GOVERNO MOSTROU BRASIL A 10 MIL JORNALISTAS DO MUNDO NA COPA
Em parceria com governos estaduais e prefeituras, Secretaria de Comunicação da Presidência da República definiu estratégia inédita para atender jornalistas, montando Centros Abertos de Mídia nas 12 cidades-sede da Copa. Mais de 60 mil notícias foram publicadas pela imprensa estrangeira
16 DE JULHO DE 2014 ÀS 14:25
Em uma iniciativa inédita na história das Copas do Mundo, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) adotou uma estratégia de comunicação integrada para enfrentar o desafio de levar informações sobre o Brasil e apoiar a imprensa global que veio ao País para a cobertura do Mundial. Durante o torneio, mais de 10 mil jornalistas de 84 países foram atendidos nos Centros de Abertos de Mídia instalados nas 12 cidades-sede. Num levantamento preliminar, a Secom identificou mais de 60 mil matérias sobre o Brasil veiculadas em todo o mundo.
"Os principais efeitos de comunicação da Copa são de percepção. A onda de pessimismo que tomou conta do Brasil até maio foi absolutamente revertida", aponta o ministro-chefe da Secom, Thomas Traumann. Antes de a bola rolar, o apoio à realização do torneio girava entre 50% e 55%. Ao final, estava em 70%. Chegou perto dos 80% antes da eliminação do Brasil, segundo pesquisa telefônica do Ibope, encomendada pela Secom.
Traumann explica que a ação buscou aproveitar a visibilidade sem precedentes que a Copa trouxe ao Brasil. "As milhares de reportagens sobre o Brasil publicadas pela imprensa nacional e estrangeira mostraram ao planeta um país que vai muito além do futebol – da sustentabilidade e inovação à economia, cultura e inclusão social", explica. "É abissal a diferença entre a cobertura da Copa pela imprensa antes e depois do início do torneio".
O ministro destaca que vários recordes foram batidos. A Copa foi o evento mais comentado nas redes sociais do mundo. No Twitter, apenas o jogo Brasil e Alemanha gerou 35,6 milhões de mensagens. O Facebook anunciou que a Copa gerou mais de 3 bilhões de interações na rede. "No Brasil, foram mais de 25 milhões de posts durante os últimos trinta dias", destaca Traumann. Até junho, para cada post positivo havia um post negativo. Ao cabo de um mês, o volume total de postagens no Brasil mostrou 75% de menções favoráveis nas redes sociais ao torneio.
Estratégia
No centro da estratégia do governo federal, os Centros Abertos de Mídia (CAMs) ofereceram toda a infraestrutura de trabalho aos jornalistas credenciados ou não pela FIFA – para a cobertura da competição. A ação incluiu entrevistas coletivas com porta-vozes oficiais, eventos culturais e visitas a locais de interesse em cada cidade-sede. Isso permitiu a agências, jornais, emissoras de televisão e de rádio uma cobertura diversificada.
"Com a realização de 22 entrevistas coletivas com 11 ministros e outras autoridades, o CAM João Saldanha, no Rio, tornou-se referência para os profissionais que buscavam informações oficiais do governo brasileiro sobre a Copa", afirma o secretário de Imprensa da Presidência, Olímpio Cruz. Jornalistas estrangeiros também puderam conhecer melhor o Rio e a cultura brasileira por meio de visitas guiadas oferecidas gratuitamente pela equipe do CAM e degustações de produtos nacionais.
Somente no Rio de Janeiro, onde o governo federal assumiu a responsabilidade direta pela montagem da estrutura e da programação, em uma parceria entre a Secom, Apex-Brasil, Embratur e a prefeitura do Rio, o CAM João Saldanha, no Forte de Copacabana, recebeu mais de 4 mil jornalistas de 84 países em 36 dias de funcionamento.
Somente no Rio de Janeiro, onde o governo federal assumiu a responsabilidade direta pela montagem da estrutura e da programação, em uma parceria entre a Secom, Apex-Brasil, Embratur e a prefeitura do Rio, o CAM João Saldanha, no Forte de Copacabana, recebeu mais de 4 mil jornalistas de 84 países em 36 dias de funcionamento.
Os profissionais de imprensa puderam contar com estações de trabalho, internet sem fio, cabines de rádio, infraestrutura para transmissão de imagens ao vivo e o apoio de uma equipe de mais de 20 assessores de comunicação bilíngues na apuração de informações para suas reportagens.
No CAM João Saldanha, os jornalistas receberam material em inglês, espanhol e português com informações para o trabalho da imprensa na cobertura da Copa. Foram distribuídos o Guia do Jornalista, com dicas sobre o Brasil e as 12 cidades sede e o manual O que você precisa saber sobre a Copa do Mundo, com dados econômicos, sociais e de infraestrutura sobre a Copa do Mundo 2014. "Além disso, o CAM João Saldanha ofereceu um banco de pautas sobre as 12 cidades sede, as cinco regiões do Brasil e sobre programas do governo federal", destaca Cruz.
A programação do CAM João Saldanha incluiu 23 visitas guiadas com foco em turismo, inovação e projetos que unem esporte e inclusão social. Entre as press tours oferecidas estavam, por exemplo, visitas ao Centro de Pesquisa da Petrobras, a um navio da Marinha que fez a patrulha da costa durante o evento e a escolinhas de formação de jogadores de futebol.
