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Nosso objetivo não é engrandecer um homem, o Presidente Lula, mas homenagear, como brasileiro que ama esta terra e esta gente, o que este homem tem provado, em pouco tempo, depois de tanto preconceito e perseguição ideológica, do que somos capazes diante de nós mesmos, e do mundo, e que não sabíamos, e não vivíamos isto, por incompetência ou fraude de tudo e todos que nos governaram até aqui. Não engrandecemos um homem, mas o que ele pagou e tem pago, para provar do que somos.

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sexta-feira, 19 de outubro de 2012


PRÓ-SERRA E PRÓ-HADDAD, INTELECTUAIS DUELAM NA FOLHA



Enquanto Sergio Fausto diz que excesso de poder nas mãos do PT seria ruim para a democracia, Paul Singer argumenta que petistas se diferenciam dos tucanos no combate à miséria e na inclusão social



19 DE OUTUBRO DE 2012 ÀS 08:30





247 – Dois intelectuais renomados declararam seu voto nesta sexta-feira. Sergio Fausto explicou por que vota em José Serra, enquanto Paul Singer defendeu Fernando Haddad. Leia seus artigos:

A experiência de Serra e a voracidade petista


Serra é ótimo gestor. Já Haddad, sem peso próprio, ficará refém dos apetites do PT. A sua vitória daria ainda excesso de poder ao PT, algo nocivo à democracia

No dia 7 de outubro, o eleitorado paulistano tomou a sábia decisão de deixar o candidato Celso Russomanno fora do segundo turno.

Tivesse ele passado a barreira do primeiro turno, hoje estaríamos diante de uma escolha do gênero "civilização ou barbárie", tal o despreparo do candidato e o caráter retrógrado da coalizão de forças que o apoiava.

Felizmente, a escolha que agora temos pela frente nos oferece alternativas melhores. José Serra e Fernando Haddad são, ambos, homens públicos superiores à media dos seus pares e representam forças políticas com história, programas e quadros técnicos à altura do desafio de governar São Paulo em uma época de transformação, uma época muito importante na construção do futuro da cidade.

Pena que, até aqui, para dizer o mínimo, tanta energia tenha sido desperdiçada na polêmica regressiva sobre os kits contra a homofobia.

Se estamos bem servidos de candidatos à prefeitura, então por que votar em Serra e não em Haddad?

São três as razões principais do meu voto no candidato do PSDB.

A primeira delas diz respeito à ainda enorme distância que separa os dois candidatos quanto à experiência e à capacidade demonstrada na gestão da coisa pública.

Serra pode ter vários defeitos, mas, entre as suas muitas e mais numerosas qualidades, destaca-se o conhecimento dos desafios de uma gestão pública transformadora, a coragem para enfrentar resistências e interesses quando convencido de que o enfrentamento é necessário para realizar as transformações almejadas.

A criação da indústria de medicamentos genéricos é o exemplo mais conhecido, entre muitos outros. Ela prova tal qualidade de Serra, às vezes confundida com defeito. Dessa perspectiva, poucos políticos brasileiros nas últimas três décadas podem ombrear-se a ele.

A segunda razão do meu voto em Serra se refere ao seu peso político próprio. Também nesse quesito, é grande a desproporção entre os candidatos do PSDB e do PT.

Haddad deve sua candidatura exclusivamente a Lula. Não construiu uma carreira política que o levasse à disputa pela prefeitura de São Paulo. Foi guindado a essa condição pelas mãos do ex-presidente da República.

Isso não o desqualifica nem coloca em xeque a legitimidade de sua postulação. Falta a Haddad, porém, musculatura política para, se eleito, governar com suficiente independência em relação às alas e apetites que formam o PT.

Submetido às naturais pressões do cargo e à característica voracidade da máquina partidária petista, temo que se torne refém dos interesses partidários em prejuízo dos interesses maiores da cidade.

Por fim, mas não menos importante, a eleição de Serra é fundamental para assegurar um certo equilíbrio entre governo e oposição no nível nacional.

O desequilíbrio excessivo entre as forças políticas é ruim para a democracia. Sabemos que, para o PT, conquistar a prefeitura de São Paulo é parte de uma estratégia que visa desalojar o PSDB do governo estadual e consolidar a permanência do partido no Palácio do Planalto.

