TRAPALHADA ATINGE IMAGEM E PRESTÍGIO DO SANTANDER
Em site oficial, banco Santander produziu hoje manchete "importante"; sobre vermelho berrante, instituição "pede desculpas" por texto que "feriu a diretriz interna" de não aplicar "viés político ou partidário" em recomendações de investimentos; prejuízo de imagem não vem só; sob a justificativa de maus serviços à população da cidade, prefeito de Osasco encerra convênio com o banco espanhol para recolhimento de tributos municipais; orçamento municipal é de R$ 1,9 bilhão; "O banco orienta os caixas a se recusarem a receber IPTU e taxas sob argumento de que isso forma fila nas agências", assinala Jorge Lapas, do PT; instituição presidida por espanhol Jesús Zabalza, que mais cedo projetara a clientes de alta renda que dólar pode disparar, juros subirem e bolsa cair se presidente Dilma Rousseff subir nas pesquisas, é quem escorrega
25 DE JULHO DE 2014 ÀS 19:05
247 – Todos os clientes do banco Santander que tentaram, nesta sexta-feira 25, acessar o site da instituição espanhola no Brasil se depararam, antes de entrar no ambiente privado, com um aviso "importante". Tratava-se, em letras brancas sobre o vermelho berrante da instituição, de um "pedido de desculpas". Mais cedo, em mensagem dirigida a clientes de alta renda, o mesmo Santander recomendara por escrito que seus clientes tomassem cuidado com o que poderá acontecer com seus investimentos caso a candidata à reeleição, pelo PT, suba nas pesquisas eleitorais.
- Se a presidente (Dilma Rousseff) se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir", elaborou o texto que tinha apenas a assinatura da instituição espanhola. A seguir, traçou-se o quadro de que "o câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice Bovespa cairia". Em resumo, um inferno.
A recomendação para seus clientes endinheirados tomarem cuidado com a eventual ascensão da presidente pegou especialmente mau para o Santander porque não é nada disso que o presidente mundial da banca espanhola, Emílio Botín, fala nas vezes em vai ao Palácio do Planalto. Ali, sorridente, já posou para fotos e manifestou crer na economia brasileira gerenciada por Dilma.
Para compensar o estrago cometido pela parcialidade da avaliação, o próprio Santander primeiro pediu desculpas em forma de declaração oficial, e mais tarde resolveu ocupar toda a primeira página de seu site para dizer que "o referido texto feriu a diretriz interna" que barra análises marcadas pelo "viés político ou partidário".
Enquanto a imagem do banco se derretia, o primeiro prejuízo objetivo aconteceu. Em Osasco, na Grande São Paulo, município que arrecada R$ 1,9 bilhão em transferências, impostos municipais e taxas todos os anos, o prefeito Jorge Lapas encontrou o mote que precisava para tomar uma decisão que já vinha estudando: romper o convênio mantido com o Santander para o recolhimento de impostos e taxas municipais.
Ao 247, Lapas explicou sua decisão:
- O volume de reclamação que a Prefeitura recebe contra o Santander é grande. Acontece que os caixas das agências têm sido orientados a não receberem pagamentos de IPTU e taxas municipais, sob a alegação de que esse movimento forma filas", disse o prefeito petista. "Agora esse problema vai acabar tanto para a população como para o Santander. Notificamos o banco que em trinta dias o convênio será encerrado. Outros bancos continuarão a atender o nosso público".
A recomendação do Santander para seus clientes de alta renda ficarem com um pé atrás diante do crescimento da presidente Dilma foi considerada "descabida" pelo prefeito Lapas:
- O banco praticou uma partidarização fora de hora e lugar.
Para a coleção de escorregões e quedas que o Santander já levou em sua trajetória no Brasil, agora o presidente local Jesús Zabalza já tem uma a mais para mostrar a dom Emílio.
