COM EMBARGOS, DIRCEU LIGA SUA METRALHADORA
Em blog, ex-ministro diz que deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) é um provocador e agente da extrema direita, que já devia estar processado há muito tempo; sobre a presidenciável Marina Silva, afirma que continua com seu discurso de vítima: "Ela só tem que cumprir a lei, como todos os outros partidos cumpriram nos últimos anos"; quanto ao PSB, diz que o alinhamento com os tucanos é a real razão para entregar cargos e desembarcar do governo; na semana passada, o decano Celso de Mello desempatou a votação dos embargos infringentes no STF e abriu a possibilidade para Dirceu de cumprir pena da AP 470 em regime semiaberto
24 DE SETEMBRO DE 2013 ÀS 14:18
247 – O ex-ministro José Dirceu, que recentemente foi beneficiado com a aceitação dos embargos infringentes na Ação Penal 470, com possibilidade de reduzir sua pena e escanar na prisão em regime fechado, anda com a língua afiada. Em seu blog, ele tem multiplicado os posts. Nesta terça-feira, disse que o deputado Bolsonaro deveria ser processado há muito tempo e que Marina Silva continua com discurso de vítima. A entrega dos cargos do governo pelo PSB também é tema de artigo. Leia:
Bolsonaro já devia estar processado há muito tempo, não fosse o corporativismo que o protege
Ele não tinha que estar lá. Não integra nenhuma comissão, grupo ou orgão de defesa dos direitos humanos. Pelo contrário, sempre os combateu. Mas o deputado-capitão Jair Bolsonaro (PP-RJ), um provocador e agente da extrema direita, um saudosista da ditadura, um reacionário preconceituoso e racista foi o primeiro a chegar ontem ao quartel do 1º Batalhão da Polícia do Exército (1º BPE).
Foi tumultuar a visita para a qual não fora convidado, das comissões da verdade e de parlamentares às antigas instalações do DOI-CODI-Rio, o centro de tortura de presos políticos que funcionou no local. O capitão Bolsonaro chegou antes dos membros da delegação e já começou a provocar as cerca de 40 pessoas que com faixas, cartazes e fotos de assassinados e desaparecidos políticos pela ditadura concentravam-se para seguir a visita na frente do quartel.
Na sequência, agiu a seu modo: provocou tumulto, bate-boca, agressões, e até deu um soco no senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), da comitiva de parlamentares. Os parlamentares eram contra a presença de Bolsonaro. No portão de entrada do Batalhão, o deputado-capitão discutiu com Randolfe.
“Ele me deu um soco por baixo. Deve ter aprendido em algum centro de tortura. O Bolsonaro é um Brasil que a gente vai virar a página. Aliás, já virou”, afirmou o senador.”O Bolsonaro não tem nada a ver com essa pauta. Ele não faz parte da comissão. Hoje é um dia histórico. Pela primeira vez houve uma visita às masmorras da ditadura”, completou o presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de janeiro, o advogado Wadih Damous.
“Ali, naquela confusão, posso ter dado um empurrão, nada além. Houve apenas troca de elogios. Ele me chamou de vagabundo”, declarou Bolsonaro ao negar ter agredido. Após o soco em Randolfe, empurrões e agressões, tumulto generalizado como queria provocar o deputado, a comissão entrou no quartel acompanhada do deputado.
Entrou, mas no interior do quartel os representantes da comitiva e o procurador federal Jaime Mitropoulos se recusaram a fazer a visita junto com ele. Enquanto a comissão fazia a visita às instalações do quartel, o deputado permaneceu em uma sala e depois no pátio da unidade.
Comitiva impediu que o deputado-capitão a acompanhasse
Além de Randolfe, integravam a comitiva o senador João Capiberibe (PSB-AP), as deputadas Luiza Erundina (PSB-SP) e Jandira Feghali (PC do B-RJ), os representantes da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeitro, seu presidente Wadih Damous e o jornalista Álvaro Caldas e os da comissão nacional, Marcelo Cerqueira e Nadine Borged.
O grupo permaneceu pouco mais de uma hora visitando as instalações do batalhão.Enquanto o tumulto era contornado e a visita discutida, os integrantes da delegação assistiram em um auditório à história da unidade, apresentada pelos militares. E aí coube à deputada Erundina uma intervenção necessária e muito oportuna: “Eles falaram da inauguração da unidade, mas deixaram de lado o período militar. Logo questionei que faltava um pedaço da história e que não pode ficar para trás”, interveio Erundina.
O grupo foi guiado pelo jornalista Álvaro Caldas, da comissão estadual do Rio e que ficou preso no local durante o regime militar. “Não dormi bem essa noite. Volto 40 anos depois do momento em que estive aqui. Claro, que muita coisa da estrutura interna foi modificada, mas consegui reconhecer onde ficavam as celas. Esse é o pior local em que estive na vida”, recordou.