O governo também colocou à disposição das emissoras de TV de todo o mundo, um banco de imagens das cidades-sede para livre utilização. O banco foi acessado gratuitamente pelo site copabrasil.ebc.com.br . Todo o conteúdo produzido pelo CAM, tais como press releases, entrevistas com autoridades e vídeos das coletivas estão disponíveis no Portal da Copa: www.copa2014.gov.br/cam
Nos centros abertos de mídia das demais onze cidades-sede, o governo federal também teve participação importante, especialmente na estruturação das equipes de trabalho. Mais de 60 assessores de comunicação foram alocados nos CAMs de todas as sedes da Copa, para auxiliar na interlocução com a imprensa.
FOLHA RESSUSCITA DISCURSO "NÃO VAI TER COPA"
Ao comentar pesquisa Datafolha que legitima a aprovação da Copa do Mundo no Brasil entre os estrangeiros, jornal de Otavio Frias prioriza ‘descumprimento do cronograma’, embora reconheça que “sucesso do Mundial, dentro e fora de campo, pode fazer fluxo de turistas aumentar ainda mais”
16 DE JULHO DE 2014 ÀS 07:32
247 – Em editorial desta quarta-feira, a ‘Folha de S. Paulo’ introduz pesquisa Datafolha que legitima a aprovação da Copa do Mundo entre os estrangeiros com uma análise negativa sobre o “legado do evento”.
Embora reconheça o sucesso do Mundial, dentro e fora e campo, diz que, além do “descumprimento do cronograma, afora melhorias em aeroportos –que dificilmente ocorreriam de outra maneira– e ampliação do sistema de mobilidade em algumas cidades-sede, muito do legado limita-se a intervenções destinadas a facilitar a vida de quem vai aos estádios”.
Leia:
Dois fatores são sempre mencionados quando se trata de defender a realização de um grande evento esportivo, como a Copa do Mundo: o estímulo para melhorar a infraestrutura do país e a oportunidade de expandir o turismo.
No caso brasileiro, como se sabe, o primeiro desses aspectos deixou a desejar. Das 167 obras prometidas, apenas 88 foram concluídas a tempo, enquanto 45 foram entregues incompletas, segundo levantamento desta Folha. Outras 23 ficaram para depois do Mundial, e 11 terminaram abandonadas.
O descumprimento do cronograma não é o único problema. Afora melhorias em aeroportos –que dificilmente ocorreriam de outra maneira– e ampliação do sistema de mobilidade em algumas cidades-sede, muito do legado limita-se a intervenções destinadas a facilitar a vida de quem vai aos estádios.
Ou seja, se os gastos governamentais chegam a R$ 29,3 bilhões, nem por isso o brasileiro verá investimentos dessa monta no setor de infraestrutura propriamente dita. Basta lembrar que as arenas, muitas das quais terão pouca serventia, custaram R$ 8,5 bilhões.
A situação é muito mais alvissareira no campo do turismo. Segundo pesquisa Datafolha, a imagem que os estrangeiros levam do Brasil é das melhores possíveis.
O levantamento realizado em seis capitais (Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) constatou que, aos olhos desses hóspedes, os anfitriões da Copa são vistos como simpáticos (para 98%) e receptivos (95%); 95% consideraram ótima ou boa a hospitalidade dos brasileiros, e 84% fizeram esse juízo acerca de nossas atrações turísticas.
Sobraram elogios até para a segurança e o transporte, mas o custo de vida, os preços dos hotéis e a qualidade do ambiente urbano despertaram menos entusiasmo.
Ainda que o universo da pesquisa não represente o total de estrangeiros no país durante a Copa, a resposta dos entrevistados é sinal inequívoco de que o Brasil passou com folga nesse teste: a organização do Mundial foi bem avaliada por 83% deles, e 51% viram a realidade superar suas expectativas.
É preciso explorar esse sentimento. Pelas contas do governo, 1 milhão de estrangeiros de 203 nacionalidades visitaram o país na Copa –e, na pesquisa Datafolha, 61% disseram vir pela primeira vez.
A cifra é expressiva; representa, em apenas 30 dias, um sexto do total registrado em 2013. Melhor ainda, os meses de junho e julho costumam estar entre os que contabilizam menos estrangeiros, em torno de 350 mil cada um.
A entrada de turistas de outros países já vinha crescendo nos últimos anos. O sucesso da Copa, dentro e fora de campo, pode fazer esse fluxo aumentar ainda mais. Espera-se que o governo esteja atento a esse legado imaterial.
PML CRITICA OPOSIÇÃO POR ATRIBUIR COPA A ANÔNIMOS
Para o colunista da Istoé Paulo Moreira Leite, 'elogio aos “brasileiros”, neste genérico, é uma tentativa bisonha de encobrir o papel do Estado brasileiro neste sucesso': “Governantes e prefeitos que assumiram suas responsabilidades, muitos deles filiados a oposição, foram sacrificados na hora do reconhecimento”
16 DE JULHO DE 2014 ÀS 09:05
247 – Diante das repercussões positivas sobre a Copa do Mundo, o colunista Paulo Moreira Leite critica a oposição por eximir o papel do governo nesse sucesso. Leia:
Depois de culpar Lula-Dilma por todos anunciados fiascos da Copa, oposição diz que brasileiros anonimos garantiram o sucesso. Pode?