PT SOBRE SANTANDER: "TERRORISMO ELEITORAL"
Presidente do PT, Rui Falcão, comparou, nesta sexta (25), o comunicado do banco Santander contrário à presidente Dilma Rousseff a críticas de economistas em 2002 à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva; "Já vimos esse filme no passado. Eles criaram o Lulômetro para medir como a bolsa oscilava. Agora mesmo a Bolsa sobe e desce, e deve estar beneficiando quem não está interessado no resultado eleitoral, mas em ganhar dinheiro com ação", disse; segundo ele, o banco fez um "pedido de desculpas formal enviado à Presidência" e informou que está demitindo todo o setor que foi responsável pela produção do texto, "inclusive gente de cima"
25 DE JULHO DE 2014 ÀS 20:33
247 - O presidente do PT, Rui Falcão, classificou, nesta sexta-feira (25), como "terrorismo eleitoral" o texto distribuído pelo banco Santander a correntistas em que descreve a reeleição da presidente Dilma Rousseff como uma ameaça à economia. Segundo Falcão, a instituição bancária já pediu desculpa e informou que foram feitas demissões na instituição.
"Já houve um pedido de desculpas formal enviado à Presidência. A informação que deram é que estão demitindo todo o setor que foi responsável pela produção do texto. Inclusive gente de cima. E estão procurando uma maneira resgatar o que fizeram", disse Falcão.
O presidente do PT afirmou que o Santander informou que 40 mil pessoas receberam o texto. Ele disse que o comunicado prejudica a campanha da presidente e comparou a iniciativa a críticas de economistas em 2002 à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
"Já vimos esse filme no passado. Eles criaram o Lulômetro para medir como a bolsa oscilava. Agora mesmo a Bolsa sobe e desce, e deve estar beneficiando quem não está interessado no resultado eleitoral, mas em ganhar dinheiro com ação", disse o presidente do PT.
A militantes do PT do Rio, Falcão classificou o caso como "terrorismo eleitoral". Mas afirmou que aceita as desculpas do banco. "Aceito as desculpas do banco, mas isso não elide o que aconteceu. Isso é proibido. Instituições bancárias ou financeiras não podem fazer manifestações que interfiram na decisão do voto."
QUANTOS VOTOS TÊM OS BANQUEIROS?
EDUARDO GUIMARÃES
Os banqueiros são um caso perdido. Não são racionais. A mentalidade que leva o capital a fazer oposição aberta à reeleição de Dilma e a requerer um tucano no Poder é produto da mesma loucura que jogou o planeta na maior crise econômica da história
Santander, antes de ser banco, é um município espanhol da província de Cantábria. A cidade tem 35 km² e população de 181 mil habitantes (números de 2007). Seu filho mais eminente é Emilio Botín, banqueiro, presidente mundial do Grupo Santander, um dos maiores grupos financeiros do mundo. A fortuna do magnata chega a 1 bilhão de euros.
Botín, que apoia Aécio Neves, não chega a ser tão rico quanto a família mais rica do Brasil, que, segundo a revista Forbes, é a família Marinho, dona da Globo – juntos, Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho têm uma fortuna de 28,9 bilhões de dólares. Mas o dono do banco Santander certamente é muito rico e não faz parte do seu grupo social, caro leitor.
O mesmo Botín, porém, é tão rico quanto a família Setubal, dona do Banco Itaú, 12ª colocada no ranking da Forbes. A família banqueira apoia Marina Silva e, por extensão, Eduardo Campos. Bilionários, os Setubal têm uma fortuna estimada em 3,3 bilhões de euros.
Essas famílias bilionárias não estão sozinhas em suas preferências políticas oposicionistas. O mercado financeiro, os mega empresários estrangeiros e nacionais e potências como os Estados Unidos querem Dilma Rousseff fora.
Se faltava alguma oficialização do oposicionismo do capital nacional e estrangeiro, ela se deu através de manchete de capa da Folha de São Paulo deste sábado (26). Segundo o jornal, as “consultorias” de economia – ou seja, os gurus de banqueiros e grandes grupos econômicos em geral – apostam na eleição de Aécio Neves.
Na última sexta-feira, explodiu como uma bomba a notícia de que o banco Santander estava enviando aos seus clientes “premium” – detentores de gordas contas bancárias – uma mensagem no estrato mensal praticamente pregando voto na oposição a Dilma, dizendo que a economia irá piorar caso ela seja reeleita.
