KASSAB MANTÉM PALAVRA E LEVA PSD PARA DILMA
Convenção nacional do partido aprovou apoio à candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição; PSD vinha sendo assediado para compor coligação chefiada pelo PSDB, com direito a ter ex-presidente do BC Henrique Meirelles como vice de Aécio Neves; presidente da legenda, ex-prefeito Gilberto Kassab garantia que não romperia compromisso com Dilma; cumpriu a palavra; Kassab declarou que ouvirá o partido sobre ter o ex-presidente Henrique Meirelles como candidato a governador de São Paulo; no horário político, PSD leva 1min40s para o moinho do PT; Dilma também ganhou hoje apoio do PR
25 DE JUNHO DE 2014 ÀS 12:57
247 - "Impossível" era a palavra que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, vinha utilizando para falar a respeito das chances de o partido romper seu compromisso com a presidente Dilma Rousseff e fechar uma coligação com o PSDB. Não há mais dúvida, agora, de que Kassab falava sério. Realizada em Brasília, a convenção nacional do PSD aprovou o apoio à reeleição de Dilma. Com isso, a coligação liderada pelo PT ganha mais 1min40s no horário eleitoral gratuito. O presidenciável Aécio Neves declarou que tinha todo interesse em contar com o ex-presidente do BC Henrique Meirelles, filiado ao PSD, para ser seu vice, mas a articulação não prosperou. Kassab passou todo o processo garantindo que não romperia o acordo anterior feito com a presidente. Cumpriu a palavra.
Agora, o ex-prefeito passa a cuidar do seu destino político. A convenção estadual do PSD acontece no sábado 29. Estarão em jogos as possibilidades de candidatura própria ou apoio ao PSDB do governador Geraldo Alckmin. As conversas entre Kassab e Alckmin evoluíram muito nos últimos dias. O ex-prefeito está a um passo de se tornar candidato a senador na chapa liderada por Alckmin à reeleição, mas depende ainda de uma solução para o ex-governador José Serra, que teria de contentar-se em concorrer a deputado federal. Kassab já se comprometeu com Alckmin a não entrar em debates sobre temas nacionais durante a campanha, muito menos fazer menção ao apoio nacional de seu partido a Dilma. O discurso da campanha ficaria circunscrito a temas estaduais.
Além da possibilidade do Senado, surgiu hoje um novo caminho, com a eventual candidatura de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, ao governo de São Paulo. "Ele aceitou submeter seu nome à avaliação do partido", disse Kassab na convenção que selou o apoio a Dilma.
Abaixo, notícia da agência Reuters sobre a convenção do PSD:
BRASÍLIA (Reuters) - O PSD aprovou em convenção nacional nesta quarta-feira o apoio à candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, levando à coligação encabeçada pelo PT cerca de um minuto e meio de tempo de televisão na propaganda eleitoral gratuita.
Criado pelo então prefeito de São Paulo e atual presidente da legenda, Gilberto Kassab, o PSD aprovou o apoio a Dilma com 108 votos favoráveis, de um total de 114.
Questionado sobre o empenho efetivo de correligionário na campanha de Dilma, já que em diversos Estados o PSD tem fechado alianças com siglas adversárias do PT, Kassab afirmou que a decisão de apoiar a presidente nacionalmente reflete a vontade do partido.
"Se não tivesse o empenho ou a vontade de que o partido apoiasse, o Diretório não se manifestaria a favor dela", disse o presidente do PSD antes do anúncio oficial do apoio decidido pela convenção.
O PSD de Kassab --que foi eleito vice-prefeito de São Paulo numa chapa encabeçada por um dos maiores adversários do PT, José Serra (PSDB), de quem se tornou próximo-- tem apoiado o governo Dilma nas votações no Congresso e ocupa a Secretaria da Micro e Pequena Empresa.