É bom reconhecer que há poucas coisas perfeitas na vida. Uma delas é abraçar as crias depois de uma longa ausência. Outra, é almoçar na casa da mãe. Ou desfrutar da companhia de amigos verdadeiros.
Após estas considerações, cabe analisar os números finais da Copa do Mundo. Leia a opinião de 2209 visitantes estrangeiros ouvidos pelo DataFolha:
92% dos visitantes elogiaram o conforto e a segurança
76% aprovaram o transporte até os estadios
95% disseram que a recepção foi boa ou ótima.
83% elogiaram a organização
Mesmo lembrando que a Copa não foi um evento sem problemas, há outras notícias boas.
Alvo de muitos fantasmas usados para atemorizar visitantes, o Rio de Janeiro recebeu 900 000 turistas contra 90 000 previstos. Eles deixaram 4 bilhões de reais na cidade, contra 1 bi de previsão.
Obrigados a encontrar um discurso para enfrentar uma situação inesperada, nossos profetas do pessimismo completaram um ano de atividade ininterrupta, desde os protestos de junho de 2013, com sorrisos amarelos.
Passada a fase da autocrítica, é preciso explicar o que aconteceu, o por quê. Na falta de explicação melhor, a moda agora é dizer que o sucesso da Copa se deve aos “brasileiros.” Assim, no genérico. Os 200 milhões de brasileiros garantiram a Copa das Copas porque são simpáticos e acolhedores. Descobrimos essas virtudes anteontem?
Vamos combinar: a finalidade desse discurso é fingir que não havia oposição a Copa, movimento que se expressou num esforço permanente para impedir os jogos e criar um ambiente de desordem, sufoco e desmoralização Apelos ao boicote eram ouvidos nos melhores jantares, nas melhores famílias. Inclusive em inglês com legendas.
A Copa ocorreu contra a vontade dessas pessoas. Foi fruto do esforço da grande maioria da população, que não só queria assistir aos jogos e participar de um evento que marca a cultura de nossa época. Estava decidida, acima de tudo, a defender imagem de seu país.
Foram os adversários da Copa que ransformaram o Mundial numa luta política – e perderam.
Foram os adversários da Copa que ransformaram o Mundial numa luta política – e perderam.
Como predadores sem escrúpulo, que mudam de pele conforme a paisagem, em determinadas situações a Copa era combatida com argumentos à direita. Em outros lugares, à esquerda. O importante é que não ocorresse. Se ocorresse, teria de ser um fiasco.
Não duvide: para boa parte dessas pessoas, o desempenho fraco da Seleção nos gramados serviu de consolo – e não de tristeza. Elas não suportariam uma boa atuação. Temiam uma classificação melhor – a tal ponto que não perdiam uma oportunidade para dizer que os juizes beneficiavam o Brasil, esquecendo das inúmeras vezes em que nosso time foi prejudicado.
Se Aécio Neves não tivesse deixado tantas demonstrações escritas de seu apoio a Felipe Scolari, o esforço para transformar Dilma Rousseff em assistente técnica da derrota teria sido ainda mais descarado.
Uma copa elogiada, por baixo, por mais de 80% dos visitantes estrangeiros, não é um carnaval que cái do céu, nem um reveillon na avenida Paulista. Envolve uma ação ariticulada em 12 cidades e dezenas de obras de infraestrutura que, sabe-se hoje, estavam muito mais avançadas do que se anunciou – mais uma vez, para tentar afastar a população da Copa, criar desanimo e desconfiança.
O elogio aos “brasileiros,” neste genérico, também é uma tentativa bisonha de encobrir o papel do Estado brasileiro neste sucesso. Governantes e prefeitos que assumiram suas responsabilidades, muitos deles filiados a oposição, foram sacrificados na hora do reconhecimento.
E aí está a imagem retocada da imagem que fica para a história.
Depois de culpar antecipadamente Lula-Dilma por um fiasco que anunciavam como inevitável, tenta-se fingir que eles não deram a menor contribuição para os aplausos da platéia. Pode?
O SUICÍDIO POLÍTICO DOS QUE APOSTARAM CONTRA A COPA
EDUARDO GUIMARÃES
Ironicamente, dois extremos do espectro político se uniram, tacitamente, contra a realização do maior evento esportivo do planeta
Teve Copa e teve final da Copa, apesar dos grupos políticos (de esquerda e direita) que tentaram sabotar o evento e que, por resolverem simplesmente tratar a opinião pública como idiota, protagonizaram um dos maiores fiascos políticos da história recente. Um fiasco cujo preço será pago por eles nas próximas eleições.
Ironicamente, dois extremos do espectro político se uniram, tacitamente, contra a realização do maior evento esportivo do planeta. Direita e ultraesquerda, cada uma a seu modo, tentaram sabotar aquele evento e se deram muito, muito, mas muito mal mesmo, como se verá adiante.
De um lado, grandes grupos empresariais de mídia e partidos de direita (PSDB, DEM e PPS) tentaram faturar politicamente a Copa apostando em problemas de organização do evento que bastava um mínimo de reflexão para perceber que não ocorreriam.
Ao longo dos últimos anos, uma literal avalanche de reportagens e textos opinativos da grande mídia – todos apoiados em manchetes espalhafatosas ao extremo – inventaram que os preparativos para o evento redundariam em fiasco anunciado. Para tanto, apoiaram-se em problemas comuns em qualquer programa de obras públicas no Brasil, seja ele levado a cabo por que partido for.