O efeito desse apoio desmesurado a Aécio Neves ou, na falta dele, a Eduardo Campos – quem, recentemente, declarou não ter “preconceito” contra o capital e as privatizações –, é uma incógnita. Conforme vem sendo lembrado reiteradamente, a ojeriza dos muito ricos ao PT é histórica.
Uma longa fila de “colunistas” vem lembrando de episódios como o do ex-presidente da Fiesp, Mario Amato, quem, em 1989, previu que, se Lula vencesse a eleição presidencial daquele ano contra Fernando Collor de Mello, “800 mil empresários deixariam o Brasil”. Ou o episódio da eleição de 2002, quando o mercado chegou a criar o “lulômetro”, um indicador que mensurava o mau-humor do capital contra a possibilidade de Lula derrotar José Serra – conforme Lula se firmava como o potencial presidente eleito, o dólar subia e a bolsa caía.
Em 2002, a campanha de Lula pareceu acreditar na influência política do capital e divulgou uma “carta aos brasileiros”, na qual garantia aos banqueiros e mega empresários que, se eleito, Lula não romperia contratos ou daria “calote” nas dívidas públicas interna e externa. Talvez por entender que foi a oposição do capital que derrotou Lula em 1989, quando Mario Amato previu uma diáspora empresarial, caso o petista fosse eleito.
Particularmente, nunca acreditei que, ao menos em 2002, a opinião política do mercado pudesse impedir a eleição de Lula. O Brasil estava farto do PSDB e, mais do que isso, farto de votar sempre no anti Lula e se dar mal.
Elegemos Collor e ele afundou o país em uma das piores recessões da história. Elegemos FHC duas vezes e seu mandato terminou com o país arrasado, desemprego nas alturas, dezenas de milhares de falências por ano…
O mercado financeiro e os mega empresários parecem sofrer de amnésia. Não lembram mais do quanto penaram durante os governos que ajudaram a eleger contra Lula…
Não se sabe se, hoje, a campanha de Dilma pensa como a de Lula em 2002 e acha que o capital pode derrotá-la. É possível que acredite nisso. Na última sexta-feira, o Blog recebeu e-mail da campanha de Dilma Rousseff informando que entrou com representação contra a coligação tucana e uma certa “consultoria” por estar por trás de uma farsa.
Segundo a campanha de Dilma reclama ao TSE, “A pretexto de oferecer análise do mercado de ações, a [consultoria] Empiricus tem veiculado, indevidamente, propagandas eleitorais pagas na internet, em site de pessoa jurídica, que tratam da eleição presidencial em curso, veiculando conteúdo negativo a Dilma e positivo a Aécio Neves”.
Nas últimas semanas, o Blog vem recebendo seguidas denúncias contra a tal consultoria “Empíricus”, que vem espalhando uma “análise” em que prevê que caso Dilma seja eleita será “O fim do Brasil”. O texto diz, a rigor, o mesmo que o Santander, ainda que pintando o quadro “tétrico” com “cores mais fortes”, por assim dizer.
Durante o desastre econômico em que o PSDB jogou o país durante os anos 1990, o mesmo Mario Amato que previra o êxodo empresarial caso Lula fosse eleito em 1989, arrependeu-se. Chegou a manifestar à Folha de São Paulo seuarrependimento: “Fui maldoso e não fui leal com o Lula”, disse. Agora, porém, os neo Mario Amatos cometem a mesma injustiça.
O lucro de banqueiros e empresários durante os anos Lula e Dilma foi alguma coisa de quase sobrenatural. Algumas dessas empresas multiplicaram seu lucro por dez, por vinte, por trinta. E, ainda assim, querem de volta o grupo político que os afundou na última década do século XX.
Enfim, vá entender esses bilionários e multimilionários…
Seja como for, porém, o fato é que banqueiro, capitão da indústria, enfim, os muito ricos em geral não têm lá toda essa influência política. Os brasileiros votaram contra eles em 2002. Com todo o terrorismo que fizeram – que a “carta aos brasileiros” não impediu –, o povo lhes deu uma banana e elegeu Lula.
Apesar das pesquisas falsificadas – como ocorre a cada eleição desde 2006 –, as novas pesquisas já começam a mostrar que Dilma não está tão mal quanto dizem. Muito pelo contrário, pode vencer em primeiro turno. E, no segundo turno, apesar das versões dos Datafolhas da vida, ela ainda vence qualquer adversário.