O partido conta com um das maiores bancadas na Câmara, o que é contabilizado na distribuição dos segundos da propaganda eleitoral gratuita.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
PSD PODE SURPREENDER COM MEIRELLES AO GOVERNO
Especulação foi publicada nesta manhã no blog do jornalista Fernando Rodrigues; "Agora, como o PSD ficou sem opções de alianças atraentes em São Paulo, abriu-se uma janela de oportunidade para Meirelles. Ele entraria na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes como candidato próprio da legenda. Poderá se apresentar como uma possível terceira via, entre PT e PSDB –pois as pesquisas mostram haver um esgotamento por parte do eleitorado quando se trata de votar nessas duas legendas", diz ele
25 DE JUNHO DE 2014 ÀS 08:18
247 - O PSD, de Gilberto Kassab, que realiza hoje sua convenção nacional para selar o apoio à presidente Dilma Rousseff, pode estar preparando uma surpresa para as eleições estaduais, em São Paulo. A ideia seria lançar Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, como candidato ao Palácio dos Bandeirantes.
Meirelles já foi assediado como vice dos sonhos de Aécio Neves e senador ideal na chapa de Geraldo Alckmin. Como candidato ao Palácio dos Bandeirantes, dificilmente seria atacado pelo PSDB. Além disso, tem ótima relação com o ex-presidente Lula, que poderia enxergar na sua candidatura uma espécie de "Plano B", caso o projeto de Alexandre Padilha não decole.
Leia, abaixo, a informação publicada no blog de Fernando Rodrigues:
Deputados da legenda querem um nome próprio para expor o número do PSD na propaganda eleitoral
Do blog de Fernando Rodrigues
Surgiu uma novidade na disputa eleitoral paulista. O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles está cogitando concorrer a governador do Estado de São Paulo.
Meirelles teve várias conversas nos últimos dias com dirigentes do PSD, seu partido. Ele havia sido citado antes como candidato ao Senado. Não se interessou. “Se fosse um cargo no Executivo…”, sugeriu várias vezes em conversas reservadas. Seu nome também apareceu como possível candidato a vice-presidente da República na chapa de Aécio Neves (PSDB), mas essa especulação nunca prosperou.
Agora, como o PSD ficou sem opções de alianças atraentes em São Paulo, abriu-se uma janela de oportunidade para Meirelles. Ele entraria na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes como candidato próprio da legenda. Poderá se apresenta como uma possível terceira via, entre PT e PSDB –pois as pesquisas mostram haver um esgotamento por parte do eleitorado quando se trata de votar nessas duas legendas.
Meirelles tem um trunfo: tem excelente relação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi o presidente do Banco Central por 8 anos.
Hoje, a terceira via em São Paulo é representada por um partido tradicional, o PMDB, que lançou Paulo Skaf ao cargo. Skaf é presidente licenciado da Fiesp. Tem 21% das intenções de voto. O líder das pesquisas é Geraldo Alckmin (PSDB), com 44%, tudo de acordo com o Datafolha.
Se entrar agora na disputa, a chance de Meirelles ter sucesso é incerta, para dizer o mínimo. Mas ele estaria finalmente fazendo sua entrada na política eleitoral em São Paulo, preparando-se para voos mais altos. O PSD tem individualmente o terceiro maior tempo de TV e rádio na propaganda eleitoral (atrás de PT e PMDB). O ex-presidente do BC ficaria, no mínimo, conhecido dos paulistas.
Daqui a dois anos, em 2016, há eleição para prefeito. Se fizer uma campanha difundindo seu nome entre os paulistanos, Meirelles estará se cacifando para ser um nome competitivo do PSD na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
Ao mesmo tempo, o PSD garantirá em São Paulo a exposição do nome e do número da legenda durante o processo eleitoral deste ano –o que é vital para eleger deputados federais e estaduais.
Essa nova conjuntura se formou porque não deram certo até agora as tratativas políticas paulistas de Gilberto Kassab, o presidente nacional do PSD. O ex-prefeito paulistano desejava fazer uma aliança com os tucanos, apresentando-se como candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Alckmin. Mas o PSDB preferiu ficar com o PSB.
As outras opções de Kassab seriam apoiar a candidatura de Paulo Skaf, do PMDB. Seria um acordo desigual: os peemedebistas ganhariam o tempo de TV, mas dariam pouco em troca.
