EM REDE NACIONAL, DILMA DEFENDE COPA E PEDE UNIÃO
Presidente Dilma convocou rede nacional de rádio e televisão para defender o legado da Copa do Mundo, que começa nesta quinta-feira; foi uma mensagem dura contra os derrotistas; "Os pessimistas diziam que não teríamos Copa porque não teríamos estádios. Os estádios estão aí, prontos. Diziam que não teríamos Copa porque não teríamos aeroportos. Praticamente, dobramos a capacidade dos nossos aeroportos. Chegaram a dizer que iria haver racionamento de energia. Quero garantir a vocês: não haverá falta de luz na Copa, nem depois", afirmou; ela também atacou a crítica de manifestantes, que defendiam maiores investimentos em áreas sociais; "Desde 2010, quando começaram as obras dos estádios, até 2013, o governo federal, os estados e municípios investiram cerca de 1 trilhão e 700 bilhões de reais em educação e saúde. Ou seja: no mesmo período, o valor investido em educação e saúde no Brasil é 212 vezes maior que o valor investido nos estádios", disse; íntegra e vídeo
10 DE JUNHO DE 2014 ÀS 21:20
247 - A presidente Dilma Rousseff entrou em campo e partiu para o ataque. Nesta noite, ela convocou rede nacional de rádio e televisão para defender o legado da Copa, pedir a união dos brasileiros em torno do evento e e também combater alguns mitos, como o de que os investimentos em estádios estariam desviando recursos de áreas sociais. "Desde 2010, quando começaram as obras dos estádios, até 2013, o governo federal, os estados e municípios investiram cerca de 1 trilhão e 700 bilhões de reais em educação e saúde. Ou seja : no mesmo período, o valor investido em educação e saúde no Brasil é 212 vezes maior que o valor investido nos estádios", disse ela.
Leia, abaixo, a íntegra do pronunciamento - e veja o vídeo:
Minhas amigas e meus amigos,
A partir desta quinta-feira, os olhos e os corações do mundo estarão voltados para o Brasil, acompanhando a maior Copa da história.
Pelo menos 3 bilhões de pessoas vão se deixar fascinar pela arte das 32 melhores seleções de futebol do planeta.
Para o Brasil, sediar a Copa do Mundo é motivo de satisfação, de alegria e de orgulho.
Em nome do povo brasileiro, saúdo a todos que estão chegando para esta que será, também, a Copa pela paz e contra o racismo;
a Copa pela inclusão e contra todas as formas de violência e preconceito;
a Copa da tolerância, da diversidade, do diálogo e do entendimento.
A Seleção Brasileira é a única que disputou todas as Copas do Mundo realizadas até hoje.
Em todos os países, sempre fomos muito bem recebidos.
Vamos retribuir, agora, a generosidade com que sempre fomos tratados, recebendo calorosamente quem nos visita.
Tenho certeza de que, nas 12 cidades-sede, os visitantes irão conviver com um povo alegre, generoso e hospitaleiro, e se impressionar com um país cheio de belezas naturais e que luta, dia a dia, para se tornar menos desigual.
Amigos de todo o mundo: cheguem em paz!
O Brasil, como o Cristo Redentor, está de braços abertos para acolher todos vocês.
O Brasil, como o Cristo Redentor, está de braços abertos para acolher todos vocês.
Brasileiras e Brasileiros,
Para qualquer país, organizar uma Copa é como disputar uma partida suada - e muitas vezes sofrida.
Com direito a prorrogação e disputa nos pênaltis.
Mas o resultado e a celebração final valem o esforço.
O Brasil venceu os principais obstáculos e está preparado para a Copa, dentro e fora do campo.
Para que esta vitória seja ainda mais completa é fundamental que todos os brasileiros tenham uma noção correta de tudo que aconteceu.
Uma visão sem falso triunfalismo, mas também sem derrotismo ou distorções.
Como se diz na linguagem do futebol: treino é treino, jogo é jogo.
No jogo, que começa agora, os pessimistas já entram perdendo.
Foram derrotados pela capacidade de trabalho e a determinação do povo brasileiro, que não desiste nunca.
Os pessimistas diziam que não teríamos Copa porque não teríamos estádios.
Os estádios estão aí, prontos.
Diziam que não teríamos Copa porque não teríamos aeroportos.
Praticamente, dobramos a capacidade dos nossos aeroportos.
Eles estão prontos para atender quem vier nos visitar; prontos para dar conforto a milhões de brasileiros.
Chegaram a dizer que iria haver racionamento de energia. Quero garantir a vocês: não haverá falta de luz na Copa, nem depois dela.
O nosso sistema elétrico é robusto, é seguro, pois trabalhamos muito para isso.
