deu provas de que vai reformular de modo decisivo sua política. Se por mais não fosse, 2014 é ano de eleição. Convém não fazer marolas, não desagradar nem a comunidade financeira nem o eleitorado.
Seria ingênuo, pois, reivindicar que fizesse logo o ajuste necessário para o país retomar ao menos o caminho da normalidade, tendo, assim, condições de refletir sobre alternativas de desenvolvimento.
Normal seria o governo ao menos controlar sua dívida. Desistir de reprimir preços --arbitrariedade que, por exemplo, avaria a mais importante empresa do país, a Petrobras. Normal seria o realismo tarifário no setor elétrico, nos serviços públicos a conceder; seria a redução de subsídios caríssimos a empresas, por meio do BNDES.
Trata-se de uma proposta muito modesta, nada além de um primeiro e pequeno passo para que o Brasil se habilite a planejar e modificar o seu futuro, nublado por três anos de imediatismos simplórios e, obviamente, ineficazes.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/125320/Para-Frias-Dilma-se-rendeu-a-seu-diagn%C3%B3stico.htm