Outra possibilidade para Kassab seria ser, ele próprio, candidato a governador. As pesquisas indicam que suas chances são pequenas (tem 5% no Datafolha). Além disso, o ganho de imagem –tornar-se mais conhecido– não existiria, pois seu nome já é familiar entre os paulistas.
O PSD também não deseja apoiar o candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha (3% no Datafolha), pois acha que esse é um projeto fadado ao fracasso.
Restou, portanto, a candidatura própria do PSD representada por Henrique Meirelles. A decisão será tomada na segunda-feira (30.jun.2014). Se vingar essa saída, a chapa terá como candidata a vice-governadora Alda Marco Antônio, militante do antigo MDB e hoje filiada ao PSD.
O candidato do PSD ao Senado seria o próprio Gilberto Kassab. O primeiro suplente deve ser o sindicalista Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores.
MEIRELLES ACIONA PLANO B DE LULA PARA GOVERNADOR DE SP
Ex-presidente do BC Henrique Meirelles autorizou e PSD já abre consulta interna sobre ele se tornar candidato a governador de São Paulo; lançamento é do interesse do ex-presidente Lula; depois de brecar convite para Meirelles ser vice de tucano Aécio Neves, Lula vê no banqueiro nova chance de provocar segundo turno no Estado; candidato do PT, Alexandre Padilha patina nos 3% nas pesquisas eleitorais; centrista, apaixonado pela política e com amplo trânsito no empresariado, Meirelles seria rival direto, inicialmente, de presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para em seguida perseguir Geraldo Alckmin (PSDB); eleitorado do PT pode aderir; "Gosto da expressão 'banqueiro do povo'", disse Meirelles ao 247
25 DE JUNHO DE 2014 ÀS 14:40
247 – Um plano B dos fortes está em pleno curso na eleição para governador de São Paulo. Resolvida a convenção nacional do PSD, com o apoio oficial nesta quarta-feira 25 do partido à presidente Dilma Rousseff, o próximo movimento promete ser mais emocionante. O ex-presidente do BC Henrique Meirelles autorizou o presidente da legenda, Gilberto Kassab, a submeter seu nome a uma consulta partidária. O tema: ser candidato a governador de São Paulo.
- Ele sempre recusou essa possibilidade, mas agora permitiu que o partido faça essa avaliação. É uma novidade", saudou Kassab. "O partido já está avaliando essa possibilidade".
É um fato e tanto, capaz de provocar uma reviravolta no quadro eleitoral paulista. Centrista convicto, reconhecido como banqueiro e apaixonado pela política, Meirelles foi o candidato a deputado federal mais bem votada nas eleições de Goiás, em 2002. Ele nunca negou ter planos políticos, mas passou todo o primeiro senado na condição de pré-candidato a senador pelo PSD sem, no entanto, ter dado alguma palavra sobre se aceitaria, efetivamente, concorrer. Agora, o que poderá acontecer é um troca de posição, para uma definição oficial: Meirelles para governador e Kassab, até aqui pré-candidato a governador, para o Senado.
O lançamento do nome de Meirelles pelo PSD faz parte de um chamado plano B do ex-presidente Lula para tentar a realização de um segundo turno no Estado. Hoje, a reeleição do governador Geraldo Alckmin tem mais de 40% de apoio nas pesquisas de opinião, o que lhe garantiria uma vitória em primeiro turno. A aposta de Lula no PT, o ex-ministro Alexandre Padilha, continua patinando nos levantamentos de opinião, com apenas 3% de intenções em média. À frente estão o ex-prefeito Kassab, que marcou 8% no Datafolha e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, com 21%.
Conforme apurou 247, o governador Geraldo Alckmin também continua, e firme, na disputa para ter o PSD em sua coligação. Foi oferecido a Kassab a vaga de candidato a senador, uma vez que a de vice de Alckmin foi retirada em benefício de Marcio França, do PSB. A condição seria a de que Meirelles se tornasse vice de Aécio Neves, mas o próprio Lula se encarregou de cortar pela raiz essa articulação.
