“Esperada pelo candidato petista, presidenta não apareceu na capital mineira; Patrus acusa cópia de propostas por Lacerda, que vê campanha do adversário como 'improvisada'
Celso Filho, Rede Brasil Atual
“Em uma reta final, tudo pode acontecer”, diz o prefeito da capital mineira, Marcio Lacerda (PSB), em vantagem na disputa pela reeleição. Em busca de manter sua posição de liderança, conforme apontam as pesquisas, ele não parece poupar esforços para conquistar o voto do eleitor. Seu principal adversário, Patrus Ananias (PT), também faz de tudo, mas para reverter o quadro.
Bem avaliado, Lacerda está confortável. Já Patrus tem o desafio de desbancar o favorito. Apesar de objetivos de campanha distintos, os dois candidatos possuem propostas semelhantes. Os planos de governo em relação à saúde e à mobilidade urbana demonstram que os adversários têm certa sintonia. Mais uma vez, a ampliação do serviço de metrô da capital – promessa de quase 30 anos – entra em cena. Ambos, por exemplo, preveem a conclusão da Linha 2, que ligaria a região do Barreiro, na região sudoeste, à estação do Calafate (região oeste), na Linha 1. O discurso não muda: o transporte metroviário seria a solução para os problemas de trânsito da cidade.
E, por falar em Barreiro, um dos maiores colégios eleitorais da capital, a conclusão do hospital da região – que foi uma promessa de Marcio Lacerda, em 2008 – também entra nos planos de governo. Na área da saúde, ambos querem estender o atendimento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para o final de semana, além da construção de novos postos na cidade. Para a campanha de Patrus, só existe uma explicação para a semelhança. “O Marcio tem copiado nossas propostas para as UPAs. O que apresentamos é algo que ele não fez nos quatro anos de governo e é algo amplamente apoiado pela população", lamenta o deputado federal Miguel Corrêa, vice-presidente do PT em Minas Gerais. O outro lado rebate. “Hoje, nas políticas publicas, há convergência. O SUS é uma conquista pluripartidária”, afirma o deputado federal e presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, um dos coordenadores da campanha pela reeleição.
Presença de Dilma
Dilma Rousseff seria uma carta na manga de Patrus, mas ainda não apareceu na capital minera. Apesar de sua vinda ser ensaiada desde o início da campanha, a presidenta apenas tem aparecido em propagandas eleitorais. A possível presença de Dilma em BH tem sido, inclusive, tema de discussão entre os dois lados da disputa. Alegando compromissos de Estado – como suas viagens aos Estados Unidos e ao Peru, a chefe de governo cancelou por ora a participação em atos de campanha, mas os petistas garantem que ela vem. “As duas lideranças que mais influenciam a campanha são Lula e Dilma. Com certeza, a presença física dela ainda acontecerá”, afirma Miguel Corrêa.”