Em termos de terrorismo econômico, a mídia e a oposição já fizeram tudo que podiam. Não dá para piorar a vida do povo. Não dá para gerar desemprego ou deprimir salários – hoje, respectivamente, várias vezes mais baixo e mais altos que quando o PSDB governava.
Quantos votos têm os banqueiros? Será que vale a pena a campanha de Dilma se esforçar muito para reconquistá-los? Particularmente, acho que a presidente e seu estafe devem se concentrar no povão, na parcela dos brasileiros que é capaz de mensurar quanto o Brasil melhorou desde 2003.
Os banqueiros são um caso perdido. Não são racionais. A mentalidade que leva o capital a fazer oposição aberta à reeleição de Dilma e a requerer um tucano no Poder é produto da mesma loucura que jogou o planeta na maior crise econômica da história.
Aliás, é bem provável que esse apoio desmesurado e desavergonhado do capital a Aécio Neves gere efeito oposto ao pretendido. E parte da mídia tucana, prevendo o fenômeno, já trata de avisar os banqueiros. Coluna de Fernando Rodrigues na Folha deste sábado mostra que já há preocupação em Aécio ficar carimbado como candidato dos banqueiros.
Não creia no manifesto bom-mocismo de Fernando Rodrigues. Ele sabe muito bem o risco que é Aécio ficar carimbado como candidato dos banqueiros. Na opinião deste Blog, muita gente que ficou sabendo da campanha eleitoral para o tucano nos estratos bancários do Santander já se pergunta se o interesse dos banqueiros na gestão da economia é igual ao seu.
TEMER CANCELA PRESENÇA EM EVENTO DO SANTANDER
Banco espanhol sofre mais um prejuízo depois da lambança causada pelo envio de uma recomendação aos clientes contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff; agora, o vice-presidente Michel Temer cancelou sua presença num evento que seria promovido pelo Santander no Rio de Janeiro; antes disso, prefeito de Osasco (SP), Jorge Lapas, cancelou convênio com o Santander; trapalhada motivou demissões internas no banco e um grande pedido de desculpas; ainda assim, clima com o Palácio do Planalto continua tenso
27 DE JULHO DE 2014 ÀS 13:31
247 - A trapalhada do Santander no Brasil causou mais um estrago. Agora, foi o vice-presidente Michel Temer quem cancelou sua presença num evento que será promovido pelo Santander no Rio de Janeiro. Trata-se do encontro mundial de reitores, que contaria com a presença também do presidente mundial do banco, Emílio Botín. Agora, o próprio Botín cogita cancelar a vinda.
O Santander já pediu desculpas formalmente, mas o clima com o Palácio do Planalto continua pesado. Leia, abaixo, reportagem do 247, sobre outros danos de imagem sofridos pelo banco:
TRAPALHADA ATINGE IMAGEM E PRESTÍGIO DO SANTANDER
Em site oficial, banco Santander produziu hoje manchete "importante"; sobre vermelho berrante, instituição "pede desculpas" por texto que "feriu a diretriz interna" de não aplicar "viés político ou partidário" em recomendações de investimentos; prejuízo de imagem não vem só; sob a justificativa de maus serviços à população da cidade, prefeito de Osasco encerra convênio com o banco espanhol para recolhimento de tributos municipais; orçamento municipal é de R$ 1,9 bilhão; "O banco orienta os caixas a se recusarem a receber IPTU e taxas sob argumento de que isso forma fila nas agências", assinala Jorge Lapas, do PT; instituição presidida por espanhol Jesús Zabalza, que mais cedo projetara a clientes de alta renda que dólar pode disparar, juros subirem e bolsa cair se presidente Dilma Rousseff subir nas pesquisas, é quem escorrega
247 – Todos os clientes do banco Santander que tentaram, nesta sexta-feira 25, acessar o site da instituição espanhola no Brasil se depararam, antes de entrar no ambiente privado, com um aviso "importante". Tratava-se, em letras brancas sobre o vermelho berrante da instituição, de um "pedido de desculpas". Mais cedo, em mensagem dirigida a clientes de alta renda, o mesmo Santander recomendara por escrito que seus clientes tomassem cuidado com o que poderá acontecer com seus investimentos caso a candidata à reeleição, pelo PT, suba nas pesquisas eleitorais.