Kassab, que cumpriu a palavra dada à presidente Dilma Rousseff de levar a seção nacional do partido a apoiá-la, agora está livre para articular em São Paulo o que considerar melhor para si e seu partido. A informação, dada por ele mesmo, de que o PSD será consultado sobre lançar Meirelles é um forte indicativo de que Kassab quer o ex-presidente do BC na disputa. Como político elegante que é, com as melhores relações com Meirelles, Kassab não cometeria a indelicadeza de fazer uma rodada de conversas da qual o correligionário saísse derrotado.
Dessa forma, o nome de Henrique Meirelles começa a ser instalado em definitivo na eleição paulista. Era o que Lula queria para tentar superar, com outro nome, aliado, as dificuldades enfrentadas no seu plano A, da candidatura Padilha. Como o ex-ministro ainda, como se diz, não levantou a torcida e nem subiu nas pesquisas, o plano B saiu da gaveta. Meirelles, como se sabe nos meios políticos, não costuma fazer movimentos políticos sem realizar ele próprio uma consulta a Lula a respeito do que irá fazer.
DILMA: 'QUEM FAZ CAMPANHA NEGATIVA NÃO TEM PROJETO'
Em discurso duro durante a convenção do PSD de Gilberto Kassab, que oficializou apoio à sua candidatura, presidente Dilma Rousseff cutucou os adversários ao dizer que essa campanha exigirá "serenidade" contra as "provocações, que buscam rebaixar o nível do debate e que buscam acirrar o antagonismo, levando o antagonismo ao nível rasteiro de mentiras e más informações"; presidente afirmou ainda que "uma candidatura que tem muito o que mostrar, que tem muitas ideias para discutir, não precisa fazer campanha negativa"; após ter perdido o apoio do PTB, Dilma condenou aqueles que se aliam por "conveniência", e não por "convicções", e atestou que "essa espécie de esperteza tem vida curta"
25 DE JUNHO DE 2014 ÀS 16:15
247 – Em mais um discurso duro contra seus adversários, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira 25 que só faz campanha negativa quem não tiver projeto político. "Muitos temem a radicalização que pode estar a caminho, mas uma candidatura que tem muito o que mostrar, que tem muitas ideias para discutir, não precisa fazer campanha negativa. Quem precisa fazer campanha negativa é quem não tem projeto, quem não tem propostas para o país e quem não tem o que mostrar", declarou Dilma, durante evento que oficializou o apoio do PSD à sua candidatura.
No mesmo tom que adotou em convenções do PMDB e do PDT, recentemente, Dilma disse que será preciso "serenidade" durante a campanha para não aceitar "provocações". "Esta campanha vai exigir serenidade de nós, para que não aceitemos provocações, que buscam rebaixar o nível do debate e que buscam acirrar o antagonismo, levando o antagonismo ao nível rasteiro de mentiras e más informações", disse a presidente à plateia de dirigentes e militantes do partido de Gilberto Kassab.
Dilma definiu o apoio do PSD como "estratégico" e Kassab como um "homem de palavra". "O Kassab é um homem que, ao mesmo tempo em que defende as suas posições, é sério nos seus compromissos e leal em suas atitudes. É um homem de palavra e é muito importante honrar a palavra empenhada e cumprir compromissos assumidos na política. Cumprir compromissos é absolutamente inegociável na atividade política", disse. A declaração pode ser interpretada como uma provocação ao PTB, que desistiu de apoiar sua candidatura.
Sobre o assunto, ela também deu outras cutucadas, como ao dizer que "lealdade é uma das bases da política feita com grandeza". "Não é subordinação cega. É confiança mútua. É respeito próprio e pelo outro. É zelo rigoroso pela palavra dada e empenhada. Engana-se quem defende a tese que não há compatibilidade entre a lealdade e a política". Dilma criticou os que se aliam por "conveniências", e não por "convicções" e atestou que "esse tipo de esperteza tem vida curta". A aprovação do partido pelo apoio à presidente e aliados foi de 94,73%.