COPA IMPULSIONA ECONOMIA NO MORRO SANTA MARTA
Recebendo normalmente dois mil turistas por mês, o morro Santa Marta deve ter a quantidade de visitantes dobrada durante a realização da Copa do Mundo. Guias turísticos, comerciantes e moradores comemoram o aumento no fluxo de pessoas e pintam ruas, muros e casas com as cores do Brasil
17 DE JUNHO DE 2014 ÀS 11:02
Favela 247 – Primeira favela do Rio de Janeiro a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), em dezembro de 2008, o morro Santa Marta, no bairro de Botafogo, contabiliza os lucros obtidos com a chegada da Copa do Mundo e a confiança de turistas e cariocas em andar pelas ruas da comunidade. “Temos cinco empresas de turismo na favela e não estamos dando conta da demanda. Normalmente são dois mil visitantes por mês aqui, mas acho que na Copa este número vai chegar a quatro mil”, explica uma dos sete guias de turismo credenciados pelo Ministério do Turismo para atuar no local, Salete Martins, em matéria do Portal da Copa.
Um dos beneficiados por esse aumento no fluxo de pessoas no morro será o comerciante Antônio Custódio, dono do Bar do Tota. Localizado na entrada do morro, o estabelecimento terá um telão para transmitir os jogos do Brasil. “O pessoal está muito empolgado e acho que vai ser uma boa oportunidade para o comércio daqui”, comemora.
Bandeiras do Brasil, desenhos dos jogadores da seleção, do mascote da Copa (Fuleco) e outras pinturas em verde e amarelo enfeitam também os muros, portas e escadarias do Santa Marta. A iniciativa partiu do barbeiro Anderson Silva do Nascimento, dono do Mina D’água, inaugurado há quatro meses. “Ficamos um dia das 14h às 23h fazendo a pintura. Agora só falta o Brasil jogar”, disse.
Por Giuliander Carpes, do Portal da Copa
Primeira favela a receber UPP no Rio de Janeiro, Santa Marta se anima e se colore com a Copa
Com liberdade econômica e de expressão, comerciantes lucram com turismo e moradores pintam o morro de verde e amarelo
Basta caminhar alguns metros pela rua Marechal Francisco de Moura, no centro do bairro de Botafogo, que logo se avista a favela Santa Marta, entre o Corcovado e a baía onde está o Pão de Açúcar. A localização é privilegiada, bem no meio dos pontos mais conhecidos do Rio de Janeiro, e o colorido das casas já virou tradição. Há três semanas, os moradores começaram a se mobilizar.
Já na abertura do Mundial, o verde, o amarelo, o azul e o branco terão se transformado nas cores de vários pontos da comunidade, que fica a dez quilômetros do Estádio Maracanã. E vai ter Copa ali também. O projeto social “Tudo de Cor para Você”, da empresa Coral, forneceu mais de 500 litros de tinta e 1.500 camisetas verde-amarelas. Os moradores fizeram o resto.
Caminhando pelos becos de Santa Marta é possível avistar bandeiras do Brasil, desenhos dos jogadores da Seleção, do Fuleco (mascote da Copa) e outras pinturas com as cores do país em muros, portas e escadarias. O barbeiro Anderson Silva do Nascimento, 31 anos, foi quem deu o pontapé inicial.
Ele abriu um salão no local conhecido como Mina D’água há quatro meses. Logo, teve a ideia de colorir seu estabelecimento comercial e tudo ao redor. “Aqui é um local muito conhecido pelas pessoas por causa da mina (fonte d’água). Conversamos com o Rodrigo (Mascarenhas, do projeto social) sobre a disponibilidade de tinta, que é um negócio caro. Ele nos forneceu a tinta e o pessoal se animou bastante. Ficamos um dia das 14h às 23h fazendo a pintura. Agora, só falta o Brasil jogar”, disse.
Mascarenhas conta que quando os moradores souberam da ideia começaram a bater na porta do projeto pedindo tinta para fazer algo parecido. A procura foi tanta que o material acabou. A Copa vai começar e ainda há pessoas aguardando em uma lista de espera para poder pintar as casas. “Distribuímos 55 kits com pincéis e todo o resto. As cores do Brasil estão por vários becos. Está ficando muito bonito”, afirma.