De fato, burocracia e problemas sociais do Brasil garantem "matéria-prima" a qualquer um que queira acusar governantes de não estarem sabendo levar a cabo esses programas de obras públicas. São problemas de licenças ambientais, de contestações na Justiça e de pessoas em situação de fragilidade social.
Desde que começou a ladainha oposicionista-midiática sobre "caos" durante a Copa era mais do que visível que havia um exagero quase infantil, oriundo da premissa estúpida de que o país é governado por completos incompetentes, incapazes de somar dois mais dois.
Ora, alguém acredita que sob aquela saraivada de vaticínios sobre o fracasso da organização da Copa o governo não cercaria por todos os lados as chances de algo dar errado? Subestimaram gravemente o poder do Estado para realizar um evento que, por grande que possa ser, em um país com 200 milhões de habitantes não assusta ninguém.
O governo estima que cerca de 1 milhão de pessoas vieram ao Brasil assistir à Copa. Em um país acostumado a lidar com contingentes populacionais infinitamente maiores, receber essa quantidade de gente não geraria o grau de dificuldade que pintaram.
O que vai nas linhas acima foi previsto incontáveis vezes neste Blog. A diferença, agora, é que aquela previsão não pode mais ser contestada porque a Copa transcorreu muito bem. Aliás, segundo vários analistas estrangeiros, melhor até do que em eventos similares no "Primeiro Mundo".
Leia reportagem no portal G1 Especialista diz que Copa no Brasil é mais bem organizada que Jogos de Londres
A mídia, os partidos e a militância de direita, porém, continuam batendo na tecla de que algumas "obras da Copa" não ficaram prontas. A Folha de São Paulo, por exemplo, publicou nesta terça-feira (15) matéria sobre "Herança de 23 obras por fazer", como que tentando salvar seus vaticínios derrotistas.
Nem diante do fato inegável de que obras inseridas inicialmente no cronograma preparativo da Copa – e que, depois, foram excluídas desse cronograma – não fizeram falta, os pretensos sabotadores do evento sentiram-se intimidados em dizer bobagens e tomaram o cuidado de calarem as bocas.
Agora, como se estivessem vencendo esse jogo (político-partidário) de goleada, os grupos políticos de direita e ultraesquerda que tentaram sabotar a Copa tentam vender a teoria de que o evento não deixará legado, ou que deixará um legado negativo.
Por outro lado, não há como a mesma mídia oposicionista esconder a enxurrada de avaliações positivas sobre a organização da Copa e sobre os benefícios que realizar o evento no Brasil deixará ao país. Assim, aqui e ali já são vistas análises abalizadas sobre o legado do evento.
Leia aqui reportagem do Uol Pós-Copa traz oportunidades econômicas e de avanço político para o Brasil
Na última segunda-feira, o instituto Datafolha registrou pesquisa eleitoral no TSE em busca de "boas notícias" sobre a derrota fragorosa da Seleção. Quais sejam, de que os brasileiros tenham misturado política e futebol e estejam culpando Dilma Rousseff.
A pesquisa também questiona se o entrevistado aprovou a organização da Copa. Pela lógica, respostas positivas deveriam ser esmagadoramente majoritárias. E também integra a mais pura lógica a constatação de que o "caos" previsto era apenas torcida política e que isso influencie outros quesitos da pesquisa, inclusive as intenções de voto de Dilma.
Claro que estamos falando de lógica e essa nem sempre prevalece entre as massas...
Sobre a tentativa de sabotagem da direita, era isso. Agora vejamos a sabotagem pela esquerda, que já se sabe que foi outro desastre político para os seus autores – como sempre, setores da esquerda que ajudam a direita e não lucram nada; pelo contrário, perdem.
Os grupos políticos pretensamente espertos que cooptaram movimentos sociais legítimos e os usaram como massa de manobra valendo-se de mentiras como a de que foi tirado dinheiro público da saúde e da educação para realizar a Copa, deverão ser triturados nas próximas eleições.
Tendo o PSOL à frente, esses grupos provocaram ojeriza na sociedade por tratá-la como idiota.
Os protestos que esses partidos de ultraesquerda organizaram exageraram na estupidez. Tentaram vender à sociedade que a violência que invariavelmente se fazia presente a cada protesto contra a Copa foi obra de ninguém. Mas quem não sabe que protesto contra a Copa se tornou sinônimo de vandalismo de black blocs ou do que quiserem chamar os energúmenos que chegaram a assassinar um cinegrafista de tevê "por acidente"?
Vemos agora o caso dos ativistas cariocas presos na véspera da Final da Copa. Em que pese ser perturbadora a suspeita de que foram presos "sem motivo" e em "antecipação ao que fariam", o histórico dessas pessoas e as alegações da polícia são tratados como nada, como se tudo fosse vento.
É óbvio que, em se tratando da polícia brasileira, não é de todo incrível a acusação de que ela pode ter plantado provas contra esses ativistas. Mas se eles não tinham nada que ver com os planos que circularam fartamente nas redes sociais de melar a Final da Copa provocando uma guerra campal com torcedores argentinos, para que prendê-los? Por antipatia?
A polícia do Rio apresentou artefatos supostamente encontrados com as mais de duas dezenas de pessoas que prendeu, como a ativista Elisa Quadros, a "Sininho", ligada ao PSOL do Rio de Janeiro. E prometeu concluir o inquérito e apresentar as provas em cerca de 10 dias.
