Suely Barreto Litwinczuk A solidão quando se torna patológica, precisa de tratamento. A tendência ao isolamento torna as pessoas agressivas de difícil convivência, a solidão não nos permite um convívio social adequado. O solitário é um ser doente, que lança suas culpas e seus medos sobre os outros e teme encarar seu problema, pois isto implicaria em mudança. O Senhor olha para mim! Tem pena de mim porque eu estou sozinho, sou pobre e fraco. O peso que há no meu coração fica maior a cada dia; por favor, livra-me dele, Tira-me das situações difíceis em que me encontro. Olha e vê minhas dores e meu sofrimento. Perdoa todos os meus pecados”. “Não é bom que o homem esteja só”. O ser humano foi criado como ser social, isto é, necessita do convívio com os de sua espécie. Deus nos fez assim e no gênesis fez a Declaração acima: “Não é bom que o homem esteja só”. Deus não nos fez para vivermos sozinhos, e a solidão causa uma sensação de desamparo, tristeza e desconforto. A pessoa solitária sofre, na medida em que não deseja a companhia dos outros, vive fechado em sua concha emocional, em sua caverna existencial, protegendo-se de suas fragilidades e emoções, com medo do confronto com a vida e com outras pessoas. Utiliza a solidão como defesa por que tem medo de se relacionar com os outros. Existe uma solidão saudável, que é aquela em que nos retiramos do convívio social por algum tempo, para um encontro com Deus, como fez Jacó no vale de Jaboque: Ele fez passar seus servos, sua família e os animais e ficou só para encontrar-se com Deus e consigo mesmo. Este estar só leva o ser humano a olhar para dentro dele mesmo para conhecer-se melhor, para uma análise de sua vida, para estar cara a cara com Deus e de certa forma despir-se diante Dele. Poder falar com Deus de forma íntima, abrir seu coração, reconhecer suas mazelas, seus erros, fraquezas e pecados. Este estar a sós com Deus, faz com que o homem saia fortalecido do encontro, pois ali, será uma alma quebrantada, lutando para transformar sua vida. Jacó quando o anjo lhe perguntou o nome, respondeu: “Meu nome é enganador... mentiroso...” Mas a vida e o nome de Jacó saíram transformados, modificados neste encontro: “Já não te chamarás Jacó, mas Israel, porque lutaste com Deus e saíste vitorioso”.E a Palavra nos diz lá em Gênesis que Jacó saiu mancando, mudou sua maneira de andar. (Gen.32:22-31) Existe a solidão patológica, que é aquela em que as pessoas não querem ou não conseguem sair das suas cavernas ou conchas é a solidão existencial, pessoas fechadas em si mesmas, de mal com a vida e com o mundo, pessoas que têm medo de encarar uma mudança, preferem viver em mediocridade com o que conhecem, do que arriscar uma mudança. Willian James afirma que os “seres humanos podem mudar sua vida mudando suas atitudes” Jung diz que nossos conflitos com outra pessoa são quase sempre projeções de conflitos que existem no interior da nossa própria personalidade. Muitas vezes, com medo do conflito, é que nos escondemos em nossas cavernas emocionais. A solidão também é algo assustador, quando crianças, tememos ficar sós e choramos quando papai e mamãe se afastam de nós, quando nos tornamos adultos, a coisa não muda muito. A solidão é alguma coisa doída e muitas vezes o medo de ficar só tem levado pessoas a relacionamentos desastrosos e aí surge a pior das solidões: A solidão a dois! Ocorre quando marido e mulher estão juntos na mesma casa, as vezes na mesma cama, mas estão sós. Aliás, como diz Marcelo Aguiar, “A solidão não é a ausência física de uma companhia humana. Na verdade é a constatação da ausência de relações SIGNIFICATIVAS com outras pessoas”. Isto cria um vazio existencial. Já a solidão do idoso ocorre, devido à sua intransigência de aceitar mudanças, devido a isto, torna-se resistente às novidades e se enclausura no seu passado, trazendo à mente suas memórias que lhe trazem prazer e não o intimidam. Muitos idosos tornam a televisão sua aliada de solidão. Nossas igrejas deveriam atentar para estes problemas e desenvolver programas para a terceira idade, onde os idosos pudessem de certa forma recordar “seus tempos”, com músicas e cânticos de um passado não tão distante. Formar um grupo de pessoas dispostas a passear juntas, se reunirem para tomar um lanche uma vez por mês, uma classe para este grupo na escola dominical, que falassem de assuntos pertinentes às suas necessidades atuais, professores que falassem uma linguagem adequada para ministrar estudos bíblicos interessantes e dinâmicos, pois o idoso é como criança, tem um foco de atenção concentrada pequeno. O importante nesta fase da vida, é que o idoso não se isole e viva uma vida física e espiritual com qualidade. É importante dizer, que a solidão quando se torna patológica, precisa de tratamento. A tendência ao isolamento torna as pessoas agressivas de difícil convivência, a solidão não nos permite um convívio social adequado. O solitário é um ser doente, que lança suas culpas e seus medos sobre os outros e teme encarar seu problema, pois isto implicaria em mudança. O cristão não pode ser solitário, pois Jesus é o Emanuel, o Deus conosco, o crente nunca está sozinho,o desejo de se isolar, não é saudável. Quando Elias fugiu e se isolou na caverna, Deus lhe disse: “Sai da caverna!” Deus não nos fez para a solidão, pois afinal ele disse: “Não é bom que o homem esteja só!”. Suely Barreto LitwinczukEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo , Psicóloga - membro da Comunidade Batista do Rio Fonte: http://www.seminariodosul.com.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=109&Itemid=65 |