Chegaram também ao ridículo de prever uma epidemia de dengue na Copa em pleno inverno, no Brasil!
Além das grandes obras físicas e da infraestrutura, estamos entregando um sistema de segurança capaz de proteger a todos, capaz de garantir o direito da imensa maioria dos brasileiros e dos nossos visitantes que querem assistir os jogos da Copa.
Estamos entregando, também, um moderno sistema de comunicação e transmissão que reúne o que há de mais avançado em tecnologia, incluindo redes de fibra ótica e equipamentos de última geração, em todas as 12 sedes.
Minhas amigas e meus amigos,
A Copa apressou obras e serviços que já estavam previstos no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC.
Construímos, ampliamos ou reformamos aeroportos, portos, avenidas, viadutos, pontes, vias de trânsito rápido e avançados sistemas de transporte público.
Fizemos isso, em primeiro lugar, para os brasileiros.
Tenho repetido que os aeroportos, os metrôs, os BRTs e os estádios, não voltarão na mala dos turistas.
Ficarão aqui, beneficiando a todos nós.
Uma Copa dura apenas um mês, os benefícios ficam para toda vida.
Os novos aeroportos não eram necessários apenas para receber os turistas na Copa.
Com o aumento do emprego e da renda, o número de passageiros mais que triplicou nos últimos dez anos: de 33milhões em 2003, saltamos para 113 milhões de passageiros no ano passado, e devemos chegar a 200 milhões em 2020.
Por isso, precisávamos modernizar nossos aeroportos para, acima de tudo, melhorar o dia-a-dia dos brasileiros que,cada vez mais, viajam de avião.
Agora também temos estádios modernos e confortáveis, de Norte a Sul do país, à altura do nosso futebol e dos nossostorcedores.
Além de servir ao futebol, serão estádios multiuso: vão funcionar também, como centros comerciais, de negócios e de lazer, e palcos de shows e festas populares.
Minhas amigas e meus amigos,
Tem gente que alega que os recursos da Copa deveriam ter sido aplicados na saúde e na educação.
Escuto e respeito essas opiniões, mas não concordo com elas. Trata-se de um falso dilema.
Só para ficar em uma comparação: os investimentos nos estádios, construídos em parte com financiamento dos bancos públicos federais, e em parte com recursos dos governos estaduais e das empresas privadas, somaram 8 bilhões de reais.
Desde 2010, quando começaram as obras dos estádios, até 2013, o governo federal, os estados e municípios investiram cerca de 1 trilhão e 700 bilhões de reais em educação e saúde. Repito, 1 trilhão e 700 bilhões de reais.
Ou seja : no mesmo período, o valor investido em educação e saúde no Brasil é 212 vezes maior que o valor investido nos estádios.
Vale lembrar, ainda, que os orçamentos da saúde e da educação estão entre os que mais cresceram no meu governo.
É preciso olhar os dois lados da moeda.
A Copa não representa apenas gastos, ela traz também receitas para o país.
É fator de desenvolvimento econômico e social.
Gera negócios, injeta bilhões de reais na economia, cria empregos.
De uma coisa não tenham dúvida: as contas da Copa estão sendo analisadas, minuciosamente, pelos órgãos de fiscalização.
Se ficar provada qualquer irregularidade, os responsáveis serão punidos com o máximo rigor.
Se ficar provada qualquer irregularidade, os responsáveis serão punidos com o máximo rigor.
Minhas amigas e meus amigos,
O Brasil que recebe esta Copa é muito diferente daquele país que, em 1950, recebeu sua primeira Copa.
Hoje, somos a 7ª economia do planeta e líderes, no mundo, em diversos setores da produção industrial e do agronegócio.
Nos últimos anos, nosso país promoveu um dos mais exitosos processos de distribuição de renda, de aumento do nível de emprego e de inclusão social.
Reduzimos a desigualdade em níveis impressionantes, levando, em uma década, 42 milhões de pessoas à classe média e retirando 36 milhões de brasileiros da miséria.
Somos também um país que, embora tenha passado há poucas décadas por uma ditadura, tem hoje uma democracia jovem, dinâmica e pujante.
Desfrutamos da mais absoluta liberdade e convivemos com manifestações populares e reivindicações que nos ajudam a aperfeiçoar, cada vez mais, nossas instituições democráticas.
Instituições que nos respaldam tanto para garantir a liberdade de manifestação como para coibir excessos e radicalismos de qualquer espécie.
Meus queridos jogadores e querida Comissão Técnica,
Debaixo da camisa verde-amarela, vocês materializam um poderoso patrimônio do povo brasileiro.
A Seleção representa a nacionalidade. Está acima de governos, de partidos e de interesses de qualquer grupo.