Das duas, uma: ou a polícia montou uma farsa digna das piores ditaduras ou esses grupos que defendem essa tese sobre "provas plantadas" enlouqueceram por fazerem tal afirmação de forma tão peremptória.
Tenho lido postagens em sites que defenderam os protestos contra a Copa afirmando, sem hesitar, que foi tudo inventado. A polícia teria ido buscar Sininho lá no Rio Grande do Sul – ela, que vive no Rio – por pura picuinha ou para usá-la como bode expiatório ou por sabe-se lá que outra razão.
Abaixo, imagem dos artefatos e do relatório apresentados pela polícia.
O laudo policial foi feito pelo Esquadrão Antibombas carioca e afirma que os ativistas presos se organizaram pelas redes sociais para provocar uma tragédia na decisão da Copa do Mundo, no domingo, no Maracanã.
Também afirma que com um casal preso foi encontrada uma bomba caseira com potencial letal. Segundo a polícia carioca, o artefato tinha "140 gramas de pólvora" e explica que "para se ter uma ideia, o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, em fevereiro deste ano, continha 60 gramas".
O casal em questão é composto pela professora da UERJ Camila Rodrigues Jourdan e o ativista Igor Pereira D'Icarahy, filho do advogado Marino D'Icarahy Júnior, defensor da ativista "Sininho" em processos a que ela responde.
Segundo o lado policial, no apartamento do casal também teriam sido encontrados litros de gasolina, material para preparação de coquetéis molotov e a bomba supracitada.
O reitor da UERJ, Ricardo Vieira Alves, criticou a prisão de Camila e disse "não saber" as razões de sua prisão. Seguramente, ou não acredita que ela tivesse em seu apartamento os artefatos que a polícia diz que encontrou lá ou, então, acha que, mesmo a moça sendo do movimento contra a Copa e tendo tais artefatos em casa, ainda assim não havia motivos para prendê-la (?!).
Por outro lado, o laudo técnico da polícia carioca foi assinado pelos inspetores Francisco Sidney Farias Rodrigues e Raphael Ferreti de Souza. Segundo esse laudo, a bomba caseira seria uma "bomba tubo" e só poderia ter sido construída por alguém "com habilidade e conhecimento no manuseio de bombas caseiras desta natureza" e que "a detonação deste artefato explosivo tem capacidade de provocar mortes, lesões corporais diversas, bem como danos patrimoniais e ao meio ambiente".
O laudo policial não para por aí. A polícia ainda afirma que encontrou com os ativistas presos "armas de choque, martelos pontiagudos, litros de gasolina, garrafas e escudos".
Se tudo isso foi "plantado" nas casas dos ativistas presos, trata-se de um escândalo sem tamanho. Os policiais e quaisquer outras autoridades que tenham montado tal cenário seriam criminosos perigosos e deveriam ser presos imediatamente.
Fica difícil acreditar piamente em qualquer das versões. Há que esperar esses dez dias prometidos pela polícia para apresentar, também, transcrição oficial de escutas telefônicas, entre as demais provas.
O delegado Alessandro Thiers, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, responsável pelo caso, rejeita as acusações de que foram "prisões arbitrárias". Segundo ele, "É leviano tratar a investigação como se fosse política sem conhecê-la".
O delegado também afirma que "Não tem nenhuma banalidade sendo investigada", e pergunta: "O que um manifestante pacífico faria com coquetel molotov e bomba caseira?". Conclui informando que "Os advogados dos presos tiveram amplo acesso aos documentos da investigação".
Não se pode endossar essa versão, mas daí a trata-la como clara farsa vai uma distância imensa.
Pergunta: e se daqui a alguns dias a polícia apresentar, por exemplo, escutas telefônicas que comprovem que as pessoas presas planejavam provocar uma tragédia, muito provavelmente com mortes, como é que fica?
Os ativistas mais radicais desses movimentos contra a Copa e de outros movimentos assemelhados que convocam protestos nos quais os black blocs têm presença obrigatória dizem abertamente que "Sem violência não adianta protestar, pois protestos pacíficos não incomodam". Qualquer um que já visitou uma dessas páginas na internet que defendem protestos violentos, sabe disso.
As pessoas, com efeito, podem acreditar no que quiserem. Mas colocar em prática crenças dessa natureza é crime, sim.
Independentemente de qualquer coisa, há que exigir com grande, enorme, imensa veemência que a polícia prove e comprove as razões que a levaram a efetuar essas prisões. Ao longo das próximas semanas, essas provas têm que aparecer e têm que ser, no mínimo, suficientes para justificar grave suspeita, suficiente para prender pessoas de vida ilibada como a professorinha da UERJ.
A pior conduta que se pode adotar em uma situação como essa, porém, é a que está sendo vista por parte dos que defenderam e continuam defendendo os movimentos Não Vai Ter Copa. Aceitar que vidas sejam colocadas em risco porque um grupo não aceita a "democracia representativa", chega a ser surreal.
Ao ignorar a revolta da sociedade com a violência de movimentos como esses de que participam "Sininho" e companhia limitada, esses grupos de esquerda cometeram literal suicídio político. Pior que o da direita que garantiu, com base nos próprios desejos, que a organização da Copa seria um fiasco.