Bolsonaro, repito, um provocador e agente da extrema direita, um saudosista da ditadura, um reacionário, preconceituoso e racista, há muito tempo já devia ter sido processado por seus atos e declarações. Mas o corporativismo e sua nenhuma importância impedem que ele responda por seus atos como a agressão ontem ao senador do PSOL do Amapá, aos demais integrantes das comissões e à consciência nacional democrática e defensora da liberdade…
Bolsonaro, repito, um provocador e agente da extrema direita, um saudosista da ditadura, um reacionário, preconceituoso e racista, há muito tempo já devia ter sido processado por seus atos e declarações. Mas o corporativismo e sua nenhuma importância impedem que ele responda por seus atos como a agressão ontem ao senador do PSOL do Amapá, aos demais integrantes das comissões e à consciência nacional democrática e defensora da liberdade…
Marina continua com seu discurso de vítima
Em nota divulgada em seu site, assinada por sua assessoria de imprensa, a ex-senadora presidenciável Marina Silva nega que tenha agendado encontro para esta semana com o presidente do Partido Ecológico Nacional (PEN), Adilson Barroso, para negociar uma possível filiação à sigla caso a Rede Sustentabilidade não obtenha o registro do Tribunal superior eleitoral (TSE).
Barroso, apresentado pela mídia como um profissional de criação de partidos (já teria criado 10), ofereceu a sigla PEN a Marina, 2ª colocada nas pesquisas, para ela ser candidata à Presidência da República no ano que vem. Marina corre contra o tempo e só tem mais 11 dias, até 5 de outubro, para obter o registro da Rede no TSE para concorrer por seu partido ao Planalto.
A ex-senadora aproveitou a nota publicada pela assessoria no site para reforçar o discurso de que não está em busca de alternativas políticas para viabilizar sua candidatura à Presidência da República. Garante não ter encontro nenhum marcado com dirigentes do PEN.
Marina só tem de cumprir a lei. Como os outros cumpriram
“Não é a 1ª vez que integrantes do PEN tentam mostrar proximidade com Marina e a Rede, dizendo existir uma negociação para que a ex-senadora vá para o partido caso a Rede não obtenha o registro até o dia 5 de outubro deste ano”, diz o texto.
Na mensagem, Marina reafirma sua confiança de que a Justiça Eleitoral concederá o registro à Rede antes da data limite para que o partido seja oficializado e possa disputar a sucessão presidencial de 2014.Em entrevistas, quase diárias, ela continua o chororô. Não atingiu o número mínimo de filiações necessárias para botar seu partido de pé e continua implorando ao TSE para que dê validade a assinaturas ainda não validadas pelos cartórios eleitorais.
É isso mesmo. Continua com seu discurso de vítima. Ela só tem que cumprir a lei, como todos os outros partidos cumpriram nos últimos anos. São mais de uma dezena os (partidos) que se registraram sem acusar sem apelação, sem acusar ou condenar os cartórios ou a justiça eleitoral. É só cumprir a lei, repito. É simples, não?
As reais razões do PSB para entregar cargos e desembarcar do governo
Notícia saída no fim de semana no Painel político da Folha de S.Paulo: o cálculo eleitoral contribuiu decisivamente para apressar o desembarque do PSB do governo. É que o partido negocia alianças com o PSDB em 21 Estados em 2014.
Um alinhamento com os tucanos, frisa bem a editora do Painel, Vera Magalhães, em colégios eleitorais importantes, como São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, e em três dos seis Estados governados pelo PSB, Pernambuco, Paraíba e Piauí. Só em seis dos 27 Estados, acentua a nota, a aliança preferencial do PSB é com o PT para 2014.
A notícia traz uma boa análise, mas essa constatação do Painel é o óbvio e há muito tempo é um fato mais do que conhecido. Começando por São Paulo, Minas e Paraná, onde os socialistas são e sempre foram aliados dos governos tucanos de Antônio Anastasia (MG), Geraldo Alckmin (SP) e Beto Richa (PR).
Em São Paulo, aliás, o PSB só deixou a aliança preferencial com os tucanos por um curto interregno no ano passado, quando aliou-se ao PT para a eleição, na capital paulista, do prefeito Fernando Haddad (PT).
São fatos que a Folha de S.Paulo e a mídia em geral sempre esconderam, ou nunca deram maior destaque, porque para elas ruins e susceptíveis de críticas são sempre as alianças fechadas pelo PT no plano federal.
Criticam alianças partidárias feitas pelo governo Dilma Rousseff com determinados partidos, mas passam batido, escondem quando estes mesmos partidos se aliam ao tucanato no plano estadual.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/115826/Com-embargos-Dirceu-liga-sua-metralhadora.htm