Por isso, vocês merecem que um dos legados desta Copa seja, também, a modernização da nossa estrutura do futebol e das relações que regem nosso esporte.
O Brasil precisa retribuir a vocês, e a todos os desportistas, tudo o que vocês têm feito por nosso povo e por nosso país.
O povo brasileiro ama e confia em sua Seleção.
Estamos todos juntos para o que der e vier.
Viva a Paz!
Viva a Copa!
Viva o Brasil!
Viva a Copa!
Viva o Brasil!
Obrigada e Boa Noite.
DILMA VAI AO ATAQUE E REVELA SUAS ARMAS CONTRA OPOSICIONISTAS
CHRISTINA LEMOS
Dilma ainda acusou a oposição de defender uma "agenda do retrocesso" e deu mostras de que vai investir na polarização política: "Eu não fui eleita para desempregar ninguém"
A presidente Dilma fez nesta terça-feira um surpreendente discurso durante a convenção do PMDB que renovou o apoio do partido à aliança governistas na esfera federal. Mesmo com a voz prejudicada pela gripe, a petista se exaltou como se estivesse em um palanque e acusou a oposição de "surrupiar" programas de governo do PT, no mais duro discurso dos últimos meses.
"Quando tiveram a oportunidade de fazer [ações de inclusão social], não só não fizeram, como foram contra!" - declarou, referindo-se à atitude da oposição ante os programas implementados desde Lula e que foram desenvolvidos, segundo Dilma, "sem eles [os oposicionistas] e apesar deles".
A presidente também adiantou parte das armas que usará durante a campanha. Listou os programas e ações de governo, hoje consolidados, e que foram atacados por uma oposição, que "sempre tentou excluir os pobres". Mencionou especificamente o Prouni, Enem, Mais Médicos, Bolsa Família, Escolas Técnicas, Minha Casa Minha Vida, e anunciou: "Temos o que apresentar e vamos apresentar!"
Dilma ainda acusou a oposição de defender uma "agenda do retrocesso" e deu mostras de que vai investir na polarização política: "Eu não fui eleita para desempregar ninguém, para encolher o salário do trabalhador, para pôr o Brasil de joelhos" - numa referência às propostas de mudanças na gestão econômica, feitas por adversários.
A convenção pemedebista acabou servindo como ensaio da campanha e permitiu que Dilma deixasse de lado por alguns instantes a liturgia do cargo de presidente para dar uma amostra de seu poder de fogo e do tom que adotará nos palanques e na tv. Basta cutucar.
ANTIBRASILEIRO PROFISSIONAL
MARCELO ZERO
O surgimento de cidadãos dedicados, 24 hs por dia, a torcer para o Brasil dar errado
-O Senhor é patriota?
-Amador.
-Amador?
-É, porque profissional é o Senhor, que é pago para isso.
Esse teria sido o diálogo travado entre o grande advogado Sobral Pinto e o coronel que o prendeu em Goiânia, durante a ditadura militar. Na realidade, as palavras devem ter sido diferentes, mas o sentido geral foi esse.
Sobral sentiu-se extremamente ofendido pela pergunta e retrucou à altura. O grande advogado, católico fervoroso e conservador, detestava a ditadura e suas violências, mas amava profundamente o seu país. O mesmo acontecia com outros opositores do regime militar. Os jovens que aderiram à luta armada contra a ditadura, como Dilma Rousseff, também tinham grande amor pelo Brasil e profunda fé em seu enorme potencial. Na realidade, eles queriam, a sua maneira, libertar o Brasil do “imperialismo” e das amarras que o prendiam ao atraso e às injustiças. Eles achavam que, uma vez liberto, o Brasil e seu povo encontrariam a sua real grandeza.
Ninguém ali tinha complexo de vira-lata. Ninguém se achava menor por ser brasileiro. Ninguém era pessimista, em relação ao Brasil. A bem da verdade, tratava-se de gente que, por acreditar muito no país, era capaz de dar sua vida por ele, como alguns fizeram. E, na Copa de 1970, todos acabaram torcendo pela Seleção.
Agora, a coisa mudou. Para se fazer oposição ao governo popular e democrático do país, parece que o requisito é ser anti-Brasil. Parece necessário se ter um grande desprezo pelo país, e mais ainda pelo seu povo. É imprescindível ser um pessimista que transmita seu desprezo a tudo que é brasileiro com sincopado abanar de rabo e latidos histéricos.
Pelo menos é o que a mídia conservadora e oligopolizada, nosso maior partido de oposição, vem fazendo com grande afinco. Com efeito, para tentar impedir a reeleição da presidenta instaurou-se um vale-tudo que não se acanha em atropelar a autoestima do brasileiro e prejudicar o país.