COPA E ELEIÇÕES
BEPE DAMASCO
Penso que, se bem trabalhado pelo marketing político da candidatura da presidenta Dilma, o sucesso da Copa terá peso considerável na eleição
De um lado, a mídia partidarizada já se esforça para respingar na presidenta Dilma os efeitos do fracasso histórico da seleção brasileira dentro do campo (a capa do lixo jornalístico chamado Veja deste fim de semana aposta suas fichas nisso). Do outro, alguns acadêmicos, analistas de pesquisas e militantes da esquerda desprezam o impacto do vexame futebolístico brasileiro nas eleições, quase sempre usando o argumento de que o eleitorado sabe muito bem separar as coisas, a exemplo das últimas Copas, nas quais o resultado das urnas não guardou relação com o das quatro linhas. Nem tanto ao céu nem tanto à terra. Acho até que o mau humor causado pelo vexame do time de Felipão pode se refletir negativamente nas intenções de voto em Dilma nas próximas pesquisas. Dificilmente, contudo, uma radiografia do estado de espírito da população feita neste momento de dor e frustração irá perdurar pelos próximos três meses.
Só depois de um período de decantação desse sentimento será possível avaliar de forma mais precisa esse fenômeno. No entanto, julgo já ser possível fazer algumas considerações sobre tendências, inclinações e possibilidades. Umas mais objetivas e baseadas em fatos. Outras, marcadas por uma grau de subjetividade imposto por um acontecimento que jamais figurou entre os elementos de uma conjuntura eleitoral : a humilhação de um dos orgulhos nacionais, a seleção brasileira de futebol, numa Copa realizada no Brasil.
Começo por um dado concreto : o sucesso retumbante da Copa do Mundo no Brasil, reconhecido amplamente pela mídia internacional, e até pelo envergonhado Partido da Imprensa Golpista, é o fato mais importante que emerge do desafio brasileiro de organizar um evento da envergadura de uma Copa. Deu-se o inverso do profetizado pelas aves de rapina do monopólio midiático desde 2007. Os aeroportos funcionaram, o transporte público foi capaz de levar e trazer as pessoas dos estádios em paz e não se tem notícia de um um problema relevante sequer nos estádios, até então vistos pela mídia como um perigo iminente para os frequentadores, dado a pressa com que foram construídos.
Sem falar no congraçamento entre as torcidas de todos os países que disputaram a Copa e o povo brasileiro, a qualidade do futebol apresentado, que produziu jogos emocionantes e com média extraordinária de gols, além da festa tingida de vários cores e expressada em muitos idiomas que tomou conta do país. O sonho de realizar a Copa das Copas tornou-se realidade.
Parabéns à presidenta Dilma que, mesmo no auge da campanha descerebrada contra a Copa, teimou em dizer que faríamos a Copa das Copas. Deu gosto de ver nesta sexta-feira o presidente do Comitê Olímpico Internacional dizer em entrevista coletiva no Rio que o Brasil mostrou ao mundo sua capacidade admirável de realizar grandes eventos. Manifestou também sua convicção de que esse sucesso estrondoso se repetirá na Rio 2016. Isso não tem preço. É só lembrar da postura arrogante e pessimista adotada pelo COI em relação aos Jogos Olímpicos do Rio até um mês atrás.
Por tudo isso, penso que, se bem trabalhado pelo marketing político da candidatura da presidenta Dilma, o sucesso da Copa terá peso considerável na eleição. Entretanto, todas as análises que apontam para uma nítida tendência história de o eleitorado brasileiro não permitir que o futebol interfira em suas decisões políticas esbarra em dois fatores : 1) Desta vez, a Copa aconteceu na nossa casa; 2) Nunca, em mais de 100 anos de história, e muito menos numa Copa, a seleção brasileira sofrera derrota tão aterradora, implacável e vergonhosa, como os 7 x 1 para a Alemanha.
Ou seja, não foi uma derrota qualquer, mas sim uma tragédia esportiva de proporções gigantescas. Trata-se de resultado a ser lembrado, analisado e lamentado pelos próximos 100 anos. Claro que o 8 de julho do Mineirão afeta a autoestima do povo do país do futebol, além de agravar o mau humor tão cultivado pela velha mídia na Era Lula/Dilma.
Portanto, é possível que esse mau humor se reflita nas próximas pesquisas eleitorais, com a queda nas intenções de voto de Dilma. O tamanho do estrago é difícil prever Os amigos com quem tenho conversado a respeito têm rechaçado essa possibilidade.Apostam na capacidade do eleitor de separar o joio do trigo. Também acho que isso vai acabar acontecendo. Mas com o passar do tempo e o decorrer da campanha, na qual Dilma terá tempo privilegiado no rádio e na TV para capitalizar o sucesso da Copa e, sobretudo, comparar os avanços e conquistas dos últimos 12 anos com os oito anos do PSDB no governo. Por hora, é preciso sangue frio e cabeça no lugar para enfrentar a tempestade que se forma no horizonte, pois tudo indica que terá a duração de uma chuva de verão.
Só depois de um período de decantação desse sentimento será possível avaliar de forma mais precisa esse fenômeno. No entanto, julgo já ser possível fazer algumas considerações sobre tendências, inclinações e possibilidades. Umas mais objetivas e baseadas em fatos. Outras, marcadas por uma grau de subjetividade imposto por um acontecimento que jamais figurou entre os elementos de uma conjuntura eleitoral : a humilhação de um dos orgulhos nacionais, a seleção brasileira de futebol, numa Copa realizada no Brasil.