Segurança
Jamais a favela Santa Marta, que recebeu a primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro em dezembro de 2008, foi colorida desta forma. Segundo os moradores, a falta de apoio para comprar as tintas e a necessidade de pedir autorização para o tráfico de drogas, que mandava no local, eram os maiores obstáculos.
“Antes não havia a mínima condição de fazermos o que estamos fazendo agora. Só o fato de não ter tiroteio ajuda muito. Já precisei me deitar no chão, aqui na rua, por causa de tiro”, conta Salete Martins, 44 anos, moradora da comunidade há 36 anos. Ela é um dos sete guias de turismo do local, credenciados pelo Ministério do Turismo, e ajudou o marido a pintar uma barraquinha onde vende comida nordestina à noite.
Ponto Turístico
A pacificação ajudou o Santa Marta a se tornar um local de atração de turistas no Rio de Janeiro. Durante a Copa, o número de passeios feitos pelos guias dobrou. “Há muita procura e 70% é de estrangeiros. Se eu pudesse ficar no estande lá na entrada da favela acho que faria dois tours pela manhã e dois pela tarde. Temos cinco empresas de turismo na favela e não estamos dando conta da demanda. Normalmente são dois mil visitantes por mês aqui, mas, acho que na Copa este número vai chegar a quatro mil”, explica Salete.
A guia conta que os turistas fazem compras e experimentam outros aspectos da comunidade durante a caminhada de duas horas. E a economia local se fortalece. “A gente está conseguindo provar que favela é mais do que pobreza e violência. Temos história para contar, aspectos culturais, gastronomia e lojas de souvenirs. Todo mundo pode se dar bem com o turismo”.
NAVIO COM MAIS DE 3 MIL MEXICANOS CHEGA A FORTALEZA
Capital cearense, que sediará o jogo de hoje entre Brasil e México, está tomada de turistas mexicanos; navio trouxe 3,7 mil torcedores do México e segue viagem amanhã para outras cidades-sede da Copa
17 DE JUNHO DE 2014 ÀS 11:37
Karine Melo-Repórter da Agência Brasil
A capital cearense, que sediará o jogo de hoje (17) entre o Brasil e o México, recebeu ontem (16) um transatlântico com 3,6 mil turistas mexicanos a bordo, a maioria ficará hospedada no próprio navio até amanhã (18), depois a embarcação segue viagem para outras cidades-sede da Copa. A embarcação inaugurou a nova Estação de Passageiros do Porto de Mucuripe que custou R$ 205 milhões.
Segundo a Secretaria de Turismo do estado, no desembarque, a recepção foi à moda brasileira com distribuição de brindes e degustação de produtos típicos como castanhas, rapadura e bebida, além de apresentações culturais. "Agora os turistas chegam ao Ceará em um terminal moderno, confortável, com vista panorâmica da orla de Fortaleza, bem diferente do que havia antes", explicou o secretário de Turismo, Bismarck Maia.
Mais 12 mil mexicanos virão ao Ceará, totalizando 17 mil torcedores. Em 16 voos fretados da Aeromexico Air Lines virão 3,2 mil passageiros, e outros nove mil vêm de outros estados, em voos domésticos, carros ou ônibus interestaduais.
Assim, os mexicanos são maioria entre os turistas estrangeiros em Fortaleza (48,85%), em segundo lugar estão os norte-americanos (21,15%), seguidos por australianos e alemães (ambos com 3,85%) e de suíços (3,46%). Já entre os turistas brasileiros a maioria veio de São Paulo (18,57%), Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro (10%). Os turistas do interior do Ceará na capital somam 8,81% e da Paraíba, 8,10%, os de Pernambuco e do Piauí, 7,14% cada.
Todos os 60 mil ingressos para a partida entre Brasil e México, na Arena Castelão, foram vendidos com antecedência. De acordo com a Federação Internacional de Futebol (Fifa), 16.614 compradores são estrangeiros, e 43.452, brasileiros.
Na sexta-feira (20), será a vez de as cores da alemanha se misturarem ao verde e amarelo dos brasileiros. Os cearences vão receber o voo inaugural entre Frankfurt e Fortaleza, da Condor Airlines, às 15h, com 230 passageiros e também preparam uma festa já na pista de pouso. A seleção alemã enfrenta a equipe de Gana no sábado (21), na Arena Castelão.