O próprio Haddad deixou isso claro em declaração feita ainda no entusiasmo de sua passagem ao segundo turno. Pela transparência, o candidato merece elogio, mas não o voto de quem não se identifica com a estratégia "barba, cabelo e bigode" do seu partido.

O eventual controle sobre os três maiores orçamentos públicos do país representaria concentração excessiva de poder. Um excesso de poder nocivo à democracia, principalmente quando em mãos de um partido propenso a abusar dele, como ficou demonstrado no julgamento do "mensalão". Por tudo isso, em 28 de outubro, voto Serra.

SÉRGIO FAUSTO, 50, é cientista político e diretor-executivo do Instituto Fernando Henrique Cardoso

O mapa eleitoral e meu voto em Haddad


Existe uma diferença inegável entre PT e PSDB: a priorização da luta contra a miséria. E os eleitores sabem disso, basta ver em qual partido a periferia vota

Do ponto de vista da população mais pobre de qualquer cidade, a eleição que tem mais possibilidade de mudar sua vida para pior ou melhor é a municipal.

As políticas do governo federal e estadual também afetam os mais pobres, mas de modo mais indireto. O governo estadual, por exemplo, tem a seu cargo a segurança pública no Estado -algo importante para qualquer cidadão, mas sobretudo para os que são obrigados a morar em áreas em que a criminalidade é mais presente e ameaçadora.

Não obstante, é o governo municipal que responde pela iluminação pública e, especialmente, por políticas sociais que impactam as condições de vida dos moradores mais humildes. A atenção à população mais carente é um aspecto fundamental na escolha do prefeito.

É preciso votar levando em consideração que é a prefeitura que responde pelo registro das famílias mais carentes no Programa Bolsa Família, por exemplo. Ela tem grande possibilidade de agir em parceria com o governo federal no programa Brasil sem Miséria, de ajudar a resgatar famílias que vivem em bolsões de extrema pobreza. A redução da miséria, aliás, certamente ajudará a diminuir inclusive a criminalidade, na cidade inteira.

Eis, então, a razão pela qual votarei em Haddad desde o primeiro turno: estou certo de que ele priorizará a luta contra a miséria, como fazem os diferentes governos chefiados por políticos do PT.

Nesta questão, a diferença em relação aos governos chefiados pelo PSDB é inegável.

E os eleitores sabem disso. Basta ver o mapa eleitoral de São Paulo em qualquer eleição municipal para verificar que os candidatos do PSDB vencem nas áreas mais opulentas, enquanto os candidatos do PT são os preferidos na periferia.

Quanto maior a pobreza em uma região, maior a vantagem relativa do PT. No primeiro turno destas eleições municipais, novamente tal fato foi comprovado.

Além de Fernando Haddad ser o candidato do PT, minha preferência por ele se deve ao fato de que eu o conheço há muito tempo e, assim, sei de sua inteligência e do seu empenho em tornar a sociedade brasileira mais justa, menos desigual.

Nesse sentido, o que Haddad fez como ministro de Educação é notável, sobretudo na expansão do ensino público em nível universitário, área em que os governos do PSDB se notabilizaram pela ausência.

Na gestão do PSDB, os jovens de famílias de baixa renda estavam praticamente condenados a tentar estudar em universidades privadas, já que eram barrados pelos vestibulares nas universidades públicas.

Os governos de Lula e Dilma, em que Haddad serviu como ministro de Educação, priorizaram a expansão das universidades públicas, permitindo o acesso de estudantes mais pobres. Além disso, o ProUni abriu centenas de milhares de vagas em universidades privadas a eles.

Outra política importante foi a multiplicação dos Institutos de Educação Científica e Tecnológica, que foram localizados nas áreas desprivilegiadas do país. Nesses institutos, está sendo efetivado o Programa Mulheres Mil, que dá formação profissional a mulheres de baixa renda. O programa já resgatou dezenas de milhares da pobreza. Quem ouve os depoimentos dessas mulheres percebe que não são poucas as que querem continuar estudando até alcançar um diploma universitário.

No ministério, Haddad se cercou de uma equipe disposta a fazer da educação uma arma na luta contra a opressão da mulher e contra a exclusão preconceituosa de negros e indígenas das oportunidades de exercer plenamente seus direitos como seres humanos e trabalhadores. Agora, ele tem tudo para ter grande sucesso como prefeito.

PAUL SINGER, 80, é economista e secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/83447/Pr%C3%B3-Serra-e-pr%C3%B3-Haddad-intelectuais-duelam-na-Folha.htm