Começo por um dado concreto : o sucesso retumbante da Copa do Mundo no Brasil, reconhecido amplamente pela mídia internacional, e até pelo envergonhado Partido da Imprensa Golpista, é o fato mais importante que emerge do desafio brasileiro de organizar um evento da envergadura de uma Copa. Deu-se o inverso do profetizado pelas aves de rapina do monopólio midiático desde 2007. Os aeroportos funcionaram, o transporte público foi capaz de levar e trazer as pessoas dos estádios em paz e não se tem notícia de um um problema relevante sequer nos estádios, até então vistos pela mídia como um perigo iminente para os frequentadores, dado a pressa com que foram construídos.
Sem falar no congraçamento entre as torcidas de todos os países que disputaram a Copa e o povo brasileiro, a qualidade do futebol apresentado, que produziu jogos emocionantes e com média extraordinária de gols, além da festa tingida de vários cores e expressada em muitos idiomas que tomou conta do país. O sonho de realizar a Copa das Copas tornou-se realidade.
Parabéns à presidenta Dilma que, mesmo no auge da campanha descerebrada contra a Copa, teimou em dizer que faríamos a Copa das Copas. Deu gosto de ver nesta sexta-feira o presidente do Comitê Olímpico Internacional dizer em entrevista coletiva no Rio que o Brasil mostrou ao mundo sua capacidade admirável de realizar grandes eventos. Manifestou também sua convicção de que esse sucesso estrondoso se repetirá na Rio 2016. Isso não tem preço. É só lembrar da postura arrogante e pessimista adotada pelo COI em relação aos Jogos Olímpicos do Rio até um mês atrás.
Por tudo isso, penso que, se bem trabalhado pelo marketing político da candidatura da presidenta Dilma, o sucesso da Copa terá peso considerável na eleição. Entretanto, todas as análises que apontam para uma nítida tendência história de o eleitorado brasileiro não permitir que o futebol interfira em suas decisões políticas esbarra em dois fatores : 1) Desta vez, a Copa aconteceu na nossa casa; 2) Nunca, em mais de 100 anos de história, e muito menos numa Copa, a seleção brasileira sofrera derrota tão aterradora, implacável e vergonhosa, como os 7 x 1 para a Alemanha.
Ou seja, não foi uma derrota qualquer, mas sim uma tragédia esportiva de proporções gigantescas. Trata-se de resultado a ser lembrado, analisado e lamentado pelos próximos 100 anos. Claro que o 8 de julho do Mineirão afeta a autoestima do povo do país do futebol, além de agravar o mau humor tão cultivado pela velha mídia na Era Lula/Dilma.
Portanto, é possível que esse mau humor se reflita nas próximas pesquisas eleitorais, com a queda nas intenções de voto de Dilma. O tamanho do estrago é difícil prever Os amigos com quem tenho conversado a respeito têm rechaçado essa possibilidade.Apostam na capacidade do eleitor de separar o joio do trigo. Também acho que isso vai acabar acontecendo. Mas com o passar do tempo e o decorrer da campanha, na qual Dilma terá tempo privilegiado no rádio e na TV para capitalizar o sucesso da Copa e, sobretudo, comparar os avanços e conquistas dos últimos 12 anos com os oito anos do PSDB no governo. Por hora, é preciso sangue frio e cabeça no lugar para enfrentar a tempestade que se forma no horizonte, pois tudo indica que terá a duração de uma chuva de verão.
CAMPANHA DO BILHÃO
HEITOR SCALAMBRINI COSTA
A farsa da democracia é construída desde a legislação eleitoral, que determina as regras do jogo, indo até o empresariado que financia as grandes campanhas eleitorais. Daí a necessária reforma política
Encerrado o prazo legal (em 05 de julho) para o registro das candidaturas ao pleito presidencial de 2014, onze candidatos se registraram junto ao Tribunal Superior Eleitoral. De acordo com os dados apresentados pelos partidos políticos, o gasto estimado com a campanha será próximo de R$ 1 bilhão de reais. Com nove concorrentes, a campanha presidencial de 2010 totalizou despesa de R$ 289,20 milhões (em valores da época).
Sabemos nós, moradores da ilha da fantasia chamada Brasil, que os valores oficiais apresentados estão longe de representarem o que realmente se gasta em uma campanha eleitoral. Nada se fala dos valores paralelos, o “caixa dois” ou outro nome que se queira dar. Portanto, sem medo de errar, podemos multiplicar por três os gastos oficiais sugeridos para 2014. O que elevaria os gastos na campanha à Presidência da Republica deste ano para mais de três bilhões de reais. Numero impressionante por si só, mas quando se agregam os gastos das candidaturas a governador, deputados federais e estaduais pelo país afora, verifica-se uma deformação, pois as grandes somas em dinheiro envolvidas acabam anulando a vontade popular. Desta forma, o voto não representa mais o cidadão. É o poder econômico que elege para atender aos seus interesses mesquinhos.