- Se a presidente (Dilma Rousseff) se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir", elaborou o texto que tinha apenas a assinatura da instituição espanhola. A seguir, traçou-se o quadro de que "o câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice Bovespa cairia". Em resumo, um inferno.
A recomendação para seus clientes endinheirados tomarem cuidado com a eventual ascensão da presidente pegou especialmente mau para o Santander porque não é nada disso que o presidente mundial da banca espanhola, Emílio Botín, fala nas vezes em vai ao Palácio do Planalto. Ali, sorridente, já posou para fotos e manifestou crer na economia brasileira gerenciada por Dilma.
Para compensar o estrago cometido pela parcialidade da avaliação, o próprio Santander primeiro pediu desculpas em forma de declaração oficial, e mais tarde resolveu ocupar toda a primeira página de seu site para dizer que "o referido texto feriu a diretriz interna" que barra análises marcadas pelo "viés político ou partidário".
Enquanto a imagem do banco se derretia, o primeiro prejuízo objetivo aconteceu. Em Osasco, na Grande São Paulo, município que arrecada R$ 1,9 bilhão em transferências, impostos municipais e taxas todos os anos, o prefeito Jorge Lapas encontrou o mote que precisava para tomar uma decisão que já vinha estudando: romper o convênio mantido com o Santander para o recolhimento de impostos e taxas municipais.
Ao 247, Lapas explicou sua decisão:
- O volume de reclamação que a Prefeitura recebe contra o Santander é grande. Acontece que os caixas das agências têm sido orientados a não receberem pagamentos de IPTU e taxas municipais, sob a alegação de que esse movimento forma filas", disse o prefeito petista. "Agora esse problema vai acabar tanto para a população como para o Santander. Notificamos o banco que em trinta dias o convênio será encerrado. Outros bancos continuarão a atender o nosso público".
A recomendação do Santander para seus clientes de alta renda ficarem com um pé atrás diante do crescimento da presidente Dilma foi considerada "descabida" pelo prefeito Lapas:
- O banco praticou uma partidarização fora de hora e lugar.
Para a coleção de escorregões e quedas que o Santander já levou em sua trajetória no Brasil, agora o presidente local Jesús Zabalza já tem uma a mais para mostrar a dom Emílio.
EM SUA "GUERRA AO TERROR", DILMA MIRA EMPIRICUS
Depois da trapalhada do Santander, que previu uma tragédia econômica em caso de reeleição da presidente Dilma Rousseff e em seguida pediu desculpas, o QG da campanha petista comemorou neste domingo uma nova vitória; por decisão da Justiça Eleitoral serão retiradas do ar, pelo Google, todas as peças publicitárias da empresa de análise de ações Empiricus Research; os anúncios, que se alastravam pela internet, tinham slogans polêmicos; "como se proteger da Dilma", era um deles; "o fim do Brasil", é outro; para o PT, as peças publicitárias faziam parte de uma estratégia de "terrorismo econômico"
27 DE JULHO DE 2014 ÀS 20:12
247 - Depois de obter do comando do Santander um pedido de desculpas e a demissão dos responsáveis por um relatório que previa caos econômico em caso de reeleição da presidente Dilma Rousseff, o PT comemorou, neste domingo, uma nova vitória. Por determinação da Justiça Eleitoral, o Google retirará do ar todas as peças publicitárias da empresa de análise de ações "Empiricus Research", que, segundo o PT, também faziam "terrorismo econômico".
Os slogans da Empiricus, que se alastravam pela internet, eram polêmicos. Um deles dizia "Como se proteger da Dilma". Outro foi um dos primeiros a comparar a derrota da seleção brasileira na Copa por 7 a 1 para a Alemanha com dados econômicos (7% de inflação, 1% de crescimento), numa metáfora que, logo depois, foi usada por adversários da presidente Dilma na disputa eleitoral. O relatório mais fala até no "fim do Brasil". Isso mesmo, o fim do Brasil.