Tudo é apresentado sob uma ótica distorcida pelo ódio, o pessimismo e o desprezo. Parece que vivemos no último país do mundo, sempre à beira do colapso e irremediavelmente condenado ao atraso pela incompetência e a ignorância de seu próprio povo.
Faz-se tabula rasa de todos os grandes avanços acontecidos na última década e do fato de que o Brasil é um dos países que melhor enfrenta a crise mundial, para se criar um clima pesado de pessimismo e negatividade, o qual, embora não tenha substrato empírico, tem impacto real na psique coletiva do país. E na imagem do Brasil.
A cobertura da Copa é exemplar, a este respeito. Faz-se uma inversão de tudo o que acontece. O novo estádio, muitíssimo melhor que o antigo, que caía aos pedaços, afugentando e ameaçando torcedores, não é notícia. O que é notícia, espalhafatosa e histérica, é o “atraso”, a “goteira”, o “tapume”, e os supostos e até agora não comprovados “superfaturamentos”. O novo aeroporto, também muito melhor que o antigo, de que tantos reclamavam, também não é notícia. O que é notícia é a não-instalação (ainda) da Polícia Federal no local e a confusão em torno da saída de um voo internacional.
As grandes obras de mobilidade urbana, tão necessárias à nossa população das grandes cidades, ou são ignoradas ou são apresentadas pelo mesmo viés negativo.
Distorce-se muito o tempo todo. Até mesmo a taxa de desemprego em seu mínimo histórico é apresentada sob uma ótica negativa, sob a desculpa de que a taxa de inatividade cresceu, o que, na realidade, também é uma boa notícia, pois indica que os nossos jovens estão estudando mais, graças ao aumento das rendas das famílias.
Quando não se pode distorcer, chega-se, em alguns casos, à mentira pura e simples. A velha mídia se esmerou em propagar a ideia de que os investimentos na Copa tinham sido feitos a expensas dos investimentos em Saúde e Educação.
Tudo mentira, é óbvio. Os dados mostram que gastos com os estádios, na realidade empréstimos do BNDES que terão de ser pagos, corresponderam, em quatro anos, a cerca de RS$ 8 bilhões, ao passo que os investimentos em Saúde e Educação ultrapassaram R$ 850 bilhões. A manchete correta sobre o tema seria: “Brasil gasta menos de 1% com estádios do que gasta com Saúde e Educação”. No entanto, essa manchete nunca veio, ou, se veio, veio com muito atraso.
E a distorção sistemática não se refere somente à Copa. Distorcem-se as informações sobre o ENEM, um mecanismo republicano de acesso à universidade, que é atacado sistematicamente por aqueles que ignoravam os grandes problemas e limitações dos nossos vestibulares. Distorcem-se os dados sobre o Bolsa Família, sempre apresentado como um programa que incentiva a preguiça. Inventa-se uma inflação “sem controle”. Em certos meios, mente-se até sobre a Justiça, como no caso da AP 470. A lista é inesgotável.
Claro está que não se deseja que a imprensa oculte problemas e não faça críticas. Mas deveria haver um mínimo de equilíbrio e isenção. Afinal, qual é a contribuição que uma mídia que não disponibiliza informação fidedigna à população presta à democracia? Claro está também que, se a Copa e todas essas grandes obras tivessem sido feitas nos governos conservadores de antanho, a louvação derretida dessa mesma mídia oligopolizada seria interminável e nauseante.
O curioso é que esse esforço furioso da mídia conservadora não surte o efeito desejado. Os candidatos da oposição não conseguem decolar. O clima de pessimismo e desconforto embalado pela mídia parece atingir, a bem da verdade, a política de um modo geral e todas as instituições democráticas. Ninguém está conseguindo se beneficiar com isso.
Mas, se ninguém se beneficia, o dano causado ao país é real. Quanto turistas deixaram de vir ao Brasil por causa dessa campanha sistemática? Será que não há investimentos que foram cancelados por causa disso? Em todo caso, se a Copa for um grande fracasso, quem pagará o preço, por várias décadas, será o Brasil; não o governante de plantão.
O dano maior, contudo, é o dano à autoestima do brasileiro. Um dano terrível. Já ouvi crianças de nove anos dizerem que torcerão por times estrangeiros, porque o Brasil é um “país feio”. Já vi adultos declararem que não colocaram bandeiras do Brasil em seus carros porque temem “pichações”. Vejam a que ponto chegamos: há pessoas no Brasil que temem declarar o seu amor pelo próprio país. Quem pagará por esse crime?
Deveria ser o antibrasileiro profissional. Aquele que é revelado pelo seguinte diálogo:
-O Senhor é antipatriota?
-Profissional.
-Profissional?
-É, porque eu sou pago para fazer esse servicinho sujo contra o Brasil.