O financiamento das campanhas no Brasil, ou seja, o modo como os partidos políticos custeiam suas campanhas eleitorais, segundo a legislação vigente, pode vir de recursos públicos e privados. Oficialmente, a forma de arrecadação e de aplicação dos recursos são submetidas a um complexo conjunto de regras que deveriam controlar, enquadrar e multar o candidato, sempre que houvesse abusos contra as regras eleitorais. Mas não servem para muita coisa. Regras podem ser boas quando cumpridas, no entanto, na ilha da fantasia, é tudo “faz de conta”. A fiscalização praticamente não existe. E quem deveria fazê-la “olha para o outro lado”. Uma vergonha.
Quanto à origem, os recursos destinados às campanhas eleitorais podem ser recursos próprios dos candidatos, doações de pessoas físicas, doações de pessoas jurídicas, doações de outros candidatos, de comitês financeiros ou partidos políticos, receitas decorrentes da comercialização de bens e serviços ou da promoção de eventos, bem como da aplicação financeira dos recursos de campanha.
O projeto Às Claras (http://www.asclaras.org.br/@index.php), atuando desde 2002, mostra que as eleições no paíssão “compradas” pelos grandes grupos econômicos, que se constituem na fonte mais importante de financiamentodas campanhas. As empreiteiras dominam as doações. Para elas é um investimento com retorno certo. Segundo o Instituto Kellog para cada real doado a candidatos, as empresas obtêm R$ 8,50 em contratos públicos.
Os maiores financiadores de campanhas, não por acaso, são justamente aqueles com interesse em licitações de serviços públicos. As mais conhecidas no Brasil, por sua atuação no setor de construção civil, as chamadas “quatro irmãs” – Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez – são as maiores financiadoras das eleições. Alguma dúvida do porquê estas empresas e suas terceirizadas dominam o cenário das obras publicas?
A farsa da democracia é construída desde a legislação eleitoral, que determina as regras do jogo, indo até o empresariado que financia as grandes campanhas eleitorais. Daí a necessária reforma política. Não se pode admitir que nosso país tenha “donos”. Obviamente uma reforma substantiva não ocorrerá com este Congresso Nacional. E talvez com nenhum outro, enquanto não alterarmos sua atual genética, moralmente corrompida.
Para quem ainda não desistiu, a participação é a pedra de toque para as mudanças que a maioria deseja para o país. Se discutirmos sobre as próximas eleições tanto quanto se discutiu sobre o acidente que tirou Neymar da seleção brasileira, com certeza estaremos no caminho para construir um país melhor para a maioria do seu povo.
PML: COPA DE 2014 TAMBÉM CHEGOU AOS MAIS POBRES
Colunista da Istoé Paulo Moreira Leite contraria outra profecia dos adversários da Copa: Perto de 800 mil pessoas estiveram presentes numa Fan Fest, no RJ, só no dia da final, de graça; avalanche de sem-hotel foi tão grande que levou a abertura de grandes instalações públicas; viajantes comiam em restaurantes populares: “Vários sinais indicam que as camadas pobres puderam aproveitar a Copa melhor do que foi anunciado”
17 DE JULHO DE 2014 ÀS 05:35
247 – O colunista da Istoé Paulo Moreira Leite destaca sinais que, para ele, indicam que Copa chegou sim a camadas mais pobres, contrariando “outra profecia dos adversários da Copa”. Leia:
Vários sinais indicam que as camadas pobres -- do Brasil e dos países vizinhos -- puderam aproveitar a Copa melhor do que foi anunciado
Um aspecto a ser decifrado com dados mais precisos envolve a presença popular em eventos ligados à Copa de 2014. Minha impressão é que foi maior do que se supunha.
Basta pensar no salário e prêmios dos jogadores – sem falar em outros custos milionários – para reconhecer que nas atuais condições de temperatura e pressão do futebol globalizado não pode haver ingresso barato numa Copa do Mundo.
Nós sabemos, apenas pelo preço dos ingressos, que o número de cidadãos de renda média – pior ainda para a renda baixa – nos estádios foi muito pequeno e quase nulo. O governo até anunciou a distribuição de 360 000 ingressos a preço subsidiado, para cidadãos de baixa renda. Também foram distribuídos ingressos aos operários que construíram os estádios.
São iniciativas importantes, ainda que o saldo final seja limitado, quando se recorda que foi um evento com 64 partidas, e em geral mais de 50 000 pessoas por partida. Se você pensar que 70 000 pessoas lotaram o Maracanã no jogo final, é possível concluir que os ingressos populares não dariam para preencher todas as cadeiras do principal estádio do Mundial durante o torneio.
Mas a Copa não foi só isso. Perto de 800 000 pessoas estiveram presentes numa Fan Fest, no Rio de Janeiro, dia da final. De graça.
Em escala menor, ocorreram eventos do mesmo tipo, em 12 cidades, em dia de jogos. Chega-se a um evento bem mais amplo, aberto para quem queria se divertir com pouco dinheiro no bolso.
Muitos torcedores viajaram pelo país de carro apenas para ver os jogos. Sem pagar hotel nem hostel, turistas dormiam no próprio veículo, em barracas, em carros-casa. A avalance de sem-hotel foi tão grande que levou a abertura de grandes instalações públicas, a começar por sambódromos. Os viajantes comiam em restaurantes populares, aonde eles existem, a 1 real pelo almoço e 30 centavos pelo café da manhã. Cozinhavam em fogareiros trazidos de casa.
São sinais que tornam difícil negar que, mesmo sendo concebido como um evento típico para a elite mundial o Mundial de 2014 também chegou aos mais pobres -- desmentindo mais uma profecia dos adversários da Copa.