Conheça aqui quem faz a Empiricus e leia abaixo postagem do site Muda Mais sobre a determinação do TSE:
Saiba como proteger da Empiricus: TSE determina retirada de propaganda irregular
No último dia 25 de julho, a campanha de Dilma Rousseff entrou com uma representação judicial junto ao TSE contra a Empiricus Consultoria & Negócios(link is external),Aécio Neves e o Google por propaganda eleitoral irregular. Hoje (27), a justiça determinou que o o google retire imeditatamente do ar toda e qualquer propaganda irregular da Empiricus.
Nós já dissemos aqui como funciona a atuação da Empiricus, empresa que se define como “casa independente de análise de ações” e oferece recomendações sobre o mercado financeiro. Já explicamos aqui como as consultoras e empresas do ramo têm usado a especulação eleitoral para criar um cenário de terror nestas eleições de 2014.
Pois bem, ao contrário da oposição – que entra com representações judiciais a cada passo da Presidenta da República (link is external)– nós respeitamos o direito de livre expressão, conforme previsto no Marco Civil da Internet - a legislação mais avançada no que diz respeito à rede no mundo todo e que o governo federal, em parceria com a sociedade civil, tornou possível.
Acontece que o conteúdo divulgado pela Empiricus em sites de grande circulação como os dos jornais O Estado de Minas(link is external) e Correio Braziliense(link is external) ultrapasa os limites da liberdade de informação e fere o que está previsto na legislação eleitoral. Ao anunciar formas de “proteger o seu patrimônio da Dilma”, a empresa cria um cenário de terror creditando à reeleição da presidenta uma possível oscilação (normal, diga-se de passagem) do mercado financeiro. Tal qual fez o banco Santander nesta semana, como noticiamos aqui.
Além da propaganda contrária à Dilma, a empresa ainda criou chamadas favoráveis ao candidato da oposição, Aécio Neves. Ao abrir uma página vinculada a um anúncio da Empiricus e clicar em uma notícia sobre política, você corre o risco de se deparar com a seguinte mensagem: "E se o Aécio Neves Ganhar? Que ações devem subir se o Aécio Ganhar a Eleição? Descubra Aqui, já".
Nós somos a favor da liberdade de expressão e, mais ainda, do jogo limpo – dentro e fora de campanha. ADilminha é Paz e Amor, mas respeito é bom e a gente gosta. Empiricus, chega de propaganda eleitoral irregular!
SANTANDER: "NÃO FOI O BANCO, FOI UM ANALISTA"
O presidente mundial do Santander, Emilio Botín, tentou minimizar a responsabilidade da instituição em torno do vazamento de um extrato destinado aos clientes de alta renda, onde o banco aponta que a economia brasileira corre sérios riscos caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja reeleita; segundo Botín, a responsabilidade pelo informe "não é do banco, mas de um analista"; ele também disse foram tomadas providências internas para avaliar o caso e que os envolvidos serão demitidos
27 DE JULHO DE 2014 ÀS 17:20
247 - O presidente mundial do Santander, Emilio Botín, sentiu o golpe da repercussão negativa em torno do vazamento de um extrato destinado aos clientes de alta renda onde o banco apontava que a economia brasileira correrá sérios risco caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja reeleita em outubro. Na tentativa de minimizar os danos, Botín afirmou, neste domingo (27), que o informe "não é do banco, mas de um analista". Ele também disse foram tomadas providências internas para avaliar o caso e que os envolvidos, tanto na produção como na aprovação do informe, serão demitidos.
Botín afirmou, ainda, que o presidente do Santander no Brasil, Jesús Zabalza, já explicou o ocorrido as autoridades e também à presidente Dilma. Ele ressaltou, ainda que o país é considerado estratégico pela instituição e que o Santander já investiu cerca US$ 27 bilhões desde que fincou sua bandeira no país, em 1982. O Brasil representa cerca de 1/5 do lucro do grupo.
A crise começou quando o Santander encaminhou, no início do mês, uma carta aos seus clientes de alta renda, com ganhos superiores a R$ 10 mil mensais, onde constava uma análise afirmando que caso a presidente Dilma permaneça estável ou venha a subir nas pesquisas referentes as eleições de outubro, a Bolsa tenderá a cair, além de haver uma alta nos juros e a desvalorização do câmbio.